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reprodução que tinham sido trazidos dos Seis Ducados foram exibidos e depois oferecidos
outra vez pelo rei àqueles que mais precisavam deles, ou que provavelmente seriam mais
bem-sucedidos em tirar proveito deles. Um só carneiro ou touro, com uma fêmea ou duas,
podiam ser enviados como presente comum a uma aldeia inteira. Todos os presentes, fossem
aves ou gado ou grão ou metal, foram trazidos para dentro do palácio para que todos
pudessem admirá-los.
Bronco estava lá, e essa foi a primeira vez que o vi em vários dias. Devia ter se levantado
antes da madrugada, para conseguir que os animais sob sua responsabilidade se mostrassem
tão lustrosos. Cada casco tinha sido recentemente lustrado, cada crina e cauda entrançada com
fitas de cores vivas e sinos. A égua para Kettricken estava selada e equipada com rédeas e
arreios do mais fino couro, e da sua crina e cauda penduravam-se tantos minúsculos sinos de
prata que cada abanar da cauda era um coro de sons tilintantes. Os nossos cavalos eram
criaturas diferentes da raça pequena e felpuda que era comum entre o povo da montanha, e
atraíram muita atenção. Bronco parecia cansado, mas orgulhoso, e os cavalos permaneceram
tranquilos no meio do clamor. Kettricken passou muito tempo admirando a égua, e eu vi a sua
cortesia e deferência derreterem a circunspecção de Bronco. Quando me aproximei, fiquei
surpreso ao ouvi-lo falar um Chyurda hesitante, mas claro.
Mas uma surpresa ainda maior me esperava durante a tarde. A comida tinha sido disposta
em longas mesas, e todos, moradores e visitantes, jantavam livremente. Muitas das provisões
vinham das cozinhas do palácio, mas muitas mais eram trazidas pelo próprio povo das
montanhas. Vieram, sem hesitação, para pôr, nas mesas, grandes peças de queijo, pães
escuros, carnes-secas e carnes defumadas, legumes em conserva e taças de frutas. Teriam sido
iguarias tentadoras, caso o meu estômago não estivesse tão sensível. Mas a forma como a
comida foi servida me impressionou. Era sem reservas esse dar e receber entre a realeza e os
súditos. Reparei também que não havia sentinelas ou guardas de nenhum tipo nas portas. E
todos conviviam e conversavam enquanto comiam.
Precisamente ao meio-dia, um silêncio se abateu sobre a multidão. A Princesa Kettricken,
sozinha, subiu no estrado central. Em linguagem simples, anunciou a todos que a partir daquele
momento pertencia aos Seis Ducados e que esperava servir bem essa terra. Agradeceu ao seu
país por tudo o que tinha feito por ela, pela comida que tinha produzido para alimentá-la,
pelas águas das neves e rios, pelo ar das brisas da montanha. Lembrou a todos que não
mudava sua lealdade devido à falta de amor pela sua terra, mas na esperança de que isso
beneficiasse ambas as terras. Todos se mantiveram em silêncio enquanto ela falava e, em
seguida, enquanto descia do estrado. E então a festa continuou.
Rurisk veio à procura de mim, para saber como eu estava passando. Fiz o meu melhor para
assegurá-lo de que eu estava completamente recuperado, embora, na verdade, tudo o que
desejava era deitar e dormir. As roupas que Dona Despachada tinha determinado para eu usar
condiziam com a mais recente moda da corte: possuíam mangas muitíssimo inconvenientes,
pendões que caíam dentro do que quer que eu tentasse comer ou beber e uma cintura
desconfortavelmente ajustada. Desejava estar longe do aperto da multidão, onde pudesse
desapertar alguns dos laços e livrar-me do colarinho, mas sabia que, se eu saísse agora, Breu
franziria as sobrancelhas quando eu lhe fizesse o meu relatório e exigiria que, de alguma
forma, eu soubesse tudo o que tinha se passado durante a minha ausência. Rurisk, creio,
percebeu a minha necessidade de um pouco de calmaria, pois propôs subitamente que