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O Aprendiz De Assassino - Saga - Robin Hobb

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para confortá-lo. Bronco me lançou um olhar furioso e, em seguida, olhou para o cão desolado

e desviou o olhar. Quando Jonqui saiu para ir buscar comida e água de banho, perguntei a

Bronco:

– Você viu um baú minúsculo de madeira? Entalhado com bolotas?

Ele abanou a cabeça. Portanto, eles tinham levado os meus venenos. Gostaria de ter

preparado outro punhal, ou mesmo um pó para atirar. Bronco não poderia estar sempre ao meu

lado para me proteger, e eu com certeza não podia me defender de outro atacante ou fugir, na

minha atual condição. Mas tinha perdido as minhas ferramentas de trabalho. Teria de ter a

esperança de não precisar delas. Suspeitei que Bulho fosse quem tinha entrado aqui e me

perguntei se aquela teria sido a sua última tarefa. Jonqui voltou com água e comida e saiu

outra vez. Bronco e eu repartimos a água de banho e, com um pouco de ajuda, consegui trocar

de roupa, vestindo peças limpas, embora simples. Bronco comeu uma maçã. O meu estômago

tremia só de pensar em comida, mas bebi a água fria do poço que Jonqui tinha trazido. Fazer

os músculos da minha garganta engolirem ainda exigiu de mim um esforço consciente, e eu me

senti como se a água balançasse desagradavelmente dentro da minha barriga, mas suspeitei

que me faria bem.

Sentia cada momento passando e me perguntei se Galeno já teria feito a sua jogada.

O painel deslizou para o lado. Olhei para cima, esperando ver Jonqui outra vez, mas foi

Augusto que entrou, trazendo com ele um ar de desdém. Falou de imediato, ansioso por

entregar o seu recado e sair.

– Não venho aqui por vontade própria. Venho a pedido do Príncipe Herdeiro, Veracidade,

para falar por ele as suas palavras. Esta é a sua mensagem exata. Está mais pesaroso do que

pode ser posto em palavras pelo...

– Você se comunicou com ele? Hoje? Ele estava bem?

A minha pergunta fez Augusto ficar agitado.

– Dificilmente se pode dizer que ele esteja bem. Está mais pesaroso do que pode ser dito

em palavras pela morte de Rurisk e pela sua traição. Ele lhe ordena que utilize a força

daqueles que são leais a você, pois precisará dela para encará-lo.

– Isso é tudo? – perguntei.

– Do Príncipe Herdeiro, Veracidade, é. O Príncipe Majestoso ordena que você venha servilo,

e depressa, pois a cerimônia acontecerá dentro de poucas horas e ele tem de se arrumar. E

o seu veneno covarde, sem dúvida destinado a Majestoso, vitimou os pobres Severino e

Bulho. Agora Majestoso terá de se arrumar com um camareiro não treinado. Demorará mais

tempo para se vestir. Portanto, não o deixe esperando. Ele está no banho de vapor, tentando se

recuperar. Você o encontrará por lá.

– Que trágico para ele. Um camareiro não treinado – disse Bronco num tom ácido.

Augusto bufou como um sapo.

– Esta situação tem muito pouca graça. Você não perdeu também Garrano para esse patife?

Como pode suportar ajudá-lo?

– Se a sua ignorância não te protegesse, Augusto, eu talvez te esclarecesse. – Bronco se

levantou, parecendo perigoso.

– Você também terá de responder a acusações – Augusto o avisou enquanto se retirava. –

Devo te dizer isto, Bronco: o Príncipe Herdeiro está a par de que tentou ajudar o bastardo a

fugir, servindo-o como se fosse ele o seu rei em vez de Veracidade. Você será julgado.

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