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Nikolai Leskov | O anjo lacrado e A pulga de aço (amostra)

Adquira seu exemplar até 16/012021: catarse.me/leskov |Amostra das novelas “O anjo lacrado” e “A pulga de aço”, de Nikolai Leskov, traduzidas do russo por Boris Weinberg, Anna Weinberg e Ouvar Davet. — Participe da campanha: catarse.me/leskov

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o <strong>anjo</strong><br />

<strong>lacrado</strong><br />

Era por época do Ano-bom, na véspera da noite <strong>de</strong> São<br />

Basílio. Havia-se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado a fúria dos elementos. Uma<br />

violentíssima nevasca <strong>de</strong> levantar a neve em torvelinhos,<br />

daquelas pelas quais são famosos os invernos nas estepes do<br />

Além-Volga, impelira uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />

para o albergue isolado que se erguia, solitário, em meio<br />

à estepe lisa e imensa. Ali se encontravam, reunidos num<br />

só grupo, homens <strong>de</strong> condição, bem como negociantes e<br />

camponeses, russos, mordovianos e tchuvachos. Observar<br />

as categorias e a posição social numa pousada <strong>de</strong>ssa espécie,<br />

tornava-se impossível: para on<strong>de</strong> quer que alguém se virasse,<br />

era o mesmo aperto por toda a parte. Uns estavam secando<br />

as roupas, outros aqueciam-se, outros mais procuravam um<br />

cantinho, por pequeno que fosse, on<strong>de</strong> se refugiarem. A isbá<br />

escura, baixa e repleta <strong>de</strong> gente estava abafadiça, e um vapor<br />

<strong>de</strong>nso evolava-se da roupa molhada. Não se via um lugar<br />

livre em parte alguma: havia gente espalhada pelos catres,<br />

pela estufa, pelos bancos e até <strong>de</strong>itada no chão batido e sujo.<br />

O albergueiro, um mujique severo, não estava contente nem<br />

com os hóspe<strong>de</strong>s nem com os lucros. Batendo com força o<br />

portão atrás do último trenó que conseguira entrada no pátio,


e no qual tinham chegado dois comerciantes, fechou-o a ca<strong>de</strong>ado<br />

e, pendurando a chave <strong>de</strong>baixo dos ícones, disse com firmeza:<br />

— Bem, agora quem quiser que bata até com a cabeça no portão<br />

que não abro.<br />

Mal porém teve tempo <strong>de</strong> pronunciar isto e, tendo tirado o<br />

casaco amplo <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> carneiro, fez um largo sinal da cruz à moda<br />

antiga e aprestava-se para subir à estufa quente, quando alguém<br />

bateu na vidraça com mão tímida.<br />

— Quem é? — interpelou o hospe<strong>de</strong>iro em voz alta, revelando<br />

<strong>de</strong>scontentamento.<br />

— Nós — respon<strong>de</strong>ram surdamente por <strong>de</strong>trás da janela.<br />

— Bem, que mais querem?<br />

— Deixa entrar, pelo amor <strong>de</strong> Cristo, estamos moídos <strong>de</strong><br />

cans<strong>aço</strong>... gelados.<br />

— E vocês são muitos?<br />

— Alguns, não muitos, <strong>de</strong>zoito ao todo, só <strong>de</strong>zoito — disse<br />

do lado <strong>de</strong> fora da janela um homem aparentemente regelado,<br />

gaguejante e batendo o queixo.<br />

— Não posso dar jeito para vocês entrarem; a casa está atopetada<br />

<strong>de</strong> gente.<br />

— Deixa só aquecer-nos um pouco!<br />

— Quem são vocês?<br />

— Cocheiros.<br />

— Com ou sem carga?<br />

— Com carga, meu caro, estamos levando peles.<br />

— Peles! Estão levando peles e ainda pe<strong>de</strong>m pernoite numa casa!<br />

Que gente aparece na Rússia hoje em dia! Vão-se embora!<br />

— E que <strong>de</strong>vem eles fazer? — perguntou um viajante que estava<br />

<strong>de</strong>itado no banco <strong>de</strong> cima, coberto com um sobretudo <strong>de</strong> pele <strong>de</strong><br />

urso.<br />

— Deitar as peles por terra e cobrir-se com elas para dormir,<br />

isso é o que <strong>de</strong>vem fazer — respon<strong>de</strong>u o dono do albergue e, após<br />

4 <strong>Nikolai</strong> <strong>Leskov</strong>


xingar mais uma vez os cocheiros a valer, permaneceu <strong>de</strong>itado,<br />

imóvel, sobre a estufa.<br />

O viajante metido <strong>de</strong>baixo do casaco <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> urso censurava<br />

o proprietário pela cruelda<strong>de</strong>, num tom <strong>de</strong> enérgico protesto, mas<br />

este não achou as suas observações dignas da mínima resposta.<br />

Em compensação, pelo dono do albergue respon<strong>de</strong>u <strong>de</strong> um canto<br />

afastado um homem baixote e ruivacento, <strong>de</strong> barba pontuda, em<br />

forma <strong>de</strong> cunha.<br />

— Meu caro senhor, não <strong>de</strong>ve criticar o patrão — começou a<br />

falar — ele sabe isso pela prática e dá indicações acertadas: com as<br />

peles, não há perigo.<br />

— É? — replicou interrogativamente o viajante coberto pelo<br />

casaco <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> urso.<br />

— Não há perigo nenhum, e para eles é melhor que não os<br />

<strong>de</strong>ixou entrar.<br />

— Por que seria?<br />

— Porque tirarão disso uma experiência que lhes será útil e,<br />

no entretanto, se mais algum <strong>de</strong>samparado conseguir chegar até<br />

aqui, haverá um lugarzinho para ele.<br />

— E quem mais trará o diabo agora? — indagou o <strong>de</strong> casaco<br />

<strong>de</strong> pele.<br />

— Deves ouvir — replicou o proprietário —, em vez <strong>de</strong> vires<br />

com palavras ocas. Será que o capeta po<strong>de</strong> mandar alguém para cá,<br />

on<strong>de</strong> existe um santuário <strong>de</strong>stes? Será que não vês que o ícone do<br />

Salvador e a imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora estão aqui?<br />

— Isso é verda<strong>de</strong> — apoiou o homenzinho arruivado. — Cada<br />

homem salvo não é conduzido pelo espírito das trevas; é um <strong>anjo</strong><br />

que o guia.<br />

— Bem, isso não vi, e como me sinto muito pouco à vonta<strong>de</strong><br />

aqui, não quero crer que o meu <strong>anjo</strong> da guarda me tenha trazido<br />

para cá — respon<strong>de</strong>u com loquacida<strong>de</strong> o <strong>de</strong> casaco <strong>de</strong> peles.<br />

O patrão limitou-se a cuspir, zangado, e o ruivo bondosamente<br />

O Anjo Lacrado<br />

5


continuou, dizendo que o caminho do <strong>anjo</strong> não era visível para<br />

qualquer um e que só um praticante verda<strong>de</strong>iro podia obter noção<br />

disso.<br />

— O senhor fala como se tivesse tido uma prática própria <strong>de</strong>ssa<br />

espécie — observou o do casaco.<br />

— Sim, tive-a.<br />

— Como foi: o senhor viu um <strong>anjo</strong> e ele o conduziu?<br />

— Sim, vi-o, e ele me guiou.<br />

— Que é isso? O senhor está brincando ou zombando <strong>de</strong> mim?<br />

— Deus me livre <strong>de</strong> brincar com uma coisa <strong>de</strong>stas!<br />

— Então, que foi que o senhor viu exatamente: como lhe apareceu<br />

o <strong>anjo</strong>?<br />

— Isso, meu caro senhor, é uma história muito comprida.<br />

— Sabe que mais? Adormecer aqui é coisa inteiramente impossível,<br />

e o senhor faria muito bem contando-nos agora essa história.<br />

— Às or<strong>de</strong>ns.<br />

— Então conte, por favor, que estamos para ouvi-lo. Mas, por<br />

que o senhor vai ficar aí ajoelhado? Suba aqui conosco; po<strong>de</strong>remos<br />

apertar-nos <strong>de</strong> qualquer modo e sentaremos juntos.<br />

— Não, fico-lhe agra<strong>de</strong>cido pela bonda<strong>de</strong>! Para que vou incomodá-los?<br />

Além disso, convém mais contar <strong>de</strong> joelhos a história<br />

que vou <strong>de</strong>senrolar diante dos senhores, porquanto se trata <strong>de</strong> um<br />

acontecimento que tem muito <strong>de</strong> sagrado e até mesmo <strong>de</strong> terrível.<br />

— Bem, como queira, mas conte mais <strong>de</strong>pressa: como pô<strong>de</strong> ver<br />

um <strong>anjo</strong> e que foi que ele lhe fez?<br />

— Às or<strong>de</strong>ns, estou iniciando.<br />

...<br />

[fim da <strong>amostra</strong>]<br />

6 <strong>Nikolai</strong> <strong>Leskov</strong>


Quando o imperador Aleksandr Pávlovitch encerrou<br />

o Congresso <strong>de</strong> Viena, quis passar algum tempo<br />

viajando pela Europa, a fim <strong>de</strong> observar as maravilhas existentes<br />

em países diversos. Percorreu todas as terras e, <strong>de</strong>vi-<br />

do ao seu caráter afetivo, sempre mantinha palestras muito<br />

íntimas com pessoas as mais diferentes, e todos lhe causavam<br />

espanto com algo, <strong>de</strong>sejando fazê-lo inclinar-se para o lado<br />

<strong>de</strong>les. Acompanhava-o porém um cossaco do Don, Platov,<br />

que não gostava <strong>de</strong>ssa inclinação e, sentindo sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua<br />

proprieda<strong>de</strong>, a cada passo procurava atrair o soberano <strong>de</strong> volta<br />

à pátria. Bastava Platov perceber que o soberano estava muito<br />

interessado por alguma coisa do estrangeiro e a comitiva toda<br />

se calar, que ele intervinha imediatamente, dizendo isso e<br />

aquilo, que na pátria havia coisas em nada inferiores, e assim<br />

mudava o rumo da conversa, com qualquer assunto.<br />

Os ingleses sabiam disso e excogitaram para a chegada do<br />

tsar várias astúcias, a fim <strong>de</strong> cativar-lhe a simpatia pelas coisas<br />

estrangeiras e <strong>de</strong>sviá-lo dos russos, sendo que o conseguiam em<br />

muitas ocasiões, principalmente em gran<strong>de</strong>s reuniões, on<strong>de</strong><br />

Platov não podia exprimir-se com <strong>de</strong>sembar<strong>aço</strong> em francês.<br />

Este, porém, pouco se importava com isso, pois era casado e<br />

consi<strong>de</strong>rava todas as conversas em francês como bagatelas<br />

a <strong>pulga</strong><br />

<strong>de</strong> aco<br />

,


que nem mereciam ser imaginadas. Quando os ingleses, porém,<br />

começaram a convidar o soberano a visitar diferentes arsenais,<br />

fábricas <strong>de</strong> armas, <strong>de</strong> sabão, e serrarias, com o fito <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />

sua supremacia diante <strong>de</strong> nós em todas essas coisas e com isso<br />

gabar-se, Platov disse <strong>de</strong> si para si:<br />

— Agora basta. Ainda suportei até aqui, mas não aguento mais.<br />

Po<strong>de</strong>ndo ou não po<strong>de</strong>ndo falar, o fato é que não vou trair minha<br />

gente.<br />

Mal acabara <strong>de</strong> falar consigo mesmo, eis que o soberano lhe diz:<br />

— Pois é, amanhã iremos ver contigo o museu <strong>de</strong> armas <strong>de</strong>les.<br />

Ali existe tamanha perfeição da natureza que, quando vires, não<br />

mais porás em dúvida o fato <strong>de</strong> que nós, russos, com a nossa importância,<br />

nada valemos.<br />

Platov nada respon<strong>de</strong>u ao soberano; apenas enfiou o nariz adunco<br />

no casaco peludo, foi ao seu alojamento e mandou o bagageiro<br />

servir-lhe da frasqueira portátil um frasco <strong>de</strong> vodca caucasiana tipo<br />

kizliarka, enxugou um bom copo, rezou diante do porta-ícones<br />

<strong>de</strong> viagem, cobriu-se com o casaco e pôs-se a roncar tanto, que na<br />

casa inteira nenhum inglês pô<strong>de</strong> pregar olho.<br />

Pensava no provérbio: a manhã é mais sábia que a noite.<br />

II<br />

No dia seguinte, foi o soberano junto com Platov em visita aos<br />

museus. Não levou consigo ninguém mais dos russos, porque lhes<br />

propiciaram uma carruagem <strong>de</strong> apenas dois lugares.<br />

Chegam a um edifício enorme: a entrada é in<strong>de</strong>scritível, corredores<br />

sem fim, salas após salas e, por fim, na principal <strong>de</strong>las, diversos<br />

bustos <strong>de</strong>scomunais e no centro, sob um baldaquino, está Abolon<br />

Polvedérski.<br />

O soberano volta-se para Platov, a fim <strong>de</strong> ver se este está muito<br />

admirado e observa alguma coisa, mas ele anda <strong>de</strong> olhos postos no<br />

8 <strong>Nikolai</strong> <strong>Leskov</strong>


chão, como se nada enxergasse, limitando-se a enrolar as pontas<br />

do bigo<strong>de</strong>.<br />

Os ingleses logo começaram a mostrar maravilhas várias e a<br />

explicar pormenorizadamente o que haviam adaptado para as<br />

circunstâncias da guerra: burímetros marítimos, mantas <strong>de</strong> camelão<br />

para a infantaria e impermeáveis alcatroados para a cavalaria.<br />

O soberano alegra-se com tudo isso, que lhe parece muito bom,<br />

mas Platov mantém-se no seu indiferentismo, <strong>de</strong>monstrando<br />

que para ele tais coisas nada significam.<br />

Diz o soberano:<br />

— Como é possível que <strong>de</strong>notes tanta insensibilida<strong>de</strong>? Será que<br />

não achas nada <strong>de</strong> assombroso por aqui?<br />

Ao que Platov respon<strong>de</strong>:<br />

— Acho aqui unicamente uma coisa assombrosa: é que os meus<br />

bravos do Don guerreavam sem nada disso e expulsaram doze<br />

nações coligadas.<br />

Diz o soberano:<br />

— Isso é falta <strong>de</strong> juízo.<br />

Ao que Platov replica:<br />

— Não sei a que atribuí-lo, não ouso discutir e <strong>de</strong>vo calar-me.<br />

Os ingleses, porém, ao verem que o soberano guardava um<br />

prolongado silêncio, conduziram-no imediatamente aon<strong>de</strong> estava<br />

Abolon Polvedérski e tiraram-lhe <strong>de</strong> uma das mãos uma carabina<br />

Mortimer e da outra uma pistola.<br />

— Eis aí como é a nossa produção — disseram ao apresentar a<br />

carabina.<br />

O soberano examinou a carabina Mortimer com toda a calma,<br />

pois tinha coisa semelhante em Tsárskoe Seló, mas <strong>de</strong>pois lhe<br />

apresentaram a pistola e disseram:<br />

— Trata-se <strong>de</strong> uma pistola <strong>de</strong> feitio <strong>de</strong>sconhecido e inimitável.<br />

Foi arrancada por um almirante nosso do cinto <strong>de</strong> um chefe <strong>de</strong><br />

bandidos na Can<strong>de</strong>lábria.<br />

A Pulga <strong>de</strong> Aço<br />

9


O soberano olhou a pistola e não se fartou <strong>de</strong> contemplá-la.<br />

Não podia reprimir as exclamações <strong>de</strong> entusiasmo.<br />

— Oh, oh, oh! Como po<strong>de</strong> ser assim... como se po<strong>de</strong> fazer um<br />

trabalho tão fino! — E dirigindo-se a Platov em russo, disse: — Se<br />

eu tivesse na Rússia um único mestre <strong>de</strong>stes que fosse, ficaria muito<br />

contente com isso e sentiria orgulho; imediatamente faria <strong>de</strong>sse<br />

mestre um nobre.<br />

Platov, porém, ao ouvir essas palavras, no mesmo instante enfiou<br />

a mão direita em suas bombachas e dali extraiu uma chave <strong>de</strong><br />

fenda para fuzil. Disseram os ingleses: “Isso não se <strong>de</strong>smonta”; ele,<br />

porém, sem prestar atenção, toca a escarafunchar o fecho. Mexe<br />

que mexe, e eis que o fecho salta fora. Platov mostra ao soberano<br />

o gatilho, e ali, na própria curva, está gravada uma inscrição em<br />

russo: “Ivan Móskvin, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tula”.<br />

Os ingleses, admirados, cutucam-se entre si:<br />

— Como é que fizemos um papel <strong>de</strong>stes?!<br />

O soberano, porém, diz com ar triste a Platov:<br />

— Tenho agora muita pena <strong>de</strong>les, porque tu os confundiste.<br />

Vamos embora.<br />

Tomaram eles novamente assento na carruagem para dois e<br />

foram-se, sendo que o monarca ainda compareceu a um baile<br />

nesse dia, ao passo que Platov ingeriu mais um copázio <strong>de</strong> vodca<br />

kizliarka e dormiu o sono <strong>de</strong> um justo cossaco.<br />

Estava alegre em parte por ter confundido os ingleses e haver<br />

colocado o mestre <strong>de</strong> Tula em lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, mas também<br />

estava <strong>de</strong>sapontado: por que razão o soberano tinha pena dos<br />

ingleses numa ocasião <strong>de</strong>ssas?!<br />

“Não posso compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> maneira nenhuma por que o soberano<br />

se enfadou” — pensou Platov, e preocupado com isso levantou-se<br />

por duas vezes, benzeu-se e bebeu vodca até forçar-se a<br />

dormir a sono solto.<br />

10 <strong>Nikolai</strong> <strong>Leskov</strong>


Os ingleses igualmente não conseguiram conciliar o sono,<br />

porquanto se sentiam atingidos. Enquanto o monarca se divertia<br />

no baile, arquitetavam para ele um assombro novo, <strong>de</strong> modo<br />

a dissipar toda a fantasia <strong>de</strong> Platov.<br />

III<br />

...<br />

[fim da <strong>amostra</strong>]<br />

A Pulga <strong>de</strong> Aço<br />

11

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