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Guia da 3ª Idade #52

Como nos vemos. Como nos veem. Como somos Ao não se reconhecer numa foto uma pessoa pode - eventualmente - estar se afastando da realidade, além da imagem fotográfica poder ter sido adulterada de alguma forma. Para melhor ou para pior, as muitas interferências em uma fotografia são tão antigas quanto a arte de fotografar. O mesmo acontece com algumas interpretações sobre o envelhecimento. Viver com vontade, usufruir ao máximo a aventura de viver, é uma atitude que deve nos estimular a abandonar preconceitos e cultivar novos hábitos. Entretanto, o conceito de finitude como incapacidade, que é impossível viver o terceiro ato efetivamente dentro das próprias possibilidades, está presente. “Mudaria o Natal ou mudei eu?” escreveu Machado de Assis, em um belo poema sob os diferentes pontos de vista da verdade. Em “Assim é se lhe parece”, Luigi Pirandello, prêmio Nobel de Literatura, mostra que o que existe não é uma só verdade, mas pontos de vista diversos, muito longe da verdade absoluta. Rever nossas perspectivas, enfrentar o grandioso desafio de se conhecer, mostrar as incoerências com relação à maturidade, um grande desafio a responder.

Como nos vemos. Como nos veem. Como somos
Ao não se reconhecer numa foto uma pessoa pode - eventualmente - estar se afastando da realidade, além da imagem fotográfica poder ter sido adulterada de alguma forma. Para melhor ou para pior, as muitas interferências em uma fotografia são tão antigas quanto a arte de fotografar.
O mesmo acontece com algumas interpretações sobre o envelhecimento.
Viver com vontade, usufruir ao máximo a aventura de viver, é uma atitude que deve nos estimular a abandonar preconceitos e cultivar novos hábitos.
Entretanto, o conceito de finitude como incapacidade, que é impossível viver o terceiro ato efetivamente dentro das próprias possibilidades, está presente.
“Mudaria o Natal ou mudei eu?” escreveu Machado de Assis, em um belo poema sob os diferentes pontos de vista da verdade.
Em “Assim é se lhe parece”, Luigi Pirandello, prêmio Nobel de Literatura, mostra que o que existe não é uma só verdade, mas pontos de vista diversos, muito longe da verdade absoluta.
Rever nossas perspectivas, enfrentar o grandioso desafio de se conhecer, mostrar as incoerências com relação à maturidade, um grande desafio a responder.

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GERAÇÃO 50+ | COMPORTAMENTO

Esse tipo de discurso revela uma situação dramática que

já existia antes da pandemia. Os velhos são considerados

inúteis, desnecessários e invisíveis. Homens e mulheres mais

velhos, que já experimentam uma espécie de morte simbólica,

ficam desesperados ao constatar que são considerados

um peso para a sociedade. No entanto, a forte reação contra

esses sociopatas prova que os mais velhos são muito

valiosos e importantes para os brasileiros. Faremos tudo o

que for necessário para demonstrar que os nossos velhos

não são um peso, muito pelo contrário. São eles que estão

nos ajudando a encontrar força e coragem para sobreviver

física e mentalmente. São eles que estão nos ensinando a

ser pessoas mais amorosas e generosas. São eles que estão

cuidando de nós, como fizeram durante toda a vida.

Muitos dos que disseminam o discurso de ódio e de extermínio

dos mais velhos já passaram dos 60 anos. É urgente

que eles aprendam uma lição importante: a única categoria

social que une todo mundo é o ser velho. A criança e

o jovem de hoje serão os velhos de amanhã. Os velhofóbicos

estão construindo o seu próprio destino como velhos,

e também o destino dos seus filhos e netos: os velhos de

amanhã. Será que estes genocidas serão tão amados e protegidos

como são os nossos velhos ou serão tratados como

"velhinhos descartáveis"?

Guia da 3ª Idade | 16

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