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O Aprendiz De Assassino - Saga - Robin Hobb

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longe para assistir ao seu casamento.

Jonqui estava com ele, andando depressa atrás dele, e, quando a segunda e inequívoca onda

de tonturas me acometeu, pareceu-me que ela tinha o ar de quem sabia demais. E que medida,

eu me perguntei, tomaria Breu se alguém enviasse um envenenador à corte de Sagaz para

eliminar Veracidade? Era muito óbvio.

– Talvez – sugeriu Jonqui de repente – FitzCavalaria gostaria de ir ver as Fontes Azuis

agora. Litress disse que o levaria de bom grado.

– Talvez mais para o fim da tarde – eu consegui dizer. – Sinto-me de repente um pouco

cansado. Acho que vou me retirar para o meu quarto.

Nenhum deles pareceu surpreso.

– Quer que eu mande um pouco de vinho para você? – perguntou Jonqui amavelmente. – Ou

talvez uma sopa? Os outros serão chamados para uma refeição em breve. Mas, se está

cansado, não seria problema levar comida ao seu quarto.

Anos de treino vieram ao meu auxílio. Mantive a postura reta, apesar da queimação súbita

na minha barriga.

– Seria muito gentil da sua parte – consegui dizer. A breve curvatura que me forcei a fazer

foi uma tortura sofisticada. – Tenho certeza de que me juntarei a vocês em breve.

E me retirei, sem correr nem me jogar no chão e me encolher numa bola choramingando,

como desejava fazer. Fiz o caminho de volta, demonstrando uma alegria óbvia pela vegetação

ao meu redor, através do jardim até a porta do Grande Salão. E os três me observaram e

falaram entre si baixinho sobre o que todos sabíamos.

Restava-me apenas um truque e uma tênue esperança de que fosse eficaz. De volta ao

quarto, desenterrei a purga-do-mar que o Bobo tinha me dado. Quanto tempo, comecei a

pensar, tinha passado desde que eu tinha comido os bolos de mel? Pois teria sido esse o meio

que eu escolheria. Fatidicamente, decidi confiar na jarra de água do quarto. Uma minúscula

parte de mim me dizia que era um disparate, mas, à medida que ondas atrás de ondas de

tonturas passavam por mim, sentia-me incapaz de qualquer outro pensamento. Com as mãos

trêmulas, despejei a purga-do-mar na água. A erva seca absorveu a água e tornou-se um

chumaço verde e pegajoso, que consegui enfiar pela goela abaixo. Sabia que esvaziaria o meu

estômago e os intestinos. A única questão era se o efeito seria suficientemente rápido ou se o

veneno dos Chyurda já estaria espalhado demais pelo meu corpo.

Passei uma tarde terrível, sobre a qual não entrarei em detalhes. Ninguém veio ao quarto me

trazer sopa ou vinho. Nos meus momentos de lucidez, compreendi que não viriam até terem a

certeza de que o veneno já tivesse surtido efeito. De manhã, pensei. Enviariam um criado para

me acordar e descobririam a minha morte. Eu tinha até de manhã.

Já passava da meia-noite quando me senti capaz de andar. Deixei o quarto tão

silenciosamente quanto as pernas vacilantes me permitiram e saí para o jardim. Lá encontrei

uma cisterna de água e bebi até parecer que eu ia explodir. Aventurei-me um pouco mais no

jardim, andando devagar e cautelosamente, pois tinha dores como se tivesse sido espancado, e

a minha cabeça latejava dolorosamente a cada passo que dava. Mas, por fim, dei por mim

numa área cheia de árvores frutíferas graciosamente dispostas ao longo de um muro e, como

tinha esperado, estavam cheias de frutos. Servi-me, enchendo o gibão com uma boa quantidade

deles. Eu os esconderia no quarto, para servirem como comida segura. Em algum momento

durante o dia seguinte, arranjaria uma desculpa para ir ver Fuligem. Os meus alforjes ainda

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