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Dicionario-Paulo-Freire-versao-1

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é libertação, de um lado, da sociedade dependente como um todo em face do

imperialismo; de outro; das classes sociais oprimidas em relação às classes

opressoras” (FREIRE, 1979, p. 120). Assim, o projeto humanizador, libertador

é, necessariamente, de luta pela superação da sociedade de classes. Engajarse

decisivamente neste processo, entretanto, não é uma atitude imediata da

classe oprimida. É necessário que a consciência de homem oprimido torne-se

consciência de classe oprimida, ou seja, importa que às necessidades de

classe – as condições objetivas que identificam a classe-em-si – junte-se a

consciência de classe, no sentido aludido por Lukács. Os oprimidos,

“enquanto ‘classe em si’, não atuam de acordo com o seu ser, [...] assumindose

como ‘classe para si’, percebem a tarefa histórica que lhes é própria

(FREIRE, 1979, p. 140). Essa consciência, pressuposto da inserção efetiva na

luta revolucionária, é o “pensar certo”, ou consciência de classe, objetivo

central de uma pedagogia que vise engajar na luta por libertação. “Chame-se

a este pensar certo de ‘consciência revolucionária’ ou de ‘consciência de

classe’, é indispensável à revolução, que não se faz sem ele” (FREIRE, 2002,

p. 146).

A transformação revolucionária da sociedade, ato amoroso, humanizador

e que liberta tanto oprimidos quanto opressores, é realizada pela classe

oprimida organizada conscientemente num partido revolucionário. “Esta é,

sem dúvida, uma das tarefas fundamentais do partido revolucionário – a de

empenhar-se na busca da organização consciente das classes oprimidas para

que, superando o estado de ‘classe em si’, se assumam como ‘classe para si’”

(FREIRE, 1979, p. 137).

Referências: FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1979; FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 6. ed.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999; FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32. ed. Rio de Janeiro: Paz

e Terra, 2002; LUKÁCS, Georg. História e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista.

São Paulo: Martins Fontes, 2003.

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