BALCONISTA S/A - Edição 27
O ano de 2020 foi e continua sendo um ano que mudou o mundo. E para nós, desse setor que mantém o país rodando, não foi diferente. Esta é uma edição especial porque entrevistamos vários balconistas, de todas as regiões do Brasil, usando a tecnologia que todo mundo precisou aprender a mexer: as videochamadas. Seja na voz da Solange, do Elicesar, do Santiago ou do Ailton, esta revista quer entender, por meio do olhar de quem vive atrás do balcão, o percurso e os aprendizados desse período. Boa leitura! O ano de 2020 foi e continua sendo um ano que mudou o mundo. E para nós, desse setor que mantém o país rodando, não foi diferente. Esta é uma edição especial porque entrevistamos vários balconistas, de todas as regiões do Brasil, usando a tecnologia que todo mundo precisou aprender a mexer: as videochamadas. Seja na voz da Solange, do Elicesar, do Santiago ou do Ailton, esta revista quer entender, por meio do olhar de quem vive atrás do balcão, o percurso e os aprendizados desse período. Boa leitura!
UM PROJETO DE:Balconistas na pandemiaMotor Alfa Romeo V6 “Busso”Os melhores Placa pretaAs dificuldades e osaprendizados de 2020O motor apelidado em homenagemao seu criador ajudou a ganhar trêscampeonatos EuroturismoUma coletânea com os cincocarros mais icônicos da Seção1
- Page 2: ANUNCIO ABRE23
- Page 6: INDÚSTRIAAUTOMOTIVANo Brasil são
- Page 10: Anos depois, no governo de Lula,o c
- Page 14: S MELHORESPLACA PRETA DOBALCONISTA
- Page 18: PUBLIEDITORIALMANN-FILTERLANÇA 150
- Page 22: CHARGERR/T3Ricardo Orsetti, respons
- Page 26: MUSTANGFASTBACK 289Modelo - Mustang
- Page 30: 1992Em 1992 surge o Alfa 155, um co
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- Page 50: SAIDEIRAPIPOCA1 - LOWRIDERS - A ART
UM PROJETO DE:
Balconistas na pandemia
Motor Alfa Romeo V6 “Busso”
Os melhores Placa preta
As dificuldades e os
aprendizados de 2020
O motor apelidado em homenagem
ao seu criador ajudou a ganhar três
campeonatos Euroturismo
Uma coletânea com os cinco
carros mais icônicos da Seção
1
ANUNCIO ABRE
2
3
DIRETOR DE PLANEJAMENTO:
FABIO LOMBARDI
14
Os placa
preta mais
icônicos
A seção mais
querida da
revista elege
seu TOP 5
DIRETOR DE CRIAÇÃO:
GABRIEL CRUZ
CONSULTOR EDITORIAL:
CLAUDIO MILAN
DIRETOR DE ARTE:
PABLO NORONHA DE VIVO
EDITOR-CHEFE:
VINÍCIUS BOPPRÊ
JORNALISTAS:
HENRIQUE RIBOLDI
JULIA MACIEL
REDATOR:
MARCELO POSSATO
EQUIPE DE ARTE:
JOÃO AMATO
PEDRO GUILHERME
VICTOR ROLIM
FOTÓGRAFO:
VITOR SARDEIRO
VINÍCIUS BOPPRÊ
EQUIPE SK:
CEO:
GERSON PRADO
28
V6 Busso da
Alfa Romeo
34
Balconistas na
De
pandemia
06Vargas a Lula:
12
Wiki peças
COORDENADORA DE MARKETING:
MICHELE AVEIRO
A história do motor que bateu
os alemães no DTM
4
Conversamos via chamadas de vídeo
com profissionais de todo o Brasil
Presidentes que incentivaram a
indústria
Parte indispensável do
motor: pistão
5
INDÚSTRIA
AUTOMOTIVA
No Brasil são emplacados em
média 8.110 carros por dia. No
mês de agosto deste ano foram
emplacados 173.008 veículos e
no ano de 2019 foram emplacados
2,78 milhões no total. Segundo
IBGE, no Brasil, há 54.715.488
automóveis. São números grandes
e o mercado automotivo no país
é fértil, mas para chegar no
patamar atual diversos governos
precisaram incentivar a indústria
e criar um setor que até então não
existia em solo brasileiro.
usada em todos automóveis e
também peças em solo brasileiro.
Vargas também foi
responsável pela criação da
Vale do Rio Doce, atual Vale,
importante mineradora do país, e
Petrobrás, que é a maior e mais
relevante empresa brasileira. Além
disso, foi ele quem sistematizou a
Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT), que se mostrou necessária
devido às relações de trabalho
que vinham se formando.
Na década de 20 surge a Rio-
Petrópolis, primeira rodovia
asfaltada, inaugurada pelo
presidente Washington Luís, que
tinha como lema “governar é abrir
estradas”, configurando assim um
primeiro incentivo à aquisição de
veículos. A primeira companhia a
criar um escritório no Brasil foi
a Ford, em 1919, seguida pela
General Motors, em 1925. Ambas
empresas eram sedeadas na
capital paulista.
De Vargas a Lula: Presidentes incentivaram a indústria:
a primeira estrada, o nascimento da indústria
e os primeiros fabricantes em solo brasileiro
O nascimento da indústria
automotiva, entretanto, ocorreu
no governo de Getúlio Vargas e
de Juscelino Kubitschek. Getúlio
tomou medidas como a proibição
de importação de veículos
montados e alta taxação de
peças. O governo de Getúlio foi
importante não só na indústria
automobilística, mas também
na instalação, mas também
na instalação da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), que
permitiu a produção de chapas
e barras de ferro e aço, matéria
6
7
Fernando Collor, caracterizou
JUSCELINO
Juscelino Kubitschek deu
condições para que as indústria
desenvolvessem qualquer
tecnologia estrangeira por
aqui mesmo. O primeiro
carro fabricado inteiramente
no país foi da Romi, uma
indústria de tornos mecânicos
e equipamentos agrícolas,
que conseguiu licenciamento
da Isetta para fabricar seu
minicarro. Em 1956, surge
a Romi-Isetta com um motor
parecido com o de uma moto.
Neste mesmo ano a FNM
e Vemag lançaram carros
nacionais, que eram cópias
de modelos mais econômicos
europeus e norte-americanos.
Kubitschek criou também o
Grupo Executivo da Indústria
Automobilística (GEIA),
que visava tornar possível
iniciativas de produção de
automóveis nacionais.
Eleito, Juscelino criou o Plano
de Metas, que era formado
por 30 metas de expansão
para o crescimento do Brasil
e envolvia a implementação
de diversas indústrias. Para
a indústria automobilística a
meta inicial era produzir 100
mil veículos em 1960, com 95%
de nacionalização. O resultado,
no entanto, foi superior.
Em 1960, foram produzidos
133.041 automóveis com 93%
de nacionalização em peso e
87% em receita.
No período da ditadura militar
houve atitudes importantes
que contribuíram para a
industrialização do país.
Inicialmente, a intenção era dar
continuidade ao trabalho que
Vargas e Kubitschek começaram
e neste período o Brasil
experimentou grande crescimento
econômico. Foi nessa época que
a usina hidrelétrica de Itaipu
e a ponte Rio-Niterói foram
construídas, mas o endividamento
público também crescia
Juscelino tinha como uma das
suas bases para desenvolver a
indústria o capital estrangeiro, o
que endividou o Brasil, mas com a
reforma tributária e a criação dos
fundos de poupança compulsória
como PIS, PASEP e FGTS, o país
vivenciou o “milagre brasileiro”,
que permitiu melhores taxas de
a ascensão de um pensamento
neoliberal ao poder e, com
a Nova Política de Indústria
e Comércio Exterior (PICE),
mudou a prioridade do plano
industrial de expansão de
capacidade produtiva e de
substituição de importação
para o estímulo à competição
e a busca da competitividade
como objetivos empresariais.
Isso afetou diretamente o
setor automobilístico, já que
antes exisitiam restrições de
importação e taxações proibitivas
para carros importados.
Na PICE de Collor, divulgado em
junho de 1990, originalmente
tinha duas linhas de ação: uma
política de competitividade e
uma política de concorrência. A
primeira era destinada a apoiar
empresas em seus esforços para
aumentar eficiência e leválas
a promover transformações
que estivessem de acordo com
a terceira revolução industrial
e tecnológica. Já a segunda era
constituída de dois pilares, que
eram a abertura comercial e
incentivo a competição nacional
e desestímulo às práticas de
monopólio.
Foto: Ubirajara Dettimar/Agência Brasil)
exportação.
8
9
Anos depois, no governo de Lula,
o crédito foi incentivado, junto
de aumentos da massa salarial,
o que beneficiou a indústria
10LULA
automobilística e permitiu um
crescimento de 5% às montadoras,
em 2011. As Diretrizes de
Política Industrial, Tecnológica
e de Comércio Exterior (PITCE)
do governo lula foi publicado em
novembro de 2003 e era dividido
em três frentes: linhas de ações
horizontais, opções estratégicas
e atividades portadoras de
futuro - cada uma com setores e
metas prioritárias.
As linhas de ações horizontais
abrangiam a inovação e
desenvolvimento tecnológico,
inserção externa, modernização
industrial e melhoria do ambiente
institucional e ampliação da
capacidade e escala produtiva. As
opções estratégicas abarcavam
os fármacos, semicondutores,
softwares, bens de capital e
medicamentos, enquanto as
atividades portadoras de futura
contemplavam a biotecnologia,
nanotecnologia, biomassa,
energias renováveis e atividades
relativas ao protocolo de Quioto.
Cada um dos eixos e metas tinham
suas medidas correspondentes,
como promoção de legislações que
criassem um ambiente inovador
e competitivo, financiamento de
pesquisas pelo BNDES, incentivo
ao conhecimento por meio da
ampliação de bolsas de pesquisa,
entre outras.
O atual governo prioriza
a exportação de produtos
primários e, de 2018 até
2019, houve uma queda de
1,1% na produção industrial
brasileira, interrompendo dois
anos positivos seguidos. Sobre
o assunto, Fausto Augusto
Junior, diretor técnico do Dieese
(Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos
Socioeconômicos), diz: “se a
gente não mudar vamos ter um
país que se transforma numa
grande fazenda. A pauta da
indústria transcende o setor,
tem a ver com a lógica de
desenvolvimento do país”.
Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil)
Sempre à frente com
disposição e profissionalismo
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26 de novembro
Dia do Balconista
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MANN-FILTER Brasil
11
História
Finalidade
WIKIPEÇAS
O
pistão é parte essencial do carro
e indispensável do motor. Sem ele,
o carro nem se moveria. Ficaria
parado e o motor não passaria de
um bloco de metal sem grande
utilidade. Os motores nem sempre
tiveram um pistão. Difícil imaginar
algo que possa ser chamado de
motor sem essa peça, né?
A primeira máquina que tinha partes
móveis e usava um pistão foi uma evolução
daquela de Savery. Inventada por Thomas
Newcomen, em 1712, o motor a vapor
de Newcomen ou pistão de Newcomen
aproveitava a pressão atmosférica e foi o
primeiro dispositivo capaz de usar vapor
e transformá-lo em trabalho mecânico.
Este trabalho, que é a força realizada que
Sua finalidade é comprimir a mistura
de ar e combustível para queima e
transferir a energia gerada pelo gás
que se expande para o virabrequim. É o
pistão que inicia o trabalho mecânico,
entrega torque e aceleração ao veículo.
produz movimento, era mais eficiente do
ISTÃO
que o sistema que usava o vácuo. Depois
veio Cugnot que, com outro motor a vapor,
em 1769, foi o primeiro a transformar
o trabalho de um pistão em movimento
rotativo. Era um veículo, destinado
Material
Os pistões antigos eram feitos de
ferro fundido e com o passar dos anos
principalmente à carga de canhões, que
foram feitos estanhados e niquelados.
podia carregar até 4 toneladas em uma
A metalurgia rudimentar da época não
velocidade de 4 km/h. Já em 1816, Robert
permitia pistões melhores e era esse
Stirling inventou o motor Stirling, que
atrito somado a temperaturas elevadas
também funcionava com um pistão. Sua
que levavam às constantes explosões
inovação foi a segurança em relação aos
nos motores. Atualmente, a cabeça
anteriores. No ano de 1867, Nicolaus Otto
do pistão pode chegar a 300°C e por
inventa um motor atmosférico e alguns
isso é fabricado em alumínio ou liga
anos depois, com a ajuda de outros dois
de alumínio, que é mais leve e dissipa
Antes dele
inventores, o motor 4 tempos.
melhor o calor.
O pistão está intrinsicamente totalmente ligado a uma
máquina, geralmente uma bomba ou um motor, logo, é
impossível falar de um sem falar da outra. Não se tem
registros de muitas máquinas que funcionavam sem um.
O inglês Thomas Savery patenteou o que seria o começo
de um motor a vapor em 1968, sua máquina usava o
vácuo, gerado pelo aquecimento e resfriamento de
vapor, para sugar a água de minas para fora delas.
12
13
S MELHORES
PLACA PRETA DO
BALCONISTA S/A
Uma coletânea com os cinco placa preta mais
icônicos que já apareceram na revista. e foi
(Foi bem difícil escolher só 5, viu?)
14
15
MAVERICK 74
Modelo - Maverick
Série - GT
Marca – Ford
Proprietário: José Rogério
Ano - 1974
País - Brasil
Motor – V8 302 5.0
Cor – Amarelo
Anos de produção – 1973 a 1979
Versões: Luxo, Super Luxo e GT
Potência: 199 cv
Vel. Máxima: 200 Km/h
O dono desta máquina desejada por tantos é o
Maverick gosta de sair com ele sempre que pode.
metroviário José Rogério, que teve dois Mavericks
“Tem gente que deixa o carro o quanto mais
antes de conseguir colocar as mãos no seu GT
imaculado possível. Eu não. Sempre quando tenho
74. O primeiro foi aos 24 anos que na época era
oportunidade de sair com ele eu dou uma volta. Eu
apelidado de geladeira por ter uma cor azul-bebê.
trabalho muito de fim de semana e de madrugada,
A geladeira dava trabalho, tinha uma estrutura
então é perfeito para andar com ele pelas ruas,
ruim e sempre que chovia era preciso deixá-lo no
já que elas estão mais vazias. Aí dá para curtir o
sol e colocar toalhas, mas nem por isso abandonou
barulho do motor. Pego estrada com ele, já fui até
o sonho de ter um carro como aquele.
Peruíbe (SP) com esse Maverick”, conta.
No Brasil, o Maverick foi apresentado no Salão
“O carro está à venda? Sempre tem alguém que vê
de Automóvel de 1972, mas foi só em 1973 que
o carro e me pergunta isso (risos). Às vezes vou na
o primeiro saiu de uma linha de montagem e foi
loja de um amigo e depois que deixo o carro lá vem
fabricado de 73 a 79. José Rogério é diferente
gente perguntando por três dias se está a venda
dos colecionadores que deixam o carro como peça
e o preço. Eu não venderia. Realizei um sonho de
16
de museu para ser apenas admirado, o dono do
botar ele na estrada”.
17
PUBLIEDITORIAL
MANN-FILTER
LANÇA 150 NOVOS FILTROS EM 2020
Apesar de um primeiro semestre desafiador em virtude da crise mundial, empresa disponibiliza
novos modelos para atender aplicações do mercado.
A MANN-FILTER, uma das marcas
do grupo MANN+HUMMEL a maior
fabricante do mundo em soluções
de filtragem, lançou em 2020,
cerca de 150 novos filtros. Entre as
aplicações estão novos itens para
as linhas: leve, pesada, agricultura,
construção e industrial.
Apesar da crise que se instalou em
todo o mundo no primeiro semestre
deste ano, este período se mostrou
uma oportunidade para rever
projetos e acelerar a liberação de
novos produtos.
Segundo Fabio Moura, Diretor de
Vendas e Marketing para o mercado
de reposição da MANN+HUMMEL,
“Este período de quarentena foi o
momento de rever as estratégias
traçadas e colocar o plano em
prática para tornar nossos projetos
mais ágeis a fim de melhorar cada
vez mais a cobertura da frota de
veículos e equipamentos fora de
estrada. Com isso oferecemos filtros
com a qualidade de equipamento
original para atender as exigentes
demandas de nossos clientes. ”
Os lançamentos chegam para
completar o portfólio de produtos
e trazer soluções inovadoras em
sistemas de filtragem para atender
as demandas mais exigentes
das modernas motorizações de
veículos leves e equipamentos
para o serviço pesado.
Os elementos filtrantes da
linha leve vieram para atender
aplicações em veículos importados
como Audi; BMW; Porsche e Volvo.
Além dos veículos nacionais de até
5 anos: GM Onix; Renault Kwid,
Captur, Sandero e Logan; Fiat Argo,
Cronos E Siena.
Os destaques seguem para a
linha de Pick-ups, veículos leves
comerciais e também filtros de
cabine com destaque para a nova
linha de filtros originais Frecious
Plus considerada a evolução para
filtros de cabine.
Além disso, retém partículas
finas, partículas em suspensão e
evita a entrada de gases nocivos
para dentro da cabine do veículo.
Também impede o crescimento
de bactérias e fungos, elevando
a qualidade do ar no interior do
carro e ajudando no combate das
principais doenças respiratórias.
Já os filtros para as linhas pesada
e agricultura complementam o
portfólio de produtos para atender
as principais aplicações do mercado
e trazem soluções inovadoras
para filtros do ar-condicionado,
ajudando a proteger a saúde dos
operadores durante a aplicação de
defensivos agrícolas durantes as
safras.
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18
19
OPALA 78
Fábio Baltazar é um entusiastas
de carros antigos. Era dono de
um Opala Comodoro 1983, mas
estava mesmo em busca de um
modelo mais antigo. O entusiasta
por carros antigos já tinha um
Opala Comodoro 1983, mas estava
O carro foi apresentado no dia
23 de novembro de 1968. A GM
queria lançar um carro totalmente
brasileiro, que fosse do gosto do
consumidor nacional. A montadora
então trabalhou num projeto que
combinava os alemães Opel Rekord
Placa Preta, com a ajuda do Opala
Clube ABC. Ainda assim o dono
busca alguns detalhes, como os
frisos, mas as peças são caras.
Fábio diz que só vende o carro se
for por uma oferta muito boa e que
Modelo - Opala
Série - Luxo
Marca – Chevrolet
Proprietário: Fábio Baltazar
Ano - 1978
País - Brasil
Motor – 6 cilindros 250 4.1
Cor – Creme
Anos de produção – 1968 a 1992
Versões: Standard, Luxo, Gran
Luxo, SS, Caravan, Comodoro,
Diplomata e Caravan Comodoro
Potência: 140 cv
Vel. Máxima: 174 Km/h
a procura de um espécime mais
C e Opel Commodore A, com o
não teria outro placa preta porque
antigo. Foi um amigo que viu,
Chevrolet Impala. Nascendo um
dá muito trabalho, a não ser que
num grupo de Facebook, o Opala
carro muito admirado, o Opala, que
fosse para ter o Caravan porque aí
de Luxo, 1978. Parecia em boas
foi fabricado de 68 a 92.
teria onde dormir caso a esposa o
condições e o preço estava bem
colocasse pra fora.
interessante. Fábio foi atrás.
O processo de restauração foi
“Liguei pro vendedor, negociei,
minucioso e trabalhoso porque
comprei, paguei, e só fui ver
as peças pro carro são difíceis
efetivamente o carro no dia
de encontrar. O dono fez todo o
seguinte”
processo para transformá-lo em
20
21
CHARGER
R/T
3Ricardo Orsetti, responsável pelo
setor de compras da Domínio Auto
Peças, é o dono deste maravilhoso
carro. Ele já teve outros antigos:
um Chevette e um Impala 61. A
paixão pelo modelo foi influência
do pai, que teve dois ou três
modelos do carro e sempre dizia
que iria comprar um.
Ele se deparou com alguns donos
de modelos diferentes ao longo
do caminho e não conseguia ter o
seu, mas insistiu e depois de tanto
procurar, encontrou Charger R/T.
Foi ver o carro na Mooca e depois
que comprou quase não mexeu
nele.
O carro foi produzido
pela Chrysler, montadora norte-
Modelo – Charger R/T
Série - Luxo
Marca – Dodge
Proprietário: Ricardo Orsetti
Ano - 1973
País - Brasil
Vel. Máxima: 180 Km/h
americana, que em 1967 assumiu
as operações da Simca no Brasil.
O objetivo era fazer um carro com
alma esportiva e conforto para
bater de frente com o Opala SS,
Maverick GT e o Galaxie.
“Eu vou a encontros de Dodge
Charger do Mopar Clube Brasil. Eu
acabo levando ele em eventos em
Jundiaí. O mais longe que eu andei
na estrada com ele foi até Águas de
Motor – V8 318 5.2
Cor – Branco Gelo
Anos de produção – 1970 a 1980
Versões: Charger, Charger R/T,
Charger R/T LS
Potência: 215 cv
Lindóia (aproximadamente 190 km).”
Ricardo é do tipo de pessoa
que gosta de colocar o carro pra
funcionar e percorrer longas
distâncias com ele, não deixa o
carro empoeirando na garagem
e diz que o carro é do pai, na
verdade. A admiração pelo Charger
R/T atravessa gerações, passando
pelo seu pai, por ele e agora pelo
seu filho pequeno.
22
23
CORVETTE
STINGRAY 350
Modelo – Corvette Stingray 350
Série - Stingray
Marca – Chevrolet
Proprietário: Guilherme Fernandes
Ano - 1976
País – Estados Unidos
Motor – V8 289 5.7
Cor – Chocolate
Anos de produção –
1969 a 1976
Potência: 180 cv
Vel. Máxima: 190 Km/h
24
4
Gulherme Fernandes, diretor
de finanças e dono de um
Corvette cor chocolate, teve
sua paixão despertada pelo
modelo quando ainda era
menino. Tinha 14 anos e vivia
nos Estados Unidos quando
conheceu um amigo da família
que colecionava Corvettes.
A coleção começou
a crescer e, como
não tinha mais espaço na casa
dele, começou a estacionar
na garagem da minha casa.
Aí pra se apaixonar
foi fácil
O superesportivo com mais de
60 anos de idade, que está
atualmente na oitava geração, é o
veículo que está a mais tempo em
produção no mercado automotivo.
Ele foi apresentado como carro
conceito no Motorama, uma feira
norte-americana antiga, mas
ninguém imaginava que ele se
tornaria tão popular e bateria os
europeus que, na época, eram os
preferidos.
O dono do carro não tem
medo de usá-lo, vai duas vezes
por semana ao trabalho com ele e
ainda pega estrada com comboios.
Ele pretende deixar o carro pro
filho e, assim que o rapaz tiver
idade para guiar, vai deixá-lo
pegar e dirigir o carro.
25
MUSTANG
FASTBACK 289
Modelo – Mustang Fastback 289 Motor – V8 289 4.7
Série – L-82
Cor – Dark Moss Green
Marca – Ford
Anos de produção – 1964 a 1973
Proprietário: Marco Coelho
Potência – 228 cv
Ano - 1967
Vel. Máxima – 207 Km/h
País – Estados unidos
Marco Coelho, dentista de 44 Como a maioria, a paixão de Marco
anos, procurou o carro durante começou ainda criança quando
aproximadamente 10 anos e ganhou um Mustang da Matchbox
acredita ter visto todos que tinham
no mercado até encontrar o que
pôde chamar de seu nas mãos de um
coronel da polícia militar. Conta que a
procura valeu a pena porque, mesmo
tendo demorado tanto, encontrou
o modelo em perfeitas condições e
não precisou mexer em nada.
e colocou na cabeça que queria ter
aquele carro. O proprietário desta
lenda norte-americana também é
apaixonado por filmes e isso faz
com que goste mais ainda do carro
que tem. A cor do seu Mustang
Fastback é da mesma cor do que
foi usado no filme Bullit, de 1968.
Eu sou louco por esse
filme. Quero um dia
comprar um Dodge Charger, o outro
carro envolvido na perseguição, e
fazer a dupla perfeita.”
O dono desta máquina aproveita
os fins de semana para dirigila
com um grupo de amigos que
fazem parte de um clube de carros
antigos, geralmente viagens
curtas, de 150 km, ida e volta
para buscar algum lugar legal para
tomar um café da manhã.
26
27
MOTOR
Alfa Romeo
V6 “Busso”
Poucas empresas têm têm reputação como
a Alfa Romeo. Esta montadora italiana se
destaca como uma empresa que sempre
colocou uma dose adicional de paixão em
seus veículos. O Busso V6 saiu em 1979 e
foi introduzido no Alfa 6. Inicialmente, era
um 2.5 (158cv), mas depois variou de 2.0 a
3.2. Os carros da Alfa Romeo ficaram muito
famosos devido a esse motor, que hoje é
cultuado por muitos. Este motor leva esse
apelido em homenagem ao seu criador.
1975
O V6 “Busso” é o motor de concepção e
produção 100% Alfa Romeo mais recente.
Seu estudo, experimentação e construção
aconteceram na fábrica da Alfa em Arese
e foi encerrada em 2005. Este motor teve
muitas variantes entre 1979, ano em que
foi aplicado, na versão 2.5 do sedã Alfa 6,
e 2005. O motor se mostrou eficiente para
diversos modelos e os primeiros estudos
datam de 1968, quando começou a rodar
o primeiro protótipo do motor desenhado
por Giuseppe.
1984
O motor também está presente no Alfa 90
de 1984 e no 75 2.5 V6 de 1985. Neste
período surgiu a versão 3.0 de 192 cv, que era
destinado à versão top de linha do Alfa 75, que
foi produzido até 1991. O Alfa 75 levava este
nome em comemoração ao aniversário de 75
anos de produção da montadora.
1980
Em 1980 surge o Alfetta GTV6 2.5, que graças ao menor peso
comparado ao Alfa 6, acelerava de 0 a 100 km/h em 8 segundos
com um motor de 162 cv. A velocidade máxima era de 220 km/h,
mas a fabricante declarava apenas 205 km/h e com este carro o
elaborado motor V6 Busso ajudou a ganhar três Campeonatos
Euroturismo.
1987
A revolução aconteceu com o Alfa 164 de 1987,
devido à tração dianteira, o V6 Busso é colocado
transversalmente e não longitudinalmente com
bastantes modificações, mas mantendo a essência.
Com este novo layout o V6 Alfa continua sua jornada
mesmo após a Fiat Auto se tornar proprietária da Alfa
Romeo e o motor se fez presente em carros como o
Lancia Thema, Thesis e até no Fiat Croma. Ao longo
do tempo surgiu a versão 2.0 Turbo, com potência
variando entre 200 e 215 cv, e a versão 3.0.
28
29
1992
Em 1992 surge o Alfa 155, um compacto que foi
produzido até 1997. Mas é em 1993 que o motor
Busso expressa seu potencial derrotando os carros
alemães no DTM, uma categoria de corrida de carros
de turismo que era baseado na Alemanha, o que
contribuiu para consagrar o motor no mundo do
automobilismo mundial.
UM POUCO SOBRE GIUSEPPE BUSSO
Giuseppe Busso nasceu em 27 de abril de 1913 em Torino e estudou engenharia na Universidade Politécnica
de Torino. Começou sua carreira em 1937, ano em que trabalhou na divisão técnica de motores aeronáuticos
da Fiat e posteriormente foi para a divisão de locomotivas da mesma empresa, onde trabalhou até 1939, ano
em que foi recrutado por Wilfredo Ricart, chefe de projetos especiais da Alfa Romeo.
No cargo novo, a tarefa do engenheiro era criar motores de corrida para a marca, mas a Segunda Grande
Guerra interrompeu seu trabalho e quando esta acabou seu cargo tinha sido ocupado por Gioacchino Colombo.
Quando começou a trabalhar para a Alfa, colombo recebeu um convite de Enzo Ferrari para desenvolver um
motor V12 para o modelo 125 S, mas isso significaria redução de salario, já que a Ferrari estava começando.
Colombo decidiu trabalhar no motor nas horas vagas e recomendou Busso para ser o supervisor.
2001
A primeira ideia de Giuseppe foi o motor DOHC de quatro cilindros em linha 1.9 usado no Alfa Romeo 1900,
que foi desenvolvido a partir de sua experiência prévia com aeronaves, mas mesmo que o motor fosse
bom não foi o melhor trabalho do engenheiro que em 1970, alguns anos antes de sua aposentadoria,
desenvolveu o seu motor V6.
A máxima de produção ocorre em 2001 quando
a versão 3.2 foi apresentada para o Alfa Romeo
156 e 147 GTA, que foram fabricados até 2005,
ano que marca o encerramento de produção
dos motores Busso. O motor, que tinha 250 cv
e fazia o 147 GTA chegar a 250 km/h, colocou
estes modelos entre os mais potentes com
tração dianteira.
30
31
FATOS E
BOATOS
O conversível é um estilo de automóvel que desperta o
interesse de muitos apaixonados por carros pelo mundo
inteiro. Sua essência luxuosa e ao mesmo tempo aventureira
costuma atrair olhares por onde passa. Descubra abaixo
alguns fatos e boatos sobre ele:
F A T O S
Gera mais
potência
Se o carro comum, de motor com 4
cilindros, tiver cada um a capacidade
de meio litro, o total vai ser de 2
litros, configurando assim um carro
“2.0”. Em um motor de combustão
interna mais cilindros significa mais
explosões acontecendo, ou seja, mais
energia gerada e é isso que torna o
motor em “V” diferenciado. Com esses
cilindros extras um carro V8 como o
Maverick GT pode chegar a 4.950 cm³
de cilindrada, ou seja, um “4.9”.
Gasta mais
combustível
Geralmente esse motor é muito forte e como consequência desses litros extras que ele é capaz de receber nos cilindros o
motor vai realmente consumir mais combustível. O que também acontece é os donos desse carro pisarem com um pouco mais
de vontade no acelerador por causa do ronco bonito do motor.
B O A T O S
O formato em V
gera mais potência
Os motores de 4 cilindros estão dispostos “em
linha” diferente dos motores em “V”, sejam V6
ou V8, que têm metade dos cilindros de um lado
e a outra metade do outro, juntos na base em
um ângulo entre 60° e 180° o que dá o formato
de V. A configuração do motor em si não afeta
a potência do carro, o que acontece na verdade
é que o motor em “V” permite a disposição de
mais cilindros do que o motor “em linha”.
O motor é diferente
Fora a disposição e a capacidade, não é. Ao contrário do que
alguns pensam, o funcionamento é o mesmo, ainda é um motor
4 tempos. Na admissão, com o pistão no topo, a válvula de
admissão se abre e o pistão desce para permitir que o cilindro
se encha de ar e gasolina. Feito isso começa a compressão, a
válvula de entrada se fecha para o pistão subir e comprimir essa
mistura. Assim que o pistão atinge seu ponto máximo a vela
de ignição solta uma faísca e começa a combustão. A explosão
gerada emite gases e a energia cinética gerada por eles empurra
o pistão para baixo. Depois disso o pistão sobe novamente e a
válvula de exaustão é aberta e os gases resultantes da queima
são expelidos. A válvula de saída se fecha e a de entrada se abre
e o processo reinicia
32
33
34
35
Segundo IBGE, 37,9% das 3,4
milhões de empresas brasileiras em
funcionamento no país perceberam
um impacto pequeno ou inexistente
devido a pandemia na segunda
quinzena de agosto. Outros 33,5%
relataram efeito negativo e 28,6%
efeito positivo. Em agosto 47,5%
das empresas do ramo automotivo
perceberam efeito positivo decorrente
da pandemia, 28,5% efeito pequeno
ou inexistente e 23,9% negativo
Empresas pequenas, com até 49
funcionários sentiram mais o impacto
– 33,7% das empresas sentiram
efeitos negativos – do que grandes
companhias com 50 a 500 funcionários,
por exemplo, que registraram quedas
pequenas – 22,8% sentiram efeitos
negativos.
2020
NO BALCÃO
Balconistas do Brasil inteiro falam da
pandemia e dos desafios para ao longo de
um ano que mudou o mundo
Os dados fazem parte da última
pesquisa Pulso Empresa: Impacto da
Covid-19, da segunda quinzena de
agosto. Na primeira publicação o IBGE
mostrou que 1,3 milhão de empresas
brasileiras tinham encerrado ou
suspendido suas atividades nas
primeiras duas semanas de junho
e que deste total 522 mil foram
motivados pela pandemia.
Os dados fazem parte da pesquisa
Pulso Empresa: Impacto da Covid-19,
que foi lançado em julho e é publicada
quinzenalmente. Na primeira
publicação o IBGE mostrou que 1,3
milhão de empresas brasileiras
tinham encerrado ou suspendido suas
atividades nas primeiras duas semanas
de junho e que deste total 522 mil
foram motivados pela pandemia.
Por conta disso tudo, o Balconista
S/A decidiu trazer experiências de
balconistas de diferentes estados
para falar sobre a vivência de
cada um sobre este período, o que
estão fazendo para se manterem
funcionando e o que esperam do
futuro.
Nome: Solange
Idade: 40 anos
Tempo de Balcão: 10 anos
Estado: São Paulo
Cidade: Mairiporã
Loja: Solecar
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Nunca imaginei que trabalharia
com o universo automotivo. Já trabalhei
como recepcionista e vendendo
mármores, mas sempre tive o desejo
de ter meu próprio negócio. No começo
a ideia era fazer algo voltado para o
público feminino, mas conversando com
meu marido, que é mecânico, cheguei
a ideia de trabalhar no ramo porque
tinha potencial.
Como foi o começo?
Tive que estudar muito,
fazendo cursos e palestras. A gente
começou com uma loja pequenininha,
eu não tinha clientes. Meu primeiro
cliente foi minha própria oficina.
Como a pandemia afetou você?
Antes da pandemia a gente
tinha 10 funcionários, mas tive que
reduzir para seis.
O que mudou do começo da pandemia
até o momento?
No começo eu fiquei assustada.
Em abril e maio a gente sofreu uma
36
37
queda de 40% nos rendimentos e
nesse momento tive que dar férias
para alguns funcionários.
“Depois do período todo de férias
eu acabei tendo que demitir alguns,
infelizmente.
No começo de junho e julho
as coisas melhoraram e os
rendimentos voltaram para 80% do
que era gerado antes.
Como foi a adaptação, as pessoas
respeitaram o uso de máscaras e
álcool em gel?
A gente colocou álcool em
gel no balcão e só podia entrar
de máscara, mas algumas pessoas
apareciam para comprar sem
máscara, então disponibilizamos
máscaras descartáveis.
Você acha que é possível tirar
algo de bom do que estamos
vivendo?
A incerteza e a insegurança
me preocupam, mas acredito que
isso veio para a gente dar um
pouco mais de valor às pequenas
coisas e aos detalhes na vida
profissional e pessoal. Serve para
pensar um pouco mais na gente, na
família e no próximo. Acredito que
as pessoas vão mudar pra melhor,
elas vão voltar com mais garra e
mais força pra vencer.
“
Nome: Elicesar José da Silva
Idade: 47 anos
Tempo de Balcão: 32 anos
Estado: Goiás
Cidade: Goiânia
Loja: Só Eletro Injeção
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Comecei no ramo em 1986.
Minha primeira experiência foi quando
abri uma loja de auto peças com minha
família, mas dos que começaram só eu
segui.
Como foi o começo?
Tive que estudar e consultar
muito catálogo até definir no que eu ia
me especializar: injeção, carburação e
elétrica.
Como a pandemia afetou você?
Eu estou presente em todas as
plataformas. Já fiz vendas até para o
Uruguai, Chile. Me surpreendi com as
vendas feitas nestas plataformas. As
vendas aumentaram, nunca vendi tanto
quanto nesses últimos 3 meses.
Os correios não fecharam. Fui atender melhor
e com mais qualidade nas plataformas. Enchi
com mais variedade e mais itens
“
38
39
O que mudou do começo da
pandemia até o momento?
Nos primeiros 15 dias de
pandemia eu dei férias para minha
equipe e permaneci sozinho. Eu
ia na empresa duas vezes por dia:
uma para separar as mercadorias
para serem despachadas e outra
para despachar as mercadorias.
A inadimplência aumentou e eu
tive que reduzir as vendas no
atacado, então parei de vender pros
canseira e comecei a fazer acordos.
Quem não podia me pagar porque
o movimento estava fraco ganhava
um desconto no valor total, mas o
pagamento da dívida era a vista
Eu não fechei nenhum dia, precisei
desligar duas pessoas da equipe
pra não complicar lá na frente, mas
consegui manter um vendedor e
contratei um menor aprendiz
Como foi a adaptação, as pessoas
respeitaram o uso de máscaras e
álcool em gel?
Na loja não é permitido
entrar sem máscara e no balcão
tem álcool em gel. As pessoas no
geral respeitam, mas sempre tem
uns que não entendem.
que sem ela não tinha como. Ele
mandou eu enfiar a peça naquele
lugar que eu não preciso nem falar.
Complicado.
Ele disse ainda que ia me processar
porque eu estava me recusando a
vender pra ele e que eu estava
infringindo uma lei, mas ele
também estava.
Sua família foi
afetada de alguma forma?
Eu perdi uma tia de 62
anos. Presenciei o que eu nunca
imaginei. A gente vê aqueles filmes
no cinema em que as pessoas são
enterradas em sacos plásticos.
Horrível. Nós somos nove irmãos e
no funeral liberaram só 10 pessoas
através de sorteio e não podia
ficar perto do caixão. O funeral
aconteceu dentro do carro. Não
podia sair.
Nome: Santiago Segalla
Idade: 31 anos
Tempo de Balcão: 10 anos
Estado: Mato Grosso
Cidade: Cuiabá
Loja: Segalla Auto Peças
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Meu irmão trabalhou cinco
anos em outra auto peças e surgiu o
interesse de abrir a própria. Aí, em
2009, ele me chamou para ser sócio.
Como foi o começo?
No começo meu irmão era
vendedor e eu era entregador,
conforme a loja foi ficando conhecida
e ganhando clientela eu passei para
vendas e contratamos pessoas para
ajudar. O ramo é muito técnico, é preciso
estudar os catálogos e visitar oficinas
para entender o funcionamento dos
carros, das peças que vende e onde vai
cada coisa.
Aconteceu algum caso durante
a pandemia que te chamou
atenção?
Um dia um cliente veio
comprar uma peça que só eu tinha,
mas ele estava sem máscara e eu
não vendi pra ele. Ele ficou bravo,
começou a contar e esfregar o
dinheiro na nossa cara.
Aí eu disse que se ele entrasse
de máscara ele seria atendido na
maior boa vontade do mundo, mas
“
O ramo é muito técnico, é preciso estudar os
catálogos e visitar oficinas para entender o
funcionamento dos carros, das peças que vende
e onde vai cada coisa.
“
40
41
Como a pandemia afetou você?
Aqui no Mato Grosso,
no interior principalmente, a
pandemia quase não afetou.
Teve um fechamento na primeira
Nome: Anderson
Idade: 40 anos
Tempo de Balcão: 20 anos
Estado: Pará
Cidade: Belém
Loja: Casseb
semana, mas a gente trabalhou
com a loja fechada. Ficamos quatro
dias com entrega ou retirada. A
gente aproveitou o momento para
fazer a conferência do estoque e
na semana seguinte tudo voltou ao
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Comecei com 20 anos no estoque e hoje
estou na gerência. Faço compra, venda,
troca, tudo que precisar.
normal.
Nesse período as vendas cresceram,
as pessoas não estão comprando
carros novos então elas optam por
reparar o delas ou trocar por um
seminovo mais novo que o que eles
já tem.
O que te fez querer entrar no ramo?
Eu fiz curso de mecânico diesel e
sempre tive interesse por essa área.
Quando eu tinha nove ou dez anos meu
pai tinha um barco de pesca e eu sempre
estava lá com ele. Ele comprou um motor
industrial e foi transformado num motor
A gente ficou sem nenhum vendedor
marítimo.
porque na mesma semana todos
pegaram o Covid-19. Então eu e
meu irmão fomos para o balcão e
instalamos um sistema de home
office.
Como a pandemia afetou a loja?
A loja está sempre cheia, mas
durante a pandemia ficou mais cheia
ainda.
Tem alguma coisa que te
preocupa?
A falta de mercadoria e a alta dos
preços. É necessário ir atrás de
fornecedores diferentes porque
algumas peças estão muito caras
e se tornam inviáveis de serem
colocadas no balcão.
e se havia álcool em gel no balcão.
No início era preciso chamar a
atenção de alguns clientes, mas
as pessoas passaram a respeitar
as normas mais rápido do que eu
imaginava.
Você acha que é possível tirar
algo de bom do que estamos
Qual foi a maior dificuldade?
A maior dificuldade foi ter ficado
afastado durante quatro dias da empresa
porque estava sentindo muita dor, e
também o rodízio adotado na empresa.
Eu trabalhava uma semana no período da
manhã e na outra no período da tarde,
mas tinham clientes que queriam ser
atendidos por mim.
de máscaras e o álcool em gel dentro
da loja. Mas na fila na fila do lado de
fora as pessoas não querem saber de
distanciamento.
Como foi a adaptação, as pessoas
respeitaram o uso de máscaras e
álcool em gel?
Fiscais passavam para checar se as
pessoas estavam usando máscaras
vivendo?
O ser humano vai se cuidar
mais na alimentação e do que ele
usufrui para que daqui quatro ou
cinco anos a gente não viva uma
pandemia dessa de novo.
Como foi a adaptação, as pessoas
respeitaram o uso de máscaras e
álcool em gel?
Para a segurança de todos
adotamos as medidas necessárias de
distanciamento, marcações no chão, uso
Você acha que é possível tirar algo de
bom do que estamos vivendo?
O ser humano vai redobrar o
cuidado em casa, no carro e no trabalho.
Mesmo que não pegue a Covid-19 a falta
de higiene pode levar a outras doenças.
42
43
Nome: João Sílvio Machado
Idade: 44 anos
Tempo de Balcão: 30 anos
Estado: Porto Alegre
Cidade: Lagoa Vermelha
Loja: Ferri Auto Peças
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Comecei a trabalhar na loja que
trabalho hoje com 14 anos.
Como foi o começo?
Eu sempre gostei de mexer com
carro, era uma coisa que eu gostava de
fazer. Começou com uma curiosidade
e aprendi no dia a dia. Quando entrei
tinha pessoas com muito conhecimento
A pandemia impactou as vendas
negativamente?
A venda se manteve e até
aumentou um pouquinho, não teve
muita queda não.
pra colocar a máscara e passar álcool
em gel. Sem máscara não entra.
Qual tem sido a maior dificuldade?
A nossa maior dificuldade está
sendo receber mercadoria, os atacados
estão entregando pouco, tá faltando
muita coisa. Às vezes tem que fazer
três ou quatro pedidos pra vir um, mas
pelo menos está vindo.
Você acha que é possível tirar algo
de bom do que estamos vivendo?
Eu acredito que vai valorizar
mais o círculo de amizades e o contato
com as pessoas.
O que você espera do futuro?
A esperança é que tudo volte
a funcionar em harmonia e que as
pessoas sejam mais humanas, as
pessoas tem que aprender a ser mais
humanas.
O que mudou do começo da pandemia
até o momento?
No início teve uma queda e todo
mundo se assustou. Fechamos as lojas
e durante uma semana ficou totalmente
fechado as coisas por aqui. Depois
começamos a voltar devagarinho, com
a porta fechada, com restrições e hoje
estamos praticamente normalizados.
Como foi a adaptação, as pessoas
respeitaram o uso de máscaras e
álcool em gel?
No início, o pessoal, até por
não ter conhecimento, não queria
usar máscara nem álcool em gel. Mas
chegando aqui a gente chama atenção
44
45
Nome: Ailton
Idade: 36 anos
Tempo de Balcão: 10 anos
Estado: Bahia
Cidade: Salvador
Loja: Delmar Auto Peças
Como você começou
a trabalhar no ramo?
Eu comecei por um acaso.
Eu não tinha nenhuma pretensão
de entrar no ramo de auto peças, foi
praticamente meu primeiro emprego.
Foi em 2003 quando eu entrei numa
empresa na parte de limpeza, aí o
rapaz me olhou, gostou de mim e disse
que ia me colocar como ajudante de
estoquista e com menos de dois anos
de estoquista eu já estava no balcão
Como foi o começo?
No início eu pegava os
catálogos, que pareciam uma bíblia,
levava pra casa e ficava estudando.
Mas isso você vai pegando no dia a dia.
O que mudou do começo da pandemia
até o momento?
Os dois primeiros meses foram
puxados, foi um baque forte, ali no mês
de abril teve uma redução de venda
drástica e a gente ficou até assustado.
Depois começou a dar uma estancada e
depois foi melhorando, na verdade. A
gente já tinha um serviço de delivery
com cinco motos, mas agora temos
oito e mais dois carros pra atender a
demanda.
As lojas tiveram que fechar, só podia
funcionar quem tinha delivery e
praticamente a única loja que tinha era
a que eu trabalho. Deve ter sido difícil,
a gente precisou se adaptar ao maior
volume e contratar mais gente, mas
já estávamos acostumado com esse
sistema.
Como foi a adaptação às normas da
pandemia?
A gente afere a temperatura,
mantém a distância do caixa e entre os
clientes, colocamos álcool em gel, foi
feito todo um protocolo de segurança
para zelar pela nossa segurança e
também pela do cliente.
O que esta sendo mais difícil?
Pra mim o mais difícil é atender
a demanda. São 15 pessoas falando
com você no WhatsApp perguntando da
peça, onde tá e se já saiu. O cansaço
é grande, mas de qualquer forma eu
levanto as mãos pro céu porque a
gente está vendendo.
Você acha que é possível tirar algo
de bom do que estamos vivendo?
Eu acho que pra tudo de ruim
tem um lado bom. O mais importante
é a valorização da vida e o amor o
próximo. Essa doença é pra qualquer
um, pode ser rico, pode ser pobre,
preto ou branco.
E outra coisa é a família. Às vezes as
pessoas moram na mesma casa, mas
são quase estranhas umas pras outras
e nessa quarentena as pessoas se
aproximaram mais dentro de casa, pai
com filho, mãe com filho, pai com filha,
mãe com filha e irmãos.
46
47
OU
Para que serve?
Ele tem como função converter os gases nocivos
provenientes da combustão do motor em gases inofensivos,
visando reduzir a poluição e dano à saúde dos seres
humanos, animais e plantas. Os gases nocivos são os
hidrocarbonetos, em forma de gasolina não queimada, o
monóxido de carbono, formado pela combustão da gasolina,
e os óxidos de nitrogênio, que se formam quando o calor do
motor força o nitrogênio do ar a se unir com o oxigênio.
Como ele funciona?
O catalisador é feito de aço inoxidável para
suportar as altas temperaturas e dentro dele há um
núcleo cerâmico ou metálico poroso em forma de colmeia
- revestido por uma manta expansiva - cheio de metais
nobres como platina, ródio, paládio e molibdênio,
responsáveis por converter os gases nocivos em dióxido
de carbono água e nitrogênio.
C
O
N
V
E
N
C
I
O
N
A
I
S
Mais próximo do câmbio
Capa em aço inox
Mais barato
Mais comum
Tecnologia de aplicação dos metais
preciosos e do substrato cerâmico
aperfeiçoado
Conversor mais próximo
do motor
Início das reações
químicas acelerado
Vem junto do cano
coletor do motor
Capa em aço inox
M
A
N
I
F
O
L
D
Tecnologia mais antiga
Não é compatível com
todos os modelos
CATALISADOR
CONVENCIONAL
Fica embaixo do carro
CATALISADOR
MANIFOLD
48
49
SAIDEIRA
PIPOCA
1 - LOWRIDERS – A ARTE NOS CARROS
O filme conta a história de Danny, um jovem artista de rua de
East Los Angeles que está preso entre a obsessão do pai por
carros rebaixados, os problemas de seu irmão ex-criminoso
e sua necessidade de se expressar. Assim, ele vai usar seu
talento artístico para grafitar os capôs dos carros do pai para
ajudar o irmão a vencer uma competição de “lowriders”.
É comum que durante os momentos difíceis da nossa vida recorramos ás mais
diversas manifestações artísticas para aliviar a tensão e relaxar. Pensando em arte,
mas sem deixar de lado a nossa paixão por carros, nós separamos algumas dicas de
filmes, livros e aplicativos de design automotivo.
PRATELEIRA
Segredos do Design Automotivo
Escrito por Fernando Morita, um dos nomes promissores do design automotivo brasileiro, o livro,
que revela os aprendizados de Fernando em sua trajetória profissional,contribui para quem é
amante do design automobilístico e até para quem quer se especializar. Sendo o desenho uma
ferramenta essencial do designer, por representar sua arte, o livro apresenta diversos deles, que
mostram −entre outros detalhes− as diferenças das características dos carros, ao longo dos anos,
em suas respectivas épocas.
2 - RESTAURADORES DE RUST VALLEY
A série documental produzida pela Netflix aborda, em 3
temporadas, a história do colecionador Mike Hall e o seu
amigo Avery Shoaf em busca de carros clássicos para serem
restaurados, porém, não tem dinheiro para isso. A série traz
personagens legais e peças levemente planejadas dentro
da garagem. Talvez seu o diferencial seja o espírito genuíno
e engraçado de Mike, bem como as histórias divertidas e
restaurações impecáveis ao longo das temporadas.
3 - MIDAS DO FERRO-VELHO
A série original da Netflix tem o enredo centrado em uma loja
personalizada que basicamente tenta transformar cobre em
ouro. Em cada episódio, os proprietários da Gotham Garage
compram um carro de apenas US $ 1.000 e, através de várias
negociações, aquisições e personalizações, esperam vendê-lo
com um valor de seis dígitos. Os altos e baixos desse precário
modelo de negócios acabam dando origem a situações bem
inusitadas e divertidas.
ABC do Rendering Automotivo
O rendering é um dos mais poderosos meios de representação do profissional de design
automotivo e de produto. Nesta edição do ABC do Rendering Automotivo o leitor conta com um
passo a passo dos fundamentos do desenho à mão livre, mostrando o melhor das técnicas de
representação do design automotivo feitas por designers brasileiros. Com mais de 200 imagens
de sketches e renderings manuais e digitais, esta é, sem dúvida, uma referência essencial para
designers.
DOWNLOAD
1 - TUNING BRASIL 3D
Os aplicativos de tuning, ou melhor, personalização de carros, estão se tornando
cada vez mais comuns entre os amantes por design de automóveis. Um deles é
o Tuning Brasil 3D que, além de permitir as mais diversas personalizações nos
modelos automotivos brasileiros, ainda permite visualizar o carro em três ângulos
diferentes, o que deixa o aplicativo ainda mais sensacional. Disponível apenas para
Android.
50
Fusca: O carro mais popular do mundo
Falando em design, não poderíamos deixar de fora o modelo mais popular do mundo, que ao longo
dos anos, foi passando por várias transformações em seu design! “Fusca: o carro mais popular
do mundo” O Fusca existe há décadas e continua emocionando as pessoas por onde quer que
passe. No livro, Richard Copping, conta a trajetória do Fusca em mais de sessenta anos de história,
desde a Segunda Guerra até a retomada da fabricação no Brasil dos anos 1990. O livro, que
possui centenas de imagens dos mais variados modelos, traça um retrato um retrato abrangente e
indispensável para todos os fãs do Fusca e do automobilismo em geral.
2 - 3D Tuning
3D Tuning é um simulador que oferece uma enorme variedade de carros diferentes
para personalizar e guardar em sua garagem. Neste aplicativo, o jogador irá
encontrar grandes marcas internacionais e seus principais modelos, podendo
selecionar partes específicas dos veículos para alterar as cores e o design de suas
peças. Disponível para os sistemas IOS e Android.
3 - CAR BUILDER
Já imaginou ter um carro totalmente personalizado do jeito que você queria? Pois
bem, para começar, é preciso ter em mente como seria o design desse carro, e nisso,
o Car Builder te ajuda. Nele, é possível escolher o modelo, a cor, as rodas, aerofólio,
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O FUTURO É TECFIL
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