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BALCAO Ed 173

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n o <strong>173</strong><br />

ANO XV | MAR/ 2021<br />

Simone Cátia Evelyn<br />

CADERNO BALCONISTA AUTOMOTIVO<br />

ELAS NA LINHA DE FRENTE<br />

Nossa singela homenagem a todas as mulheres da reposição automotiva PÁG. 42<br />

Natally Silvana Renata<br />

ESTAGNAÇÃO OU Em 2020, o PIB sofreu queda de 4,1%,<br />

CRISE ECONÔMICA agravada por conta da pandemia<br />

PÁG. 16<br />

PODCAST BALCÃO Na estreia do nosso programa, Elias Mufarej,<br />

AUTOMOTIVO conselheiro do Sindipeças<br />

PÁG. 6


4<br />

| EDITORIAL<br />

JORNAL BALCÃO AUTOMOTIVO Nº <strong>173</strong> | ANO XV | MARÇO DE 2021<br />

ESTAGNAÇÃO OU CRISE ECONÔMICA,<br />

MAS COM PONTOS QUE FAVORECEM O SETOR DE AUTOPEÇAS; E UMA<br />

HOMENAGEM A TODAS AS MULHERES DA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA<br />

Caros (as) leitores (as), trazemos como reportagem<br />

de capa deste mês que em 2020, o PIB sofreu uma<br />

queda de 4,1%, agravada pela pandemia. Nas palavras<br />

de Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP,<br />

o maior problema em si não é a pandemia, pois o<br />

último ano em que o Brasil cresceu foi em 2013. “Nós<br />

fomos pegos em uma situação bastante fragilizada,<br />

o Brasil tinha as contas públicas frágeis, as empresas<br />

fragilizadas e crescendo muito pouco”.<br />

No entanto, para o professor docente em diversas<br />

disciplinas das áreas de Macroeconomia, Economia<br />

e Finanças Corporativas, da Universidade Cidade de<br />

São Paulo (Unicid), Walter Franco, o cenário poderia<br />

ser pior. “Comparativamente às principais economias<br />

centrais do capitalismo, até que nos saímos muito<br />

bem, com uma queda de apenas 4,1% do PIB em um<br />

ano de pandemia, em função basicamente das ações<br />

do governo e do Banco Central”.<br />

Na avaliação de Luiz Rabi, economista da Serasa<br />

Experian, com a queda do PIB em 2020, nós ficamos<br />

mais pobres como País. “O que significa menos<br />

emprego, menos produção e menos renda”. Para ele,<br />

o cenário é de estagnação. “Se projetarmos o ritmo<br />

de produção até o final do ano, se não produzirmos<br />

nada ou a mesma quantidade de bens e serviços, o PIB<br />

crescerá 3%. Na margem não cresceremos nada neste<br />

ano, a economia está estagnada”.<br />

Mudando de assunto, no mês das mulheres, a<br />

homenagem do Caderno Balconista Automotivo é<br />

para quem faz a diferença nas autopeças. De Norte a<br />

Sul do País, são tantas histórias para contar de quem<br />

venceu em um setor prioritariamente masculino,<br />

chegando até a cargos de coordenadoras e de gerentes<br />

comerciais. Nessa matéria, seis delas compartilham as<br />

suas histórias, vivências, desafios e conquistas.<br />

Nossa homenagem às mulheres da reposição<br />

automotiva: Simone Montiel, da Tropical Peças, de<br />

Cuiabá (MT); Cátia Souza Nogueira, da Jocar, de São<br />

Paulo (SP), Evelyn de Souza Santos, da Fasa Autopeças,<br />

de Curitiba (PR), Natally Grace Pereira de Lima Oliveira<br />

Barros, da Lucena Autopeças, em Recife (PE), Silvana<br />

da Solidade Almondes, da Braskape e Kohara, de São<br />

Paulo (SP), e Renata de Oliveira Grasson, da Auto Peças<br />

Rey Maco Cham, de Bragança Paulista (SP).<br />

Como destaques desta edição, o Balcão Automotivo<br />

deu início à produção de seu podcast. A estreia teve<br />

a participação de Elias Mufarej, diretor do Sindipeças<br />

para o Mercado de Reposição e Fomento à Exportação.<br />

E na live de fechamento de mês, realizada em 25/02,<br />

José Antônio Masteguim, da Jaçacar, Matrocar e<br />

Mastecar Autopeças, da capital paulista e grande São<br />

Paulo, e de Bruno Reginatto, da BL Autopeças, de Novo<br />

Hamburgo (RS) e região.<br />

Para completar todo nosso pacote, a edição<br />

tem os artigos de: Adilson Souza, gerente Comercial<br />

do InfoJobs; Jomar Napoleão, consultor da Carcon<br />

Automotive; e no Caderno Balconista Automotivo<br />

Valtermário de Souza Rodrigues. Ainda, informações<br />

sobre montadoras, dos setores de leves e pesados,<br />

este último com uma matéria sobre novidades DAF<br />

Caminhões, e do Sincopeças São Paulo.<br />

Boa leitura!<br />

O EDITOR<br />

Jornal Balcão Automotivo é uma<br />

publicação mensal, dirigida aos<br />

profissionais automotivos e tem o<br />

objetivo de trazer referências ao<br />

mercado, para melhor conhecimento de<br />

seus profissionais e representantes.<br />

Os anúncios aqui publicados são<br />

de responsabilidade exclusiva dos<br />

anunciantes, inclusive com relação a<br />

preço e qualidade. As matérias assinadas<br />

são de responsabilidade dos autores.<br />

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6 |<br />

TENDÊNCIAS<br />

POR: KARIN FUCHS E SILVIO ROCHA| FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

UMA VOZ<br />

DO MERCADO<br />

Na estreia do podcast do Balcão Automotivo, Elias Mufarej,<br />

entre outros assuntos, faz uma ampla análise do setor,<br />

incluindo a falta de peças e as feiras presenciais previstas<br />

para este ano


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 | 7 | TENDÊNCIAS<br />

O<br />

Balcão Automotivo deu início à produção de seu<br />

podcast. A estreia teve a participação de Elias<br />

Mufarej, diretor do Sindipeças para o Mercado<br />

de Reposição e Fomento à Exportação. Conduzida<br />

pelo editor-chefe Silvio Rocha, o executivo falou sobre<br />

o panorama do mercado, em meio à falta de peças e<br />

insumos, os impactos da saída da Ford no Brasil e sobre<br />

o calendário das principais feiras presenciais do setor,<br />

previstas para este ano.<br />

“Desde fevereiro (deste ano), vemos claramente que<br />

ainda há muitas deficiências em relação à questão de<br />

abastecimento, há muita necessidade de fazer produção<br />

e a falta de insumos tem causado um problema de<br />

deficiência de entregas. Consequentemente, isso irá<br />

afetar os faturamentos das fábricas e dos distribuidores”,<br />

afirmou.<br />

Ainda que os números de 2020 não estejam<br />

fechados, Mufarej comentou que eles foram positivos.<br />

“Foi muito melhor do que esperávamos, o problema é<br />

que aconteceram certos níveis de demanda que agora<br />

não sabemos se eles serão consolidados no decorrer de<br />

2021 ou se foi uma demanda que ocorreu por falta de<br />

materiais e produtos, que podem ter acarretado uma<br />

demanda fictícia. Isso pode distorcer alguns números,<br />

principalmente no começo deste ano”.<br />

Ele acrescentou que aguarda com ansiedade<br />

o resultado de fevereiro. “Ele irá determinar se nós<br />

continuamos crescendo ou se houve uma estabilização,<br />

e em que nível estamos hoje. Uma pergunta que não<br />

se consegue responder é: qual é o nível de carteiras de<br />

produtos que as fábricas têm?”.<br />

Pedidos pendentes – Mufarej contou que na<br />

reunião do Comitê de Reposição, em fevereiro, um dos<br />

distribuidores da região Norte falou que tinha carteiras<br />

de pedidos desde outubro, seus níveis de estoque não<br />

permitiam fazer qualquer alteração aos pedidos em<br />

carteira e que ele desejava deixar os pedidos pendentes<br />

para receber o máximo possível até quando as fábricas<br />

pudessem entregar.<br />

“Este é um exemplo, mas acho que esta é a toada que<br />

acontecerá nos próximos três meses, cada um tentando<br />

preservar a sua carteira de pedidos, de uma forma ou de<br />

outra, e com a expectativa de poder entregar”, analisou.<br />

E também deixou um conselho: “ter o máximo de<br />

cautela e de atenção, e procurar fazer uma triagem muito<br />

importante daquilo que os fabricantes têm de pedidos<br />

e, principalmente, nos pedidos que os distribuidores<br />

têm nos seus fabricantes. Para que em um determinado<br />

momento não haja um choque de receber um número<br />

enorme de pedidos pendentes e não ter um mercado<br />

receptível para absorver essa quantidade de produtos”.<br />

Preços – A combinação falta de insumos, de matériasprimas<br />

e a questão cambial faz com que não haja como<br />

subir os preços de autopeças. “Tem matérias-primas<br />

faltando no mundo inteiro, o Brasil vai sentir isso e terá a<br />

necessidade de se adaptar a essa situação”.<br />

Para quem se precaveu, o cenário é outro. “O juro do<br />

Banco Central (taxa Selic) é muito inferior ao praticado há<br />

cinco ou oito anos, isso também deu um estímulo muito<br />

grande ao setor, no caminho do investimento do estoque.<br />

Deu condições aos distribuidores de porte médio usarem<br />

o dinheiro em seu próprio negócio, consolidando uma<br />

possibilidade de ganho, porque a demanda continuava<br />

alta. Este ano continuará na mesma toada de 2020”.<br />

Segundo ele, haverá altos e baixos, como a<br />

necessidade por tipos de peças que requerem matériasprimas<br />

especiais, como as eletrônicas. “Elas já são uma<br />

grande incógnita pela dependência de matérias-primas<br />

específicas e também do mercado externo. Isso levará a<br />

uma conjuntura em que valerá administração de cada<br />

um”. Ainda de acordo com ele, o setor venceu o seu<br />

grande desafio. “Você não ouviu falar em nenhum veículo<br />

parado nesse momento de pandemia, por não ter peças<br />

adequadas para poder circular”.<br />

Aumento das vendas dos usados – “Se você não<br />

consegue um carro novo em uma condição favorável, ou<br />

você faz a manutenção (do que já tem), ou tenta comprar<br />

um seminovo, que precisa estar muito bem tratado para<br />

ter um preço bom. Isso ajuda de maneira muito expressiva<br />

o mercado de reposição independente e também na<br />

questão da manutenção preventiva. É fundamental para<br />

que o carro rode corretamente e não dê problemas,<br />

principalmente na questão de segurança”.<br />

Saída da Ford do Brasil – “Não posso fazer nenhuma<br />

referência se ela acertou ou errou, o fato é que ela largou<br />

um mercado que já tinha construído ao longo de 100<br />

anos em que estava no Brasil. Agora, ela pagará um<br />

“preço” por essa saída. Na questão de corrosão na marca,<br />

na opinião pública e a questão trabalhista não será fácil<br />

de ser resolvida, mas ela está encaminhada. A saída da<br />

Ford, de uma forma ou de outra, beneficiou as que estão<br />

no mercado. As grandes companhias, provavelmente,<br />

vão pegar essa fatia da Ford com facilidade”.<br />

Para a reposição, Mufarej comentou que a Ford terá<br />

que garantir pelo menos cinco anos de reposição, a<br />

exemplo das suas peças cativas, feitas por ela mesma,<br />

vendendo através das marcas Motorcraft, das peças<br />

originais e da caixa azul. “Ela deve ter aproveitado esse<br />

momento de incerteza, tentando fazer um estoque e<br />

mantê-lo para quem trabalha com a Ford poder sobreviver.<br />

Em contrapartida, existem os próprios fornecedores que<br />

deixaram o site que podem se aproveitar do mercado<br />

de reposição”. Para ele, o mercado de reposição vai sair<br />

beneficiado com isso, sem dúvida nenhuma.<br />

Feiras presenciais – Contato com a Reed Exhibitions<br />

(responsável pela Automec) dentro do Sindipeças,<br />

principalmente na questão institucional e na realização de<br />

Elias Mufarej,<br />

diretor do Sindipeças para o Mercado<br />

de Reposição e Fomento à Exportação<br />

eventos, e na direção do setor de fomento à exportação,<br />

que tem um programa muito ativo com a Agência<br />

Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos<br />

(Apex-Brasil) e que manteve o calendário de feiras para o<br />

segundo semestre, Mufarej comentou:<br />

“Nós estamos sempre dormindo com o dilema:<br />

acontecerão as feiras? Elas se normalizarão no segundo<br />

semestre conforme programado? Eu não posso dar<br />

uma resposta contundente, mas estamos alertas,<br />

acompanhando o que está acontecendo. Temos a certeza<br />

de que sem uma vacinação mundial com um volume<br />

expressivo, de 50% da população vacinada, será muito<br />

difícil que sejam liberadas principalmente as relações<br />

aeronáuticas entre os países”.<br />

Ainda de acordo com ele, “nesse momento a nossa<br />

resposta é que achamos que devem ser realizados os<br />

eventos previstos no segundo semestre, inclusive, há<br />

uma feira que norteará toda essa situação mundial, que<br />

é a Automechanika, em Frankfurt, que foi transferida<br />

de setembro do ano passado para setembro deste ano.<br />

Nós tivemos uma reunião com eles recentemente e eles<br />

afirmaram que realizarão a feira. Mas acho quase que<br />

impossível garantir uma situação sanitária saudável do<br />

jeito que é a feira de Frankfurt”.<br />

Sobre a Automec, transferida de abril deste ano para<br />

este segundo semestre, em novembro, há também uma<br />

grande preocupação em oferecer condições sanitárias<br />

adequadas. “Quando fizemos a transferência da Automec,<br />

conversei bastante com quase todas as multinacionais<br />

que participam do Sindipeças e que têm participação<br />

expressiva na Automec. A resposta de todas foi positiva,<br />

mas sempre pairando uma preocupação, a de dar<br />

condições sanitárias aos participantes e visitantes. É ter a<br />

certeza de que ao visitar um estande o visitante não terá<br />

risco de contaminação. Essa é a nuvem negra que paira<br />

ainda em toda a situação”.


8<br />

FIQUEPORDENTRO<br />

POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

PRÊMIO ALIANÇA CONSAGRA<br />

INDÚSTRIAS QUE MAIS SE<br />

DESTACARAM EM 2020<br />

A Companhia DPaschoal, rede de oficinas automotivas e detentora dos grupos<br />

DPK, AutoZ, Maxxi Training e Fundação <strong>Ed</strong>ucar, reconheceu, durante a 18ª edição<br />

do tradicional Prêmio Aliança, os principais fornecedores, parceiros e clientes da<br />

empresa no ano de 2020. O evento foi promovido exclusivamente em formato<br />

digital e interativo, em resposta às medidas de proteção contra a pandemia de<br />

COVID-19. Ao todo, 300 pessoas participaram da premiação.<br />

CASTROL FAZ PRIMEIRO TESTE<br />

COM EQUIPE LCR HONDA PARA<br />

O MOTO GP 2021<br />

Líder em lubrificantes premium, a Castrol deu o start com a equipe LCR Honda<br />

no Qatar, no sábado (6/3), e realizou o primeiro teste oficial com pilotos e<br />

motos. O novo visual da equipe foi apresentado pelo novo piloto Álex<br />

Márquez, bicampeão mundial. Álex experimentou pela primeira vez a versão<br />

deste ano da RC213V sob os holofotes do Circuito Internacional de Losail,<br />

completando um total de 48 voltas com um melhor tempo de 1 '55.278.<br />

NAKATA SE DESTACA ENTRE AS<br />

MARCAS PREFERIDAS NO RANKING<br />

DE AUTOPEÇAS<br />

A Nakata, líder em componentes para o sistema de suspensão no mercado<br />

de reposição, consolida seu posicionamento no aftermarket automotivo<br />

em mais uma edição da pesquisa Marcas na Oficina, realizada pela Cinau<br />

– Central de Inteligência Automotiva. A marca é uma das mais lembradas<br />

(Share of mind) pelos reparadores na hora das compras, figurando entre<br />

as preferidas dos mais de 1,4 mil profissionais que atuam em oficinas<br />

mecânicas do País.<br />

SEMANA DA MULHER É<br />

COMEMORADA COM INFORMAÇÃO<br />

E TREINAMENTO NA ZM<br />

Em comemoração ao dia da mulher, comemorado em 8 de março, a ZM promoveu<br />

em sua fábrica com sede na cidade de Brusque, em Santa Catarina, uma semana<br />

de treinamento sobre mecânica básica para suas funcionárias. No total foram<br />

210 mulheres divididas em pequenos grupos, do departamento de produção<br />

ao administrativo, que receberam informações sobre manutenção preventiva,<br />

ministradas pelo consultor Técnico da empresa, Cristiano Soares.


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

CLIQUE AQUI E LEIA ESTAS NOTAS NA ÍNTEGRA<br />

NO PORTAL JORNAL BALCÃO AUTOMOTIVO<br />

DELPHI TECHNOLOGIES ORIENTA<br />

SOBRE BICOS INJETORES EM<br />

NOVO VÍDEO NO YOUTUBE<br />

A Delphi Technologies Aftermarket, marca da BorgWarner Inc., traz mais<br />

um conteúdo para reparador e consumidor final em seu canal no YouTube.<br />

O tema abordado na mais recente publicação é a tecnologia exclusiva do<br />

bico injetor aquecido e as aplicações da peça. O vídeo é apresentado por<br />

Lucas Kozma, técnico de Suporte ao Cliente, que destaca ainda que os bicos<br />

injetores aquecidos da marca foram desenvolvidos em Piracicaba (SP).<br />

Confira em: https://www.youtube.com/watch?v=ZeU0gVv_zFU<br />

SKF MASTER FÓRUM<br />

REÚNE LIDERES DA<br />

INDÚSTRIA NACIONAL<br />

A SKF realizou na manhã de 16 de março o SKF Master Forum: Indústria<br />

contribuindo para o futuro. Em formato virtual, o evento teve as<br />

participações de lideranças da indústria brasileira. Sob o tema: Lições<br />

aprendidas com 2020 e como liderar em 2021, o Fórum foi conduzido<br />

pelo mediador Robert Wong. Representando a SKF, o presidente Claudinei<br />

Reche, juntamente com executivos de empresas como Randon, Gerdau e<br />

Votorantim Cimentos.<br />

PETRONAS É A MAIS LEMBRADA<br />

E MAIS CONSUMIDA ENTRE<br />

PROFISSIONAIS DA REPARAÇÃO<br />

CABOVEL APRESENTA<br />

NOVO CABO À REPOSIÇÃO<br />

AUTOMOTIVA<br />

A PETRONAS Lubrificantes Brasil (PLB) foi eleita, de acordo com a pesquisa<br />

“Marcas na Oficina”, da Oficina Brasil, a empresa mais lembrada e mais<br />

consumida pelos profissionais de oficinas na categoria “óleos lubrificantes”.<br />

Foram ouvidos, em dezembro de 2020, mais de 1,4 mil profissionais que<br />

atuam em 53 mil oficinas mecânicas – o número corresponde a 70% dos<br />

estabelecimentos existentes no Brasil.<br />

Pensando em expandir seu já vasto portfólio de produtos, a Cabovel,<br />

a marca do cabo original, lança neste início de ano uma série de itens<br />

que já podem ser encontrados em toda a cadeia de distribuição de<br />

autopeças. O destaque deste mês vai para o cabo de freio para utilitário<br />

Toyota Pitbull 2005 até 2013. Para mais informações, acesse o Instagram<br />

e Facebook da indústria.


10<br />

FIQUEPORDENTRO<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

SCHAEFFLER AMPLIA SEU<br />

PORTFÓLIO DE EMBREAGEM LUK<br />

REPSET COM NOVAS APLICAÇÕES<br />

A Schaeffler – detentora das marcas LuK, INA e FAG – apresentou novas<br />

aplicações para cinco kits de embreagens LuK RepSet e RepSet Pro. Os<br />

lançamentos fazem parte do objetivo da empresa de aumentar a cobertura<br />

de mercado, ampliando o número de modelos de veículos que utilizam as<br />

soluções de reparo com o padrão de qualidade original Schaeffler. Com<br />

as novas aplicações, a empresa passa a atender 80% dos modelos mais<br />

vendidos no País.<br />

BORGWARNER ACELERA O<br />

USO DE IMPRESSÃO 3D PARA<br />

VALIDAR PROTÓTIPOS<br />

A BorgWarner está ampliando o uso de protótipos impressos em 3D para testes<br />

de montagem a fim de agilizar os processos e otimizar as linhas de produção<br />

existentes. Por meio da impressão 3D, as equipes de engenharia e manufatura<br />

podem avaliar mais prontamente o produto em cada estágio e realizar com mais<br />

eficiência os ajustes necessários para atender às necessidades de montagem e/<br />

ou design da peça antes de entrar na linha de produção.<br />

MONROE COMEMORA DIA<br />

INTERNACIONAL DA MULHER EM<br />

LIVE COM MICHELLE DE JESUS<br />

ZF INTENSIFICA FOCO EM<br />

DIVERSIDADE E INCLUSÃO<br />

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Monroe, líder mundial no<br />

desenvolvimento e fabricação de amortecedores, realizou uma live com a<br />

influenciadora, pilota e apresentadora Michelle de Jesus, na noite de 8 de<br />

março. Na oportunidade, Estela Pacheco, supervisora de Marketing da<br />

Monroe, conduziu o bate-papo abordando a trajetória da Michelle de Jesus<br />

no setor automotivo.<br />

YouTube (https://www.youtube.com/c/MonroeBrasil/featured)<br />

(https://www.youtube.com/c/MonroeAxios/featured)<br />

A transformação na indústria automotiva e os aprendizados de um ano<br />

pandêmico desafiador são fortes indicadores da importância de equipes<br />

altamente diversificadas e inclusivas e seu impacto na inovação de longo<br />

prazo, na satisfação dos funcionários e no sucesso dos negócios. Neste<br />

contexto, a ZF reforça seu compromisso com a Diversidade por meio<br />

de novos Indicadores de Desempenho e uma abordagem global para<br />

Diversidade e Inclusão.


12 FIQUEPORDENTRO<br />

PROJETO ELAS EXIBE CURTA-METRAGENS<br />

SOBRE MULHERES DE DESTAQUE<br />

MULHERES AJUDAM A<br />

CONSTRUIR O SUCESSO<br />

DA TECFIL<br />

Mulheres que brilham no setor automotivo compartilharão suas histórias em<br />

três curta-metragens que serão veiculados nas redes sociais da Hipper Freios,<br />

em março. Com o projeto ELAS, a empresa também firma seu compromisso<br />

com um mundo mais justo, com oportunidades e reconhecimento iguais<br />

para todos. O início acontece no 8 de março, Dia Internacional da Mulher,<br />

com o filme de Helena Deyama e seus 26 anos de automobilismo.<br />

Acesse: youtube.com/hipperfreios<br />

A Tecfil alcançou o posto de uma das principais indústrias nacionais, graças a<br />

uma trajetória de investimentos em tecnologia e principalmente em pessoas,<br />

na qual as mulheres dão uma valorosa contribuição, hoje são mais de 30% do<br />

quadro de colaboradores. Nos níveis gerenciais, elas estão em áreas como a<br />

Comercial, de RH, Jurídica, de Qualidade, Planejamento e Controle de Produção<br />

e Fiscal, ocupando mais de 20% dos cargos de gestão.<br />

COFAP LANÇA MAIS 19<br />

CÓDIGOS DE BANDEJAS DE<br />

SUSPENSÃO COM PIVÔ<br />

A Cofap expande seu portfólio a sistemas de suspensão com o lançamento<br />

de bandejas com pivôs. A marca disponibiliza o componente para o<br />

mercado reparador em duas configurações, com e sem pivô. O lançamento<br />

traz 19 novos códigos, que chegam para equipar modelos Citroën, Fiat,<br />

Honda, Peugeot e Volkswagen. Ao todo, a linha de bandejas de suspensão<br />

da Cofap, com e sem pivô, tem cerca de 300 códigos, com cobertura de<br />

90% da frota do País.<br />

AMPRI COMPLETA 23 ANOS EM<br />

2021 E COMEMORA EVOLUÇÃO<br />

Comemorando 23 anos, a Ampri, indústria especializada na fabricação de<br />

peças automotivas do sistema de direção e 100% brasileira, sediada desde<br />

a sua fundação na cidade de Guarulhos, em São Paulo, vem a cada ano<br />

conquistando mais espaço no mercado, desenvolvendo novos produtos,<br />

investindo em equipamentos de última geração (já com iniciativas de indústria<br />

4.0) e buscando sempre estar próxima de seus clientes, os reparadores.


14<br />

FIQUEPORDENTRO<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

SAMPEL PREMIA MECÂNICOS E<br />

BALCONISTAS<br />

A Sampel lançou a promoção SUPER PRÊMIOS para mecânicos e balconistas.<br />

Para participar, é necessário se cadastrar no site da Sampel, seguir o perfil<br />

da empresa no Instagram e Facebook, e fazer o cadastro na plataforma.<br />

Os sorteios ocorrem ao final de cada mês, durante 5 meses consecutivos.<br />

Os prêmios serão 5 carrinhos de ferramentas e 5 celulares Samsung. Serão<br />

sorteados um mecânico e um balconista por mês.<br />

Cadastre-se no site: www.sampel.com.br / Tecnologia: Busca na Rede<br />

VALEO ANUNCIA MAURO DIAS<br />

COMO PRESIDENTE PARA A<br />

AMÉRICA DO SUL<br />

A Valeo anuncia Mauro Dias como novo presidente para a América do<br />

Sul. Formado em Administração, com especializações em controladoria e<br />

administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Dias é diplomado<br />

em Alta Gestão pelo Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de<br />

Monterrey, no México. Há 18 anos na Valeo, o executivo é ex-diretor geral da<br />

planta de Interlagos e de Campinas, além de ter atuado por 12 anos como<br />

financial controller.<br />

SINDIPEÇAS PROMOVE<br />

DISCUSSÃO SOBRE O SETOR DE<br />

AUTOPEÇAS<br />

O 2º Encontro da Indústria de Autopeças, evento on-line que ocorre dia<br />

5 de abril, vai reunir especialistas brasileiros e estrangeiros e líderes de<br />

empresas do setor para conversar sobre os caminhos que as autopeças<br />

brasileiras devem traçar para ser cada vez mais competitivas e integradas<br />

ao mercado internacional e acompanhar os desafios e as oportunidades das<br />

transformações da indústria 4.0.<br />

Acesse: https://www.sindipecas.org.br/area-atuacao/?a=2-encontro-daindustria-de-autopecas<br />

SERRAF CHEGA AOS 29 ANOS<br />

COM NOVAS LOJAS E FORTE<br />

PRESENÇA NO ESTADO DE SP<br />

Fundada em 1992, no bairro de Campos Elíseos, na cidade de São Paulo,<br />

por Julio Serra Filho, a Serraf chega em 2021 como uma das principais<br />

distribuidoras de autopeças do mercado de reposição do estado. “Como todo<br />

começo de empresa, não foi fácil. No primeiro ano, contei com a ajuda de<br />

amigos e parceiros que me forneciam caixas de peças vazias para aparentar<br />

que tínhamos um grande estoque na loja”, relembra Serra Filho.


16 |<br />

CAPA<br />

O QUE ESPERAR DE 2021<br />

Estagnação ou crise econômica,<br />

mas com pontos que favorecem<br />

o setor de autopeças<br />

m 2020, o PIB sofreu uma queda de 4,1%, agravada pela pandemia. Nas palavras de<br />

Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, o maior problema em si não é a<br />

pandemia, pois o último ano em que o Brasil cresceu foi em 2013. “Nós fomos pegos em<br />

uma situação bastante fragilizada, o Brasil tinha as contas públicas frágeis, as empresas<br />

fragilizadas e crescendo muito pouco. É uma baita onda que pegou dois surfistas: um<br />

Eque estava morto de cansado e outro que tinha acabado de entrar no mar”.


17<br />

CAPA<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

Fábio Pina,<br />

assessor econômico da FecomercioSP<br />

Como em qualquer recessão, Pina diz que a perda<br />

maior é de conforto e do bem-estar, reflexo da perda<br />

dos empregos e nas reduções dos rendimentos.<br />

“Portanto, as pessoas consomem menos serviços e bens<br />

e tem o problema social, o estar desempregado ou ter<br />

receio de ficar desempregado. A falta de perspectivas é<br />

sempre ruim”. E mesmo que o PIB cresça 3,1%, conforme<br />

projetado pelo Boletim Focus, do Banco Central,<br />

vivemos na chamada década perdida, explica Pina.<br />

“Se o PIB crescer 3% neste ano e pelo menos 2%,<br />

em média, em 2022 e 2023, no final de 2023 nós<br />

voltaremos ao patamar de 2013. Já faz sete ou oito<br />

anos que não chegamos em um pico de crescimento,<br />

essa é a verdadeira década perdida. Também já foram<br />

consideradas outras épocas ruins, pela perda da renda<br />

per capita. Desde 2013, o brasileiro está mais pobre”.<br />

Para o professor docente em diversas disciplinas<br />

das áreas de Macroeconomia, Economia e Finanças<br />

Corporativas, da Universidade Cidade de São Paulo<br />

(Unicid), Walter Franco, o cenário poderia ser pior.<br />

“Comparativamente às principais economias centrais do<br />

capitalismo, até que nos saímos muito bem, com uma<br />

queda de apenas 4,1% do PIB em um ano de pandemia,<br />

em função basicamente das ações do governo e do<br />

Banco Central com o auxílio emergencial, linhas de<br />

crédito e no aumento significativo do crédito dado pelo<br />

sistema financeiro às empresas”.<br />

Segundo ele, 2021 será também um ano complexo.<br />

“Podemos viver em um momento de crise econômica<br />

ou de recessão, tecnicamente falando, causada pela<br />

pandemia da Covid-19. Antes dela, foram três anos<br />

com crescimento econômico, mas vínhamos em um<br />

processo ruim, muito aquém do potencial do Brasil,<br />

com enormes problemas na questão do desemprego,<br />

da incapacidade de gerar riqueza na velocidade que o<br />

País precisa e com uma renda média ainda muito ruim.<br />

Tem uma série de restrições que vínhamos tendo, mas<br />

era crescimento. Essa reversão se deu pela pandemia”.<br />

E por diversos fatores, o Brasil perdeu três posições<br />

no ranking global entre as maiores economias mundiais.<br />

Agora, ocupa a 12ª colocação. “Nós caímos por uma<br />

série de razões, entre elas, pelo período de quase dez<br />

anos com crescimentos muito baixos ou quedas do<br />

PIB. Infelizmente, as quedas têm sido maiores do que<br />

os crescimentos. E também porque o ranking é medido<br />

em dólar e tivemos uma grande desvalorização cambial<br />

em 2020”.<br />

O professor comenta também sobre a vacinação<br />

e medidas governamentais. “Nós temos um histórico<br />

positivo de vacinação no Brasil, o que é uma<br />

característica da nossa sociedade, e eu estou confiante<br />

na capacidade da nossa logística de resolvermos isso.<br />

Claro que com todas as dificuldades para imunizar 213<br />

milhões de habitantes. O segundo é a aprovação da PEC<br />

Emergencial para dar pelo menos uma ajuda financeira<br />

a quem precisa, um pouco mais selecionado do que foi<br />

em 2020, para atacar a pobreza extrema”.<br />

A PEC Emergencial foi aprovada pelo Senado no<br />

início de março e permite ao governo federal pagar<br />

um novo auxílio emergencial aos mais vulneráveis, com<br />

R$44 bilhões por fora do teto de gastos.<br />

Estagnação<br />

Na avaliação de Luiz Rabi, economista da Serasa<br />

Experian, com a queda do PIB em 2020, nós ficamos mais<br />

pobres como País. “O que significa menos emprego,<br />

menos produção e menos renda”. Para ele, o cenário é<br />

de estagnação. “Se projetarmos o ritmo de produção até<br />

o final do ano, se não produzirmos nada ou a mesma<br />

quantidade de bens e serviços, o PIB crescerá 3%. Na<br />

margem não cresceremos nada neste ano, a economia<br />

está estagnada”.<br />

Walter Franco,<br />

professor das áreas de<br />

Macroeconomia, Economia e Finanças<br />

Corporativas, da Universidade Cidade<br />

de São Paulo (Unicid)<br />

Ele explica que em 2020 houve um tombo do PIB<br />

com a pandemia. “Ele afundou no segundo trimestre e


18 |<br />

CAPA<br />

O QUE ESPERAR DE 2021<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

no final do ano, meio que voltou ao patamar que estava<br />

antes da pandemia. Mas tem uma barrigada em 2020,<br />

fez um U, caiu e voltou. Se projetarmos horizontalmente<br />

para 2021, não haverá crescimento, ou seja, nada do<br />

que a recuperação no segundo semestre de 2020, pois<br />

se somar os pontos tudo o que foi produzido em um<br />

determinado ano já dá 3% de crescimento do PIB, que<br />

é o que eu projeto para este ano”.<br />

Ainda de acordo com ele, “a produção industrial,<br />

as vendas no varejo até dezembro, será mais ou<br />

menos a mesma que em 2020, não vai ter nenhum<br />

crescimento positivo e se tiver será pequeno. Nós<br />

estamos praticamente numa estagnação econômica.<br />

Além disso, devemos ter uma queda do PIB no primeiro<br />

trimestre, ainda mais agora com as restrições”.<br />

Medidas<br />

Como lição de casa, o professor Franco defende a<br />

necessidade de reformas microeconômicas. “Poucos<br />

falam sobre isso no Brasil, mas eu diria que as macros já<br />

estão basicamente equacionadas, não tem problemas<br />

de inflação, de taxa de juros e nem no câmbio, que<br />

flutua normalmente, e o Banco Central trabalhando<br />

de forma independente. O que existe é a necessidade<br />

de micro reformas, administrativa, fiscal, cuidar de<br />

logística, reduzir o Custo Brasil e tudo o que possa<br />

atrair investidor para o Brasil e gerar emprego. Sem<br />

gerar emprego é muito difícil pensar em crescimento<br />

econômico”.<br />

Pina defende um choque de eficiência no País. “A<br />

proposta momentânea liberal é muito ruim, pois está<br />

reforçando uma ideia que não dá certo há 40 ou 50 anos,<br />

que é o Estado grande, ainda mais em um país que tem<br />

grandes dificuldades. A arrecadação é de 36% a 37% do<br />

PIB e o déficit é de 2% a 3%, ou seja, o Estado é 40% do<br />

PIB, que é o que ele gasta e não sobra nada para investir.<br />

Com esse dinheiro, as empresas teriam um investimento<br />

melhor. Claro que não dá para acabar com todos os<br />

impostos, mas há países com a mesma renda per capita<br />

que a nossa e que crescem mais e têm menos injustiças.<br />

Eles têm uma carga tributária menor, isso significa que dá<br />

para fazer melhor do que estamos fazendo”.<br />

Segundo ele, em alguns setores o Estado tem que<br />

ser mais forte, “veja o colapso da segurança pública”,<br />

mas não em todos. “A Federação (FecomercioSP) tem<br />

Luiz Rabi,<br />

economista da Serasa Experian


20 |<br />

CAPA<br />

O QUE ESPERAR DE 2021<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

um projeto chamado de Estado Ideal, que não é o<br />

estado mínimo nem o máximo. Temos que falar para<br />

a sociedade: podemos ter um estado com 40% do<br />

PIB, se acham que o Estado grande é o ideal. Porém,<br />

temos que lembrá-los que dessa forma não haverá<br />

crescimento econômico”.<br />

Nesse sentido, Rabi coloca que além de resolver a<br />

crise sanitária é preciso que as reformas sejam feitas<br />

e as privatizações. “Ainda mais agora, com o Lula<br />

entrando no tabuleiro eleitoral, o risco de ter uma<br />

polarização aumentou, e ele vem com todo o discurso<br />

intervencionista de Estado provedor e indutor do<br />

crescimento, o que sabemos que não funciona”.<br />

O contraponto disso, diz ele, é avançar mais<br />

rapidamente nas reformas liberalizantes, ou seja, acelerar<br />

as privatizações, a tramitação da reforma tributária e da<br />

reforma administrativa. “De tudo que de alguma forma<br />

tente diminuir a participação do Estado ou o grau<br />

de intervencionismo, ou a burocracia para destravar<br />

justamente a questão dos investimentos privados, o<br />

que no fundo gera o movimento econômico: aumento<br />

dos investimentos e produtividade. Essa é a receita para<br />

retomar o crescimento”.<br />

Varejo<br />

A FecomercioSP atua em várias frentes. “Participamos<br />

ativamente do Pronampe (linha de crédito especial<br />

para ajudar micro e pequenas empresas), do auxílio<br />

emergencial”, como também da MP que permitiu<br />

reduções de jornada e salário e suspensão de contrato.<br />

“No comércio, 98% das empresas são de pequeno<br />

porte, tem que pensar nelas, e nós participamos junto<br />

a outros no desenho do que pode ser feito. Estamos<br />

batalhando para segurar o ICMS (aumento). Não é o<br />

momento de aumentar os impostos, tem uma série de<br />

coisas que fazemos no nosso dia a dia”.<br />

Ele comenta que não há uma fórmula única para<br />

ajudar o varejo. “Temos vários tutoriais e webinares<br />

explicando como formar preço, por exemplo, mas<br />

o problema vai além. Tem empresas que são pouco<br />

profissionalizadas e essa ajuda, ajuda mesmo, mas<br />

tem outras que têm outras demandas. O fato que<br />

“Podemos viver em<br />

um momento de crise<br />

econômica ou de recessão,<br />

tecnicamente falando,<br />

causada pela pandemia da<br />

Covid-19. Antes dela, foram<br />

três anos com crescimento<br />

econômico, mas vínhamos<br />

em um processo ruim,<br />

muito aquém do potencial<br />

do Brasil, com enormes<br />

problemas na questão<br />

do desemprego, da<br />

incapacidade de gerar<br />

riqueza na velocidade que<br />

o País precisa e com uma<br />

renda média ainda muito<br />

ruim. Tem uma série de<br />

restrições que vínhamos<br />

tendo, mas era crescimento.<br />

Essa reversão se deu pela<br />

pandemia”.<br />

WALTER FRANCO,<br />

professor das áreas de Macroeconomia,<br />

Economia e Finanças Corporativas, da<br />

Universidade Cidade de São Paulo (Unicid)<br />

mesmo fazendo tudo isso, o consumidor não entra na<br />

loja porque não tem renda. A Federação pode estar<br />

diariamente, como estamos, tentando melhorar o<br />

ambiente de negócio, que não é só tributo, mas sim,<br />

a reforma administrativa, que é a mais importante<br />

de todas porque determinamos qual Estado nós<br />

queremos para depois determinar o quanto ele custa.<br />

Um país que está sem crescer, não gera mais renda e<br />

não consegue evoluir o consumo, e o que cobra mais<br />

tributos, consome menos”, expõe Pina.<br />

De maneira geral, Rabi, avalia que os impactos para<br />

os varejos são negativos. “Quanto mais prolongarem as<br />

restrições, mais o varejo será impactado, principalmente<br />

o varejo chamado de não essencial, embora o varejo<br />

como um todo não tenha ido bem em 2020, alguns<br />

setores conseguiram não cair tanto como outros. Neste<br />

ano está muito parecido, as pessoas vão priorizar gastos<br />

mais essenciais. Toda a parte de serviços que absorvia<br />

uma parcela da renda das pessoas, toda ela será<br />

deslocada para setores mais essenciais”.<br />

Em especial autopeças, ele analisa que um dos<br />

pontos a favor é a postergação da troca do veículo por<br />

um novo ou da compra de mais um veículo pela mesma<br />

família. “O grau de incerteza e insegurança é muito<br />

grande. Isso gera demanda no mercado de reposição<br />

e isso deve continuar. Não sabemos o que acontecerá<br />

com o emprego e vai começar a subir a taxa de juros<br />

e, consequentemente, o custo de financiamento. A<br />

inadimplência também subirá e os bancos terão que<br />

repassar isso para os custos dos financiamentos, além<br />

do aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido<br />

e da PEC Emergencial. Tudo isso é custo financeiro que<br />

os bancos vão repassar nas suas linhas de crédito; mais<br />

um estímulo para o mercado de usados e para o de<br />

autopeças”.<br />

Estudioso do varejo, inclusive em linhas de trabalho<br />

na Unicid, o professor Franco prevê que este ano<br />

será desafiador para o varejo. “Não haverá o auxílio<br />

emergencial do tamanho e magnitude que teve em<br />

2020, ao mesmo tempo, o varejo aprendeu com a<br />

pandemia e está mais enxuto, mais organizado e mais<br />

cuidadoso. É um ano para ele continuar a se modernizar,<br />

o que exigirá investimento em tecnologia, maximização<br />

de resultados, redução de custos e despesas, pois como<br />

eu disse anteriormente tem a questão do desemprego,<br />

da renda e os juros na ponta. A Selic a 2% ao ano<br />

não significa que os juros de financiamento sejam<br />

os mesmos. Ainda tem um trabalho para ser feito no<br />

crédito para que o consumidor consiga adquirir bens a<br />

juros mais baratos”, conclui.


LINHA COMPLETA<br />

PARA AS SITUAÇÕES<br />

MAIS EXIGENTES<br />

Amortecedores<br />

Transmissões<br />

Barramentos<br />

Pastilhas de Freio


22<br />

FIQUEPORDENTRO<br />

MONTADORAS<br />

POR: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

NOVA ATUALIZAÇÃO DE<br />

SOFTWARE CHEGA PARA MAIS DE<br />

UM MILHÃO DE VEÍCULOS BMW<br />

71 anos da Kombi: ícone da VW é<br />

um dos clássicos mais procurados<br />

na OLX<br />

Ícone da Volkswagen ao lado do Fusca, e testemunha histórica da indústria automobilística<br />

mundial, a Kombi celebrou, na segunda-feira, 8/03, 71 anos desde o início de sua produção<br />

em Wolfsburg, na Alemanha. Para se ter uma ideia, a Kombi conta com uma crescente<br />

legião de admiradores. E isso fica mais evidente graças à audiência que o modelo possui na<br />

OLX, maior plataforma de compra e venda de automóveis do País.<br />

Mais de um milhão de veículos em todo o mundo receberão a versão<br />

mais recente do BMW Operating System 7 (versão 11/20), estabelecendo<br />

outro novo recorde para a maior campanha de atualização over-the-air já<br />

realizada por um fabricante europeu. No mercado brasileiro, a atualização da<br />

funcionalidade BMW M Laptimer já está disponível. Mais de 5.200 veículos<br />

serão modernizados com a nova versão dessa funcionalidade.<br />

Compradores do Novo NISSAN<br />

KICKS poderão personalizar<br />

carros com seis acessórios<br />

exclusivos<br />

TOYOTA do Brasil lança novo<br />

Corolla Cross<br />

A Toyota do Brasil lança o novo Corolla Cross, inaugurando uma nova etapa na<br />

história de sucesso da marca japonesa no País. Em mais de 50 anos, o nome<br />

Corolla se tornou referência de qualidade, durabilidade e confiabilidade.<br />

Agora, o Corolla escreve um novo capítulo em sua trajetória, além do sedã ele<br />

se transforma em um SUV, um dos segmentos que mais cresce globalmente e<br />

também no Brasil.<br />

Além de um desenho renovado e ainda mais bonito, com mais equipamentos<br />

de série, de segurança e de conforto, o Novo Nissan Kicks permitirá aos<br />

proprietários a personalização com seis novos itens dos Acessórios Nissan.<br />

Estarão disponíveis nas revendas de todo o País junto com o veículo, que<br />

começa a ser vendido a partir da semana que vem, e se somam às outras opções<br />

para o modelo, totalizando mais 30 itens.


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

CLIQUE AQUI E LEIA ESTAS NOTAS NA ÍNTEGRA<br />

NO PORTAL JORNAL BALCÃO AUTOMOTIVO<br />

VOLVO CARS será totalmente<br />

elétrica até 2030<br />

Com o compromisso de tornar-se líder no mercado de carros elétricos<br />

premium, a Volvo Cars planeja tornar-se uma empresa de automóveis<br />

totalmente elétricos até 2030. “Não há futuro em longo prazo para carros<br />

com motor de combustão interna”, disse Henrik Green, vice-presidente<br />

sênior de tecnologia da Volvo Cars. “Estamos comprometidos em nos<br />

tornarmos um fabricante de veículos exclusivamente elétricos e a transição<br />

deve acontecer até 2030”.<br />

HONDA inicia vendas do sedã<br />

de luxo Legend com a nova<br />

tecnologia Honda SENSING Elite<br />

A Honda Motor Co., Ltd. deu início às vendas no Japão, na modalidade<br />

Leasing, em 5 de março de 2021, do novo modelo Honda Legend equipado<br />

com a tecnologia Honda SENSING Elite. Empenhada em concretizar<br />

uma sociedade livre de acidentes de trânsito, com base em seu slogan<br />

"Segurança para todos", a Honda está há muito tempo na vanguarda global<br />

da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de segurança.<br />

RENAULT CAPTUR ganha<br />

multimídia receiver com<br />

moldura exclusiva da Pioneer<br />

A Pioneer do Brasil, líder mundial no segmento de som automotivo, recentemente<br />

ampliou a sua linha de multimídias receivers com moldura, desenvolvida para agregar<br />

sofisticação e tecnologia aos principais modelos de veículos do mercado. Agora, é o<br />

Renault Captur, o SUV da Renault, que passa a contar com uma multimídia receiver<br />

emoldurada de forma personalizada, considerando as dimensões do veículo.<br />

MINI anuncia pré-venda de<br />

versão elétrica no Brasil<br />

A marca sexagenária traz ao Brasil o modelo premium compacto, reforçando seu<br />

design, mantendo um estilo com menor volume exterior, mas trazendo o maior espaço<br />

interno do segmento premium em sua categoria: uma opção ideal para os grandes<br />

centros urbanos. Todas estas características foram pensadas no desenvolvimento do<br />

modelo elétrico que não perdeu espaço de pernas ou volume de porta-malas para<br />

receber as baterias de alta voltagem.


26 |<br />

VAREJO<br />

| POR: KARIN FUCHS E SILVIO ROCHA| FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

VAREJO AVALIA<br />

SEGUNDO MÊS DE 2021<br />

O cenário é otimista e deverá continuar ao<br />

longo do ano, apesar das incertezas sobre o<br />

abastecimento de peças<br />

Asegunda temporada de lives do Balcão Automotivo<br />

começou em janeiro. Mensalmente, os varejistas vão<br />

avaliar o desempenho de 2021, sempre na última<br />

quinta-feira do mês. Na primeira delas, participaram Roberto<br />

Rocha, da Rocha Autopeças, e César Naves, da Jaicar. Eles<br />

fizeram um balanço de janeiro. Na segunda, foi a vez de<br />

José Antônio Masteguim, da Jaçacar, Matrocar e Mastecar<br />

Autopeças, da capital paulista e grande São Paulo, e de Bruno<br />

Reginatto, da BL Autopeças, de Novo Hamburgo (RS) e região.<br />

Ambos apresentaram resultados positivos no primeiro<br />

bimestre do ano e relataram comportamentos que se<br />

repetiram desde 2020, como a falta de peças e aumento de<br />

preços dos produtos. Na BL Autopeças, que além da matriz<br />

tem três filiais e duas franquias, Reginatto conta que para eles<br />

o ano começou praticamente na segunda semana de janeiro.<br />

“Nós demos férias coletivas na matriz e nas nossas<br />

três filiais, e passamos por uma reforma na loja de Novo<br />

Hamburgo, retomamos em janeiro, o comércio estava mais<br />

flexível, e como estávamos voltando de férias, nós estávamos<br />

em um ritmo diferente, mais devagar na primeira semana<br />

de janeiro. Também trabalhamos na segunda e terça de<br />

Carnaval e foi surpreendente. Os clientes tinham bastante<br />

coisas agendadas e nos favoreceu, tivemos uma venda boa<br />

nesse período de Carnaval, que habitualmente estávamos<br />

fechados”.<br />

Para Masteguim, o mercado está excelente. “Iniciamos<br />

janeiro bem, inclusive com crescimento acima de dezembro.<br />

Fevereiro também, entre 2% e 3% acima de janeiro. O setor<br />

vem muito bem, está bastante comprador, mas estamos<br />

sofrendo por falta de mercadorias. Nós estamos em um ritmo<br />

normal, não podemos falar que o mercado está ruim, ele está<br />

excelente”.<br />

Falta de peças<br />

Em números, Masteguim mostrou em que proporção<br />

está a falta de peças. De um montante que equivale a 16% do<br />

que é cotado em itens, na hora da entrega, 6% ou 7% não são<br />

entregues. “Essa conta totaliza quase 25% do que precisamos<br />

e o mercado não tem”, afirmou. A política deles sempre foi<br />

trabalhar com produtos de primeira linha e ter sempre uma<br />

opção um pouco mais em conta.


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

27 |<br />

VAREJO<br />

José Antônio Masteguim,<br />

da Jaçacar, Matrocar e Mastecar<br />

Autopeças, da capital paulista e<br />

grande São Paulo<br />

“Hoje, o problema maior está em cima das grandes<br />

marcas, pois as pequenas se viram de uma forma ou de<br />

outra. O que tem que fazer é procurar ter a primeira linha e<br />

colocamos agora uma intermediária que seria uma primeira<br />

linha, mas não é a mais vendida, e temos a linha mais de<br />

combate, de forma que estamos tentando suprir o mercado”.<br />

Ele explicou que a vantagem da linha intermediária é por ser<br />

de uma fábrica conceituada.<br />

Outra medida adotada é a alocação do estoque entre<br />

as lojas. “Uma vantagem que temos é que as lojas são mais<br />

próximas, com isso, conseguimos atender até de imediato<br />

uma necessidade mais recente”. Porém, acrescentou ele,<br />

“nós temos tido muitos problemas com mercadorias e os<br />

preços estão absurdos, coisas que antigamente o aumento<br />

era de até 5%, hoje chega até 15%, isso acaba dificultando a<br />

reposição para a gente”.<br />

Alocação de estoque entre as lojas também é uma prática<br />

adotada na BL Autopeças. “Durante a pandemia e até agora<br />

temos usado bastante a alocação do estoque entre as lojas.<br />

Nós temos as curvas de vendas de cada uma e a partir delas<br />

fazemos esse abastecimento das outras. Assim, nós vamos<br />

jogando com o nosso próprio estoque, além de contar com<br />

outros fornecedores”, disse Reginatto.<br />

Ele contou que o que aconteceu em 2020 está se<br />

repetindo. “Às vezes falta um produto A, uma marca que<br />

o nosso cliente está habituado e que nós trabalhamos, e<br />

acabamos por optar em trocar a marca, recorrer a outra linha<br />

ou até de faltar totalmente. No Sul estamos reféns de um<br />

número limitado de fornecedores e quando falta o nosso<br />

pedido, a gente fica sem e demora para repormos. Às vezes<br />

um pedido de São Paulo demora duas semanas e até chega<br />

incompleto”.<br />

Um dos motivos, disse ele: “por serem indústrias e não<br />

entrarem como comércio essencial durante a pandemia,<br />

elas ficaram 30, 40 e até 50 dias sem poder abrir. E como vai<br />

retomar essa produção? Quanto tempo não demora para<br />

retomar? Entendemos o lado dos nossos fornecedores, que<br />

estão sofrendo também”.<br />

Reabastecimento<br />

Em conversas com o mercado, Masteguim contou que<br />

não há previsão precisa sobre a retomada do abastecimento.<br />

“A gente tem conversado bastante no mercado,<br />

praticamente o pessoal não tem muito o que informar, o que<br />

eles dizem é que aguardam as fábricas. Em conversas com<br />

as distribuidoras, a expectativa é que será mais para o final<br />

do ano. Até as montadoras estão desabastecidas. Estão todos<br />

carentes de mercadoria, às vezes a entrega é para 180 dias”.<br />

E se antes a média era de dez promotores que os<br />

visitavam por semana, agora, é de um ou dois, a cada duas<br />

ou três semanas. “Praticamente, eles não estão rodando<br />

o mercado. Para nós não é tão importante, pois o nosso<br />

negócio de compras é com os distribuidores. Não são os<br />

promotores que viabilizam as vendas para nós, mas estamos<br />

recebendo-os”.<br />

O mesmo cenário é visto por Reginatto. “O pessoal<br />

não está na rua, eles estão optando mais por ligações,<br />

Skype, WhatsApp e por e-mail. Os mais tradicionais, que<br />

habitualmente nos visitam, continuam, mas aquele assédio<br />

que havia antes de distribuidores ligando toda hora, e de uma<br />

marca nova, esse pessoal deu uma arrefecida no mercado<br />

agora, desde que a restrição começou”.<br />

Sobre reabastecimento, ele avaliou que assim como em<br />

outros países sofrem com o mesmo problema, em um País<br />

com dimensões continentais como o Brasil não tem como<br />

alguém acertar um prazo. “Nem tentamos procurar muito<br />

(por uma resposta). Vamos nos virando com o que tem,<br />

olhando para o panorama de hoje e buscando as melhores<br />

soluções para os problemas”.<br />

Lucratividade<br />

Para manterem os negócios lucrativos, eles deram<br />

algumas dicas. A começar por Reginatto. “O que fizemos em<br />

2020 e estamos fazendo constantemente na empresa é focar<br />

em nós, ver os pontos que podemos melhorar. Não focar<br />

no concorrente, mas sim na sua especialidade e criar uma<br />

experiência nova para o seu cliente. A questão de entrega<br />

nos ajuda muito, até brincamos aqui nas lojas que quando o<br />

cliente desliga o telefone o motoqueiro já tem que buzinar<br />

na porta da oficina ou do auto center, tentamos ser o mais<br />

rápido possível”.<br />

Ainda de acordo com ele, “em função do novo decreto,<br />

limitamos o acesso à loja e estamos focando bastante para<br />

que não venham tanto à nossa loja, mas que usem o nosso<br />

tele-entrega. Temos isso para ajudar os nossos clientes, é um<br />

custo a mais, mas facilita muito a vida dos nossos clientes e<br />

pretendemos mantê-lo”.<br />

A mesma dica deu Masteguim. “Trabalhar muito<br />

fortemente com a entrega. O mecânico compra e quer a<br />

mercadoria na hora, motoqueiro é primordial, é um dos<br />

maiores custos que a loja tem, mas é um mal necessário,<br />

digamos assim”. E uma orientação que ele deu para os<br />

varejos menores é ter muito cuidado com o abastecimento<br />

exagerado.<br />

“Se não tiver a mercadoria, tem que buscar alternativas e<br />

não ficar desabastecido. Quando sair da marca tradicional e ir<br />

para um produto alternativo, cuidado com o abastecimento<br />

exagerado, pois você não sabe como será a aceitação do<br />

mercado e não sabe se ficará com o produto encalhado. E<br />

quando a outra fábrica tiver disponibilidade, você ficará com<br />

todo estoque e você não fará uso dele. Vai ter que vender<br />

abaixo do mercado para girar”.<br />

Perspectivas<br />

Bruno Reginatto,<br />

da BL Autopeças, de Novo<br />

Hamburgo (RS) e região<br />

Para este ano, Masteguim está otimista. “Para nós, o<br />

mercado de autopeças é uma excelente oportunidade. As<br />

fábricas não estão entregando os carros novos, demoram 180<br />

dias, não tem peças, o dólar está subindo e os automóveis<br />

zero estão com preços impraticáveis. A solução para quem<br />

tem (um carro) é trocar por um seminovo e é onde temos a<br />

nossa oportunidade, pois ele está fora ou prestes a vencer a<br />

garantia”.<br />

Ele acrescentou que normalmente, quando a pessoa<br />

pega um carro seminovo, ela faz uma manutenção, pelo<br />

menos dos itens mais básicos. “É onde vemos oportunidades.<br />

Estamos muito otimistas com essa situação, é uma<br />

oportunidade para os negócios começarem a ampliar cada<br />

vez mais”.<br />

Na mesma linha seguiu Reginatto. “Eu escuto aqui na<br />

região até lojistas de seminovos reclamando que está difícil<br />

carro bom para comprar, aí entra a nossa parte. O normal<br />

seria comprar o zero, dar o seminovo não tão rodado de<br />

entrada, a concessionária repassá-lo para uma revenda e ele<br />

vem para nós. Como o carro zero está cada vez mais caro, o<br />

pessoal vai cair no seminovo”.<br />

A expectativa, disse ele: “esperamos que naturalmente<br />

essa venda aumente, que as montadoras comecem a<br />

entregar os carros, para esse seminovo começar a girar nas<br />

revendas e nos nossos clientes. É a roda do nosso mercado.<br />

Eles vêm para nós para fazermos a primeira manutenção do<br />

carro recém-comprado”.


RAZÕES PARA VOCÊ<br />

PATROCINAR AS<br />

#LIVESDOBALCÃO<br />

01 -----> EXPOSIÇÃO<br />

Sua marca exposta em posts nas redes<br />

sociais do Balcão Automotivo antes,<br />

durante e após a transmissão<br />

02 -----> NOSSOS TEMAS<br />

Os assuntos e personagens mais<br />

relevantes da reposição automotiva<br />

03 -----> AUDIÊNCIA<br />

Uma audiência fiel e bastante qualificada:<br />

média de 6.693 views por live*<br />

04 -----> CREDIBILIDADE<br />

05 -----> NOSSO CANAL<br />

Associação a um produto/marca<br />

de grande credibilidade<br />

Sua marca perpetuada em vídeo<br />

em nosso Canal do YouTube


374.812<br />

PESSOAS<br />

ALCANÇADAS<br />

em 56 Lives*<br />

Uma audiência fiel e bastante<br />

qualificada: média de<br />

6.693 views por live*<br />

• Equipe de especialistas em transmissão de Lives com<br />

alta taxa de interação durante a transmissão<br />

• Impulsionamento incluso por 30 dias pós-live<br />

• Conteúdo exclusivo, de acordo com o nosso público<br />

• Tempo estimado de Live - 1 hora<br />

• Disparo para nossa base de 50 mil pessoas qualificadas<br />

*média aferida somando as visualizações do nosso Facebook e Canal do YouTube durante e pós live


30 | Pesados<br />

DAF CAMINHÕES BRASIL<br />

APRESENTA A NOVA LINHA CF E<br />

O MOTOR PACCAR MX11<br />

Modelo chega nas<br />

versões rodoviária 4x2 e<br />

6x2, rígido 8x2, e off road<br />

6x4; motor PACCAR MX11<br />

trabalha em potências<br />

de 410 cv e 450 cv;<br />

marca manterá curva de<br />

crescimento em 2021


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

31 | Pesados<br />

TEXTO: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

A<br />

nova linha CF começa a ser produzida no Brasil, renovada e com a opção de um<br />

rígido 8x2, um novo segmento para a marca no País. O modelo já consagrado<br />

no Brasil ganha um design mais arrojado e moderno, novas tecnologias de<br />

segurança, dirigibilidade e conforto, além do novo motor PACCAR MX11, de 10,8 litros,<br />

o que garante maior eficiência e economia de combustível de 15% se comparada à<br />

versão anterior. A linha fora de estrada, destinada ao agronegócio, conta com o motor<br />

PACCAR MX13, o mesmo da recém-lançada linha XF.<br />

Ainda segundo a montadora, o projeto foi desenvolvido em uma parceria da equipe<br />

de engenharia da DAF, na Holanda, com o time de desenvolvimento de produto no<br />

Brasil, e os resultados alcançados foram bastante satisfatórios. Aliás, este intercâmbio<br />

de informações, entre muitos outros fatores, permitiu a criação de caminhões com as<br />

melhores tecnologias da marca na Europa, e totalmente adequados à realidade de<br />

operação no Brasil, o que convenhamos já é um grande diferencial.<br />

“A chegada do novo CF é mais um marco na nossa história no Brasil, renovando<br />

totalmente o line up da DAF no País. Somado a isso, estamos ingressando em um<br />

novo segmento, de caminhões rígidos, voltados a operações rodoviárias e distribuição,<br />

permitindo a expansão da nossa participação no mercado nacional. Em 2020,<br />

crescemos 38% no segmento acima de 40 toneladas, com 8,2% em comparação ao<br />

ano anterior e vamos manter a curva de crescimento da marca em 2021”, afirma Lance<br />

Walters, presidente da DAF Caminhões Brasil.<br />

Expansão<br />

Lance Walters, presidente da DAF Caminhões Brasil<br />

A fábrica já está preparada e produzindo o Novo CF. Para se ter uma ideia, foram<br />

feitos investimentos, ao longo de 2019 e 2020, em novos maquinários, contratação de<br />

pessoas e treinamento. Desde o início das operações da marca, em 2013, a unidade<br />

de Ponta Grossa, no Paraná, já sofreu diversas atualizações para acompanhar o<br />

crescimento dos volumes de vendas e lançamentos.<br />

Em 2021, a DAF também expandirá sua Rede de Concessionárias, aumentando 23%<br />

o número de pontos de atendimento, de 44 para 54. Isso implicará em um aumento<br />

da força de venda e serviços ao cliente, o que representa uma cobertura de 100%<br />

do território nacional. Desta maneira, a DAF está mais próxima da operação dos seus<br />

clientes, o que possibilita criar parcerias mais sólidas e oferecer serviços premium na<br />

Rede DAF.<br />

“Seguimos nosso planejamento de longo prazo no Brasil, fortalecendo a presença<br />

da DAF no País e nos renovando para atender às necessidades do mercado. Somos<br />

parte do Grupo PACCAR, uma marca centenária e uma das mais sólidas empresas<br />

globais, o que nos dá segurança para ultrapassar momentos desafiadores, sempre<br />

com o olhar no crescimento futuro”, completa Lance Walters.


32 | Pesados<br />

A ELETRIFICAÇÃO DE VEÍCULOS<br />

PESADOS - CAMINHÕES<br />

TEXTO: JOMAR NAPOLEÃO* | FOTO(S): DIVULGAÇÃO


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

33 | Pesados<br />

Ao contrário dos veículos leves, cujo grau de eletrificação vem crescendo,<br />

em um cenário global, agressivamente nos últimos anos, nos veículos<br />

comerciais pesados esse processo vem ocorrendo mais lentamente. No gráfico<br />

abaixo vemos a participação por tipo de motorização de veículos pesados (acima<br />

de 6 Y, incluindo ônibus) no mercado global.<br />

Em 2020 praticamente todos os veículos vendidos foram a combustão interna<br />

(Diesel, Gasolina e Gás Natural) com uma pequena participação dos elétricos<br />

puros, quase todos ônibus, a maioria na China.<br />

de redução de gases de efeito estufa venham a ser mais abrangentes.<br />

Há inúmeros fatores que influenciam a mudança tecnológica da motorização,<br />

tais como: TCO (custo total de operação), Legislação de Emissões e de Redução de<br />

Gases de Efeito Estufa, Demanda por frete, infraestrutura de Carga, Uso de energias<br />

renováveis, políticas e incentivos, Zonas de Emissão Zero e Competitividade,<br />

entre outros.<br />

A análise desses fatores leva a um direcionamento em que os caminhões de<br />

entrega em curta distância (VUCs) e os ônibus urbanos passem a ser os mais<br />

adequados a uma implantação rápida. Veículos de longa distância ainda vão<br />

usar as tecnologias convencionais por um tempo mais longo até que a solução<br />

por células a hidrogênio passe a ser economicamente viável. A totalidade dos<br />

países acima citados já possuem planos estratégicos de eletrificação. Mesmo<br />

alguns países da América do Sul estão implantando políticas a respeito, como a<br />

Colômbia, o Chile e recentemente a Argentina.<br />

No Brasil ainda não temos uma estratégia nessa área e esse assunto nem parece<br />

ter prioridade atualmente. O que vemos são algumas inciativas pontuais como por<br />

exemplo uma grande empresa de distribuição que em janeiro de 2021 anunciou<br />

a aquisição de 10 caminhões elétricos tipo VUC, além de outras empresas que<br />

anunciaram planos semelhantes. No caso de longas distâncias, temos no Brasil<br />

ainda a possibilidade de aumento do uso de Gás Natural e Biocombustíveis.<br />

Em 2032, segundo projeções da KGP Automotive Intelligence, espera-se um<br />

forte crescimento em todas as categorias de eletrificação e já mostrando uma<br />

fatia importante na tecnologia de célula de combustível (hidrogênio). Essa<br />

tecnologia tende a ser a solução futura para longas distâncias.<br />

Esse cenário base leva em conta as legislações e políticas atuais de economia<br />

de combustível, redução de emissões e redução de gases do efeito estufa. Os<br />

países que estão na frente nesse processo são a China (que definiu que vai atingir<br />

a neutralização total de carbono até 2060, além de ter como meta nacional<br />

atingir a liderança global em tecnologias de energia sustentável) o bloco europeu<br />

e vários estados americanos que seguem as práticas da California. A China é hoje<br />

o país que mais investe em geração de energia renovável.<br />

Temos outros cenários mais agressivos conforme essa legislação e as políticas<br />

No caso de ônibus urbanos vemos também iniciativas ocorrendo em algumas<br />

capitais e cidades de médio porte com planos de eletrificar suas frotas nos<br />

próximos anos.<br />

A falta de uma política nacional nesse setor dificulta as decisões de investimento,<br />

porém vamos acompanhar a evolução dessas iniciativas pontuais que poderá<br />

direcionar futuros desenvolvimentos. Por outro lado, o desenvolvimento das<br />

iniciativas localizadas poderá direcionar uma futura política.<br />

*É consultor da Carcon Automotive e preparou esse artigo<br />

com dados da KGP Automotive Intelligence sobre o atual<br />

cenário deste tema em nível global, como anda esse processo<br />

em caminhões e ônibus


34<br />

TEXTO: TEXTO: REDAÇÃO REDAÇÃO | FOTO(S): | FOTO(S): DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO<br />

| MARÇO DE 2021 |<br />

| BALCÃO AUTOMOTIVO |<br />

34<br />

FEVEREIRO DE 2021 |<br />

COM FOCO EM INOVAÇÃO,<br />

4TRUCK CHEGA AO 9º ANO DE<br />

ATIVIDADES<br />

Investindo em inovação, gestão de pessoas e portfólio, a 4TRUCK Soluções Sobre<br />

Rodas completa neste mês de março o seu nono ano de operação. Em 2020, ano<br />

repleto de desafios em razão da pandemia, a empresa intensificou sua atuação<br />

para oferecer diferentes possibilidades aos empreendedores que precisaram se<br />

reinventar e buscar novas oportunidades.<br />

BICOS INJETORES DIESEL<br />

MAGNETI MARELLI TÊM MELHOR<br />

CUSTO-BENEFÍCIO PARA O<br />

CAMINHONEIRO<br />

Lançada no segundo semestre de 2020, a linha de sistemas de alimentação diesel<br />

da Magneti Marelli pode ser encontrada em todo o território nacional graças a uma<br />

das melhores redes de distribuição do País. Com excelente relação custo-benefício,<br />

os 40 códigos de bicos injetores destinados a veículos utilitários, caminhões, ônibus<br />

e máquinas agrícolas são uma alternativa vantajosa para o reparador de veículos<br />

movidos a diesel.<br />

PROMAX BARDAHL LANÇA<br />

O B12 PREMIUM; PARA<br />

CÁRTER DE MOTORES DE<br />

SUVS, PICK-UPS E VANS<br />

A AVANÇADA E INOVADORA<br />

CAIXA DE CÂMBIO I-SHIFT DA<br />

VOLVO COMPLETA 20 ANOS<br />

A Promax Bardahl lança um novo<br />

tratamento de cárter de motores, o B12<br />

Premium, desenvolvido para todos os<br />

tipos de óleos e utilização em motores a<br />

diesel, gasolina e flex. O novo integrante<br />

da família B12 – que reúne a tradição<br />

dos produtos como o B12 Plus, o B12<br />

Turbo e B12 Plus Moto – segue o padrão<br />

de qualidade e efi ciência embutido nos<br />

“irmãos mais velhos” pela Promax.<br />

A inovadora caixa de câmbio I-Shift da Volvo completa 20 anos do<br />

seu lançamento global, na Suécia. Responsável por uma mudança de<br />

comportamento no transporte mundial de cargas, a transmissão eletrônica da<br />

marca chegou pouco tempo depois ao Brasil, quando já em 2003 começou a<br />

equipar os caminhões FH e NH fabricados no País. “A I-Shift é um marco da<br />

indústria de caminhões”, diz Pär Bergstrand, gerente de transmissões pesadas<br />

da Volvo Trucks.


| MARÇO DE 2021 | 36<br />

90% DA FROTA DE<br />

COMPACTADORES DE LIXO DA<br />

LOGA USAM TRANSMISSÕES<br />

AUTOMÁTICAS ALLISON<br />

SCANIA LANÇA ACELERADOR<br />

INTELIGENTE E CAMINHÕES<br />

CHEGAM A 20% DE<br />

ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL<br />

Em sua frota, a Loga conta com aproximadamente 350 veículos, entre<br />

os quais, caminhões especiais para a coleta seletiva de resíduos dos<br />

serviços de saúde, e equipamentos para coleta mecanizada de superfície<br />

e subterrânea. Com a incorporação de novos caminhões, o número de<br />

veículos equipados com as Allison da Série 3000 chegou a 135, ou seja,<br />

agora 90% da frota de compactadores de lixo contam com transmissões<br />

totalmente automáticas.<br />

O primeiro trimestre de 2021 marca o lançamento do Acelerador Inteligente<br />

Scania, um opcional que soma mais 5% e eleva a 20% a economia de<br />

combustível da Nova Geração de Caminhões em comparação à gama anterior.<br />

O acelerador inteligente é um aliado importante para apoiar a Scania no<br />

cumprimento da meta de reduzir em 20% as emissões de CO2 de seus veículos<br />

em circulação até 2025.<br />

SINDIREPA-SP FIRMA PARCERIA<br />

COM O APLICATIVO SOS TRUCK<br />

MARCOPOLO MANTÉM LIDERANÇA<br />

DE MERCADO EM 2020<br />

O consolidado dos resultados da Marcopolo em 2020 reflete os impactos da<br />

pandemia de Covid-19, que acarretou na redução das atividades de turismo<br />

e transporte terrestre de longa distância. Mesmo com o cenário desfavorável,<br />

a companhia manteve a liderança de mercado com 52,7% de participação<br />

no ano passado. A exposição ao câmbio favorável compensou parcialmente a<br />

queda de demanda.<br />

O SOS Truck, aplicativo gratuito que permite aos motoristas profissionais<br />

– caminhoneiro ou lojistas fazerem a cotação online para peças e serviços,<br />

em qualquer lugar do País, é o mais novo integrante do Programa Empresa<br />

Amiga da Oficina do Sindirepa-SP. Com a parceria, os associados da<br />

entidade recebem condições especiais para participar do aplicativo que<br />

funciona por geolocalizador.


TEXTO: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO | MARÇO DE 2021 | 37<br />

ZF FORNECE EIXOS DIANTEIROS<br />

TSA 09 PARA NOVOS TRATORES<br />

MAHINDRA<br />

A ZF é a fornecedora dos inovadores eixos agrícolas TSA 09 para os novos<br />

tratores Mahindra Linha 6000 nacionalizada – versões 6060, 6065 e 6075. Os<br />

eixos TSA 09 são produzidos pela ZF no Brasil, na unidade de Sorocaba (SP),<br />

onde também está instalado o Centro Global de Excelência em Eixos Agrícolas<br />

da empresa. Os eixos TSA 09 já se tornaram bem conhecidos do setor agrícola<br />

brasileiro e destinam-se a tratores com potência de até 100hp.<br />

UNIPAC LANÇA TANQUES<br />

INTEGRADOS PARA<br />

CAMINHÕES E ÔNIBUS<br />

Atenta às necessidades de mercado, a Unipac, que pertence ao Grupo Jacto e é<br />

considerada uma das indústrias de transformação de polímeros mais tecnificadas<br />

e completas do Brasil, lança mais uma inovação para o segmento automotivo.<br />

Para se ter uma ideia, trata-se de uma família de Tanques Integrados, produtos<br />

que unificam o tanque de diesel e o de ureia em um mesmo conjunto de fixação.<br />

RANDON IMPLEMENTOS É TOP<br />

OF MIND DO TRANSPORTE PELO<br />

QUARTO ANO CONSECUTIVO<br />

A Randon Implementos conquistou pelo quarto ano consecutivo o prêmio<br />

“Top Of Mind do Transporte”, na categoria Implementos. A premiação é<br />

realizada pelo grupo editorial TranspoData. Os agraciados desta edição<br />

foram conhecidos na quarta-feira, 24 de fevereiro, em evento transmitido<br />

pela internet. O prêmio reconhece as marcas mais lembradas e os produtos<br />

preferidos por empresários e profissionais do segmento do transporte.<br />

BANDAG APRESENTA BANDA<br />

B269 PARA O SEGMENTO<br />

RODOVIÁRIO REGIONAL<br />

Há mais de 30 anos no mercado, a<br />

Bandag, empresa pertencente à<br />

Bridgestone dedicada à pesquisa,<br />

desenvolvimento e manufatura de<br />

bandas de rodagem, segue inovando<br />

em seus produtos e lançou no<br />

mercado brasileiro a banda B269,<br />

para o segmento rodoviário regional.<br />

A nova banda é a emulação do<br />

último lançamento da Bridgestone,<br />

o pneu R269, e se destaca<br />

pelo excelente desempenho<br />

quilométrico.


TEXTO: REDAÇÃO | FOTO(S): DIVULGAÇÃO | MARÇO DE 2021 |<br />

RTE RODONAVES FAZ EVENTO<br />

EM COMEMORAÇÃO A UM ANO<br />

DO PROGRAMA MULHERES EM<br />

MOVIMENTO<br />

A RTE Rodonaves, um dos maiores e mais reconhecidos nomes do País no setor<br />

de transportes e logística, promoveu no dia 8 de março um evento especial em<br />

comemoração a um ano do Programa Mulheres em Movimento. Nos encontros,<br />

que acontecem mensalmente para as colaboradoras da empresa, são discutidos<br />

diversos temas, como: empoderamento, liderança feminina, saúde mental,<br />

organização financeira, entre outros.<br />

VIA TRUCKS DÁ DICAS DE<br />

MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE<br />

PÓS-TRATAMENTO DE GASES<br />

“A boa manutenção está diretamente ligada ao desempenho, influenciando<br />

em maior eficiência do veículo, reduzindo o consumo de combustível e,<br />

consequentemente, os poluentes. Portanto, uma boa assistência oferecida por<br />

profissionais especializados é fundamental”, explica Marcos Nogueira, gerente de<br />

Pós-vendas da Via Trucks. Além disso, diminui o risco de usar peças de reposição<br />

paralelas e fora de conformidade.<br />

CLIQUE AQUI e leia estas notas na íntegra no portal jornal Balcão Automotivo<br />

Você, Fabricante de Autopeças,<br />

quer ter maior acesso às Frotas?<br />

DESCUBRA AS SOLUÇÕES QUE A<br />

SIMÉTRICA TEM PARA VOCÊ!<br />

Desenvolvemos o PROJETO FROTAS, que atende às necessidades de abastecimento de produtos<br />

originais para o mercado de reposição, promovendo aos seus consumidores especialização<br />

técnica, serviços e informações personalizados de acordo com o perfil e necessidade da Frota.<br />

• Fortalecimento da<br />

marca e da rede de<br />

distribuição<br />

• Geração de demanda<br />

de abastecimento<br />

• Homologação de<br />

peças junto às<br />

empresas de Frotas<br />

• Aumento do market<br />

share do Fabricante<br />

• Mapeamento e cobertura<br />

de novos mercados<br />

• Relatórios detalhados da<br />

capacidade de utilização<br />

de produtos junto às<br />

Frotas<br />

www.simetricamarkeng.com.br | Tel. (11) 5599-4595


40<br />

| EDIÇÃO MARCO DE 2021 |<br />

40<br />

Sincopeças-SP passa a representar oficialmente o<br />

comércio de placas veicular<br />

Comissão da CNC aprovou consulta do Sincopeças-SP sobre enquadramento sindical<br />

das empresas que atuam no ramo do comércio de placas para veículos automotores<br />

Heber Carvalho<br />

Presidente do Sincopeças-SP<br />

Comissão de estudos para qualificação de balconistas<br />

realiza primeira reunião<br />

Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos<br />

inicia aprimoramentos nos processos dos comércios de componentes automotivos<br />

regidos por parâmetros de qualidade e eficiência<br />

Foto: Divulgação/Detran<br />

A Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio, reunida em sessão ordinária,<br />

no dia 9 de março de 2021, decidiu que as empresas que atuam na atividade do comércio<br />

varejista de placas de identificação veicular estão abrangidas na representação do Sindicato<br />

do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo (Sincopeças-SP),<br />

estando o mesmo habilitado para exercer as prerrogativas legais, inclusive para efeitos de<br />

negociação coletiva.<br />

A Comissão considerou que:<br />

1) o enquadramento sindical deve ser feito por categoria – profissional ou econômica –,<br />

observado o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o art. 577 da CLT;<br />

2) as empresas que exercem atividade de comercialização de placas de identificação<br />

veicular, por identidade (art. 570 da CLT), tem seu enquadramento sindical definido no 2º<br />

Grupo – Comércio Varejista –, do plano da CNC, na categoria econômica do “comércio varejista<br />

de peças e acessórios para veículos (inclusive empresas concessionárias de automóveis,<br />

caminhões, ônibus e demais veículos automotores)”; e<br />

3) a placa de identificação automotiva é um acessório para veículos.<br />

Histórico<br />

Em outubro de 2020, o Sincopeças-SP, mediante carta subscrita pelo seu presidente,<br />

encaminhou consulta à Comissão de Enquadramento e Registro Sindical do Comércio<br />

(CERSC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),<br />

objetivando a definição do enquadramento sindical das empresas que atuam no ramo do<br />

comércio de placas para veículos automotores, especificamente para saber se as mesmas<br />

estariam abrangidas na sua representação.<br />

A consulta teve por objetivo esclarecer o correto enquadramento sindical das empresas<br />

que atuam no ramo do comércio de placas para veículos automotores, bem como se ditas<br />

empresas estão ou não vinculadas ao plano da CNC e, consequentemente, na representação<br />

sindical do Sincopeças-SP.<br />

Veja íntegra do processo e da decisão nos links:<br />

Enquadramento Comércio de Placas para Veículos (Processo CERSC nº 2<strong>173</strong>2021)<br />

Enquadramento Comércio de Placas para Veículos (Processo CERSC nº 2<strong>173</strong>2021 - Decisão)<br />

Na primeira reunião de trabalho da Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas<br />

de Peças e Acessórios para Veículos, realizada on-line pela ABNT – Associação Brasileira de<br />

Normas Técnicas, órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, 17 profissionais<br />

do setor automotivo, entre eles representantes da indústria, distribuição, varejo, reparação,<br />

consultores, imprensa especializada, entidades e lideranças do varejo de autopeças do Brasil,<br />

encaminharam as primeiras decisões para a sequência dos trabalhos da norma.<br />

Coordenada pelo presidente da Associação dos Sincopeças do Brasil, Ranieri Leitão, com<br />

secretaria do diretor da Alvarenga Projetos Automotivos, Luiz Sergio Alvarenga, encarregado<br />

de liderar o processo de elaboração da norma, a Comissão de Estudos definiu de imediato,<br />

por unanimidade, a mudança do nome “Balconista” para “Vendedor” de autopeças. Como<br />

explicou Alvarenga, essa determinação, embora pareça simplória, identifica a mudança de<br />

patamar alcançada pelo profissional balconista em sua atividade diária, especialmente a partir<br />

da introdução das novas tecnologias digitais, que expandiu a função de simples atendente<br />

para uma área mais relevante envolvendo a parte comercial.<br />

Outros detalhes do texto-base definido pela Comissão de Estudos serão discutidos na<br />

próxima reunião, agendada para 24 de março, quando se espera a participação de maior<br />

número de profissionais envolvidos com o tema.<br />

Breve histórico<br />

A Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos<br />

foi instalada pela ABNT em janeiro deste ano, na Câmara Brasileira de Comércio de Peças e<br />

Acessórios para Veículos da CNC – Confederação Nacional do Comércio, com a presença de<br />

representantes do Sincopeças-SP, Associação dos Sincopeças do Brasil, Associação Nacional<br />

dos Distribuidores de Autopeças e Alvarenga Projetos Automotivos. O objetivo é definir a<br />

primeira NBR para o varejo de autopeças que, na prática, representará um pontapé inicial para<br />

futuros aprimoramentos nos processos internos dos comércios de componentes automotivos<br />

regidos por parâmetros de qualidade e eficiência providos pela ABNT.


| MARÇO DE 2021 |<br />

41<br />

Como explicou Luiz Sérgio Alvarenga, a importância de uma norma para o balconista de<br />

autopeças é a criação de padrões e requisitos no campo da organização. “Do ponto de vista do<br />

profissional, o balconista já começa a interagir com uma palavra mágica que é a organização.<br />

Ele terá mais controle do passo a passo da atividade e do papel que ele desempenha”, diz.<br />

Segundo Alvarenga, o mercado brasileiro de reposição já está acostumado com normas<br />

ABNT para serviços técnicos e a norma específica para o balconista também está ligada ao<br />

tema. “Tivemos um pioneirismo com a primeira norma de qualificação do mecânico que,<br />

de alguma forma, entra no campo de algumas habilidades e capacitações necessárias que<br />

a norma do balconista irá seguir, como por exemplo recomendações de nível de instrução<br />

e capacitação, que não são técnicas, mas conferem um norte sobre as competências que se<br />

deve ter para assumir as funções de balconista de autopeças”, avalia.<br />

Ganho de qualidade para empresas e profissionais<br />

Entre os benefícios imediatos que a normalização trará para esses profissionais está uma<br />

política mais clara de cargos e salários, com uma relação muita mais transparente entre<br />

empresários do varejo e seus colaboradores balconistas. “De imediato cria-se uma situação<br />

de meritocracia que pode ser construída nessa relação, como também de capacitação<br />

profissional, identificando habilidades ou deficiências que determinado profissional tenha e<br />

assim direcionar com maior assertividade sua capacitação, seja por iniciativa da empresa ou<br />

do próprio profissional, o que gera um ganho de qualidade entre as partes”, define Alvarenga.<br />

Como complemento dessa base estruturada entre profissional e empresa, Alvarenga detalha<br />

que a qualificação cria uma certificação de competências, também chamada de certificação<br />

profissional, acreditada pelo governo brasileiro, promovida pela Organização Internacional do<br />

Trabalho, onde o Brasil é signatário. “Existem vários testes para certificação de competência<br />

que proporcionarão forte impulso ao balconista e na projeção da sua ocupação, bem como<br />

na atividade do varejo de autopeças no Brasil”, acredita.<br />

Ponta do iceberg para nova normas<br />

Para as próximas reuniões, previamente agendadas para as últimas quartas-feiras de cada mês,<br />

serão convidados a participar todos os elos da cadeia, desde indústrias, distribuidores, varejistas,<br />

oficinas, até entidades como IQA, Senai, Senac, além da imprensa especializada e do próprio<br />

profissional balconista de autopeças.<br />

Alvarenga adiantou que a CE já tem um texto-base, que é o ponto inicial para os trabalhos,<br />

e a criação dessa norma é do interesse do profissional e principalmente das lojas de autopeças<br />

porque todos ganham nesse processo. “Com isso criamos uma da cadeia de valor. O objetivo<br />

é elevar a categoria do comércio varejista de autopeças e estamos iniciando esse trabalho<br />

valorizando o balconista. Essa é a ponta do iceberg para criação de novas normas do setor.<br />

Entendemos que essa é uma das formas de profissionalizar o setor. As grandes corporações<br />

sempre se valeram de normas, as oficinas de reparação andaram mais rápido porque se utilizam<br />

de muitos dados técnicos de substituição de componentes e agora chegou a hora do varejo de<br />

autopeças, que manuseia e tem um grande trabalho de logística e comercialização de produtos,<br />

com extensa capilaridade no Brasil, que requer uniformização. A ideia é elevar o patamar para<br />

cima, valorizar o profissional, a atividade econômica e consequentemente o País, além de<br />

potencializar projetos e ações de melhoria para os dois lados, seja para o empresário criar um<br />

programa de cargos e salários, seja para o profissional se capacitar melhor”, assegura Alvarenga.<br />

Câmara de autopeças debate inspeção veicular e<br />

influência do e-commerce no varejo<br />

Essa foi a segunda reunião da Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para<br />

Veículos (CBCPave), que também tratou sobre a nova Lei Geral de Proteção de Dados<br />

A Câmara Brasileira do Comércio de Peças e Acessórios para Veículos (CBCPave) se reuniu<br />

por videoconferência para debater temas como a inspeção técnica veicular e a influência do<br />

crescimento do e-commerce no segmento.<br />

O coordenador das Câmaras Brasileiras do Comércio da CNC, Luiz Carlos Bohn, deu boasvindas<br />

ao grupo e ressaltou a importância de reuniões de trabalho para discutir a realidade dos<br />

segmentos econômicos representados pela Confederação, “principalmente em um quadro de<br />

vulnerabilidade sem precedentes para os empresários”.<br />

Inspeção Técnica Veicular<br />

O coordenador da CBCPave, Ranieri Leitão, destacou que a Inspeção Técnica Veicular (ITV)<br />

é uma demanda importante para o segmento e deve ganhar força em 2021. “No ano passado<br />

nos reunimos com o diretor geral do Denatran, Frederico Carneiro, e ele colocou o ITV entre<br />

as pautas principais para este ano, afirmando que gostaria de contar com a ajuda da CBCPave<br />

para resolver o problema”, diz.<br />

Convidado a falar sobre o assunto, que tem como um dos principais objetivos evitar<br />

acidentes de trânsito por falta de manutenção nos veículos, o advogado da Divisão Jurídica da<br />

CNC, Marcus Lima, explicou que o Código de Trânsito Brasileiro já estabelece a obrigatoriedade<br />

da realização das inspeções veiculares, bem como indica quais órgãos são competentes para a<br />

realização da inspeção de itens de segurança e de verificação da emissão de gases poluentes<br />

e de ruídos, sendo eles o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Conselho Nacional do<br />

Meio Ambiente (Conama), respectivamente.<br />

No entanto, mesmo diante da obrigatoriedade amparada pelo ordenamento jurídico<br />

pátrio, a ITV não vem sendo realizada em decorrência da suspensão, por prazo indeterminado,<br />

da Resolução Contran nº 716/2017, que estabelece a forma e as condições de implantação<br />

e operação do Programa de Inspeção Técnica Veicular. Tudo indica que a suspensão das<br />

inspeções se deu por questões internas dos órgãos responsáveis, aliadas à impossibilidade<br />

técnica dos Estados (Detrans) no suporte às atividades necessárias ao cumprimento do<br />

Programa.<br />

Segundo Marcus Lima, a CBCPave apresentou alternativas para a solução do entrave, tais<br />

como “a instituição de taxas no âmbito dos Estados para custear as inspeções e a atuação no<br />

Poder Executivo para viabilizar a realização das inspeções”.<br />

E-commerce<br />

De acordo com Fabio Bentes, economista da CNC, a modalidade de vendas on-line ganhou<br />

muita força na última década e foi impulsionada durante a pandemia, chegando a representar<br />

13% da receita bruta total de vendas no comércio de autopeças, em 2020.<br />

Bentes explicou que, embora o e-commerce traga facilidades para comerciantes e clientes,<br />

a margem de lucro é menor nesta modalidade de vendas. “Muitas empresas adotaram o<br />

modelo híbrido para tentar driblar a crise, e deu certo. A lucratividade, no entanto, é menor,<br />

pois o e-commerce facilita a concorrência desleal e aumenta o número de concorrentes”,<br />

afirma.<br />

Segundo o economista, há dificuldade de conter irregularidades na modalidade.<br />

“Atualmente, a fiscalização não consegue acompanhar o ritmo de crescimento das vendas<br />

virtuais. O e-commerce, aliado à informalidade, traz muitos prejuízos, inclusive ao segmento<br />

do comércio de autopeças”, diz.<br />

Bentes afirmou que para cada aumento de um ponto percentual no índice de informalidade,<br />

que já passou de 40% no Brasil, o prejuízo é estimado em R$ 1,2 bilhão na lucratividade do<br />

comércio. “A informalidade prejudica muito o varejo tradicional, favorecendo o comércio de<br />

mercadorias ilícitas e gerando custos ao combate a essas atividades. Essa é uma atividade que<br />

prejudica muito mais o varejo do que o e-commerce”, finaliza.<br />

Fonte: CNC


42<br />

# 17<br />

MAR<br />

2021<br />

C A D E R N O<br />

BALCONISTA<br />

AUTOMOTIVO<br />

Contribuindo para<br />

o aprimoramento<br />

do profissional do<br />

varejo de autopeças<br />

Simone Cátia Evelyn<br />

Natally Silvana Renata


43<br />

ELAS NA LINHA DE FRENTE<br />

TEXTO: KARIN FUCHS | FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

Mulheres que aprenderam a lidar com um setor ainda<br />

prioritariamente masculino, conquistaram o seu espaço<br />

e posições no varejo de autopeças<br />

No mês das mulheres, a homenagem do<br />

Caderno Balconista é para quem faz a<br />

diferença nas autopeças. De Norte a Sul<br />

do País, são tantas histórias para contar de quem<br />

venceu em um setor prioritariamente masculino,<br />

chegando até a cargos de coordenadoras e de<br />

gerentes comerciais. Nessa matéria, seis delas<br />

compartilham as suas histórias, vivências, desafios e<br />

conquistas.<br />

Na Tropical Peças, em Cuiabá (MT), a mineira<br />

Simone Montiel começou a sua carreira em 1987, um<br />

mês depois que foi morar na cidade. Ela imaginava<br />

que seria uma profissional da área de saúde,<br />

psicóloga ou fisioterapeuta. A psicologia ela acabou<br />

usando na prática. “Todo vendedor é também um<br />

psicólogo, principalmente no atendimento ao<br />

consumidor final para descobrir a necessidade dele<br />

e ser uma boa ouvinte”.<br />

Inicialmente como caixa, Simone passou por<br />

outras áreas na empresa e desde 1990 é vendedora.<br />

“Na época, o proprietário da empresa viu algo em<br />

mim e me deu essa oportunidade. Foi difícil no<br />

começo, eu chorava, não queria, não entendia de<br />

peças. Passei por muitas ofensas, muitos elogios e<br />

por cantadas malcriadas, mas eu soube administrar<br />

tudo isso. Tanto que estou aqui até hoje e sou<br />

muito grata ao Roberto (diretor), que me apoiou e<br />

acreditou em mim, e outros também me ajudaram”.<br />

Daquela época, ela deve ter sido pioneira em<br />

vendas no balcão na linha pesada. “Não sei se alguma<br />

distribuidora tinha vendedora, mas é um ramo bem<br />

masculino, e eu não deixava de ser uma novidade. No<br />

começo tinha muito preconceito de não quererem<br />

comprar comigo, o que mudou, pois a mulher está<br />

entrando nesse mercado, mas ainda são poucas<br />

vendedoras de peças de caminhões no varejo”.<br />

O que em sua opinião deveriam ter mais. “Tem<br />

clientes que só querem comprar comigo, acho<br />

que pelo fato de a mulher ser mais detalhista, mais<br />

caprichosa e até na hora de passar o orçamento. E<br />

sem desmerecer, pois há muitos homens que são<br />

organizados”. Ilustrando como o mundo mudou,<br />

Simone conta que ela é do tempo em que não<br />

existia o catálogo eletrônico. “Eram microfichas, o<br />

que é o mais complicado do mundo”.<br />

Também de 1990 aos dias hoje, quantos<br />

caminhões novos foram lançados? “Eu tive que me<br />

preparar muito, em todos os sentidos: conhecer o<br />

mercado, os produtos, marcas e fornecedores. Tem<br />

que acompanhar tudo isso, senão você para no<br />

tempo. Tem que saber o que tem hoje para poder<br />

vender um produto”.<br />

E se no início Simone levava para casa as suas<br />

inseguranças, “meu marido dizia que eu ficava falando<br />

de peças e que eu ficava preocupada. De fato, eu não<br />

sabia administrar muito bem isso. Com o passar do<br />

tempo, a gente administra bem”. Hoje segura na sua<br />

carreira, ela também é mãe de três filhos.<br />

Autopeças por acaso<br />

Sem nunca ter trabalhado com carteira assinada e<br />

muito menos em autopeças, em uma conversa com<br />

o seu vizinho, Cátia Souza Nogueira, coordenadora<br />

da Jocar, em São Paulo (SP), ouviu falarem muito<br />

bem da Jocar, que já tinha trabalhado lá, que era<br />

uma empresa muito séria e que ele admirava muito.<br />

“Eu pensei que se fosse para eu trabalhar, que seria<br />

em uma empresa assim, quem tem benefícios, paga<br />

direitinho e respeita os funcionários”.<br />

Por coincidência, cerca de cinco anos depois, ao<br />

passar próxima a uma das unidades da Jocar, ela viu<br />

uma placa de precisando de balconista. “Eu lembrei<br />

que era a empresa que o rapaz tinha me dito, eu tinha<br />

saído de um trabalho e decidi tentar. Naquele tempo<br />

(2012) não tinha vendedoras em autopeças. Eu queria<br />

ser desafiada, e para quem não conhecia nada de


44 CADERNO BALCONISTA AUTOMOTIVO<br />

carro, só volante e pneus, foi realmente um desafio”.<br />

Ela aprendeu tudo na Jocar. “Quando me<br />

contrataram, eu achei linda a atitude do gerente, pois<br />

eu não tinha nenhuma experiência. Ensinaram-me<br />

desde o começo, me lapidaram e descobriram um<br />

talento em mim. Acredito que o que me destacou foi<br />

a educação, a simpatia e por querer mudar a visão<br />

(masculina) de autopeças. Vi que eles estavam com<br />

esse intuito de começar a contratar mulheres, pelo<br />

fato de não ter tanta procura por parte delas nesse<br />

ramo”.<br />

O início não foi fácil. “Quando eu comecei a me<br />

destacar como vendedora e os clientes queriam<br />

ser atendidos por mim, pela educação, por eu<br />

ser mulher e dar mais atenção, eu senti um certo<br />

machismo, preconceito, por me destacar no ramo<br />

dos vendedores”. E ela foi recompensada. Chegou a<br />

sair da empresa, voltou em 2015 e um ano depois foi<br />

promovida ao cargo de coordenadora.<br />

“O que para mim é um orgulho, sinto-me honrada,<br />

pois comecei do nada. O fato de eu ter mudado de<br />

cargo também teve certa resistência, uma mulher<br />

mandando em homens, demorou um pouco para<br />

eu conseguir ganhar o meu espaço em relação aos<br />

funcionários. Quantos aos donos, eu fui muito bem<br />

recebida”. E com o mesmo carisma, ela continua<br />

atendendo os clientes.<br />

“O que mudou com o meu cargo foi a autonomia,<br />

sinto-me mais forte, mais autêntica e saber que eu<br />

tive essa oportunidade me dá força para continuar e<br />

mudar essa visão de que autopeças é só para homens”.<br />

E ela diz que está aumentando a presença feminina,<br />

com mais vendedoras no ramo. “Até por causa da<br />

pandemia, acho que as mulheres estão querendo<br />

se desafiar, trabalhar em um ramo que talvez não<br />

trabalharam. De uns tempos para cá, também têm<br />

vindo mais mulheres na loja e tento mostrar que eu<br />

também estou aqui, sou mulher, para elas se sentirem<br />

à vontade conosco”.<br />

Casada e mãe de três filhos, Cátia separa bem a<br />

vida pessoal da profissional. “Quando nós fazemos<br />

o que gostamos, nós fazemos com prazer. Quando<br />

eu chego na Jocar, eu me desligo totalmente da<br />

minha vida pessoal. Eu gosto de cantar, sorrir,<br />

brincar e interagir com os meus clientes. E junto aos<br />

vendedores, eu procuro mostrar uma coisa mais leve,<br />

que é uma característica minha. E mesmo com a<br />

pandemia conseguimos transmitir essa alegria para<br />

os clientes”.<br />

Aprendizado constante<br />

Em Curitiba (PR), Evelyn de Souza Santos,<br />

vendedora na Fasa Autopeças, começou na loja em<br />

2012, após sair de um estágio no setor da indústria.<br />

“Entrei no comércio pela ambição (oportunidade<br />

de melhores salários). Para a mulher o mais difícil é<br />

o tabu que ela não entende de peças, por ser um<br />

ambiente mais masculino, e aprender sobre coisas<br />

que não fazem muito parte de um universo feminino<br />

e ser reconhecida nesse ambiente”.<br />

Em sua opinião, a presença das mulheres em<br />

autopeças não tem aumentado muito. “Acho que<br />

a mulher ainda tem um certo receio por achar que<br />

nunca vai entender sobre os componentes que fazem<br />

parte do veículo”. Sobre os desafios da profissão, ela<br />

destaca a variedade. “Acredito que seja a grande<br />

oferta de peças, porém no cenário atual (pandemia),<br />

a oferta diminui devido à matéria-prima escassa e as<br />

intervenções logísticas e cambiais”.<br />

Reflexo disso, comenta ela, “devido à falta de<br />

peças, acredito que temos que tentar negociar<br />

prazos de entrega diferenciados, oferecendo o<br />

melhor atendimento possível. Está difícil para todo<br />

mundo, mas temos que tentar nos manter otimistas”.<br />

O segredo é gostar do que faz. “Gosto do que faço<br />

e sempre tento fazer da melhor forma possível, para<br />

que possa deixar meus compromissos profissionais<br />

no trabalho apenas no ambiente de trabalho e a<br />

minha vida pessoal da porta para fora da empresa”.<br />

Vocação<br />

Consultora técnica na Lucena Autopeças, em Recife<br />

(PE), Natally Grace Pereira de Lima Oliveira Barros,<br />

conta que há dez anos ela decidiu trabalhar em uma<br />

concessionária Peugeot, por se sentir à vontade com<br />

assuntos de mecânica. “Por gostar de carros, o meu<br />

maior desejo foi o de quebrar paradigmas de que<br />

mulher não entende de peças/mecânica”. Há cinco<br />

anos, ela está na Lucena.<br />

Ao longo desses dez anos, ela avalia que o espaço<br />

vem aumentando para as mulheres. “Inclusive, em<br />

cargos de liderança e tende a continuar crescendo.<br />

Empresas com lideranças femininas podem aumentar<br />

o desempenho financeiro, com mais diversidades,<br />

gerando mais receitas, a partir de inovações”. Porém,<br />

o maior desafio é provar a capacidade.<br />

“O maior desafio, infelizmente, ainda é ter<br />

que provar que somos mulheres entendedoras e<br />

capacitadas para estar ocupando o lugar que na<br />

maioria das visões sempre foram lugares ocupados<br />

por homens. Quebrar esse contexto ainda é<br />

grandemente presente em nossa profissão”.<br />

Em especial no setor de autopeças, Natally diz<br />

que a presença feminina vem tendo um grande<br />

aumento. “Seja trabalhando e atraindo um grande<br />

público feminino para oficinas mecânicas, autopeças<br />

e concessionárias, como também comprando. O<br />

público feminino tem se sentido mais à vontade com<br />

um atendimento feminino e o público masculino tem<br />

se rendido ao tratamento delicado, com eficiência<br />

nas informações e paciência em todas as dúvidas<br />

explicadas. Um verdadeiro diferencial!”.<br />

Para ela, o sucesso profissional é interligado ao<br />

pessoal. “Não misturo os dois lados, mas procuro<br />

positividade e soluções para que os dois consigam<br />

andar para frente. Ambos separados em suas<br />

necessidades de ações, porém ligados numa<br />

intensidade positiva emocional única, em busca de<br />

um crescimento múltiplo contínuo e natural”.


CADERNO BALCONISTA AUTOMOTIVO<br />

45<br />

Pela paridade de gêneros<br />

Silvana da Solidade Almondes, compradora na<br />

Braskape e Kohara, em São Paulo (SP), começou<br />

no setor em 1996, por curiosidade. “Eu trabalhava<br />

com moda de luxo e queria mudar. Uma amiga me<br />

indicou para ser telemarketing na RPR MOTOSHOP<br />

(meu segundo emprego), que hoje faz parte do<br />

grupo Comolatti. Permaneci lá por 14 anos, passando<br />

por todos os setores da empresa até chegar ao de<br />

compras. Eu tive um grande mestre a quem devo<br />

muito, o Sr. Wilson R. Molina, que me ensinou quase<br />

tudo que sei hoje”.<br />

De lá para cá, muita coisa mudou. “A forma de<br />

trabalhar e como as mulheres hoje são vistas. E<br />

o mais importante, respeitadas no mercado. No<br />

início (televendas) os próprios clientes agiam com<br />

desconfiança, pediam para falar com vendedores<br />

homens, faziam brincadeiras e piadinhas que hoje<br />

seriam encaradas de outra forma, tive muitas vezes<br />

que me impor e provar a minha capacidade, sofri<br />

muito preconceito no início”.<br />

Em sua opinião, o maior desafio é qualificar mais<br />

mulheres para o setor automotivo e em toda cadeia de<br />

produção. “Ainda existe preconceito e competitividade<br />

entre os gêneros, principalmente na questão de<br />

salários. Nós ganhamos menos que o sexo oposto.<br />

Continuamos a ter que provar que somos capazes”. O<br />

lado bom é que tem mulheres em todos os setores,<br />

inclusive mecânicas que colocam a mão na massa.<br />

“O fato de ter mais mulheres nas lojas e oficinas dá<br />

um certo conforto às outras mulheres que frequentam o<br />

ambiente. Hoje temos muitas clientes mulheres seja em<br />

oficina ou consumidora final. Elas pesquisam na internet<br />

e vêm com as fotos das peças, isso é ótimo”, conclui.<br />

Mais presença feminina<br />

Há quase 21 anos, Renata de Oliveira Grasson<br />

trabalha na Auto Peças Rey Maco Cham, em Bragança<br />

Paulista (SP). Hoje ela ocupa o cargo de gerente<br />

Comercial. “Quando eu entrei no ramo de autopeças,<br />

não foi uma opção minha, mais porque eu era muito<br />

jovem e queria fazer algo para eu ter as minhas coisas,<br />

sem ter que ficar pedindo para os meus pais. Como o<br />

meu pai era muito amigo do proprietário da empresa,<br />

ele conseguiu que eu entrasse nessa autopeças que<br />

estou há quase 21 anos e tenho um prazer imenso<br />

por isso”.<br />

Para chegar onde está, Renata passou por muitas<br />

etapas dentro da empresa. “Umas coisas eu posso<br />

dizer: não foi nem um pouco fácil. Hoje, eu lidero uma<br />

equipe com 22 pessoas, sou respeitada e admirada<br />

pelos meus colegas de trabalho”. E os desafios são<br />

vários. “Dentre os mais relevantes, é sempre ser firme<br />

e coerente nas minhas decisões, sempre buscando o<br />

melhor para a minha equipe”.<br />

Ela também comenta que a presença das mulheres<br />

no ramo de autopeças teve um aumento significativo,<br />

“tanto como clientes que vêm até a loja, como as que<br />

trabalham com peças”, e que conciliar a vida pessoal<br />

com a profissional já faz parte. “Faz tanto tempo que<br />

trabalho nesse ramo que consigo muito bem conciliálas.<br />

Sempre me organizo para que tudo saia conforme<br />

o planejado, não gosto de tomar decisões em cima<br />

da hora, por isso, costumo planejar o meu dia sempre<br />

antes de ir para o trabalho”.


46 | MERCADO<br />

| POR: ADILSON SOUZA* | FOTO(S): DIVULGAÇÃO<br />

A nova realidade dos<br />

profissionais de telemarketing<br />

e vendas


| BALCÃO AUTOMOTIVO | MARÇO DE 2021 |<br />

47 |<br />

MERCADO<br />

Enquanto alguns segmentos foram marcados por uma grande desaceleração nos últimos<br />

meses, outros mercados ganharam destaque em meio ao cenário de pandemia. Em paralelo<br />

a alguns profissionais que precisaram desacelerar e se organizar para enfrentar o momento,<br />

outros aproveitaram a oportunidade para mudar de carreira, ou o fizeram pela necessidade.<br />

As novas modalidades de compra fizeram com que a profissão de vendas<br />

tivesse uma ascensão interessante nos últimos meses. Na verdade, comprar<br />

online não é exatamente uma modalidade nova, mas muitas pessoas adotaram<br />

pela primeira vez na pandemia. Sendo assim, saber captar o cliente por meio de<br />

uma boa venda passou a ser mais importante do que nunca.<br />

O fato é que apesar de não parecer, essas profissões estão mais do que nunca<br />

interligadas. Ainda que o destino de 2021 seja incerto, com o início da vacinação<br />

e flexibilização dos comércios, as pessoas continuarão precisando de um bom<br />

vendedor para auxiliá-las, uma boa experiência de compra nos e-commerces e<br />

Dentre as profissões que ganharam mais ainda holofotes recentemente,<br />

também um telemarketing efetivo para um contato assertivo com as empresas.<br />

estão os cargos de telemarketing, marketing digital e carreiras voltadas<br />

para o e-commerce. Assistentes administrativos se tornaram operadores de<br />

telemarketing, caixas se tornaram operadores de depósitos e ambulantes se<br />

tornaram comerciantes. Só na área do telemarketing, as contratações cresceram<br />

67% no ano passado, segundo relatório de Empregos em Alta do LinkedIn.<br />

E nada disso foi por acaso, uma vez que com o isolamento social, todo o contato<br />

realizado com marcas e empresas começou a ser via esse tipo de atendimento.<br />

E o mesmo caminho serve para o e-commerce. Desde o início da pandemia no<br />

país, uma loja virtual por minuto foi aberta, isso significa um mercado gigante em<br />

potencial, com oportunidades que englobam desde atividades administrativas<br />

até logística. Aliás, vale salientar que dentro do próprio e-commerce temos as<br />

áreas de vendas e telemarketing.<br />

Adilson Souza<br />

*É gerente comercial do InfoJobs,<br />

atua há anos diretamente com<br />

serviços e produtos de tecnologia<br />

voltados para recursos humanos<br />

e em estruturas comerciais<br />

de empresas de internet com<br />

expertise na comercialização<br />

de soluções de otimização em<br />

processos de recrutamento<br />

e seleção. Adilson Souza<br />

possui formação técnica em<br />

processamento de dados e<br />

graduação em administração<br />

de empresas


48 CADERNO BALCONISTA AUTOMOTIVO<br />

A GOTA D’ÁGUA<br />

“A grandeza não consiste em receber<br />

honras, mas em merecê-las.”<br />

Aristóteles


CADERNO BALCONISTA AUTOMOTIVO<br />

49<br />

Um m atendimento no balcão de uma farmácia foi a gota d’agua, o motivo que<br />

me levou a escrever sobre esse tema em nossa coluna mensal no “Caderno<br />

Balconista Automotivo”.<br />

Essa situação de conflito me relembrou a seguinte frase: “Vejo no conflito uma<br />

oportunidade para o crescimento.” Ouvi essa frase há um tempo quando presenciei<br />

balconista e cliente, ambos com os “nervos a flor da pele”, transformarem um processo<br />

de compra e venda em um conflito que talvez pudesse ter sido evitado, tivessem os<br />

envolvidos usado da empatia e da tolerância.<br />

Embora o conflito possa ser algo desagradável, é oportuno fazer uma reflexão<br />

sobre o assunto.<br />

Os balconistas e nós, enquanto clientes, precisamos ter o discernimento para<br />

entender o momento atual e perceber até que ponto o “balde” está cheio e prestes a<br />

transbordar com uma única gota d’agua.<br />

Cabe às empresas uma atenção constante quanto à qualidade do atendimento<br />

e investir em treinamento para a equipe de vendas, afinal, balconista treinado e<br />

preparado pode evitar situações que possam desencadear em conflito, utilizando-<br />

se da empatia, da boa comunicação e habilidade em lidar com clientes dos mais<br />

diversos perfis.<br />

Imagine a seguinte situação:<br />

• Um motorista de caminhão viu seus rendimentos caírem bastante após o início<br />

da pandemia, por conta das restrições impostas pelos governos.<br />

• Um balconista teve seu contrato suspenso por 60 dias. Sem a comissão sobre<br />

as vendas, seu principal ganho, as contas começaram vencer e não puderam ser<br />

honradas nas datas dos vencimentos.<br />

Antes da primeira viagem após o período de quarentena, o motorista precisa<br />

adquirir itens para realizar a manutenção do caminhão.<br />

Entediado em casa e ansioso por retornar ao trabalho, o balconista não vê a hora<br />

de se reencontrar com o balcão, clientes e colegas de trabalho, vender bastante e pôr<br />

as contas em ordem.<br />

Em dado momento, motorista e balconista, cada um com seus problemas, se<br />

encontram em um atendimento no balcão da loja de autopeças e o que acontece?<br />

Conflito!<br />

Balcão cheio de clientes, o balconista apressado para atender o maior número de<br />

clientes, motorista com pressa, pois precisa agilizar a manutenção do caminhão para<br />

a viagem e um turbilhão de emoções a ponto de explodir, dependendo apenas de<br />

uma única gota d’água para transbordar o “balde do bom senso”. E, enfim, o conflito<br />

aconteceu durante o atendimento.<br />

Ao chegar em casa, o motorista contou à esposa o acontecido e percebeu que<br />

houve excesso de ambas as partes. Incomodado, após ter levado o caminhão ao<br />

Truck Center para realizar a manutenção, ao detectar que precisava adquirir mais uma<br />

peça, retornou à loja de autopeças, se dirigiu ao mesmo balconista e se desculpou<br />

pelo que aconteceu anteriormente. Desculpa aceita, processo de compra e venda<br />

dessa vez ocorreu sem problemas e ambos terminaram satisfeitos.<br />

A verdade é que precisamos buscar formas para desestressar em prol de uma<br />

vida mais tranquila. A correria no trabalho, a pressão por resultados, os problemas<br />

particulares, etc., tudo isso acaba por implicar em problemas à saúde física e mental.<br />

Ultimamente, temos ouvido diversos relatos de problemas relacionados à saúde<br />

mental das pessoas, principalmente os idosos, por conta do isolamento social, da<br />

perda de autonomia para resolver os assuntos do dia a dia e das notícias negativas<br />

enfatizadas pela mídia, principalmente em relação aos números da pandemia.<br />

Por conta disso, consultórios de psicologia e psiquiatria aumentaram a demanda<br />

por atendimentos, bem como as farmácias que precisaram reforçar o estoque de<br />

medicamentos relacionados à saúde da mente.<br />

A expressão gota d'água, conforme pesquisa no google, é usada para se referir ao<br />

último excesso a ser tolerado, o esgotamento da paciência de alguém em suportar<br />

uma situação ruim. Ou seja, a última gota a cair em um balde e fazê-lo transbordar é<br />

uma metáfora ao último evento a fazer você perder a cabeça.<br />

É muito importante para o balconista e/ou qualquer outro profissional,<br />

principalmente que lida com atendimento ao público, a preparação espiritual antes<br />

de começar o expediente, a concentração e o preparo para enfrentar o dia.<br />

Um pouco de estresse é normal, principalmente após um dia de trabalho, porém,<br />

é preciso ficar atento e perceber quando esse estresse ultrapassa os limites da<br />

tolerância, afinal, como diz, um ditado popular, “tudo demais é sobra”.<br />

Precisamos buscar ter uma vida mais tranquila, com menos estresse, seja<br />

praticando uma atividade física; uma boa noite de sono; um tempo para conversar<br />

com a família e amigos sem a presença do telefone celular; um tempo para meditação<br />

e relaxamento, sorrir mais, não levar as coisas tão a sério; não dar ouvidos a fofocas;<br />

não reclamar de tudo e de todos, enfim, eu, por exemplo, costumo idealizar os artigos<br />

mensais para o jornal Balcão Automotivo sentado à beira da praia, vendo e ouvindo o<br />

vai e vem do mar e o pôr do sol, afinal, contemplar a natureza em uma cidade como<br />

Salvador é tudo de bom.<br />

Cada pessoa, portanto, deve identificar algo que lhe proporcione prazer e bemestar,<br />

com a finalidade de limpar o HD, esvaziar um pouco a mente das preocupações<br />

e problemas do cotidiano.<br />

A propósito, Dia 22 de março é considerado o Dia Mundial das Águas,<br />

conforme resolução criada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas<br />

através da resolução /RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993.<br />

Texto: Valtermário de Souza Rodrigues*<br />

Foto(s): Divulgação<br />

*Analista Administrativo Sênior da Distribuidora Automotiva S/A – Filial<br />

Salvador; Bacharel em Administração de Empresas; MBA em Gestão de<br />

Empresas; MBA em Liderança Coaching; Co-autor dos livros “Ser Mais Inovador<br />

em RH” – “Motivação em Vendas” e "Planejamento Estratégico para a Vida”


Promova seus produtos ou marcas por meio de mídias<br />

digitais, através da efetividade das nossas ações.<br />

NOVO<br />

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