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Revista Dr Plinio 279

Junho de 2021

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Arquivo <strong>Revista</strong><br />

humana, o qual o homem ama mais<br />

do que todo o resto, porque todas<br />

as suas apetências se dirigem para<br />

aquilo. E o ama apaixonadamente<br />

quando tem clareza de noção de<br />

que aquilo de que ele gosta e, sobretudo,<br />

sente, está ameaçado. Aí a paixão<br />

pode pegar fogo e fazer um homem<br />

mole como uma arara ser capaz<br />

de voar como uma águia.<br />

Como amar a Deus<br />

apaixonadamente<br />

Como fazer com que nossas almas<br />

se voltem para Deus de modo a<br />

amá-Lo apaixonadamente?<br />

É da seguinte maneira:<br />

O homem, pelo princípio da semelhança,<br />

tem o desejo de conhecer<br />

e entrar em contato com pessoas<br />

que possuam uma alma semelhante<br />

à dele. E quanto mais a alma é semelhante,<br />

tanto mais ele gosta<br />

daquela pessoa. E se essa<br />

semelhança é notável, pode<br />

dar num verdadeiro entusiasmo,<br />

numa amizade modelar, de<br />

modo que um encontra no outro<br />

uma espécie de identidade<br />

com o ideal que ele mesmo tem.<br />

Então, ambos se estimam.<br />

A pessoa que tem a noção do<br />

ensinamento da Igreja Católica<br />

sobre o Sagrado Coração de Jesus,<br />

conhece boas imagens que lhe proporcionam<br />

uma ideia de como Ele<br />

possa ter sido, percebe ser o Coração<br />

de Jesus feito para que todos se<br />

apaixonem por Ele. Porque, como<br />

Nosso Senhor possui todas as perfeições,<br />

todos os homens podem encontrar<br />

n’Ele o seu modelo divino e<br />

a perfeição que gostariam de ter, e de<br />

manter com Ele relações cotidianas.<br />

Então, a pessoa que tem a felicidade<br />

de conhecer a Nosso Senhor<br />

Jesus Cristo, o Qual no trato com<br />

ela a faz notar quanto Ele é o<br />

seu arquétipo, a sua plenitude,<br />

e como o indivíduo que não<br />

O conhece é nada, uma poeira,<br />

aquela pessoa naturalmente<br />

se volta para o Coração<br />

de Jesus com amor<br />

apaixonado.<br />

“O Coração que tanto<br />

amou os homens e por<br />

eles foi tão pouco amado”<br />

Foi o que eu conheci em Dona<br />

Lucilia.<br />

No teto da Igreja do Coração<br />

de Jesus, em São Paulo, está<br />

pintada uma cena de Nosso<br />

Senhor dentro de uma<br />

capelinha, aparecendo<br />

em meio a umas nuvens<br />

sobre o altar, e dirigindo-<br />

-Se para uma freira ajoelhada<br />

aos seus pés, Santa<br />

Margarida Alacoque,<br />

uma camponesa francesa<br />

a qual se fez religiosa e que,<br />

em consequência, tinha uma cultura<br />

e uma inteligência maiores do que<br />

uma camponesa comum.<br />

O Divino Salvador lhe mostra, no<br />

seu peito aberto, o Coração d’Ele,<br />

com um gesto muito bonito, de um<br />

rei ostentando a sua condecoração,<br />

e diz: “Minha filha, eis aí o Coração<br />

que tanto amou os homens e por<br />

eles foi tão pouco amado!”<br />

É a censura que Nosso Senhor<br />

faz, porque Ele ama os homens com<br />

amor infinito, e os homens O amam<br />

tão pouco.<br />

Ao fitar a freira, Ele olha o gênero<br />

humano; Jesus tem pena dela como<br />

tem pena de todos os homens. E<br />

cada pessoa que olhasse para Nosso<br />

Senhor, contemplasse a Alma d’Ele,<br />

teria uma compreensão perfeita de<br />

que o Redentor a ama de tal maneira<br />

a esgotar todo o desejo de ser amado<br />

que num homem possa haver.<br />

Naturalmente isso não é assim<br />

com a amizade terrena, na qual há<br />

Luis C.R. Abreu<br />

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