Humano-Demasiado-Humano

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ENTRE AMIGOSUm epílogo 1691.É belo guardar silêncio juntosAinda mais belo sorrir juntos —Sob a tenda do céu de sedaEncostado ao musgo da faiaDar boas risadas com os amigosOs dentes brancos mostrando.Se fiz bem, vamos manter silêncio;Se fiz mal — vamos rir entãoE fazer sempre pior,Fazendo pior, rindo mais altoAté descermos à cova.Amigos! Assim deve ser? —Amém! E até mais ver!2.Sem desculpas! Sem perdão!Vocês contentes, de coração livre,Queiram dar, a este livro irrazoável,Ouvido, coração e abrigo!Creiam, amigos, a minha desrazãoNão foi para mim uma maldição!O que eu acho, o que eu busco —,Já se encontrou em algum livro?Queiram honrar em mim os tolos!Lernt aus diesem Narrenbuche,Wie Vernunft kommt — "zur Vernunft"!Also, Freunde, soll's geschehen? —Amen! Und auf Wiedersehn!E aprender, com este livro insano,Como a razão chegou — "à razão"!Então, amigos, assim deve ser?Amém! e até mais ver!
NOTASComo nos outros volumes desta Coleção das Obras deNietzsche, estas notas não pretendem ser comentários ao texto,mas apenas elucidações de referências e explicações para asescolhas do tradutor. Para esclarecer as referências foramutilizadas obras gerais de consulta (dicionários, enciclopédias),algumas versões estrangeiras deste livro e o volume de notas daedição crítica de Colli e Montinari (vol. 14). A tradução foi feitacom base na edição de Karl Schlechta (Werke, vol. I, Frankfurt,Ullstein, 1979), sempre cotejada com a referida edição de Colli eMontinari (Kritische Studienausgabe, vol. 2, 2a ed. rev., Munique,DTV/ de Gruyter, 1988).Uma tradução deste livro foi feita anteriormente por José CarlosMartins Barbosa, por solicitação do coordenador da coleção. Aintenção original era publicar Humano, demasiado humanojuntamente com Além do bem e do mal (lançado em 1992), paracom os dois volumes dar início à coleção de Nietzsche. Por váriosmotivos não foi publicada a primeira versão. Foi feita uma nova,que aqui se oferece ao público. Ao lado das traduções estrangeirasconsultadas, a tradução anterior foi (com autorização do tradutor)aproveitada nas notas, onde são reproduzidas as diferentes opçõespara determinados termos ou frases do original. Cada tradução, oleitor notará, constitui um ponto de vista em relação ao texto deNietzsche. Portanto, a transcrição de outras soluções contribui paraenriquecer a presente edição.As versões estrangeiras consultadas foram: uma espanhola,feita por Carlos Vergara (Madri, EDAF, 1998 [1984]); uma italiana,por Sossio Giametta e Mazzino Montinari (Milão, OscarMondadori, 1970); duas francesas, uma antiga, por A.-M.Desrousseaux (Paris, Denoël/Gonthier, 1982 [1910]), e outra maisrecente, por Robert Rovini (Paris, Gallimard, 1968); uma inglesa,por R. J. Hollingdale (Cambridge University Press, 1986); e duasamericanas: uma feita por Marion Faber, com a assistência deStephen Lehmann (University of Nebraska Press, 1984), a outrapor Gary Handwerk (vol. 3 da edição dos Complete works ofFriedrich Nietzsche, em andamento, Stanford University Press,1997). Elas serão citadas nesta ordem, normalmente. Não será feitaindicação de páginas, pois os números das seções bastam paralocalizá-las. O fato de termos utilizado essas versões, entre asvárias que existem em cada língua, não significa que sejam asmelhores: foram aquelas a que tivemos acesso. Cabe agradecer aUbirajara Rebouças, João Henrique de Man e Maria AngélicaAlmeida, que ajudaram a obtê-las. Maria Angélica também fez umaleitura atenta do texto traduzido e sugeriu mudanças em algunstrechos que não estavam claros.Pouco antes de enviar esta tradução para a editora, soubemosque há uma edição portuguesa de Humano, demasiado humano,publicada pela Relógio d'Água, de Lisboa. Fica então registrada aexistência dessa outra versão, que não chegamos a utilizar.Por fim, observemos que uma tradução mais rigorosa do títuloseria "Coisas (ou temas, ou questões) humanas, demasiado
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SUMÁRIOPrólogo1. Das coisas prime
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amoralmente, "além do bem e do mal
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5. Um passo adiante na convalescen
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hoje não podem ter e portanto não
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aproximadamente; nestes o homem já
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sentido. Mas como, mesmo em relaç
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primeiramente isso é uma hipótese
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essa pintura — aquilo que para n
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19. O número. — A invenção das
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todos os graus e gêneros de morali
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que as necessidades que a religião
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inclinação. Um impulso em direç
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Capítulo segundoCONTRIBUIÇÃO À
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involuntariamente alguma desconfian
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mais elevado, impondo-se leis mais
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hipocondríacos por empatia e preoc
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poder. No próprio ato do embuste,
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passo do caminho desse homem"? —
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sombra do remorso sobre uma ação
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toda espécie: quase tudo eles pode
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prazer causa a moralidade! Pensemos
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estúpida; especialmente prejudicar
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na época mais antiga da cultura hu
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baixo, na hierarquia dos sentimento
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determina suas ações e julga as d
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eclipses da alma, e juntamente com
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tempos em que a vida religiosa flor
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cerimônias; por fim, quando sua co
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cristianismo ensinar a total indign
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sendo a habitação de uma divindad
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Rochefoucauld: Si on croit aimer sa
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faz sua própria imagem parecer ter
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a maior culpa do homemé a de ter n
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parentesco e tendência comum".6514
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presente. Sem que ele queira, torna
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grandes trabalhadores, incansáveis
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de arte, de um artista, está demon
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espírito, durante o desenvolviment
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seu gênio. Esta ambição exigia,
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não lhes dispensamos maior esforç
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enriquecimento traz para o saber. E
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208. O livro quase tornado gente.
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ancestral com a poesia pôs tanto s
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pressuposto. — O que é para nós
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tempo ainda? A maré transbordante
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esses gregos moribundos. Logo verem
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e a necessidade tiverem assim apare
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todas as coisas que não nos import
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ilógico, ele não é inteligente.
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forma suprema de arte. Cada estaç
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das religiões, já não se requer
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pouca satisfação desaparece: assi
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liqüefeita ameaçava não bastar,
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ciência filosófica, até então m
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isto é, de perder o senso científ
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recobradas pelos indivíduos de mod
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caso, não foi aumentada por ela. Q
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seus frutos; é como se as estaçõ
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antecipadamente, com todas as forç
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exposta nos é antipático.304. Con
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327. O segredo do amigo. — Poucos
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mostrar pathos ou comicidade.345. U
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