Livro com capa - Mulher do fim do mundo
Poesia periférica as vivências, lutas, dores e conquista de uma mãe solo periférica.
Poesia periférica as vivências, lutas, dores e conquista de uma mãe solo periférica.
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No meio do caminho havia uma pedra
Pedras no plural
Afinal, tem tantas pedras no meio do caminho da
periferia.
Uma rua sem asfalto,
Quase sem luz e esgoto a céu aberto
Uma rua de pedra,
Luz só com gato no fio
Ratos no chão
Correndo de uma pilha de lixo pra outra
Sem meios caminhos,
O jeito é sobreviver no meio do entulho
Morador do fim do mundo
João, menino da ruela
Não viu mal em atirar uma simples pedra
Contra uma janela, em forma de protesto
Inspirado em poetas marginais periféricos
Gritou:
AS PEDRAS NÃO FALAM, MAS QUEBRAM
VIDRAÇAS!
Ouviu-se um boom em meio a viela
E a voz do poeta ecoou na favela
Um eco vindo do disparo, arma, fardado e despreparado
Atingiu o menino
E antes que a pedra pesada cumprisse seu destino
A leve bala acertava seu alvo
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