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Directório Global das TIC | Empresas e Profissionais | 2016/2017

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20 | Opinião diretório global <strong>das</strong> tic | 21<br />

A disrupção tecnológica<br />

e o seu impacto no capital humano<br />

Mário Trinca<br />

Partner Advisory Financial Services<br />

Luís Oliveira Correia<br />

Executive Director Advisory Financial Services<br />

Atualmente estamos a vivenciar a 4ª revolução<br />

industrial. Os desenvolvimentos<br />

tecnológicos observados em inúmeras<br />

áreas, como por exemplo a nanotecnologia,<br />

a robótica, a inteligência artificial e<br />

a impressão 3D, têm-se amplificado uns<br />

aos outros promovendo a inter-conetividade<br />

e a integração destas tecnologias<br />

nos processos produtivose empresariais,<br />

tornando-os mais eficientes e disponibilizando<br />

uma experiência de utilização<br />

completamente nova e inovadora aos<br />

consumidores. Efetivamente, ao contrário<br />

da anterior revolução industrial, onde<br />

se verificou sobretudo uma automatização<br />

e computorização, assistimos agora<br />

a uma forte integração entre conectividade<br />

web, controlos digitais e ferramentas<br />

do mundo real. Sensores embutidos<br />

em objetos capazes de recolher e transmitir<br />

informação que permitem melhorar<br />

a experiência de utilização. Imaginemos,<br />

por exemplo, um frigorífico que tenha a<br />

capacidade de perceber os alimentos que<br />

estão em falta e transmitir essa informação<br />

para um smart watch através do qual<br />

é realizada uma encomenda junto de um<br />

hipermercado. Estes sistemas inteligentes<br />

não estarão presentes apenas nas nossas<br />

casas mas também em fábricas, hospitais<br />

e cidades, alterando profundamente a<br />

forma como trabalhamos, nos relacionamos,<br />

comunicamos e aprendemos.<br />

A disrupção tecnológica, a que assistimos,<br />

traz consigo inúmeros desafios para as organizações,<br />

para os governos e para as sociedades.<br />

Desde logo, o ritmo com que está<br />

a ocorrer é extremamente elevado, o que<br />

faz com que prever e antecipar cenários<br />

futuros nunca tenha sido uma tarefa tão<br />

difícil para os líderes <strong>das</strong> organizações e<br />

dos governos. Adicionalmente, esta disrupção<br />

terá um profundo impacto no capital<br />

humano e no emprego. As profissões, tais<br />

como as conhecemos hoje, irão sofrer uma<br />

profunda transformação. Pensando numa<br />

recente viagem profissional que realizei<br />

recentemente fui-me colocando a seguinte<br />

questão: poderá o trabalho realizado<br />

pelas pessoas com que me fui cruzando<br />

ser automatizado e assim substituído por<br />

tecnologia? Os resultados deste exercício<br />

evidenciam a profunda transformação que<br />

estamos a assistir. Senão vejamos, o senhor<br />

que me fez o check-out no hotel. Muitos<br />

hotéis já se encontram a experimentar sistemas<br />

eletrónicos de check-out, logo essa<br />

função já está a ser substituída. O senhor<br />

que me conduziu até ao aeroporto. O seu<br />

trabalho vai ser substituído à medida que<br />

viaturas sem condutor sejam mais comuns<br />

nos próximos anos. O check-in e entrega<br />

de bagagem já hoje podem ser feitos por<br />

mim em colaboração com uma máquina<br />

não sendo necessária intervenção humana.<br />

O próprio processo de controlo de passaportes<br />

já é ele também eletrónico. O avião,<br />

apesar de pilotado por seres humanos,<br />

estes acabam por ter pouca intervenção<br />

sendo a maior parte do tempo de voo controlado<br />

por máquina.<br />

Estes sistemas<br />

inteligentes<br />

não estarão presentes<br />

apenas nas nossas casas<br />

mas também em<br />

fábricas, hospitais<br />

e cidades...<br />

Estes são apenas alguns exemplos do<br />

impacto que a disrupção tecnológica está<br />

a ter no capital humano. O recente relatório<br />

The Future Of Jobs, emitido em <strong>2016</strong><br />

pelo Fórum Económico Mundial vem precisamente<br />

comprovar esse cenário. Esse<br />

inquérito, que abrangeu 15 economias que<br />

representam cerca de 1,9 biliões de postos<br />

de trabalho (65% força de trabalho a nível<br />

mundial) veio apresentar uma previsão de<br />

uma perda líquida de cerca de 5,1 milhões<br />

de postos de trabalho até 2020. Essa perda<br />

líquida será o resultado de uma perda<br />

absoluta de 7,1 milhões de postos de trabalho<br />

(dois terços dos quais concentrados<br />

em áreas administrativas) conjugada com a

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