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Livro com capa - Mulher do fim do mundo

Poesia periférica as vivências, lutas, dores e conquista de uma mãe solo periférica.

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Dos fios brancos desprovidos de pigmentação natural

E não coloridos de forma artificial

Senti-me à vontade

De não preencher espaços com tinta

Ainda que a ausência de cor no topo da cabeça

Não se reflita nos pelos pretos pubianos

Ainda que sejam apenas brancos no topo da cabeça

A cor dos cabelos, a quantidade de pelos

Torturavam-me em vaidade

O machismo me ditando o que é certo

E o que é proibido!

Como uma cor me torna vadia?

O branco me fez senhora da noite pro dia?

Quando deixei de pintar meus cabelos

Não me tornei uma mulher mais velha

E quisera eu ter me tornado mais sábia

Pela cor dos meus cabelos

Mas quando deixei de pintar meus cabelos

Eu apenas me tornei liberta!

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