CORO.NA Quarentena Cadernos de Coro
Reunião de depoimentos do Festival/Projeto CORO.NA Quarentena. Ficha Técnica Idealização e articulação: Natasha Corbelino Elenco: Adriana Schneider Alcure, Aline Mohamad, Alex Mello, Allegra Ceccarelli, Ana Fialho, Andréa Cals, Bárbara Abi-Rihan, Beta Furtado, Camila Rocha, Carmem Gadelha, Claudia Barbot, Claudia Olsieski da Cruz, Diogo Oliveira, Flavia Milioni, Gizele Martins, Gláucio Gomes, Gricel Osorio Hor-Meyll , Gustavo Acioli, Helena Borschiver de Medeiros, Inez Viegas, Juliana França, Larissa Siqueira, Luci Vilanova, Ludmila Rosa, Manoela Pessanha, Maria Rezende, Marina Monteiro, Mel Lisboa, Monique Vaillé, Natasha Corbelino, Patricia de Castro Moreira Dias, Patricia Pinho, Paulo Hamilton Santos Silva, Poliana Paiva, Ramon Nunes Mello, Renato Carrera, Rodrigo Acioli Moura, Silvia Vieira, Stella Brajterman, Suzana Nascimento, Tatjana Vereza, Vini Couto e convidades Direção de Produção: Natasha Corbelino Produção Executiva: Monique Vaillé Produção de Base : Waleska Areas Assistente de Produção Programação - Apresentações artísticas e Mídias Sociais: Tatjana Vereza Tradução para Libras: JDL Traduções Assessoria de Imprensa: Junia Azevedo - Escrita Comunicação Comunicação Comunitária: Palafita 174 Programador Visual: Lucas Moratelli Administração Financeira: Carla Torrez Azevedo e Thais Pinheiro Supervisão da Prestação de Contas: Natália Simonete Realização: Corbelino Cultural e Reconvexo Produções
Reunião de depoimentos do Festival/Projeto CORO.NA Quarentena.
Ficha Técnica
Idealização e articulação: Natasha Corbelino
Elenco:
Adriana Schneider Alcure, Aline Mohamad, Alex Mello, Allegra Ceccarelli, Ana Fialho, Andréa Cals, Bárbara Abi-Rihan, Beta Furtado, Camila Rocha, Carmem Gadelha, Claudia Barbot, Claudia Olsieski da Cruz, Diogo Oliveira, Flavia Milioni, Gizele Martins, Gláucio Gomes, Gricel Osorio Hor-Meyll , Gustavo Acioli, Helena Borschiver de Medeiros, Inez Viegas, Juliana França, Larissa Siqueira, Luci Vilanova, Ludmila Rosa, Manoela Pessanha, Maria Rezende, Marina Monteiro, Mel Lisboa, Monique Vaillé, Natasha Corbelino, Patricia de Castro Moreira Dias, Patricia Pinho, Paulo Hamilton Santos Silva, Poliana Paiva, Ramon Nunes Mello, Renato Carrera, Rodrigo Acioli Moura, Silvia Vieira, Stella Brajterman, Suzana Nascimento, Tatjana Vereza, Vini Couto e convidades
Direção de Produção: Natasha Corbelino
Produção Executiva: Monique Vaillé
Produção de Base : Waleska Areas
Assistente de Produção Programação - Apresentações artísticas e Mídias Sociais: Tatjana Vereza
Tradução para Libras: JDL Traduções
Assessoria de Imprensa: Junia Azevedo - Escrita Comunicação
Comunicação Comunitária: Palafita 174
Programador Visual: Lucas Moratelli
Administração Financeira: Carla Torrez Azevedo e Thais Pinheiro
Supervisão da Prestação de Contas: Natália Simonete
Realização: Corbelino Cultural e Reconvexo Produções
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Corbelino Cultural, Reconvexo Produções, Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de
Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc apresentam
CADERNOS
DE CORO
Ser
coro
para não ser corona
Produção de memória e invenção
de futuros do CORO.naquarentena
1º FESTIVAL
CORO.na
quarentena
Idealização e articulação
Elenco
Direção de Produção
Produção Executiva
Produção de Base
Assistente de Produção
Programação - Apresentações
artísticas e Mídias Sociais
Tradução para Libras
Assessoria de Imprensa
Comunicação Comunitária
Programador Visual
Administração Financeira
Supervisão da Prestação de Contas
Realização
Natasha Corbelino
Adriana Schneider Alcure, Alex Mello, Aline Mohamad, Allegra
Ceccarelli, Ana Fialho, Andréa Cals, Bárbara Abi-Rihan, Camila Rocha,
Carmem Gadelha, Claudia Barbot, Claudia Olsieski da Cruz, Diogo
Oliveira, Flavia Milioni, Gláucio Gomes, Gizele Martins, Gricel Osorio
Hor-Meyll , Gustavo Acioli, Helena Borschiver de Medeiros, Inez
Viegas, Juliana França, Larissa Siqueira, Luci Vilanova, Ludmila Rosa,
Manoela Pessanha, Maria Rezende, Marina Monteiro, Mel Lisboa,
Monique Vaillé, Natasha Corbelino, Patricia de Castro Moreira Dias,
Patricia Pinho, Paulo Hamilton Santos Silva, Poliana Paiva, Ramon
Nunes Mello, Renato Carrera, Rodrigo Acioli Moura, Stella Brajterman,
Silvia Vieira, Suzana Nascimento, Tatjana Vereza e
Vini Couto e convidades
Natasha Corbelino
Monique Vaillé
Waleska Arêas
Tatjana Vereza
JDL Traduções
Junia Azevedo - Escrita Comunicação
Palafita 174
Lucas Moratelli
Carla Torrez Azevedo
Natália Simonete
Corbelino Cultural e Reconvexo Produções
oficina
encontro
cena
artes da cena
leitura
processo
conversa
42 lives
PERCURSO
“CADERNOS DE CORO”
produção de memória e invenção de futuros do CORO.naquarentena
1ª publicação - 15 de março de 2020
https://www.facebook.com/natasha.corbelino/
posts/10220071430069631
Como ser coro na cidade hoje?
(...)
Como ser coro pra não ser corona?
Eis que, assim, de repente, ser coro agora é estar dentro. Coro hoje é dizer
sim ao isolamento. Ser coro é um ato sobre, para e com o coletivo. E o
coletivo precisa do isolamento para estar junto em março de 2020 e em
diante. Hoje, o coro é em casa.
Como ser corpo sem ter casa? Quem pode ser coro em casa?
Fiz 40 anos felizes. Felizes nos meus privilégios brancos. Branca, falo do
corpo casa, falo do isolamento como ato político mais coral que me atravessa
hoje. E aí?
Como quem tem:
corpo fora do alvo,
casa fora da favela,
pode/deve ser coro?
Vamos?
@natashacorbelino
Modos possíveis de ser coro.
Lista a ser preenchida.
Preencher sem estar no espaço cheio.
Tempos de aprender a ocupar o próprio corpo. A extraordinária História
do Corpo Casa.
No Mundo, Brasil. No Brasil, pelamorrr.
(...)
Gente, existe hoje, agora, um elo no planeta. Um assunto único ocupando
as bocas de todas as línguas. O que vamos fazer com isso? Um elo que nos
esfrega na cara, sem as mãos, que ainda existem caminhos pra sermos e
fazermos coro.
Aí que escrevi sobre a Casa. Corpo Casa. Bonito, né? Mas, Natasha, que
casa é essa no Brasil profundo? E no meu lugar de casa, o RJ? Onde é a
casa no RJ profundo?
PERCURSO
“CADERNOS DE CORO”
produção de memória e invenção de futuros do CORO.naquarentena
16 de março de 2020
CORO.na Quarentena: modos de alta imunidade
Ideia: Via transmissão online aqui no Facebook, apresento trabalhos
artísticos***(cenas, espetáculos, leituras de inéditos, ações performativas,)
em sessões pré definidas e divulgadas diariamente, com conteúdo
variado. Um horário diário fixo (a definir). Divulgação via evento do face.
*** atualização: ideia expandida => teremos falas, trabalhos, mostras
de várias áreas de atuação, não só das artes. Um grade de programação
variada, com pessoas de várias áreas de atuação. Farmácia, Direito,
Psicanálise, Educação, Medicina, Jornalismo. Estou falando com mais e
mais pessoas, em breve, compartilho o elenco! Falem comigo se quiserem
entrar nessa.
natashacorbelino@gmail.com
20 de março de 2020
Pessoal, aquela ideia se desdobrou nessa. 21 apresentações (falas,
leituras, indicações de programas, obras artísticas) para crianças, jovens,
adultos, idosos, toda as gentes. Conteúdos de Literatura, Psicanálise,
Justiça restaurativa, Educação, Teatro, Esporte, Economia. Em 3 horários
durante toda a próxima semana. Comprando uma assinatura, você tem
acesso a toda a magia. O valor sugerido por assinatura é R$20,00, mas
você pode, se puder, pagar até R$150,00. Alguma estratégia coletiva para
lidar com o caos econômico em tempos de coronavirus. Somos como rede
motor.
Ação coletiva para gerar alguma renda para pessoas em situação ainda
mais vulnerável agora. Profissionais de várias áreas reunidos para
mostrar uma programação online e conseguir sua adesão através de uma
assinatura semanal, cuja arrecadação total será distribuída para viabilizar
mais quarentenas. As transmissões ao vivo acontecerão na conta do
projeto no Instagram, exclusiva para assinantes. Mais que ter acesso ao
conteúdo, comprar nossa assinatura é contribuir para que outres tenham
acesso ao mais básico da vida. Não é sobre um novo serviço de streaming,
é um ato político.
Natasha
PERCURSO
“CADERNOS DE CORO”
produção de memória e invenção de futuros do CORO.naquarentena
23 de março de 2020
O COMEÇO DO COMEÇO COMEÇOU!
PERCURSO
“CADERNOS DE CORO”
produção de memória e invenção de futuros do CORO.naquarentena
Brasil, 23 de março de 2021
297.118 óbitos por Covid-19
1 ano de CORO
de março a março e segue
Movimentos parceiros: Pela Vida de Nossas Mães, Frente de Mobilização
da Maré, Portal Favelas, Semearte Rocinha, Favela Orgânica, Aldeia
Maracanã - Universidade Indígena, Entre o Céu e a Favela, Julho Negro,
Famílias da Baixada Fluminense, Ocupação Mariana Crioula.
Nos unimos para estimular arrecadações solidárias para outros coletivos
e movimentos e também para acolher nossas saúdes de sobrevivência
emocional e criativa durante a pandemia. Assim, pudemos nos fortalecer
como pessoas trabalhadoras da Cultura e muitos projetos foram
gestados. O CORO. na quarentena também se desenvolveu como projeto
continuado, incubadora de saúde, no lugar de criação de conteúdo,
pesquisa, sala de ensaio, debates sobre novos modos de criação, tudo
online.
3) oficina de instrumentalização nos recursos técnicos das plataformas do
Instagram e do Zoom como possíveis campos de trabalho na área da Cultura
4) publicação do primeiro “Cadernos de Coro”
1º Festival CORO.na Quarentena é um festival que aconteceu online em
janeiro de 2021 com uma programação de artes integradas (Teatro, Dança,
Audiovisual, Literatura e Performance), em diálogo com vários setores
da sociedade (Farmácia, Psicanálise, JustiçaRestaurativa, Psicologia,
Nutrição), composta pelo coletivo CORO.na Quarentena que conta com
mais de 40 profissionais que trabalham juntes online no Instagram desde
março de 2020 e que são a constituição deste projeto.
Em janeiro de 2021, começa nosso 1º Festival CORO.na quarentena
Ações do FESTIVAL:
1) apresentações de cenas, performances, espetáculos, shows,
coreografias, filmes, livros autorais performados em lives do Instagram.
2) entrevistas e conversas em lives do instagram com as artes integradas, os
movimentos sociais parceiros e a Cultura como motores de solidariedade
e saúde coletiva
Nós, do CORO, entendemos que, neste momento, um FESTIVAL pode
atuar como motor para gerar renda para mais e mais pessoas trabalhadoras
na ficha técnica. Além e antes disso, a SOLIDARIEDADE como matéria
essencial, em relação continuada com a CULTURA. SAÚDE!
Vamos à MAGIAMULTIDÃO e seus testemunhos da experiência de estar
aprendendo a ser coro para não ser corona.
depoimentos
13
Adriana Schneider
O coro.naquarentena se fez como uma resposta rápida à pandemia que ia se instalando como
presença implacável. A arte pode, porque está treinada a agir no imediato. A ação de ser coro
para não ser corona afirma a importância da arte e da cultura como modos de pensamento,
de vida e de saúde coletiva. A resiliência do coro, sua força ancestral, quando evocada, nos
traz cadência, fluxo, bálsamo, medicina e acolhimento. Ainda estamos nesse mar, do qual nunca
saímos, e o coronavírus, essa lente de aumento, nos escancara a boca que vem nos tragando
para o fundo. Talvez, nós possamos auxiliar o parto desta criança-mundo que se faz necessária.
Artistas parteiros?
14
Allegra Ceccarelli
Me sinto muito honrada em fazer parte de um projeto tão necessário, que além de levar
dignidade para pessoas em estrado de vulnerabilidade, também contribui tanto com o
desenvolvimento da cultura carioca em tempos pandêmicos. Foi lindo poder somar mais uma vez,
ao lado de artistas incríveis e fazer parte do Festival Coro.na Quarentena. Participar do festival
me possibilitou compartilhar com o meu país duas lives: uma de dentro de um templo sagrado
Balinês e uma dançando juntamente com o meu Mestre Ketut Wirtawan. Me senti dentro de um
sonho e de fato foi. Foi mágico e comovente poder realizar uma troca desse gênero, trazendo
um pouquinho da cultura balinesa para o meu país. Finalizei as lives realizada e muito feliz com
o encontro digital. Gratidão.
15
Aline Mohamad
Ser coro pra não ser corona.
Em tempos onde a maior prova de afeto é não se afetar presencialmente surge esta maior prova
de afeto virtual.
Pessoas reunidas, nem todas se conhecem, em uma única função: alimentar de arte àqueles que
estão confinados.
E, daquilo que seria nossa remuneração, alimentar não só de arte, mas também de suprimentos.
Coro.naquarentena é sopro de nós por nós, nós por outres. Coro.naquarentena é saúde
mental, cultural. É ponte que destrói muros.
16
Andréa Cals
Durante a pandemia aconteceu um boom de lives, muita gente procurando desafogar do tsunami
que foi, e continua sendo, a doença, o isolamento, as mortes... momento muito triste e difícil para
todos. A minha primeira live veio pelo convite de participar do Coro.naquarentena. Eu achei
a ideia tão maravilhosa! Era tão boa a sensação de fazer algo não apenas para me ajudar a
superar o que estava vivendo, mas principalmente, poder, mesmo enclausurada, ajudar outras
pessoas. Isso é muito especial. Muito orgulho de fazer parte desse coro.
17
Bárbara Abi-Rihan
Ser coro foi também cura. Por longos meses, esse projeto idealizado por Natasha Corbelino deu
propósito aos dias em isolamento. No momento em que a arte parecia pequena diante das então
milhares de vidas dizimadas, quando a poesia parecia insuficiente diante do luto, esse movimento
feito em multidão deu às nossas vozes – e corpos e mentes e espíritos – razão de ser. Um ato
político, uma rede de afeto, um encontro partilhado de saberes, um motor sustentável para
geração de renda e a(co)limento para quatro instâncias de coro – fazedores, espectadores,
doadores e receptores. Que privilégio ser alimento e alimentada deste e por este
Coro em real quarentena.
18
Beta Furtado
Ser coro para não ser corona é viver a real experiência de se dar as mãos, de colocar na rua a
potência do coletivo, de sentir o poder da cultura, da arte, do bom papo, das imagens e sons
doados cheios de amor. Eu divido com você o que tenho e você divide comigo o que tem. Lindo
de fazer e de assistir. Seguimos!
19
Camila Rocha
Ser Coro foi e continua sendo um mergulho a transbordar junto, somar nesse processo me
permitiu encontros por telas com novas vozes, novos rostos e fazeres. De conhecer e reconhecer
potências artísticas necessárias, ainda mais no momento atual. Ser coro pra não ser corona é ser
respiro que se dá junto, é colaborar, sentir, ouvir, conectar e possibilitar novos passos!
20
Carmem Gadelha
O coro é, desde sempre, uma voz coletiva. Arrasta consigo a certeza de que pertencemos a
algo. Com ele, fazemos frente aos descalabros que hoje nos assolam. Então, podemos falar e
ouvir, afetar e ser afetados, afastar o medo, convocar solidariedades. Tudo isto é não ser corona.
Polifonia e dissonância não são dissensos. Estamos juntos para obedecer a impulsos de criação:
da arte, da vida, da cidade que há de vir.
21
Diogo Oliveira
Durante os meses de março a julho de 2020 enquanto tudo se fechava por tempo indeterminado
encontrei no convite a participar do Coro.Na.Quarentena uma nova janela aberta pro mundo.
Fizemos sessões de cinema semanais, adaptando talvez a mais famosa janela em uma nova:
pequena e virtual. Sendo então a única possibilidade possível - a de nos conectar virtualmente
- a conexão com os demais participantes e publico nos garantiu saúde em tempos de pandemia.
E a cada semana, quando arrecadávamos uma ajuda financeira a pessoas que precisavam,
passamos a compreender que, independentemente do que nos espera pela frente, o futuro só faz
sentido se fazendo coro.
22
Gizele Martins
Participar e contar com o apoio de todas e todos do Coro na Quarentena foi de extrema
importância para nós moradores e comunicadores da Maré. Nós somos imensamente gratos
a toda a divulgação e solicitação de apoio feito por quem faz as programações e lives do Coro na
Quarentena. A gente conseguiu ajudar com cestas básicas e kits de higiene, inúmeros moradores
da favela da Maré que durante o ano de 2020 - com a chegada da pandemia- perderam os seus
empregos. Sou feliz por participar desse coletivo, sou melhor por também ser parte deste grande
Coro de solidariedade e vida! Obrigada!!! <3
23
Gláucio Gomes
Dentro do coro criei o projeto “Ouça Teatro”, onde apresentei cerca de 30 leituras teatralizadas.
A leitura de trechos da peça “Calabar” de Chico Buarque e Ruy Guerra com as músicas
executadas pelo ator, músico e maestro Marco Gerard foi a que mais me emocionou, pela
importância do texto que nos mostra que continuamos repetindo os erros cometidos ao
longo da nossa história e que é preciso não calar. Outra coisa que se repete é a ação do artista/
cidadão quando a sociedade mais precisa e o estado se omite. Ao longo deste ano que passou
esse foi e é o papel do @coro.naquarentena, estar presente, estar atento, estar vivo, levar vida.
Evoé!
“Aos quatro cantos seus ganidos
Seu grito medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos de sonho
O seu veneno temperando
A tua aveia
O teu feijão
Presta atenção”
24
Gricel Osorio Hor-Meyll
Que alegria participar do Festival Coro.na quarentena! Foi emocionante trazer o Adiel Luna, do
Mamulengo Flor Mimosa, para falar de uma manifestação cultural popular brasileira tão rica e
nos ofertar sua arte, com as passagens divertidas de seus bonecos. Pertencer ao CORO e “ser
coro para não ser corona” foi encarar o desafio de fazer lives para gerar renda para vidas
mais vulneráveis e descobrir que, juntas, nossas vozes têm mais força para atravessar este
período tão difícil e cheio de incertezas. Viva a magia do CORO! Viva o afeto, a solidariedade, a
arte e a cultura!
25
Flavia Milioni
Eu achei muito gostoso fazer a live sobre o processo de ARACY primeiro porque eu tava com
muita saudade da peça, e depois porque foi muito prazeroso visitar minhas memórias de quando
tudo começou. Compartilhar o que eu pesquisei e vivi reforçou a importância que essas
experiências têm em mim. E o mais legal é saber que reverbera em outras pessoas também.
Além de que, durante a live, me deu a sensação de estarmos juntos de alguma forma, aplacando
um pouco da solidão do confinamento. Essa foi minha quinta ou sexta live no coro na quarentena
desde o início do projeto. Foram, até agora, 185 visualizações no vídeo sobre ARACY.
26
Gustavo Acioli
Minha vida de escritor e roteirista é reclusa. Talvez a de outros não seja; a minha é. O Coro.
na Quarentena surgiu na minha vida como uma janela que deixa entrar o sol e a brisa. Uma
janela na qual me debruço, aos sábados, para saber dos amigos como têm passado e trocar
lembranças e sorrisos. No Festival Coro.na Quarentena me perguntaram de volta como tenho
passado, o que tenho feito. E já fazia tempo que ninguém me perguntava isso.
27
Helena Borschiver
Participar do Coro.Na Quarentena foi, é, e sempre será uma honra. Poder falar sobre teatro,
sobre teatro para crianças e com crianças é um desafio maravilhoso. Entendo que a arte nos
orienta, nos alimenta, nos traz equilíbrio. Ao preparar minhas falas para o nosso Coro, acreditei
que pudesse trazer luz e ideias à algumas pessoas, mas a verdade é que eu é que me revigorei,
me fortaleci e me orgulhei. É uma alegria imensa pensar na energia que esse trabalho gerou
e a quantidade de gente que ajudou. Parabéns a todos os envolvidos! Vida longa ao Coro.Na
Quarentena!
28
Inez Viegas
Entrei na gira desse Coro motivada por uma necessidade de estar ativa e presente. Como forma
de colaborar e interagir, com pares, amigos, sociedade e público. Sou coro para compartilhar
um pouco do que sei, como nas lives do relaxamento meditativo energizante, e, também, do
que estudo e quero aprender, como nas lives de leitura compartilhada de material feminista,
anti-racista e contra a violência do estado. Também sou coro para ser comentarista em revista
de reflexão e humor, onde aprendo e compartilho saberes com outros artistas. Ser coro neste
período tão conturbado tem sido leme e norte para mim. Ventania e ancoragem. É bastante
motivador, compartilhar e aprender conhecimentos enquanto ecoamos questões socais
mais amplas e estendemos nossa rede para abarcar o maior número de pessoas possível.
Somos muites e estamos juntes, aprendendo, todo dia, a ser coro para vencer o corona e toda a
desigualdade que ele exacerba.
29
Juliana França
É encontrar estratégias de sobrevivência no coletivo e utilizando-se também da arte como
ferramenta de enfrentamento à pandemia da COVID-19. E assim minimizar, de alguma
maneira, o impacto do Corona Vírus na população mais vulnerabilizada. Por isso, foi e é
importante reconhecer as ações irmãs que pudéssemos nos filiar mutuamente para fortalecer e
fomentar campanhas, coletivos, movimentos e artistas.
30
Larisa siqueira (Lara Negalara)
Não havia sinal de celular, e para ter wi-fi eu precisava andar por 10 minutos na estrada de terra.
Dessa forma, me conectava à internet somente de 2 ou 3 vezes por semana.
Cada vez mais assustada com as notícias que recebia, os índices de contágio da COVID-19
só aumentavam e aumentavam. Em um desses dias de ida ao sinal de wi-fi recebi o convite de
Natasha Corbelino para compor a programação do Coro.na quarentena, já senti o tamanho e a
beleza da rede que seria. Dei uma lufada de alívio e aceitei de pronto. Era a chance de fazer algo
mesmo estando longe da cidade, cada um na sua casa podia fazer alguma coisa para ajudar quem
mais precisava e para ajudar a si mesmo naquele momento de pânico total.
Foi o sinal de que devíamos continuar. Ali comecei a escrever um texto e ler uma vez por semana,
no fraco sinal de wi-fi, no instagram do Coro. Um encontro por semana que me enchia de
esperança e incentivo.
Aprendi a fazer lives. Hoje o texto virou uma peça que já apresentei algumas vezes e é o
projeto com que pude receber o recurso do edital Cultura nas Redes do Estado do Rio de
Janeiro.
31
Luci Vilanova e Vini Couto
Ateliê Rabiscos Terapêuticos
Participar do Coro.naquarentena nos manteve vivos, criativos e acolhidos em um momento tão
difícil, que foi a quarentena. Começamos como espectadores e depois da primeira semana fomos
convidados para fazer uma live. Foi a nossa primeira live na plataforma do instagram. Com o Coro
aprendemos a criar uma rotina de conteúdo online, o que fortaleceu bastante a nossa busca por
novas plataformas para não deixar de atuar na nossa área profissional. Somos artistas e esta
experiência com o Coro foi essencial para continuarmos saudáveis, ativos e motivados, não só
pela responsabilidade das apresentações semanais, mas também pelo contato constante com
outros colaboradores do Coro que são excelentes profissionais.
32
Ludmila Rosa
O coro na quarentena é uma experiência que nos salva da sensação de impotência. Como
diz Ailton Krenak - que tem sido um verdadeiro farol nesses tempos pandêmicos com seu
pensamento consciente e afiado – NÓS SOMOS SUJEITOS COLETIVOS! A vida só é possível
porque somos interdependentes e porque somos capazes de criar redes através das trocas de
afeto. O coro na quarentena é isso pra mim – troca de afetos, troca de saberes, porosidade e
capilaridade.
Além de algumas lives de conversas que reverberam para além das lives e das conversas, eu
também passei pela experiência muito especial de estrear um novo trabalho no festival. Foi a
primeira vez que reuni e apresentei o dramaturgia do meu Solo Um Aprendizado, que agora
continua em outros espaços e formatos. O coro na sua força motriz, geradora de vozes e
corpos que aquecem os nossos corações neste momento tão desafiante.
Viva o coro na quarentena!
33
Marina Monteiro
O coro é renovação de fé no coletivo. A potência dessa conexão que rompe o virtual inundando
de presença. Assim me senti em cada live que fiz no coro – aliás foi em coro minha primeira live
da vida – e durante o Festival não foi diferente. Senti a presença de cada pessoa que passou por
ali e trocou a partir da literatura comigo. Sinto o coro como um espaço de acolhimento, tanto
para quem faz, quanto para quem assiste e para as redes beneficiadas pelas colaborações. A cada
live foi esse o sentimento, de profundo acolhimento em meio ao caos e de força da cultura em
movimento, em rede.
34
Mel Lisboa
Foi uma honra fazer parte do Coro na Quarentena, um coletivo tão importante nesse momento
tão duro para o país e o mundo. Ler Machado no festival foi um prazer e um desafio imensos.
Agradeço muito o convite e aproveito para parabenizar essa iniciativa maravilhosa da Natasha
Corbelino de sermos Coro para não sermos Corona.
35
Monique Vaillé
Ter a oportunidade de estar com tanta gente que admiro é sempre uma enorme expansão. Eu
falo “estar” porque de fato estivemos em coro, um passando a bola para o outro neste festival
delicioso. Trazer Zelda que nasceu como desdobramento do BIG ARTISTA BRASIL, reality que
nasceu no coro, foi uma honra. Me diverti horrores, Zelda é livre e feliz. E estar com ela é
sempre uma alegria. Foram até agora 588 visualizações nos 2 vídeos do DE OLHO EM TUDO
COM ZELDA.
36
Patrícia Dias
Participar do coro na quarentena representa pra mim duas situações muito importantes: foi
a primeira live que eu fiz na vida e o caminho que encontrei de passar meus conhecimentos
farmacêuticos e técnicos para as pessoas com verdade e amor. Me juntar ao coro foi a válvula
que me fez sentir junto das pessoas e da arte tão distantes ao longo da pandemia. O Festival
foi um plus a mais para mim. Caprichei no cenário, no figurino e até na maquiagem, coisas que não
fazem muito parte da minha rotina, mas que valeram muito a pena e agora já fazem. Certamente
foi o dia que tive mais pessoas me assistindo ao vivo, acho que foram umas 34 e minha live
deste dia já teve mais de 300 visualizações posteriores. Fico emocionada, orgulhosa e arrepiada
quando penso nisso tudo e o que ser coro para não ser corona representa na minha vida, na dos
meus colegas e na de tantas outras pessoas ajudadas por todos nós. Vida longa ao coro!!!
37
Patrícia Pinho
Participar do Festival foi muito interessante para a produção do meu conto A MORCEGO DA
PRAIA DO BREJO. Me senti muito estimulada a me apresentar. Eu trabalhei, ensaiei com muita
vontade para dar o meu melhor na Live e me surpreendi com o resultado. Além do número de
visualizações: 445 até o presente momento (12/02/2021), tive um retorno muito positivo para
continuar a escrever e quem sabe até montar. A MORCEGO vai voar graças ao estímulo deste
Festival. Gracias amigues.
38
Paulo Hamilton
O Coro para mim sempre foi a ideia mais nobre de teatro. O Coro do Teatro Grego representava
os cidadãos que expressavam seus anseios, medos, paixões, o pensamento e o sentimento de
uma coletividade, em momentos especialmente difíceis e trágicos de sua história.
O Coro na Quarentena continua esta tradição ocidental e foi fundamental para ecoar as vozes
sofridas de uma gente isolada, quarentenada, mas que jamais deixou de levar palavras de
esperança, afeto e luta para que atravessemos juntos este momento trágico de nossa história.
Uma alegria e uma honra ter feito parte deste Coro.
39
Poliana Paiva
Com a entrada da pandemia e o medo instaurado de tudo e de todos, que nos levou ao
isolamento infernal, as lives de sexta, onde bato um papo informal com artistas, passou a ser
o ponto de encontro da esperança. Esperança de sentir alegria de novo. Esperança de poder
abraçar de novo. Tomar uma gelada no boteco de novo. Beijar desconhecidos na boca de novo.
Tudo isso com a sensação de que, tal qual ao passarinho da lenda, que levava água no bico para
apagar o incêndio da floresta, estávamos fazendo nossa parte nessa nau desgovernada que é
o Brasil. Estávamos e estamos. Por quem mais precisa, que também somos nós, na medida em
que somos muitos e estamos juntos. Driblando o medo, a dor, a frustração, a revolta e a morte. E
fazendo amor.
40
Ramon Nunes Mello
Ingressei no Coro a convite de Natasha Corbelino, no início da pandemia. o grupo se tornou
um porto seguro de artistas, intelectuais, ativistas, pensadores que buscam a atuação social
através da arte como forma de transformação de um mundo com mais justiça social. além disso,
o alcance possibilitado pelas redes sociais abriu espaço para diálogos e encontros, formando
canais improváveis entre o coletivo com o público, uma grande ágora virtual para reivindicar a
existência em meio ao caos de um país entregue nas mãos de um desgoverno genocida. o Coro
é um exemplo de potência e força da união e solidariedade dos artistas, possibilidade de
reinvenção da realidade e dos sonhos impossíveis. evoé, Coro, que essa aliança se estenda para
além da quarentena.
41
Renato Carrera
Participar do Coro me fez reativar as ligações com os Deuses do teatro. Adormecidas pela
pandemia a força resistente desse projeto nos impulsiona a acreditar no coletivo e na verdadeira
potência da arte. Obrigado. Vida longa a esse projeto. Evoé!
42
Rodrigo Acioli
Para mim, ser CORO.na quarentena é como estar na arquibancada de um estádio de futebol
lotado, torcendo e abraçando dezenas de pessoas desconhecidas a cada gol do seu time.
Para mim, ser CORO.na quarentena é colocar em prática aquilo que a pandemia ensina, o
senso de coletividade. É você usar os seus conhecimentos em favor do próximo, é ajudar
a angariar recursos financeiros, afetivos e/ou emocionais a quem precisa. Para mim, ser
CORO.na quarentena é conseguir abraçar, beijar e tocar, respeitando o isolamento social,
temporariamente, necessário. Ser CORO.na quarentena é você auxiliar e se flagrar dizendo
“OBRIGADO”, porque no fim das contas você percebe que também está sendo ajudada(o).
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Stella Brajterman
Coro, do latim chorus , dança em círculo. Assim me sentia a cada participação nesse projeto:
algo se movia como uma roda, um círculo virtuoso. As partilhas de saberes, cenas, músicas,
poemas, e tantos outros faziam girar um fluxo de engajamento social e humano, da arte de se
fazer presente e em movimento num jogo à favor da Vida. Às magias , um grande “saúde”, e tantos
bailados a vir!
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Silvia Vieira
Em um momento tão drástico e assustador como uma pandemia, fazer parte de um coro que
decidiu se reunir e oferecer seus dons, conhecimentos, experiências para levantar renda para
os mais vulneráveis, de forma tão rápida e prontamente foi, certamente, uma experiência que
nutriu minhas forças e esperanças durante o ano de 2020. Fomos muitas vozes unidas que
conseguimos levar também, além de subsistência, resistência, esperança, informação,
criação, transformação e poesia, para tantas famílias, coletivos e indivíduos.
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Tatjana Vereza
Ao meio-dia o sol não tem onde se esconder. Esse foi o horário em que apresentei a leitura
da peça Carne de Segunda da amiga e talento Marina Monteiro. Essa também foi a primeira
leitura-live que fiz no CORO.naquarentena, no dia 28 de março de 2020, uma semana após o
início da quarentena oficial aqui no Rio de Janeiro. De volta ao início. Num outro lugar, debaixo
no sol, buscando a sombra que quase não existia para não embaçar os óculos. Tinha sonhado com
varal, lençóis e lá estava eu. Reproduzindo esse sonho-cenário. Abrindo as gavetas, explorando
possibilidades criativas e agora, num festival de lives! Com 3 lives (a leitura da peça Carne de
Segunda, Mulheres Incríveis e o CORO.jao) pra fazer e mais uma oficina; adivinha de que? De
lives. Eu aprendi a ser engrenagem desse motor. Com tantas gentes de vários pontos do planeta,
fazendo a roda girar. Foi intenso, potente e diverso. Num calor daqueles onde a gente tem
certeza de que é verão no Rio de Janeiro. Me abana porque tem mais 40 e tantas lives pra passar
aqui nesse canal. E tem muito mais pra acontecer. O CORO.naquarentena é uma gira-projetomotor
que espalha ideias, reúne pessoas, promove conversas em que as falas se propagam e
ecoam de uma maneira muito potente. Onde o vento sopra a favor.
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