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Livro com capa - Mulher do fim do mundo

Poesia periférica as vivências, lutas, dores e conquista de uma mãe solo periférica.

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Flor do lixão

Eu nasci flor do lixão

Que brota fora da estação

Eu era a erva daninha a ser arrancada

A flor do lixo precisa ser podada

No jardim da vida me fiz forte

Não aceitei poda ou corte

Eu era muda

Calada

Plantei muda

De Arruda

Pra espantar a maldade

Me tornei flor de comigo ninguém pode

Criei raiz no chão

Sobrevivi ao inverno e a solidão

A paixão de verão

Na troca de estação

Fui folha seca varrida no chão

Recolhi cada pedacinho de mim

Cada pétala despedaçada

E semeei primavera

Eu nasci Flor

Mas sempre fui tratada como pedra.

Lua para Grazi do @_feminismopoetico

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