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estou disposto a discutir o assunto. Agora coma.
Baixei a cabeça, sentindo-me péssimo, mas comi, e o casco-de-elfo no chá me revitalizou
mais depressa do que tinha esperado. Passado pouco tempo, já podia me levantar. Empilhei os
pratos na bandeja e levei-os até a porta. Senti-me derrotado. Levantei a tranca.
– FitzCavalaria Visionário.
Fiquei imóvel, paralisado pelas palavras. Virei-me lentamente.
– É o seu nome, garoto. Eu mesmo o escrevi, no registro militar, no dia em que você foi
trazido até mim. Outra coisa que pensei que você sabia. Pare de pensar em você mesmo como
o bastardo, FitzCavalaria Visionário. E fale com Sagaz hoje mesmo.
– Adeus – disse tranquilamente, mas ele já estava outra vez com o olhar fixo na janela.
E assim nos encontrou o pleno verão. Breu com as suas tábuas, Veracidade à janela,
Majestoso cortejando uma princesa para o irmão, e eu, matando silenciosamente para o rei. Os
Ducados do Interior e os Ducados Costeiros sentaram-se às mesas do conselho, soltando
silvos e cuspindo uns nos outros como gatos lutando por peixe. E, presidindo a tudo isso,
estava Sagaz, mantendo cada pedaço da teia tão firme quanto uma aranha teria feito, e atento
ao mínimo puxar de um fio. Os Navios Vermelhos nos atacaram, como peixes-rato numa isca
de carne, arrancando pedaços do nosso povo e Forjando-os. E os Forjados tornaram-se um
tormento para as nossas terras, mendigos, predadores ou fardos para as suas famílias. O povo
tinha medo de pescar, fazer comércio ou cultivar as planícies da boca do rio à beira-mar. E,
contudo, os impostos precisavam ser aumentados, para alimentar os soldados e as sentinelas
que pareciam incapazes de defender a terra, apesar dos seus números crescentes. Sagaz tinha
me libertado a contragosto de servir Veracidade. Ele não me chamou durante mais de um mês
até que uma manhã fui abruptamente requisitado para um café da manhã.
– É um mau momento para casar – objetou Veracidade. – Eu não tenho tempo para isso.
Vamos deixar assim por um ano. Tenho certeza que será o suficiente para você.
Olhei o homem lívido e macilento que partilhava a mesa de café da manhã do rei e pensava
se esse era o homem forte e caloroso da minha infância. Tinha piorado tanto em apenas um
mês! Brincou com um pedaço de pão e o colocou de volta à mesa. O frescor tinha
desaparecido das suas bochechas e olhos, o cabelo estava opaco, a musculatura flácida. O
branco dos olhos tinha se tornado amarelado. Bronco o teria sacrificado, se fosse um cão.
Embora ninguém tivesse me perguntado nada, eu disse:
– Cacei com Leon há dois dias. Ele pegou um coelho.
Veracidade virou-se para mim, um fantasma do velho sorriso brincando no seu rosto.
– Você levou o meu cão de caçar lobos para pegar coelhos?
– Ele se divertiu. Mas está com saudades suas. Trouxe-me o coelho, e eu o elogiei, mas ele
não parecia satisfeito.
Não podia dizer para ele como o cão de caça tinha me olhado e dito, não é para você, tanto
com os olhos como com a atitude.
Veracidade levantou o copo. Sua mão tremeu muito rapidamente.
– Fico contente que saia com você, garoto. É melhor que...
– O casamento – interrompeu Sagaz – irá trazer alento ao povo. Estou ficando velho,
Veracidade, e os tempos são difíceis. O povo não vê fim para os problemas, e eu não ouso
prometer a eles soluções que não temos. Os Ilhéus têm razão, Veracidade. Nós não somos os
guerreiros que há tempos se estabeleceram aqui. Nós nos tornamos gente sedentária, e gente