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Livro com capa - Mulher do fim do mundo

Poesia periférica as vivências, lutas, dores e conquista de uma mãe solo periférica.

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A ter muita força pra me manter de pé

O desabamento é inevitável

Sabe aquela frase!

“Eu quero que o mundo se acabe

Pra eu morrer encostada no barranco”?

Sou eu que seguro o barranco!

Sou eu que fortaleço o barraco

Ainda que aos pe-da-ços

Sou eu que sustento todo o peso

De ser mulher

De ser mãe

E por favor, não me chame de guerreira!

Não quero esse título de mulher maravilha

Pois eu não escolhi esta guerra diária

Estou de pé sustentada pelas pernas

Pelos braços,

Mas com o coração abatido, cansado

Que não para de bater

E dispara a cada golpe da vida

Estou aguentando TUDO!

Tentando não chorar

Tentando não desabar,

Não fraquejar

Não desistir,

Mas afinal,

Porque meu corpo insiste em lutar

Em uma guerra sem fim!

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