Directório Global das TIC | Empresas e Profissionais | 2016/2017
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22 | Opinião diretório global <strong>das</strong> tic | 23<br />
ATUALMENTE ATÉ 2020<br />
1.9 BILIÕES<br />
postos de trabalho<br />
criação de 2 milhões de postos de trabalho,<br />
sobretudo nas áreas mais tecnológicas.<br />
Das principais conclusões do estudo em<br />
questão, salientamos as seguintes:<br />
1) A composição do mercado laboral vai<br />
alterar-se profundamente com as funções<br />
administrativas e outras mais tradicionais a<br />
correrem o risco de serem completamente<br />
dizima<strong>das</strong>. Por outro lado vamos assistir a<br />
um forte crescimento de áreas relaciona<strong>das</strong><br />
com a ciência da computação, matemática,<br />
engenharia e arquitetura;<br />
2) Os gaps de género entre homens e<br />
mulheres vão ser agudizados dada a pouca<br />
presença de mulheres em profissões com<br />
elevada perspetiva de crescimento como<br />
são as denomina<strong>das</strong> STEM (Science, Technology,<br />
Engineering and Mathematics);<br />
3) As skills requeri<strong>das</strong> pelas organizações<br />
vão sofrer uma profunda alteração. Tecnologias<br />
disruptivas como robotics e machine<br />
learning, mais do que substituir por completo<br />
as atuais funções desempenha<strong>das</strong><br />
65%<br />
de força de trabalho<br />
a nível mundial<br />
por pessoas, estão a substituir tarefas executa<strong>das</strong><br />
no âmbito dessas funções libertando<br />
os colaboradores para se focarem<br />
em tarefas de maior valor acrescentado<br />
que requerem um conjunto de skills core<br />
distinto.<br />
Desde a 1ª revolução industrial que os<br />
empreendedores têm estado na linha da<br />
frente dos vários processos de transformação<br />
contribuindo para a criação de<br />
emprego. Mas será que os empreendedores<br />
continuam a ser impulsionadores<br />
de emprego, ou desta vez, com o crescimento<br />
que temos observado, quer da gig<br />
economy quer de modelos de negócio<br />
sustentados em forças de trabalho lean<br />
(como são os casos da Uber e Airbnb),<br />
o crescimento económico deixará de estar<br />
alinhado com a geração de emprego?<br />
De acordo com um inquérito realizado recentemente<br />
pela EY junto de cerca de 2.700<br />
empreendedores, praticamente 6 em 10<br />
empreendedores indicaram a sua intenção<br />
em aumentar a sua força de trabalho nos próximos<br />
12 meses. As intenções demonstra<strong>das</strong><br />
Desde a 1ª revolução industrial<br />
que os empreendedores têm estado na linha<br />
da frente dos vários processos de transformação<br />
contribuindo para a criação de emprego.<br />
- 5.1 MILHÕES<br />
postos de trabalho<br />
- 7,1 MILHÕES<br />
postos de trabalho<br />
+<br />
+ 2 MILHÕES<br />
novos postos de trabalho<br />
são também consubstancia<strong>das</strong> na sua execução.<br />
85% dos inquiridos recrutou de acordo<br />
com o que tinha planeado e mais de 50% dos<br />
inquiridos recrutaram acima do que tinham<br />
planeado. O referido estudo evidencia ainda<br />
que os empreendedores mais disruptivos são<br />
aqueles que mais contribuem para o crescimento<br />
económico e os que planeiam criar<br />
o maior número de postos de trabalho. Esta<br />
evidência vem confirmar que o princípio de<br />
destruição criativa, formulado pelo economista<br />
norte-americano dos anos 30 Joseph<br />
Shumpeter, se mantém atual. Efetivamente,<br />
o inquérito realizado vem demonstrar que a<br />
inovação é criadora líquida e não destruidora<br />
de emprego.<br />
Perante este contexto de disrupção tecnológica,<br />
de profunda transformação do<br />
mercado de trabalho e dos skills que serão<br />
requeridos pelas organizações torna-se<br />
evidente que está em curso uma luta pela<br />
identificação, recrutamento e retenção do<br />
talento que será imperativo vencer. Para<br />
isso, será fundamental que as organizações<br />
atuarem em 3 áreas:<br />
1) Flexibilidade e agilidade. Uma <strong>das</strong> componentes<br />
chave que torna a gig economy tão<br />
atrativa é precisamente a flexibilidade que<br />
esta oferece aos trabalhadores contingentes<br />
que nela atuam. Considerando que os millennials<br />
irão constituir 72% da força de trabalho<br />
em 2025, a flexibilidade que eles tanto valorizam<br />
será fundamental para que as organizações<br />
consigam atrair e reter os seus talentos;<br />
2) “Intrapreendorismo”. Acima referimos<br />
que existe uma relação direta entre o<br />
empreendorismo a inovação e o crescimento<br />
económico. Trazer estes princípios<br />
para dentro da organização, encorajando<br />
os colaboradores a serem empreendedores,<br />
a pensarem e agirem de forma diferente<br />
vai promover a inovação endógena e<br />
contribuir para uma melhoria da eficiência<br />
dos processos internos;<br />
A existência<br />
de um propósito claro<br />
e de uma estratégia<br />
que reflita esse mesmo<br />
propósito<br />
3) Propósito da organização. A existência<br />
de um propósito claro e de uma estratégia<br />
que reflita esse mesmo propósito pode<br />
ajudar as organizações a ultrapassarem os<br />
desafios que lhe são colocados pela disrupção.<br />
De acordo com um estudo recente<br />
INQUÉRITO A 2.700 EMPREENDEDORES<br />
6 EM 10<br />
indicam a sua intenção<br />
em aumentar a sua força de trabalho<br />
nos próximos 12 meses<br />
85%<br />
de acordo com<br />
o que tinha planeado<br />
+ 50%<br />
acima do que<br />
tinham planeado<br />
AS INTENÇÕES DEMONSTRADAS SÃO TAMBÉM<br />
CONSUBSTANCIADAS NA SUA EXECUÇÃO<br />
elaborado pela EY em colaboração com a<br />
Harvard Business Review, a maioria dos executivos<br />
inquiridos revelou a sua convicção<br />
em que as organizações orienta<strong>das</strong> a um<br />
propósito são mais bem sucedi<strong>das</strong> na sua<br />
capacidade em entregar produtos e serviços<br />
de elevada qualidade, de levar a cabo<br />
o seu processo de transformação e de reter<br />
os seus colaboradores e os seus clientes.<br />
A disrupção tecnológica é um dos principais<br />
tópicos em discussão por todos os líderes<br />
a nível global. É uma questão crítica para o<br />
futuro de qualquer indústria.<br />
Na experiência da EY, consideramos que a<br />
melhor maneira de navegar pela disrupção<br />
será através de potenciar o poder de reflexões<br />
diversifica<strong>das</strong>, ao permitir que pessoas<br />
com diferentes experiências, ideias e<br />
conhecimento se aproximem numa cultura<br />
inclusiva – e parte da equação é a diversidade<br />
de género!<br />
Fontes:<br />
The Future of Jobs - Employment, Skills and Workforce Strategy for<br />
the Fourth Industrial Revolution, WEF Janeiro <strong>2016</strong><br />
Does disruption drive job creation? EY <strong>Global</strong> Job Creation Survey<br />
<strong>2016</strong><br />
Mário Trinca<br />
Partner Advisory Financial Services<br />
Partner, lídera os serviços de consultoria<br />
de gestão da EY, para entidades do sector<br />
financeiro, em Portugal e Angola e integra<br />
o Advisory Leadership da EY, a nível Europeu.<br />
Possui mais de 23 anos de experiência<br />
profissional na prestação de serviços<br />
de consultoria de gestão e tecnológica,<br />
particularmente para a banca comercial<br />
e bancos centrais em Portugal, Angola e África<br />
do Sul. De entre as áreas de especialidade,<br />
destacam-se as competências em business<br />
transformation, business performance<br />
management e business intelligence.<br />
Mário é licenciado em Economia<br />
pela Universidade de Évora, pós-graduado<br />
em gestão avançada de instituições<br />
financeiras, pela Universidade Católica<br />
Portuguesa (UCP) e Advanced Management<br />
Program, pela UCP e Kellogg School<br />
of Management, Chicago.<br />
Luís Oliveira<br />
Executive Director Advisory Financial Services<br />
Luís Oliveira Correia é Executive Director da<br />
EY, responsável pela área de Data & Analytics<br />
Advisory Financial Services em Portugal.<br />
Possui mais de 16 anos de experiência<br />
profissional em consultoria de gestão.<br />
Nos últimos anos, o Luis Oliveira Correia<br />
tem participado ativamente no mercado<br />
bancário, gerindo projetos de melhoria<br />
de eficiência com especial enfoque<br />
na metodologia LEAN e na aplicação<br />
de tecnologias disruptivas como é o caso<br />
de Robotics. O Luis é licenciado pela Faculdade<br />
de Economia do Porto tendo ainda<br />
uma pós-gradução em Liderança<br />
pela Universidade Católica.