You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
exposta nos é antipático.
304. Confiança e confidência.121 — Quem busca
propositadamente a confidência com outra pessoa, em geral não
está seguro de ter sua confiança. Quem está seguro da confiança dá
pouco valor à confidência.
305. O equilíbrio da amizade. — Às vezes, em nosso
relacionamento com outra pessoa, o justo equilíbrio da amizade é
restaurado se pomos em nosso prato da balança uma pitada de falta
de razão.
306. Os médicos mais perigosos. — Os médicos mais
perigosos são os que, atores natos, imitam o médico nato com o
perfeito dom de iludir.
307. Quando cabem os paradoxos. — A fim de conquistar
pessoas inteligentes para uma determinada tese, às vezes basta
apresentá-la na forma de um tremendo paradoxo.
308. Como conquistar pessoas corajosas. — Persuadimos
pessoas corajosas a determinada ação apresentando-a como mais
perigosa do que é de fato.
309. Cortesias. — Consideramos ofensas as cortesias de
pessoas que não amamos.
310. Fazer esperar. — Um meio seguro de irritar as pessoas e
lhes pôr maus pensamentos na cabeça é fazê-las esperar muito
tempo. Isso torna imoral.122
311. Contra os confiantes. — Pessoas que nos dão toda a sua
confiança acreditam, com isso, ter direito à nossa. É um erro de
raciocínio; dádivas não conferem direitos.
312. Meios de compensação. — Muitas vezes basta dar a
alguém que prejudicamos a oportunidade de fazer um gracejo a
nosso respeito, para proporcionar-lhe satisfação e mesmo dispô-la
favoravelmente.
313. Vaidade da língua . — Uma pessoa escondendo suas más
características e vícios, ou os revelando abertamente, nos dois
casos sua vaidade quer lucrar: basta ver a sutileza com que ela
distingue entre aquele diante do qual esconde essas características e
aquele diante do qual é cândida e sincera.
314. Respeitosamente. — Não querer magoar, não querer
prejudicar ninguém pode ser sinal tanto de um caráter justo como
de um caráter medroso.
315. Requisito para a discussão. — Quem não sabe pôr no