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Patriarcas e Profetas - Ellen G. White

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A tremer de espanto e angústia, o velho pai cego soube do engano que

havia sido praticado contra ele. Suas esperanças, prolongada e ternamente

acalentadas, tinham-se frustrado, e sentiu profundamente o desapontamento

que deveria sobrevir a seu filho mais velho. Contudo, subitamente passou-lhe

pela mente a convicção de que fora a providência de Deus que frustrara seu

propósito e fazendo acontecer o que ele havia resolvido impedir. Lembrou-se

das palavras do anjo a Rebeca, e, apesar do pecado de que Jacó era agora

culpado, viu nele o que em melhores condições estava para cumprir os

propósitos de Deus. Enquanto as palavras de bênçãos estavam em seus

lábios, havia ele sentido sobre si o Espírito de inspiração; e agora,

conhecendo todas as circunstâncias, ratificou a bênção involuntariamente

pronunciada sobre Jacó: "Abençoei-o; também será bendito". Gênesis 27:33.

Esaú havia tido em pouca conta a bênção enquanto esta parecia ao seu

alcance, mas desejava possuí-la agora que a mesma se havia dele retirado

para sempre. Toda a força de sua natureza impulsiva e apaixonada despertouse,

e sua dor e raiva foram terríveis. Clamou com um brado excessivamente

amargo: "Abençoa-me também a mim, meu pai." "Não reservaste pois para

mim bênção alguma?" Gênesis 27:38, 36. Mas a promessa dada não devia

ser revogada. A primogenitura que ele tão descuidadamente dera em troca,

não a poderia readquirir agora. "Por um manjar", ou seja, por uma satisfação

momentânea do apetite, o qual nunca fora restringido, Esaú vendeu sua

herança; mas, quando viu sua loucura, era demasiado tarde para recuperar a

bênção. "Não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o

buscou". Hebreus 12:16, 17. A Esaú não foi excluído o privilégio de buscar o

favor de Deus pelo arrependimento; mas não podia encontrar meios para

recuperar a primogenitura. Sua mágoa não se originava da convicção do

pecado; não desejava reconciliar-se com Deus. Entristecia-se por causa dos

resultados de seu pecado, mas não pelo próprio pecado.

Devido à sua indiferença para com as bênçãos e preceitos divinos, Esaú

é nas Escrituras chamado "profano". Hebreus 12:16. Representa aqueles que

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