Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

silvawander2016
from silvawander2016 More from this publisher
30.05.2021 Views

se de modo novo diante das coisas e dos outros. Em outros termos, conhecerconstitui uma ação de incorporação, da qual resulta necessariamente umanova “performance” do sujeito aprendente, o que só é possível mediante suacumplicidade, mediante seu engajamento.Referências: FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1984; FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987;FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989; FREIRE, Paulo.Extensão ou comunicação? 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985; FREIRE, Paulo. Pedagogia dooprimido. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

COLETIVOMoacir de GóesPara Paulo Freire a educação é um ato político, portanto um trabalhocoletivo, que reeduca todos os sujeitos e atores envolvidos. Envolve postura eatitude diante do mundo e do homem, que é diferente um do outro com suasculturas e crenças. Não são as teorias modernas ou os conceitos abstratos queeducam. É a prática concreta que, sendo pensada à luz da teoria, transforma arealidade histórica de cada povo. Esta é, em suma, a pedagogia de PauloFreire – uma práxis transformadora das estruturas e das pessoas, presente emtodas as suas obras, em especial em Pedagogia do oprimido, Educação comoprática da liberdade, Pedagogia da autonomia e Pedagogia da esperança.Ele sempre afirmou que não era criador de um “método de alfabetizaçãoou de conscientização”, mas o que propunha como educador da libertaçãodos oprimidos era um conjunto de princípios, de valores pedagógicosrespaldados na realidade histórica. Não é possível falar de Paulo Freire semolhar para nossa própria prática educativa, eivada de autoritarismo eopressão. E isso dói muito porque implica descobrir e libertar as práticas doopressor que impregnamos dentro de nós mesmos.A pedagogia de Freire é uma pedagogia coletiva, radical, inovadora elibertadora que propõe subverter a ordem social vigente em todos os seusníveis: pessoal, micro e macroestrutural. Não é uma didática, ou uma táticapolítica. Ainda que um conjunto de técnicas ou pequenas ações, como: odebate em círculos, a forma de coordenar um planejamento, um curso decapacitação, uma reunião de pais ou grêmio estudantil, a distribuição coletivade tarefas para professores, funcionários e alunos na realização de um eventoe o estudo em pequenos grupos façam parte do exercício democrático, docombate ao autoritarismo e, portanto, da desconcentração de poder.O trabalho coletivo ajuda a construir autonomia com responsabilidade.Desafia a superação dos limites pessoais e valoriza a atuação de cadatrabalhador/educador que tenha como compromisso a prática de umapedagogia da libertação ou da “educação como prática da liberdade”.No trabalho coletivo podemos exercitar sua “teoria da ação dialógica” quepressupõe dois momentos fundamentais: o reconhecimento da desumanização

se de modo novo diante das coisas e dos outros. Em outros termos, conhecer

constitui uma ação de incorporação, da qual resulta necessariamente uma

nova “performance” do sujeito aprendente, o que só é possível mediante sua

cumplicidade, mediante seu engajamento.

Referências: FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1984; FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987;

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989; FREIRE, Paulo.

Extensão ou comunicação? 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985; FREIRE, Paulo. Pedagogia do

oprimido. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!