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Dona Lucilia<br />
apenas uma magra analogia com isso.<br />
Mas na amizade entre Deus e os<br />
homens isto é assim. O Criador olha<br />
para os homens com esse transbordamento<br />
de afeto, que eles queriam<br />
receber da parte de todas as pessoas<br />
que os conhecem, e viver inundados<br />
desse afeto.<br />
Assim é que eu via como Dona<br />
Lucilia amava o Sagrado Coração de<br />
Jesus.<br />
Muitas vezes eu ia assistir com ela<br />
à Missa na Igreja do Coração de Jesus;<br />
ajoelhava-me ao seu lado, é natural.<br />
Eu percebia que mamãe rezava<br />
para Ele sem estar olhando para<br />
cima, pois seria uma coisa sem muito<br />
propósito, mas tendo em mente<br />
aquele quadro e a realidade representada<br />
por ele.<br />
Quer dizer, a serenidade, a elevação,<br />
a tranquilidade, a santidade superior<br />
a qualquer louvor, mas também<br />
a compaixão, a paciência, o desejo<br />
de favorecer, de afagar a cada<br />
pessoa, que havia em Nosso Senhor,<br />
fazendo com que Ele, por assim dizer,<br />
absorvesse cada criatura humana.<br />
Tocante comparação empregada<br />
por Nosso Senhor<br />
Vemos no Evangelho uma expressão<br />
disso que considero lindíssima.<br />
Nosso Senhor, acompanhado pelos<br />
Apóstolos, caminha ao Horto das<br />
Oliveiras, onde Ele ia iniciar a sua<br />
Paixão que O conduziria até à Morte.<br />
Em certo ponto, onde se via muito<br />
bem a cidade e o Templo de Jerusalém,<br />
pararam e os discípulos começaram<br />
a comentar entre si como<br />
era bonito o Templo. Jesus Se pôs a<br />
chorar e eles perguntaram por quê.<br />
E aí vem a expressão tocante.<br />
Ele disse: “Jerusalém, Jerusalém,<br />
quantas vezes Eu quis reunir os teus<br />
filhos como a galinha faz com seus<br />
pintainhos, mas tu não o quiseste!<br />
Agora vai cair sobre ti a desgraça, o<br />
castigo” (cf. Lc 13, 34).<br />
Essa comparação empregada por<br />
Nosso Senhor, mostrando que Ele<br />
nos ama como uma galinha preza os<br />
seus pintainhos e os quer receber debaixo<br />
de suas asas, é tocante.<br />
Não há amizade humana que se<br />
exprima nesses termos; nela não<br />
acreditaríamos. É grande demais para<br />
o coração do homem, mas não para<br />
o Coração de Jesus.<br />
Então, o mais vil, o mais pecador,<br />
o mais inferior dos homens, sabendo<br />
que ele é amado assim por Nosso Senhor,<br />
fica agradecidíssimo, com vontade<br />
de estar junto com Ele o tempo<br />
inteiro para se regenerar, para se<br />
tornar como Jesus e amá-Lo como<br />
um reflexo do amor com que o Redentor<br />
o ama.<br />
Aí se dá aquela junção de almas<br />
propriamente ideal, a qual faz com<br />
que os homens possam sentir tranquilidade<br />
e esperança.<br />
Juan R. Cuadra (CC3.0)<br />
Maquete do Templo de Jerusalém - Museu de Israel<br />
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