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Gestão Hospitalar N.º 24 2021

#gestão em saúde, por Vasco Reis Homenagem Vasco Reis:“A inoculação do bichinho da saúde teve como instrumento a administração” Testemunhos de familiares e amigos Saúde Global Portugal na saúde global A síndrome de fragilidade em idosos: revisão de literatura sobre instrumentos de avaliação e escalas de classificação Acesso a cuidados de saúde para além da Covid-19 Reaproximar os doentes não-Covid dos serviços de saúde no contexto da pandemia Responsabilidade em saúde pública no mundo lusófono: fazendo justiça durante e além da emergência da Covid Infeções associadas a cuidados de saúde e segurança do doente Comunicação institucional: até quando o parente pobre na gestão dos hospitais? SNS: e agora para algo completamente diferente Projeto Oncommunities: acompanhamento online para mulheres com cancro de mama Design Thinking como ferramenta para a eficiência no bloco operatório A farmacogenética na prática clínica Como podemos ter mais ensaios clínicos nos centros de investigação e tornar Portugal mais atrativo nesta matéria? Liderança Digital: ENESIS 2020-22

#gestão em saúde, por Vasco Reis
Homenagem
Vasco Reis:“A inoculação do bichinho da saúde teve como instrumento a administração”
Testemunhos de familiares e amigos
Saúde Global
Portugal na saúde global
A síndrome de fragilidade em idosos: revisão de literatura sobre instrumentos de avaliação e escalas de classificação
Acesso a cuidados de saúde para além da Covid-19
Reaproximar os doentes não-Covid dos serviços de saúde no contexto da pandemia
Responsabilidade em saúde pública no mundo lusófono: fazendo justiça durante e além da emergência da Covid
Infeções associadas a cuidados de saúde e segurança do doente
Comunicação institucional: até quando o parente pobre na gestão dos hospitais?
SNS: e agora para algo completamente diferente
Projeto Oncommunities: acompanhamento online para mulheres com cancro de mama
Design Thinking como ferramenta para a eficiência no bloco operatório
A farmacogenética na prática clínica
Como podemos ter mais ensaios clínicos nos centros de investigação e tornar Portugal mais atrativo nesta matéria?
Liderança Digital: ENESIS 2020-22

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GH opinião<br />

“<br />

A MELHOR FORMA DE SOBREVIVER<br />

A UMA HISTÓRIA DE PRESSÃO<br />

EXTERNA PERMANENTE, CENTRÍPETA<br />

E MULTIDIRECIONAL, É COM MAIS<br />

INOVAÇÃO, ATRIBUINDO UM SENTIDO<br />

AO PRINCÍPIO ECONÓMICO<br />

NEOSCHUMPETERIANO.<br />

”<br />

Quando mudar?<br />

De acordo com os princípios económicos de Kondratieff,<br />

que se tornou famoso por tentar provar estatisticamente<br />

o fenómeno das “ondas longas”, movimentos<br />

cíclicos de aproximadamente 50 anos de duração,<br />

conhecidos posteriormente na Economia, como ciclos<br />

de Kondratieff, ou vivemos em crise ou entre crises, e<br />

ao nosso alcance poderá eventualmente estar apenas o<br />

controlo do comprimento de onda. O SNS tem pouco<br />

menos que 50 anos, mas, felizmente, para lá caminha.<br />

A melhor forma de sobreviver a uma história de pressão<br />

externa permanente, centrípeta e multidirecional, é com<br />

mais inovação, atribuindo um sentido ao princípio económico<br />

neoschumpeteriano. Segundo este, e de forma<br />

adaptada ao contexto da saúde, podemos concluir que<br />

para que uma inovação seja realizada, é necessário que<br />

três condições sejam cumpridas:<br />

1. Novas e mais vantajosas possibilidades do ponto de<br />

vista económico privado;<br />

2. Acesso limitado a tais possibilidades, seja em razão<br />

das qualificações pessoais, seja por causa de circunstâncias<br />

exteriores;<br />

3. A situação económica permita o cálculo de custos e<br />

um planeamento razoavelmente confiável.<br />

Do ponto de vista económico privado, as possibilidades<br />

nunca foram tão diversas como agora. Segundo dados<br />

de 2017, só os dois maiores grupos privados de saúde<br />

valeram, em conjunto, 1.1 mil milhões de euros em proveitos<br />

operacionais (mais 6,7% do que no ano anterior).<br />

A segunda condição é assegurada pela escassez dos recursos<br />

humanos agravada quer pela sua saída contínua<br />

para o setor privado quer para mercados estrangeiros,<br />

tendencialmente mais apelativos. E a terceira, o planeamento,<br />

é desta que o fazemos de vez?<br />

Conclusão<br />

Nas instituições de saúde a liderança é fator determinante<br />

para uma boa gestão. Neste contexto, ganha sentido<br />

refletir acerca dos pressupostos geralmente associados<br />

à seleção dos seus líderes. O perfil pessoal do líder é,<br />

mais que nunca, preponderante na eficácia com que implementa<br />

um projeto a longo prazo, tendo isso impacto<br />

direto nos resultados desejados. A ideia de que a idade<br />

ou a experiência é fator eliminatório no momento de<br />

selecionar o líder, sobrepondo-se essa variável a qualquer<br />

outra, está ultrapassada, sendo progressivamente<br />

valorizados critérios mais adaptados aos desafios que a<br />

atualidade das instituições vai impondo. Esta alteração<br />

de modelo de gestão de liderança é perspetivada como<br />

um dos fatores primordiais para a evolução de processos<br />

através de novas visões de organização de serviços,<br />

especialmente centrados em tecnologia.<br />

Atualmente debate-se acerca da necessidade da constante<br />

adequação dos meios para alcançar metas dinâmicas,<br />

no entanto a temática da meritocracia tem tanto<br />

de consensual como de difícil implementação, tendo<br />

em conta a subjetividade do conceito. Quando considerado<br />

o SNS, surgem dificuldades acrescidas impostas<br />

por limitações no recurso a instrumentos pragmáticos<br />

e contemporâneos de gestão de equipas. A proposta<br />

apresentada de um modelo integrativo: 1) centrado em<br />

projetos e suportado por medidas auxiliares de 2) promoção<br />

e 3) premiação, visa colmatar ou minimizar estas<br />

limitações específicas que se têm perpetuado ao longo<br />

dos 40 anos do SNS. Mais do que promover a mudança,<br />

é fundamental promover a mudança da mudança que<br />

se tem observado ao longo do tempo, que tem pecado<br />

por especial desfasamento da realidade, surgindo invariavelmente<br />

tarde demais. Ã<br />

1. Eira, A. "A Saúde em Portugal: A procura de cuidados de saúde privados." Faculdade<br />

de economia da universidade do Porto (2010).<br />

2. Ferreira, M., Lopes, A., Guimarães, M. & Barros, H. "A Carreira Médica e os<br />

Fatores Determinantes da Saída do Serviço Nacional de Saúde" Acta Medica Portuguesa<br />

(2018).<br />

3. Pereira, A. et al.. "Avaliação custos-consequências comparativa das USF B e UCSP<br />

2015. Unidades Funcionais dos CSP como Centros de Resultados" Coord. Nac.<br />

para a Reforma do SNS área dos Cuid. Saúde Primários (2018).<br />

4. Calejo, M. A. M. O diagrama do conhecimento da partição económica e da<br />

história. (2009).<br />

5. Ferreira, P. L. & Raposo, V. "Monitorização da satisfação dos utilizadores das USF<br />

e de uma amostra de UCSP" CEISUC (2015).<br />

6. Alcântara, P. & Cabral, M. V. O Estado da Saúde em Portugal. (2009).<br />

7. Goldsmith, M. & Reiter, M. O que o fez chegar aqui, não o leva mais além.<br />

SmartBook (2011).<br />

8. Bernhart, M. H., Wiadnyana, I. G. P., Wihardjo, H. & Pohan, I. "Patient satisfaction<br />

in developing countries" Social Science and Medicine, (1999).<br />

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