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O Aprendiz De Assassino - Saga - Robin Hobb

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para apertá-la. – Pronto. Fica muito bem nele, não acha, Renda?

– Muito – concordou Renda, ocupada com o seu eterno trançar.

Paciência me mandou embora com um gesto. Quando me levantei, ela disse:

– Lembre-se disto, Fitz. Quer você possa usar o Talento ou não, quer você use o nome dele

ou não, você é filho de Cavalaria. Trate de se comportar com honra. Agora vá, e veja se

dorme.

– Com a orelha assim? – perguntei, mostrando-lhe sangue na ponta dos dedos.

– Não pensei nisso. Desculpe... – começou, mas eu a interrompi.

– Tarde demais para pedir desculpas. Já a desculpei. E obrigado.

Renda ainda estava rindo quando eu fui embora.

Levantei cedo na manhã seguinte para assumir o meu posto na comitiva do casamento.

Presentes valiosos deviam ser levados como símbolo da nova união entre as famílias. Havia

presentes para a própria princesa Kettricken: uma elegante égua de raça, joias, tecidos para

roupas, servos e perfumes raros. E havia presentes para a sua família e seu povo. Cavalos,

falcões e ouro trabalhado para o pai e o irmão, é claro, mas os presentes mais importantes

eram os que seriam oferecidos ao reino, pois, de acordo com as tradições de Jhaampe, ela

pertencia mais ao povo do que à família. Portanto, havia animais destinados à reprodução,

gado, ovelhas, cavalos e aves, e poderosos arcos de teixo, os quais o povo da montanha não

tinha, e ferramentas de metal de bom ferro de Forja, e outros presentes considerados capazes

de melhorar a vida do povo da montanha. Havia conhecimento, na forma de vários dos

herbanários mais bem ilustrados de Penacarriço, várias tábuas de curas e um rolo de

pergaminho sobre falcoaria, que era uma cuidadosa cópia de um original escrito pelo próprio

Falcoeiro. Estes últimos, supostamente, eram o meu propósito em acompanhar a caravana.

Foram postas aos meus cuidados, juntamente com um generoso fornecimento de ervas e

raízes mencionadas no herbanário, sementes para cultivar aqueles que não podiam se manter

em bom estado durante a viagem. Não era um presente trivial, e encarreguei-me de assegurar

que seria bem entregue, com a mesma seriedade com que encarei a minha outra missão. Tudo

estava bem embalado e colocado dentro de uma arca de cedro entalhado. Estava verificando

os embrulhos uma última vez antes de levar o cesto para o terreiro, quando ouvi o Bobo atrás

de mim.

– Trouxe isso para você.

Eu me virei para encontrá-lo parado à porta de entrada do meu quarto. Não tinha ouvido

sequer a porta se abrir. Ele estendia para mim um saco de couro com um fecho de cordão.

– O que é isso? – perguntei, e tentei não deixá-lo perceber nem as flores, nem o boneco na

minha voz.

– Purga-do-mar.

Ergui as sobrancelhas.

– Um purgante? Como presente de casamento? Suponho que algumas pessoas o achariam

apropriado, mas as ervas que levo comigo podem ser plantadas e desenvolvidas nas

montanhas. Não creio que...

– Não é um presente de casamento. É para você.

Aceitei o saco com sentimentos contraditórios. Era um purgante excepcionalmente

poderoso.

– Obrigado por pensar em mim, mas normalmente não tenho propensão a indisposições em

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