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O Aprendiz De Assassino - Saga - Robin Hobb

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prometi. É aos Seis Ducados. Fui concedida, na esperança de beneficiar o meu povo. E é para

lá que devo ir.

Assenti com um gesto.

– Obrigado, senhora. Perdoe-me por incomodar o seu descanso.

– Aonde vai agora?

– Ao seu irmão.

Ficou em pé, junto à porta, enquanto eu me virava e caminhava em direção ao quarto do

irmão dela. Bati e esperei. Rurisk devia estar acordado e nervoso, pois abriu a porta muito

mais depressa.

– Posso entrar?

– Com certeza. – Cortês, como eu tinha esperado. A ponta de uma risadinha ameaçava a

minha determinação. Breu não ficaria orgulhoso de mim agora, lembrei a mim mesmo, e

recusei-me a sorrir.

Entrei e fechei a porta atrás de mim.

– E se bebêssemos vinho? – perguntei-lhe.

– Se assim você deseja – disse ele, intrigado, mas educado. Sentei-me numa cadeira

enquanto ele desarrolhava uma garrafa e a servia para nós. Havia também um incensário na

mesa, ainda quente. Não o tinha visto fumar antes. Provavelmente ele tinha pensado que seria

mais seguro esperar até estar sozinho no quarto. Mas nunca se pode prever quando um

assassino bate à sua porta com a morte nos bolsos. Reprimi um sorriso estúpido. Ele encheu

dois copos. Inclinei-me para a frente e mostrei-lhe o saquinho. Muito lentamente, despejei o

conteúdo no vinho dele. Peguei o copo e o agitei, para garantir que ficasse bem dissolvido.

Dei-o de volta a ele.

– Vim para te envenenar, compreende? Você morre. Então Kettricken me mata. E então se

casa com Veracidade – ergui o meu copo e dei um pequeno gole. Vinho de maçã. De Vara,

supus. Provavelmente, parte dos presentes de casamento. – Portanto, o que Majestoso ganha?

Rurisk olhou para o seu vinho com desagrado e o pôs de lado. Pegou o copo da minha mão

e bebeu dele. Não havia choque na sua voz ao dizer:

– Ele se vê livre de você. Deduzo que ele não preze a sua companhia. Tem sido muito

cordial comigo, oferecendo muitos dos presentes tanto a mim como ao reino. Mas, se eu

morresse, Kettricken seria a única herdeira do Reino da Montanha. E isso beneficiaria os Seis

Ducados, ou não?

– Não podemos sequer proteger o território que já temos. E penso que Majestoso veria isso

como um benefício para Veracidade, e não para o reino – ouvi um barulho do lado de fora da

porta. – É Garrano, que vem para me pegar no ato de te envenenar – presumi.

Eu me levantei, fui até a porta e abri. Kettricken me empurrou para entrar no quarto. Fechei

rapidamente a porta atrás dela.

– Ele veio para te envenenar – avisou o irmão.

– Eu sei – disse ele, sério. – Colocou veneno no meu vinho. É por isso que estou bebendo

isso. – Encheu o copo outra vez da garrafa e ofereceu a ela – é maçã – disse ele, tentando

convencê-la, enquanto ela abanava a cabeça.

– Não vejo nenhuma graça nisso – disse ela bruscamente. Rurisk e eu olhamos um para o

outro e abrimos sorrisos idiotas. O fumo.

O irmão dela sorriu bondosamente.

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