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Humano-Demasiado-Humano

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humanas", pois o adjetivo menschlich ("humano") vem

substantivado; o substantivo, "coisas" (ou "temas", ou "questões"),

está implícito. Mas, naturalmente, Humano, demasiado humano é

uma versão mais satisfatória, sendo já uma expressão consagrada

em português.

PRÓLOGO

(1) O prólogo atual foi acrescentado por Nietzsche em 1886. A

primeira edição de Humano, demasiado humano, impressa em abril

de 1878, trazia também, na página de rosto, a seguinte frase:

"Dedicado à memória de Voltaire, em comemoração do aniversário

de sua morte, [ocorrida] em 30 de maio de 1778". E no verso da

página lia-se ainda: "Este livro monológico, que surgiu durante uma

estadia de inverno em Sorrento (1876-7), não seria dado a público

agora, se a proximidade do dia 30 de maio de 1878 não houvesse

estimulado vivamente o desejo de prestar uma homenagem pessoal

a um dos grandes libertadores do espírito".

O texto seguinte foi igualmente omitido pelo autor na segunda

edição:

"No lugar de um prólogo

"Durante um certo tempo, examinei as diferentes ocupações a

que os homens se entregam nesta vida, e procurei escolher a

melhor entre elas. Mas não é preciso relatar aqui os pensamentos

que então me vieram: basta dizer que, de minha parte, nada parecia

melhor do que me ater firmemente ao meu propósito, isto é,

empregar todo o meu prazo de vida em cultivar minha razão e

buscar a trilha da verdade, tal como me havia proposto. Pois os

frutos que já tinha provado nesse caminho eram tais que nesta vida,

segundo meu julgamento, nada se poderia encontrar de mais

agradável e inocente; e depois que me socorri dessa maneira de

reflexão, cada dia me fez descobrir algo novo, que tinha alguma

importância e não era em absoluto de conhecimento geral. Então

minha alma se encheu de tamanha alegria, que nada mais poderia

incomodá-la.

"Traduzido do latim de Descartes" [extraído do Discurso do

método, 3a parte; traduzido do alemão de Nietzsche].

1. DAS COISAS PRIMEIRAS E ÚLTIMAS

(2) "representações e sentimentos": Vorstellungen und

Empfindungen; traduzido da mesma forma na versão de José

Carlos Martins Barbosa; idem na edição espanhola e nas duas

edições francesas consultadas; na italiana, idee e sentimenti; na

inglesa, conceptions and sensations; nas duas americanas, ideas

and feelings e representations and sensations. Cf. o título da obra

de Paul Rée — então amigo de Nietzsche — publicada pouco antes

d e Humano, demasiado humano: Ursprung der moralischen

Empfindungen ["Origem dos sentimentos (ou sensações, ou

impressões) morais"]. Ver nota sobre "sensação" e "sentimento" em

outro volume desta coleção, Além do bem e do mal (trad., notas e

posfácio Paulo César de Souza, São Paulo, Companhia das Letras,

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