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Samuel Lira<br />
A FÉ É PESSOAL, SÓ DEPENDE DE VOCÊ<br />
Este artigo de opinião foi publicado pelo jornal Diário<br />
de Pernambuco - Recife, no dia 14 de janeiro<br />
de 2011. Porém vive em meu coração até hoje. Fiz alguns<br />
acréscimos. Discorri numa situação a qual estava<br />
em meu carro ouvindo um debate na Rádio Jornal, dirigido<br />
por Geraldo Freire sobre religião, fé, etc. Eram<br />
professores da área querendo explicar sua tese sobre<br />
Jesus, seitas e enriquecimento de determinadas igrejas.<br />
Entre os debatedores estava um pastor, o saudoso<br />
Rogério Justino, (in memorian) querendo dar e responder<br />
perguntas que eram feitas e, ao mesmo tempo,<br />
recheadas de respostas pelos mesmos que as faziam.<br />
O livro de Hebreus, cap. 11, versículo 1. diz: Ora, a fé é<br />
a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas<br />
que não vemos.<br />
A fé é pessoal. Não adianta mostrar através da ciência<br />
ou da história quem foi a primeira igreja ou a primeira<br />
religião. Quando eu tinha nove anos de idade, tive uma<br />
doença chamada coreia e febre reumática. Passei quinze<br />
dias internado no antigo Hospital Neuro, na Avenida<br />
Caxangá. Os médicos diziam a meus pais que eu não<br />
escaparia, já não falava nem me mexia, só fazia escutar<br />
as conversas. Sandália, não levaram. Para quê? Ele não<br />
anda mais. Ouvi alguém falar. As pessoas iam me visitar,<br />
eu as via chorar ao sair. Minhas lágrimas caíam do<br />
rosto. Aí entra a fé. Aos nove anos eu falava com Deus,<br />
pedia a Ele a cura, que me tirasse daquela cama.<br />
Certa noite, senti uma luz entrar naquele quarto e me<br />
levantei. As pessoas diziam que era minha alma andando<br />
pelo corredor do hospital. Estava descalço. Para que<br />
sandália se eu não tinha mais cura? Vi meu pai colocando<br />
uma colher de maçã raspada na minha boca. Eu<br />
trancava os dentes. Dos seus olhos caíam lágrimas, dos<br />
meus também. Mas a fé, esta que muitos perderam de<br />
vista estava forte em meu peito. Fiquei curado da doença.<br />
Tenho o documento do hospital me proibindo de<br />
fazer educação física e que teria que fazer uma cirurgia<br />
no coração, pois eu tinha uma veia entupida.<br />
Olhava os colegas jogando bola, correndo, eu não. Certo<br />
dia, ouvi uma voz, aquela que os doutores tentam<br />
explicar que, simplesmente vem de nosso cérebro desconhecido<br />
“você está curado”. Acredite se quiser, corri<br />
da UR7 Várzea até ao Hospital da Restauração e voltei.<br />
Não precisei fazer a cirurgia, pois segundo o médico,<br />
eu já estava curado. Hoje faz quarenta e seis anos, mas<br />
parece que foi hoje. Que em 2021 continuemos tendo<br />
fé, mesmo com a pandemia que assola o mundo. Acredite<br />
no seu Deus, independente de sua religião. Ele é o<br />
autor da sua fé. Sou testemunha viva de que Cristo vive.<br />
“Vai passar”.<br />
Samuel Lira de Oliveira<br />
Mestre em Educação Religiosa (SEC)<br />
Mestre em Ciências da Linguagem (UNICAP)<br />
Membro das Academias: Camarajibese de Letras, Morenense de<br />
Letras e Artes, Limoeirense de Letras e Artes.<br />
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