Dicionario-Paulo-Freire-versao-1
CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS (CMI)Mário RibeiroNo ano 1620 um grupo de peregrinos se retirou da Inglaterra em direção àNova Inglaterra, atual Estados Unidos da América, sob alegação deperseguição religiosa e antes de chegarem ao destino estabeleceram “o pactode Mayflower” com o intuito de não oficializarem uma religião em terrafirme. Assim se estabeleceu na Nova Inglaterra o denominacionalismo, umsistema de organização que permitiu futuramente às grandes denominaçõesreligiosas norte-americanas o empenho na missão cristianizadora do mundo,particularmente no Oriente, na África e na América Latina. Em meados doséculo XIX e início do século XX, os cristãos manifestaram um interesse decaminharem juntos pela unidade cristã através da Aliança EvangélicaMundial (1847) e da Associação Cristã de Moços (1878). Assim, nascia omoderno movimento ecumênico (REILY, 1984).O CMI, com sede em Genebra, Suíça, é a maior e mais representativaexpressão organizada desse movimento ecumênico. Agrega cerca de 400milhões de cristãos de mais de 300 igrejas, denominações e comunidades deigrejas em mais de 100 países. São filiados ao CMI a maioria das igrejascristãs do bloco ortodoxo e um número considerável de igrejas do blocoprotestante (históricas da Reforma Protestante – ou herdeiras da Reforma),entre eles os anglicanos, os batistas, os luteranos, os metodistas e osreformados, muitas igrejas unidas, como a do Canadá e igrejasindependentes. Quando de sua fundação, o CMI era composto basicamentede igrejas da Europa e dos Estados Unidos da América. Atualmente a maioriadas igrejas componentes está em países da África, da Ásia, da América Latinae do Caribe, do Oriente Médio e das ilhas do Pacífico. O CMI se apresentacomo um espaço de reflexão, ação conjunta, oração e trabalho. As igrejasmembrosão chamadas a proclamar a unidade visível da igreja sob uma só fée uma só unidade eucarística, a promoção de programas de combate àviolência, à quebra de preconceitos e discriminações de toda ordem, à buscada justiça e dos direitos humanos e à luta pela integridade da criação, àrenovação constante da unidade, do culto, da missão e do serviço (diaconia)(ANDREOLA; RIBEIRO, 2005).
Em 1970 Paulo Freire foi trabalhar no Departamento de Educação eFormação Ecumênica (Office for Education) do CMI, em Genebra.Vinculado ao CMI, Freire viajou pela África, Ásia, Austrália, Nova Zelândia,Pacífico Sul e América Central. Suas atividades se desenvolveramespecialmente na África, com países que se tornaram independentes do jugocolonial português. O objetivo de Freire e sua equipe do IDAC foi a decontribuir na organização dos sistemas de educação dos países africanos,sempre a partir de um princípio básico: a autodeterminação. Como resultado,Freire produziu várias obras e manteve contato com muitos governos,intelectuais, povos, culturas e centros acadêmicos. Da sua experiência de 10anos no CMI Freire declarou em entrevista ao jornal One World, do CMI, emjulho de 1980, quando de retorno ao Brasil, que o tempo passado no CMI foium dos melhores da sua vida, apesar da distância do seu país, de suas raízes edo seu povo. Ele afirma que esse tempo foi um tempo de “abertura” que paraele significava a inexistência de esquemas rígidos e completou:[...] aqui nós também temos uma abertura, uma estimulação dopensamento. E eu não tenho sentido nenhum tipo de restrição oulimitação ao meu pensamento ou ação. [...] e eu estou feliz por poderdizer que eu era feliz aqui. Eu não sei se dei alguma contribuição aqui ounão, mas sei que esta casa me deu uma chance. (WCC Focus, 1980)Referências: ANDREOLA, B. A.; RIBEIRO, M. B. Andarilho da esperança: Paulo Freire no CMI.São Paulo: ASTE, 2005; REILY, D. A.. História Documental do protestantismo no Brasil. São Paulo:ASTE, 1984; WCC FOCUS. Entrevista concedida por Paulo Freire ao One World, jornal do ConselhoMundial de Igrejas, p. 15, jul. 1980.
- Page 110 and 111: BONITEZAEuclides RedinEsta dimensã
- Page 112 and 113: Nada de conviver com pessoas e depo
- Page 114 and 115: CCAMPONÊSLuci Mary Duso PachecoA n
- Page 116 and 117: CARTAS PEDAGÓGICASAdriano VieiraMa
- Page 118 and 119: CHILEBalduino AndreolaApós o golpe
- Page 120 and 121: CIDADANIASérgio Pedro HerbertA edu
- Page 122 and 123: para um novo contrato social. Petr
- Page 124 and 125: práticas grupais de uso comunitár
- Page 126 and 127: CLASSE SOCIALAvelino da Rosa Olivei
- Page 128 and 129: CODIFICAÇÃO/DECODIFICAÇÃOHernan
- Page 130 and 131: na compreensão não linear da comu
- Page 132 and 133: seja, o movimento ação-reflexão-
- Page 134 and 135: COGNOSCENTE (Ato)José Pedro Boufle
- Page 136 and 137: se de modo novo diante das coisas e
- Page 138 and 139: e o envolvimento coletivo em um pro
- Page 140 and 141: COMUNICAÇÃOFábio da Purificaçã
- Page 142 and 143: humano é, desta forma, um mundo de
- Page 144 and 145: Na passagem acima se pode verificar
- Page 146 and 147: CONFIANÇACleoni FernandesFreire as
- Page 148 and 149: para que ele mesmo, por conta próp
- Page 150 and 151: construindo, criando, produzindo a
- Page 152 and 153: CONHECER/CONHECIMENTOJosé Pedro Bo
- Page 154 and 155: CONSCIÊNCIA(Intransitiva, transiti
- Page 156 and 157: pensamento de Paulo Freire. São Pa
- Page 158 and 159: É possível perceber três momento
- Page 162 and 163: CONTRADIÇÃOLuis Gilberto Kronbaue
- Page 164 and 165: que tem neles a sua verdade, soment
- Page 166 and 167: exponho-me a mim próprio, no mundo
- Page 168 and 169: CORPO(S) CONSCIENTE(S)Luiz GonzagaE
- Page 170 and 171: busca, potencialmente lucrativa, pe
- Page 172 and 173: a dominação. “Essa Palavra de D
- Page 174: venha se tornar curiosidade epistem
- Page 177 and 178: encontravam-se como “ação cultu
- Page 179 and 180: CULTURA (Movimentos de cultura popu
- Page 181 and 182: CULTURA DO SILÊNCIOCecília Irene
- Page 183 and 184: ser acolhido para expressar a sua v
- Page 185 and 186: Popular e da dimensão educadora de
- Page 187 and 188: Entretanto, tanto a primeira quanto
- Page 189 and 190: mesmo uma boa parte daquilo que se
- Page 191 and 192: CURIOSIDADE EPISTEMOLÓGICAAna Lúc
- Page 193 and 194: Paulo Freire é relevante consultar
- Page 195 and 196: e ao currículo, entre os quais se
- Page 197 and 198: não há sem a discente é uma prá
- Page 199 and 200: moldaram consistentemente nosso rel
- Page 201 and 202: reconhecia a importância de compre
- Page 203 and 204: DIALÉTICAJaime José ZitkoskiA ori
- Page 205 and 206: 1977, v. II).Nesse sentido, Freire
- Page 207 and 208: radicalmente oposto à Educação B
- Page 209 and 210: um compromisso ético com a palavra
Em 1970 Paulo Freire foi trabalhar no Departamento de Educação e
Formação Ecumênica (Office for Education) do CMI, em Genebra.
Vinculado ao CMI, Freire viajou pela África, Ásia, Austrália, Nova Zelândia,
Pacífico Sul e América Central. Suas atividades se desenvolveram
especialmente na África, com países que se tornaram independentes do jugo
colonial português. O objetivo de Freire e sua equipe do IDAC foi a de
contribuir na organização dos sistemas de educação dos países africanos,
sempre a partir de um princípio básico: a autodeterminação. Como resultado,
Freire produziu várias obras e manteve contato com muitos governos,
intelectuais, povos, culturas e centros acadêmicos. Da sua experiência de 10
anos no CMI Freire declarou em entrevista ao jornal One World, do CMI, em
julho de 1980, quando de retorno ao Brasil, que o tempo passado no CMI foi
um dos melhores da sua vida, apesar da distância do seu país, de suas raízes e
do seu povo. Ele afirma que esse tempo foi um tempo de “abertura” que para
ele significava a inexistência de esquemas rígidos e completou:
[...] aqui nós também temos uma abertura, uma estimulação do
pensamento. E eu não tenho sentido nenhum tipo de restrição ou
limitação ao meu pensamento ou ação. [...] e eu estou feliz por poder
dizer que eu era feliz aqui. Eu não sei se dei alguma contribuição aqui ou
não, mas sei que esta casa me deu uma chance. (WCC Focus, 1980)
Referências: ANDREOLA, B. A.; RIBEIRO, M. B. Andarilho da esperança: Paulo Freire no CMI.
São Paulo: ASTE, 2005; REILY, D. A.. História Documental do protestantismo no Brasil. São Paulo:
ASTE, 1984; WCC FOCUS. Entrevista concedida por Paulo Freire ao One World, jornal do Conselho
Mundial de Igrejas, p. 15, jul. 1980.