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O Aprendiz De Assassino - Saga - Robin Hobb

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– Primeiro, deixe-me apresentá-lo a você mesmo. A sua linhagem está presente em todos os

seus traços. Sagaz optou por reconhecer isso porque todas as suas recusas não teriam

convencido ninguém do contrário – ele fez uma pequena pausa e sorriu como se achasse graça.

– Pena que Galeno se recuse a te ensinar o Talento. Foi proibido há muitos anos, por receio

que se tornasse uma ferramenta comum demais. Aposto que se o velho Galeno tentasse te

ensinar, encontraria aptidão em você. Mas não temos tempo para nos preocupar com o que não

vai acontecer.

Suspirou como se refletisse sobre alguma coisa e ficou silencioso por um momento.

Recomeçou abruptamente:

– Bronco te mostrou como trabalhar e como obedecer. Duas coisas em que o próprio

Bronco é excelente. Você não é especialmente forte, rápido ou esperto. Não pense que é.

Contudo, terá a teimosia para cansar qualquer um que seja mais forte, mais rápido ou mais

esperto do que você. E isso é mais perigoso para você do que para qualquer outro. Porém,

neste momento, isso não é o mais importante.

E continuou:

– Você é um dos homens do rei agora. E deve começar a compreender, aqui, neste lugar,

que isso é o seu atributo mais importante. Ele te dá o que comer, o que vestir e garante que

receba educação. E tudo o que ele pede em troca, por enquanto, é a sua lealdade. Mais tarde,

irá pedir o seu serviço. Essas são as condições para que eu te ensine a ser um homem do rei e

completamente leal a ele. Porque, sob diferentes condições, seria perigoso demais educá-lo na

minha arte.

Ele fez uma pausa e, por um longo momento, olhamos simplesmente um para o outro.

– Concorda? – perguntou, e eu sabia que não era uma simples pergunta, mas o selar de um

pacto.

– Sim – eu disse, e depois, vendo que ele ainda aguardava por alguma coisa –, dou a minha

palavra.

– Bom – disse ele com entusiasmo. – Agora passemos a outras coisas. Você já me viu

antes?

– Não.

Percebi de repente como aquilo era estranho. Pois, embora frequentemente aparecessem na

torre visitantes que eu desconhecia, era óbvio que este homem residia aqui havia muito tempo.

E eu conhecia, pelo menos de vista, quando não de nome, quase todos os habitantes da torre.

– Sabe quem eu sou, garoto? Ou por que está aqui?

Indiquei rapidamente que não com a cabeça a ambas as perguntas.

– Bem, ninguém mais sabe, de qualquer maneira. Portanto, preste atenção para que as coisas

continuem como estão. Compreenda isto claramente: não falará a ninguém nem do que

fazemos, nem de nada do que vai aprender aqui. Você me entendeu?

O meu aceno afirmativo com a cabeça deve tê-lo satisfeito, pois pareceu relaxar-se na

cadeira. As mãos ossudas agarraram as patelas dos joelhos sobre a veste de lã.

– Ótimo. Ótimo. Agora pode me chamar de Breu. E como eu devo chamá-lo? – fez uma

pausa e ficou esperando, mas quando eu não ofereci um nome, ele completou – Garoto. Não

são os nossos verdadeiros nomes, mas vão servir, durante o tempo que passarmos juntos.

Portanto, eu sou Breu, e sou mais um dos professores que Sagaz arranjou para você. Demorou

um tempo até ele se lembrar de que eu estava aqui, e depois demorou um tempo até ele se

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