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COMUNICAÇÕES 238 - MULHERES E TECNOLOGIA O NAMORO QUE ACABARÁ EM CASAMENTO (2021)

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negocios<br />

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ciência operacional. “Entendemos que esta mudança<br />

de paradigma será um enabler para o aumento do investimento<br />

nesta área”, defende Frederico Macias.<br />

Mas, tendo em conta que, “como em qualquer tipologia<br />

de crime, os hackers estão um passo à frente”,<br />

Lino Santos defende ainda que as empresas têm de<br />

saber trabalhar com os concorrentes neste tema. “Os<br />

setores têm de se organizar para partilhar informação<br />

técnica, nomeadamente sobre o modus operandis<br />

dos atacantes e as medidas de proteção. Há já setores,<br />

como a banca, onde a cibersegurança não é vista como<br />

fator de concorrência, mas de crescimento e de confiança<br />

no mercado. Temos de fazer este tipo de construção<br />

nas demais atividades. É isso que estamos a fazer<br />

neste momento”, explica.<br />

Uma das prioridades são os sistemas de controlo<br />

industrial, assim como a área da saúde, onde “os impactos<br />

em termos de um ataque bem-sucedido podem<br />

ser muito grandes”. O CNCS está ainda a trabalhar ao<br />

nível regional, nomeadamente com o Governo Regional<br />

da Madeira, para a criação de um centro de partilha<br />

de informação, tendo agora iniciado um projeto similar<br />

nos Açores.<br />

Outra vertente de reforço no apoio às organizações,<br />

no âmbito do CNCS, será o<br />

projeto de criação de sete<br />

centros de competências<br />

regionais, “estruturas locais<br />

que darão apoio e divulgarão<br />

o nosso portfolio<br />

de serviços, ajudando organizações,<br />

empresas e AP<br />

local a usá-los numa lógica<br />

de proximidade. Temos<br />

consciência de que estamos<br />

em Lisboa e somos<br />

pequeninos. Temos de encontrar<br />

formas mais ágeis de chegar ao Portugal real”,<br />

afirma o gestor, que diz que este projeto também está<br />

inserido no âmbito do PRR.<br />

Como os hackers estão<br />

sempre um passo à frente,<br />

as empresas têm de<br />

partilhar informação para<br />

lutar contra eles<br />

REFORÇO DE COMPETÊNCIAS<br />

Mas o raio de ação do CNCS vai alargar-se ainda mais,<br />

com a aprovação do decreto-lei que regulamenta o Regime<br />

Jurídico da Segurança do Ciberespaço e define as<br />

obrigações em matéria de certificação da cibersegurança.<br />

A proposta, já aprovada pelo Conselho de Ministros<br />

e em consulta pública até 3 de maio, transforma a<br />

entidade responsável pela cibersegurança no mercado<br />

nacional numa Autoridade Nacional de Certificação da<br />

Cibersegurança. Será o CNCS quem ficará responsável<br />

pela criação de um quadro nacional de certificação da<br />

cibersegurança.<br />

A proposta de decreto-lei obriga ainda todas as entidades<br />

da AP, operadores de infraestruturas críticas,<br />

operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços<br />

digitais a notificar à CNCS todos os incidentes,<br />

no prazo de duas horas, assim como a criar pontos de<br />

contacto que deverão operar em permanência. O objetivo<br />

é promover um maior nível de segurança das redes<br />

e dos sistemas de informação.<br />

Com estes novos poderes na certificação em cibersegurança<br />

e tendo em conta que em maio deverá ser<br />

aprovado no contexto europeu “um esquema de certificação<br />

genérico para produtos e serviços de cibersegurança,<br />

que integra imediatamente o quadro de certificação<br />

nacional”, estão criadas as bases para se avançar.<br />

Um dos projetos neste âmbito é a acreditação pelo<br />

CNCS, com o IPAC e o IPQ, de entidades certificadoras<br />

para passarem certificados sobre produtos e serviços<br />

com abrangência europeia.<br />

Está também em preparação<br />

ao nível europeu<br />

um processo de certificação<br />

dos serviços cloud,<br />

que deverá surgir no final<br />

do ano ou em 2022, assim<br />

como dos componentes<br />

para redes 5G. “Há urgência<br />

na produção destes<br />

esquemas de certificação,<br />

que têm validade em<br />

todo o espaço europeu.<br />

É importante termos em<br />

Portugal um conjunto de entidades certificadoras, sob<br />

pena de as nossas empresas e PME terem uma desvantagem<br />

competitiva face aos outros países. Temos<br />

de apostar em esquemas de certificação que servem o<br />

nosso tecido empresarial”, explica, convicto, o Coordenador<br />

do CNCS.<br />

A certificação de empresas relativamente ao seu<br />

grau de conformidade com o Quadro Nacional de Referência<br />

para a Cibersegurança é outro projeto, seguindo<br />

a mesma estratégia que está já a ser implementada na

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