PORTFÓLIO DANIEL BLAUFUKS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
DANIEL BLAUFUKS
DANIEL BLAUFUKS Mão com Pistola de Brincar, 2010, C-print, 70 x 100 cm
Hoje, Nada
Today, Nothing
Exposição apresentada no Pavilhão Branco
Lisboa e comissariada por Sérgio Mah, 2019
Firstly presented at Today, Nothing, Museu da
Cidade, Lisboa, curated by Sérgio Mah 2019
https://www.danielblaufuks.com/webmac/HOJE,
%20NADAA.pdf
Aujourd’hui
Exposição apresentada no Musée Eugéne
Delacroix Paris, 2018
Firstly presented at Musée Eugéne Delacroix
Paris, 2018
https://www.danielblaufuks.com/webmac/delacroix/
index.htm#17
Houve um
tempo em
que
estávamos
todos vivos
There was a
time when
we were all
alive
Exposição apresentada na Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisboa (19/04/18 - 19/05/18)
Firstly presented at Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisbon (18/04/19-18/05/19)
we who are still alive are unreal in the eyes of the dead
W.G. Sebald, Austerlitz (2001: 185)
Dentro da prolífica carreira de Daniel Blaufuks
existem temas / preocupações / obsessões que se
evidenciam: a viagem, o exílio, a memória, a vida e a
morte. Não obstante, o artista nunca se esquivou a
explorar novas técnicas, formas ou até tecnologias. Em
Houve um tempo em que estávamos todos vivos
encontramos esta dupla natureza, um tema que
facilmente remete para obras passadas, um formato
que poderá ser visto como um salto (mas talvez até
não o seja) nas explorações do artista.
Num regresso ao trabalho em vídeo, Blaufuks
apresenta nesta exposição três visões simultâneas do
interior da cúpula do Panteão em Roma. Com
construção datada do final do reinado de Trajano
(98-117) e o início do reinado de Adriano (117-138) o
Panteão, como o nome indica, era a casa dos vários
deuses do panteão Romano. Com a sua cúpula de
caixotões, e o seu perfeito equilíbrio entre esfera
(cúpula), cilindro (rotunda) e cubo (vestíbulo com
segunda elevação), o Panteão é um feito arquitetónico
que sobrevive ainda hoje. Não apenas isso, sobrevive
enquanto lugar de culto. O óculo central aberto aos
céus, a única fonte de luz no edifício, convida os
visitantes ao espaço interior. Através dele é permitida
entrada a vento e chuva, mas é o sol que tem
primazia. O seu movimento diário transforma o
interior do Panteão enfatizando ora um nicho ora
outro, porém é apenas ao meio-dia de 21 de Abril, dia
de aniversário da cidade de Roma, que a entrada do
templo é iluminada. Blaufuks examina em Houve um
tempo em que estávamos todos vivos esta
transitoriedade ao filmar e fotografar apenas o interior
da cúpula, eliminando qualquer outra referência
temporal. O foco é o óculo e é este o ponto no qual
todos os efeitos visuais, por vezes extremos, estarão
centrados.
Houve um tempo em que estávamos todos vivos
parte de uma frase colhida num sonho do artista
durante uma sua estadia em Roma, após visitas
repetidas ao Panteão, sonho esse em que a fronteira
entre a vida e a morte se fazia ténue. Talvez não seja
surpreendente a associação que Blaufuks faz do
Panteão com a morte ao apresentar uma frase que
define esta última pelo seu oposto: pelo momento em
que todos estavam vivos. Com a transição para o
Cristianismo e o abandono dos antigos deuses, o
Panteão foi doado em 609 ao Papa Bonifácio IV, que o
dedicou à Virgem Maria e aos Mártires. Aqui seriam
mais tarde sepultados ilustres como o pintor Rafael
em 1520, exemplo posteriormente seguido com a
criação dos diversos panteões nacionais. A fronteira
explorada por Blaufuks entre vida e morte no espaço
que é o son(h)o poderá também remeter-nos para
outros momentos de transição, para outros projectos.
Em Terezín (2007), o artista apropria-se dos poucos
excertos sobreviventes do filme de propaganda Nazi
realizado em Theresienstadt, tingindo-os a vermelho e
desacelerando-os. O efeito produzido é tal que as
figuras, com a tensão dos seus movimentos
enfatizada, tornam-se espectros. Também aqui houve
um momento em que todos estavam vivos, no instante
anterior àquele definido por Roland Barthes em que o
espectador se apercebe de que estas pessoas estão
mortas e vão morrer.
Não será apenas na temática que alguns paralelos
poderão ser encontrados entre projectos passados e
o novo trabalho apresentado em Houve um tempo em
que estávamos todos vivos. Também a nível formal,
com a sua exploração de limites visuais e fílmicos,
poderemos encontrar afinidades. No entanto, a obra
que Daniel Blaufuks agora nos apresenta será talvez
das mais visualmente experimentais do artista.
Composto por três painéis fotográficos e três
projecções de vídeo, simultâneas e síncronas, da
mesma sequência, verificamos uma abstracção do
interior da cúpula do Panteão. Numa das projecções
deparamo-nos com os tons naturais da pedra e do
cimento iluminado. Este não é um plano fixo: a câmara
move-se, a imagem divide-se em rotações e volta a
unir-se como se de um caleidoscópio se tratasse.
Estes movimentos repetem-se nas outras duas
inversão de cores. Através destas técnicas o espaço
côncavo da cúpula parece sofrer um achatamento,
os caixotões estão agora a um mesmo nível,
assemelhando-se mais aos nichos encontrados em
columbários do que a elementos decorativos. Ao
mesmo tempo, as rotações contribuem para um
efeito de desorientação, amplificado pelo som que
acompanha os vídeos. Apesar de ter sido capturado
por Blaufuks durante as suas visitas ao Panteão e
tratar-se do ruído produzido pela massa de turistas
que por aqui passa, através do tratamento que o
artista lhe dá o som deixa de assemelhar-se a algo
orgânico, aproximando-se sim de um zumbido
mecânico.
Também no conjunto fotográfico verificamos a
utilização de técnicas fotográficas exageradas: o
grão marcado, a inversão de cores, o preto e branco
contrastante. Centrando-se no óculo, cada painel é
composto por uma sequência fotográfica que reflete
as variações de luz geradas pela movimentação
solar. Assim, o efeito produzido aproxima-se do de
um relógio solar. É talvez aqui, com o regresso aos
astros, que o projecto de Blaufuks mais se relacione
com o desígnio original do Panteão enquanto
ligação da terra aos céus; enquanto espaço onde a
vida e a morte se mesclam.
Sandra Camacho
(Centro de Estudos Comparatistas - FLUL)
Prece geral
Exposição apresentada no Fórum Eugénio
Almeida, Évora e comissariado por Filipa
Oliveira (07/11/15 - 10/01/16)
Firstly presented at Fórum Eugénio Almeida,
Évora. Exhibition curated by Filipa Oliveira
(15/11/07-16/01/10)
Toda a
memória
do mundo,
parte um
All the
memory of
the world,
part one
Exposição apresentada no MNAC-MC, Lisboa e
comissariado por David Santos (11/12/14 -
29/03/15)
Firstly presented at MNAC - MC, Lisbon.
Exhibition curated by David Santos
(14/12/11-15/03/29)
Intimamente ligada ao projeto de doutoramento que
tem desenvolvido na University of Wales, em Newport, a
exposição que Daniel Blaufuks apresenta no MNAC – MC
relaciona duas obras fundamentais de dois escritores de
culto da literatura europeia e onde a ficção e a memória
individual do Holocausto se confundem
deliberadamente, por entre armadilhas, cruzamentos e
citações que confundem o leitor na orientação narrativa
e na exploração da memória nesse mesmo processo
desencadeadas. Centrada em trabalhos de composição
de imagens fotográficas de diversas proveniências
(técnicas e temporais), esta mostra parte de W ou le
souvenir d’enfance (1975), do francês Georges Perec, e
Austerlitz (2001), o único romance do alemão W. G.
Sebald, que já havia servido de inspiração a Blaufuks
aquando do seu primeiro grande investimento e
pesquisa sobre Terezín, pequena cidade fortificada,
situada na atual República Checa e que recebeu o nome
Theresienstadt durante a ocupação da Alemanha Nazi,
na Segunda Guerra Mundial, tendo sido o único campo
de concentração a ser visitado pela Cruz Vermelha
Internacional, em 1944.
Partindo deste universo, a exposição intitulada Toda a
memória do mundo, parte um, invade três diferentes
espaços de comunicação e partilha expositiva do museu:
uma sala de vídeo, com esse novo filme de mais de
quatro horas sobre Terezín, uma biblioteca de consulta
de obras relacionadas com o tema proposto – nas
paredes desse espaço podem ver-se igualmente
algumas fotografias de objetos – e, finalmente, uma
ampla sala de exposição onde se apresenta um vasto
núcleo de obras associadas a esta ideia e prática de um
“atlas de imagens” sobre a memória – assumidamente
inspirado na “iconologia do intervalo” de Aby Warburg –
constituindo uma espécie de mapas visuais onde o
artista procura, segundo as suas próprias palavras “seguir
um percurso de formas diferenciadas de olhar, de
variações sobre a mesma temática, colecionando e
selecionando imagens de assuntos idênticos ou de
palavras-chave similares e arranjando-as em formas
visuais”.
The exhibition that Daniel Blaufuks presented at the
MNAC – MC, All the Memory of the World, Part One, is
closely linked to the PhD project that he is carrying out
at the University of Wales in Newport. It draws a
connection between two key works by two cult
European literary authors, in which fiction and
individual memories of the Holocaust are deliberately
mixed, through deceptions, crossovers and quotations
that mislead the reader as to the direction that the
narrative is taking, and in the exploration of memory
that is triggered by that very process. The exhibition
focuses on works made up of photographic images
from sources that cover a broad technical and
temporal range, and features parts of W ou le souvenir
d’enfance (1975), by the French author Georges Perec,
and German writer W.G. Sebald’s novel Austerlitz
(2001). The latter work had already inspired Blaufuks
during his first major research project on Terezín, a
small fortified town in what is now the Czech Republic.
Terezín was given the name Theresienstadt during the
occupation by Nazi Germany during World War II, and
was the only concentration camp to be visited by the
International Red Cross, in 1944.
Taking this world as its starting point, the exhibition
presents a vast array of works associated with the idea
and actual creation of an “atlas of images” about
memory – which assumedly draws inspiration from
Aby Warburg’s “Iconology of the Interval” – creating a
sort of visual map through which the artist seeks – in
his own words – “to embark on a journey through
different ways of looking, through variations on the
same theme, collecting and selecting images of
identical subjects, or similar key-words arranged in
visual patterns.”
The images of Daniel Blaufuks seek to unite the
spaces or gaps in perception by joining together
rather than tearing apart, even though we ultimately
come away with a sense of indecision, openness and
speculation about them. The artist’s faith in the
images, in spite of growing doubts about the actual
power of photography in this process, holds him
captive to an imperative exercise which necessitates
an absolute compromise when using his powers of
Como uma sutura, e não como uma rotura, as
imagens de Daniel Blaufuks procuram assim unir os
espaços ou os intervalos da perceção, mesmo se no
final mantemos um sentimento de indecisão,
abertura e especulação sobre as mesmas. A sua fé
nas imagens, apesar das dúvidas crescentes sobre o
atual poder da fotografia nesse processo, continua
a manter Blaufuks preso a um exercício imperativo,
a um compromisso absoluto com o trabalho da sua
produção e reflexão, apontando a memória que se
espelha na imanência da fotografia como uma
espécie particular de sombra que nos persegue a
todo o tempo, em todos os movimentos dos corpos
e da luz.
Nos antípodas de Peter Schlemihl – a famosa
personagem de Chamisso que vendeu a sua
sombra e se enredou depois na rejeição social e no
isolamento – Blaufuks procura recuperar,
obstinadamente, não tanto a sua própria sombra
(embora também o faça em parte) mas aquela que
o passado da humanidade nos deixou, sem
contorno definido ou estabilizado, nas imagens
fotográficas dispersas pela longa temporalidade
moderna e a sua parada tecnológica. O resultado
desse caleidoscópio, como podemos intuir na
poética que funda o trabalho de Daniel Blaufuks,
será sempre apenas, contudo, mais uma centelha
que persistirá durante algum tempo na nossa
memória, após a passagem dos corpos, das
sombras e dos sentidos que fizeram um dia a vida
parecer eterna.
production and reflection, indicating that the
memory mirrored in the immanence of
photography is a kind of shadow that haunts
us constantly, in every movement of bodies
and light.
David Santos
Diretor do MNAC
David Santos
Diretor do MNAC
Corte
Série apresentada na exposição Visitação. O
Arquivo:Memória e Promessa, Museu de S.
Roque, Lisboa e comissariado por Paulo Pires
do Vale (10/07/14 - 02/11/14)
Series of work presented in the exhibition
Visitação. O Arquivo:Memória e Promessa at São
Roque Museum, Lisbon. Exhibition curated by
David Santos (14/07/10-14/11/14)
O Ofício de
Viver
The
Business of
Living
Exposição apresentada na Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisboa (17/03/10 - 29/05/10)
Firstly presented at Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisbon (10/03/17-10/05/29)
A série de "O Ofício de Viver" é um trabalho, inspirado
nos diários de Cesare Pavese, sobre a experiência do
tempo e das recordações que restam dos dias que
passam. Viver como um ofício, como algo que
necessita da sua própria ordem, como se tratasse de
uma tarefa em algum escritório e da necessidade, por
vezes mecânica e burocrática, de arrumar o tempo:
acordar, comer, pensar, fazer, trabalhar, dormir, viver.
Ontem, hoje, amanhã.
Este conjunto de trabalhos fotográficos, apresentados
em variados formatos, são fragmentos escolhidos de
uma vida passada e de um espaço de tempo
complexo para o seu autor. A série é composta por
trabalhos simples, quase "tableaus" da banalidade do
quotidiano, encenados para este trabalho em espaços
recolhidos e com pouca ou nenhuma ligação com o
mundo exterior. São peças viradas para si mesmas,
como quem escreve um diário, de um tempo que
parece eternizar-se. Este conjunto de trabalhos, com
uma forte carga simbólica, que, no entanto, pouco ou
nada relata, remete não só para a nossa memória
pessoal, como igualmente para representações
presentes na Pintura e no Cinema e que fazem parte
da memória comum à nossa civilização.
Na História de Arte um copo de água, por exemplo,
simboliza habitualmente "pureza" e um conjunto de
limões "fidelidade", mas outras conotações
metafóricas ou simbólicas são possíveis com as
imagens desta série: a angústia, o desejo, a pobreza, a
memória, a luz, a imagem da morte, a possibilidade
de suicídio, o tempo que passa, a solidão e o
recolhimento. São trabalhos que falam da relação do
passado com o presente e da importância deste no
futuro. Interessa ao autor não a imagem em si, mas o
que ela pode representar dentro de um espaço e de
um momento.
A consciência da perda imediata do presente é aquilo
a que, no fundo, chamamos de "momento". Uma
fotografia é uma cristalização dessa mesma
experiência, uma "imagem-tempo" (e não, como no
cinema, uma imagem-movimento"), e é,
simultaneamente, passado e presente sobrepostos
num só momento, numa só experiência. As fotografias
apresentadas são assim instantes que se
transformaram em espaços de tempo infinitos. E é
através destes e de uma experiência diária do factor
tempo ou, melhor, da perda deste, e não do próprio
tempo em si (que flui sem que verdadeiramente nos
apercebamos), que adquirimos a percepção e a
memória do presente, que se transforma
instantaneamente em passado.
Escreve Pavese no seu caderno: "Durante a viagem de
comboio pensei que aqueles campos que via fugir, as
cortinas de árvores, as casas, os recantos,as
recordações de outros tempos, tudo serviria para
fabricar memórias, para gerar o passado. Por banal
que fosse o momento, e, no fundo, aborrecido,
reencontrá-lo um dia já não seria banal" e, noutro dia,
"não se recordam os dias, recordam-se os instantes".
A imagem fixa, tal como, pela sua inutilidade, um
relógio parado, alerta-nos precisamente para esse
fluxo cronológico constante e eternamente presente.
É o tempo interrompido que nos torna conscientes do
tempo em movimento. Todas as fotografias vão
aparentemente contra essa corrente do tempo,
constituindo assim um presente sempre presente. E é
a memória que as transforma em momentos, o
acontecimento de um dia qualquer numa ocorrência
de todos os dias ou de um dia preciso. Viajamos
sempre no presente e, no entanto, não o alcançamos
nem o conseguimos segurar, porque não o
conseguimos parar. O presente continuará depois de
nós.
Estas imagens parecem existirem fora deste presente
ou mesmo apesar deste presente. Não contém tempo,
são interrupções ou cortes dessa linha infinita que, no
entanto, não se deixa interromper. São momentos de
suspensão e memórias não concretas. Arquivos de
algo que não é possível arquivar. Pavese debate-se
igualmente com a prática e a condição do artista.
Nesta, em que os horários de trabalho são
aparentemente mais flexíveis e desorganizados, é
extremamente necessária uma disciplina própria e
uma constante confiança na utilidade da própria arte
como uma pesquisa contínua e inerente à própria
existência do artista. A arte como exercício diário, a
arte como razão para sobreviver. Ter um trabalho para
ter direito ao descanso, escreve Pavese. Sentir-se útil,
sentir-se em paz, não desistir.
A 18 de Agosto de 1950 Cesare Pavese anota na
última página do seu diário: "Palavras, não. Um gesto.
Não escreverei mais". Poucos dias mais tarde, suicidase
num impessoal quarto de hotel de Turim. Não
escreverá mais.
Daniel Blaufuks
DANIEL BLAUFUKS Mão com Pistola de Brincar, 2010, C-print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS Mão com Pistola de Brincar, 2010, C-print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS Mão com Pistola de Brincar, 2010, C-print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS Três Limões, 2010, C-print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS As moedas de ouro, 2010, C-print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS, O Guia Baedecker 2013, C-print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS, Da Solidão, 2013, C-print, 120 x 160 cm
Excavating and remembering
In his book "Sculpting in Time", [i] the filmmaker
Andrei Tarkovsky discusses that the visual uniformity of
an artist lies in that he/she actually undertakes his/her
work: an autonomous and consistent discourse that is
directed at personal, human and artistic ethics. Having
inherited a revolutionary legacy, he defended that the
true artist has an ethical obligation and a responsible
task, and that each one of us is personally responsible
for acknowledging our past in the collective. This is the
ultimate example of an artist that transformed
aesthetics into human ethics; as proposed by Gabo,
Pevesner, Rodchenko and all Russian artists of the first
half of the 20th century, Tarkovsky compared the work
of a film director to that of a sculptor who, guided by
the inner logic of his future work, excludes everything
that isn’t part of it.
The commitment towards individual truth – which, in
the end, is always collective – supported the work of
many thinkers in the 20th century, from Walter
Benjamin to Primo Levi, Hannah Arendt and Stefan
Zweig, Albert Camus and Samuel Beckett, from Piero
Manzoni to Yves Klein and Joseph Beuys. Currently, it
directs the work of artists that use their art like a voice
of our conscience: Hans Haacke, Christian Boltanski,
Francis Alys, Thomas Hirschhorn, Costa Vece and
Daniel Blaufuks. The advocacy against forgetfulness is
central to the work of these artists and it impregnates
actuality. Their works stir the ashes of the past in order
to warn the present that it is impossible to forget.
Daniel Blaufuks works with the ruins of power, and
uses memory as the ultimate weapon, creating a
narrative built on other narratives, some of them
anonymous, others from his own family.
Thinking of Daniel Blaufuks’s oeuvre takes me to
Walter Benjamin’s intellectual omnipresence. The
attachment to memory shown both by the philosopher
and by the artist clearly expose the pain and the
pleasure of knowing ourselves for what we are. Be it
because both of them teach us, through their works,
the value of memory, of affection or of despair, while
fighting lack of memory, the gap of time, clinging to
facts so they will not slip away like water down a drain.
Both of them demiurges, warning us: yes, memory must
be cultivated, for the good of health and to avoid the
disease of ennui, which corrodes the soul. Wandering in
the oeuvre of Daniel Blaufuks always leads me to Walter
Benjamin’s memorable writings. Like Benjamin, I think
that to write is to digress on the history of what is written,
that which the philosopher called “faire de la flannerie.”
My interest in the true and sensible mark of the
philosopher in maximizing the mnemonic capacity
brings me directly to the short, but precious and intense
text titled "Excavation and Memory". Ipso facto, for those
who don’t know it, I exalt its eloquence by transcribing it
here:
Language has unmistakably made plain that memory is
not an instrument for exploring the past, but rather a
medium. It is the medium of that which is experienced,
just as the earth is the medium in which ancient cities lie
buried. He who seeks to approach his own buried past
must conduct himself like a man digging.... He must not
be afraid to return again and again to the same matter;
to scatter it as one scatters earth, to turn it over as one
turns over soil. For the matter itself is only a deposit, a
stratum, which yields only to the most meticulous
examination what constitutes the real treasure hidden
within the earth: the images, severed from all earlier
associations, that stand—like precious fragments or
torsos in a collector’s gallery—in the prosaic rooms of our
later understanding. It is undoubtedly useful to plan
excavations methodically. Yet no less indispensable is
the cautious probing of the spade in the dark loam. The
man who merely makes an inventory of his findings,
while failing to establish the exact location of where in
today's ground the ancient treasures have been stored
up, cheats himself of his richest prize. In this sense, for
authentic memories, it is far less important that the
investigator report on them than that he mark, quite
precisely, the site where he gained possession of them.
Epic and rhapsodic in the strictest sense, genuine
memory must therefore yield an image of the person
who remembers, in the same way that a good
archaeological report not only informs us about the
strata from which its findings originate, but also gives
an account of the strata which first had to be broken
through .[ii]
This short text fits like a glove to Daniel Blaufuks’s
image archaeology. Maybe because both are Jews with
histories that cross in our time’s space and time, they
both tell us it is not possible to forget, that forgetting is
immoral! Benjamin, like Primo (Levi), Herbert (August,
the artist’s grandfather), and Wladyslaw (Szpilman) are
characters in histories that exist not only in books, films
and photographs, their characters are part of a
collective history, they belong to the layers of time that
lie on top of other layers that were crossed before. The
emptiness left by the vanishing of beings in the name
of an arbitrary ideology are facts that pierce through
the philosopher, that pierced through Daniel Blaufuks,
and that pierced through us all historically. This spectre
still insists is piercing through us thanks to the current
recrudescence of some socio-political systems and
increasing nostalgia for Nazi fascism in some European
nations. The serpent’s egg is about to hatch again.
Just like Walter Benjamin, the artist Daniel Blaufuks
thinks in a time-based scale, and one sees that in his
oeuvre there is an inclination to stop time, functioning
like a Medusa: his look freezes the movement in order
to reveal new angles, new interpretations of the real,
which were unsuspected until that moment. That is why
photography and film become this gaze that is
negotiated between the real and its interpretation. His
close-ups of little details like fading letters, molding
wallpaper, broken glass, dust and dirt in a scene or the
slow motion used to investigate and reveal the
unexposed (the video work "Traum"). The theory of the
allegory and melancholy unfolds a tense dialectics
between the verbal and the visual, between silence
and tautology. Just like Benjamin, who created an
oeuvre fluctuating between the phonetic and the
imagery, Blaufuks produces images of timely chiasmus,
seeing each picture as a sort of fossil, a personal, but
also a collective history. The artist, just like the
philosopher, fights against a kind of "natural history of
destruction."
As a man, Benjamin accumulated desolation in his
passage through this world, and had to choose a lucid
form of death by his own hands in order not let himself
be taken by the greedy eagerness of the executioner;
but as a thinker, he left a unique existential, biographic
and philosophic testimony, in which his personal
history correlates to the ruin of our history, to that
architecture of destruction. Benjamin’s “Mein Kampf”
was to write that History is not to quote history, but to
live it, because the notion of quoting implies that the
historical object being summoned is torn away from its
context. In a very important text, "Passages", Walter
Benjamin constructs a painful death of utopia through
known pictures; after all, the image is crystallized
dialectics. For, while the relationship of the present with
the past is purely time-based, the relationship of what
has occurred with the now is dialectic – not with a timebased
character, but of imagery. Both for Benjamin and
for Blaufuks, writing history means to bestow the dates
with their own physiognomy. Blaufuks invites us to
contemplate a vast socio-cultural fabric, which reflects
and shapes our relationships with the environment at
the same time as we weave the tissue of our own
creation - a representation of ourselves. The world
turns out to be always seen and known in the light of
the projection we are making of our own intersubjective
condition. This profound desire, to know, is
beautifully hidden in a series of strategies in which the
most banal experience elicits a descriptionregarding
how it is to live on earth by telling us exactly the
opposite, how it is not..[iii]
Daniel Blaufuks’s characters wear the myth of the little
hero, the man without qualities, the fallen angel, the
wrong man; many are the film or literary accounts that
could explain who these beings are, but the
Blaufulksian narrative is based on the real, it is based
on histories that were lived, the daily trifles. Blaufuks
takes the stand of the historian handling familiar
biographic materials, and so he acts as an agent and
negotiator of history. Sophie Calle, herself an artist that
acts as agent and negotiator of history, asks the viewer:
Draw attention / Divert attention. Are you watching?
Did you see me? Did you catch me by surprise? It
didn’t escape your attention? That to which all answers
are, to a certain degree, equivocal. And there it is, all
subject matter. If we could answer with a “yes”, without
ambiguity, without ambivalence, that would be the end
of the game, and that wouldn’t be worth this candle
that burns in such a “paranerving” and inquisitive way.
[i]
The puzzle is solved, for there are many ways to narrate
a history, be it through scientific research, in an attempt
to stick to the facts, or through interpretation,
advocating a particular approach. Art that presents
itself as true tries to join the two ends of the thread.
This is how I think Daniel Blaufuks handles his topics
and his characters – deriving from his detailed scientific
and philosophic investigation the interpretational
grounds for its public exhibition, thus avoiding the
artificialness and the apologia of images that are
surreal or explicitly violent. He prefers Husserl’s
phenomenological approach, encouraging the viewer
to construct his/her own narrative based on the
fragments and signs presented by the artist. His is the
role of the interpreter, or if you prefer an auspicious
place, the dialectic mediator of a history that doesn’t
belong to him but belongs to him.
[i] Tarkovsky, Andrei. Esculpir o tempo. São Paulo:
Martins Fontes, 1990.
[ii] Benjamin, Walter. Obras Escolhidas II – Rua de mão
única. 5th ed. São Paulo: Brasiliense.
[iii] Safran, Yehuda. A Perfect Day
[iv] Calle, Sophie, Beaux Art Magazine, Venice Edition,
2007 Paulo Reis
DANIEL BLAUFUKS O Ofício de Viver Solo show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 17/03– 15/05 2010
DANIEL BLAUFUKS O Ofício de Viver Solo show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 17/03– 15/05 2010
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Photo London, 2016 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Photo London, 2016 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS Mulher Deitada | A Faca, 2010, C-Print, 70 x 100 cm
DANIEL BLAUFUKS À Espera do Chá | Taça e Duas Tangerinas, 2010, C-Print, 30 x 40 cm
DANIEL BLAUFUKS Quinze Minutos, 2010, C-Print, 30 x 40 cm
DANIEL BLAUFUKS Calendário Perpétuo, 2010, C-Print, 30 x 40 cm
DANIEL BLAUFUKS Candelabro, 2010, C-Print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS Caixa de Plástico | Frasco com Açúcar, 2010, C-Print, 70 x 100 cm | 30 x 40 cm
Fábrica
Factory
Série apresentada na CAAA - Centro para os
Assuntos da Arte e Arquitectura Carlos Carvalho
Arte Contemporânea, Lisboa (22/03/13 -
25/05/13)
Series of works presented at CAAA - Centro para
os Assuntos da Arte e Arquitectura, Guimarães
(13/03/22 a 13/05/25)
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Fábrica), 2013, Inkjet print, 100 x 170 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Fábrica), 2013, Inkjet print, 100 x 170 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Fábrica), 2013, Inkjet print, 100 x 170 cm
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Paris Photo, 2014 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Paris Photo, 2014 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
Um mundo
igual a este
mas
ligeiramente
diferente
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Paris Photo 2015 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Paris Photo 2015 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS views from the exhibition at Photo Basel 2018 (with Carlos Carvalho Arte Contemporânea)
DANIEL BLAUFUKS | Um saco de plástico from the series Um mundo igual a este, 2013 C-Print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS | O jardim de Eugéne Delacroix from the series Um mundo igual a este, 2013 C-Print, 120 x 160 cm
Hiato
Série de trabalhos apresentada na exposição
No Próximo Sábado, Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisboa (11/01/06 - 28/02/06)
Series of works presented in the exhibition No
Próximo Sábado presented at Carlos Carvalho
Arte Contemporânea, Lisbon
(06/11/01-06/02/28)
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Hiato), 2014, Inkjet print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Hiato), 2014, Inkjet print, 60 x 80 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Hiato), 2014, Inkjet print, 60 x 80 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Hiato), 2014, Inkjet print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS Untitled (from the series Hiato), 2014, Inkjet print, 120 x 160 cm
DANIEL BLAUFUKS No Próximo Sábado Solo show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 11/01– 28/02 2006
DANIEL BLAUFUKS No Próximo Sábado Solo show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 11/01– 28/02 2006
Endless
End
Séria apresentada na exposição No Próximo
Sábado , Carlos Carvalho Arte Contemporânea,
Lisboa (11/01/06 - 28/02/06)
Series of work presented at the exhibition No
Próximo Sábado Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisbon (06/11/01-06/02/28)
DANIEL BLAUFUKS No Próximo Sábado Solo show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 11/01– 28/02 2006
DANIEL BLAUFUKS We are pleased to invite you Group show at Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon, 27/06 -04/09 2012
DANIEL BLAUFUKS 29 de Maio de 2013 | 28 de Agosto de 2013 (from the series Dos Dias Perdidos), 2014, Inkjet print, 80 x 80 cm
DANIEL BLAUFUKS 24 de Maio de 2013 (from the series Dos Dias Perdidos), 2014, Inkjet print, 80 x 80 cm
30/05/2018 BBC Blogs - Wales - Daniel Blaufuks - Works On Memory
Daniel Blaufuks Works On Memory
Wednesday 04 January 2012, 14:00
Previous Home Next
24/05/2018 Daniel Blaufuks expone en la galería Carlos Carvalho
arterritory.net
arte contemporáneo
Inicio Nuevas formas Noticias Galerías digital & nets Galleries
the zoombie
Polly March
Tagged with: Photography, exhibitions
COMMENTS
Houve um tempo em que estávamos todos vivos
Daniel Blaufuks
Galeria Carlos Carvalho
R. Joly Braga Santos, Lote F – R. Lisboa, Portugal
A new installation by Portuguese artist Daniel Blaufuks will explore the complexities of the processes of memory and
the role photography plays in freezing and retrieving memories.
The exhibition is due to open at the Ffotogallery in Penarth on 14 January with a talk by Blaufuks on the subject
taking place from 11am 2pm.
It is the first solo UK show for the artist, who uses the media of photography, video, sound and installation to express
his fascination for how memory is formed through an accumulation of notions and details throughout life.
Hasta el 19-5-2018
‘Hubo un tiempo en que estábamos todos vivos’ parte de una frase recogida
en un sueño del artista durante una estancia en Roma, tras visitas repetidas al
Panteón, sueño en el que la frontera entre la vida y la muerte se hacía tenue.
Tal vez no sea sorprendente la asociación que Blaufuks hace del Panteón con
la muerte al presentar una frase que define esta última por su opuesto: por el
momento en que todos estaban vivos. Con la transición al cristianismo y el
abandono de los antiguos dioses, el Panteón fue donado en 609 al Papa
Bonifacio IV, que lo dedicó a la Virgen María ya los Mártires. Aquí serían más
tarde sepultados personalidades como el pintor Rafael en 1520, ejemplo
posteriormente seguido con la creación de los diversos panteones nacionales.
La frontera explorada por Blaufuks entre la vida y la muerte en el espacio que
es el soñó puede también remitirnos a otros momentos de transición, hacia
otros proyectos. En ‘Terezín ‘(2007), el artista se apropia de los pocos restos
supervivientes de la película de propaganda nazi realizada en Theresienstadt,
tintándolos de rojo y desacelerándolos. El efecto producido es tal que las
figuras, enfatizad la tensión de sus movimientos, se convierten en espectros.
También aquí hubo un momento en que todos estaban vivos, en el instante
anterior a aquel definido por Roland Barthes en el que el espectador se da
cuenta de que estas personas están muertas y van a morir.
No será sólo en la temática donde algunos paralelismos podrán encontrarse
entre pasados proyectos y el nuevo trabajo presentado en ‘Hubo un tiempo
en que estábamos todos vivos’. También en el nivel formal, con su explotación
de límites visuales y fílmicos, podremos encontrar afinidades. Sin embargo, la
obra que Daniel Blaufuks ahora nos presenta ahora será quizás de las más
visualmente experimentales del artista. Compuesta por tres paneles
fotográficos y tres proyecciones de vídeo, simultáneas y síncronas, de la
misma secuencia, visualizamos una abstracción del interior de la cúpula del
Panteón. En una de las proyecciones nos encontramos con los tonos
naturales de la piedra y del cemento iluminado. Este no es un plano fijo: la
cámara se mueve, la imagen se divide en rotaciones y vuelve a unirse como si
de un caleidoscopio se tratase. Estos movimientos se repiten en las otras dos
proyecciones, aunque esta vez en blanco y negro y en inversión de colores.
Mediante estas técnicas, el espacio cóncavo de la cúpula parece sufrir un
aplanamiento, los artesonados están ahora a un mismo nivel, asemejándose
más a los nichos encontrados en columbarios que a elementos decorativos. Al
mismo tiempo, las rotaciones contribuyen a un efecto de desorientación,
amplificado por el sonido que acompaña a los vídeos. A pesar de haber sido
capturado por Blaufuks durante sus visitas al Panteón y tratarse del ruido
producido por la masa de turistas que por aquí pasa, merced al tratamiento
que el artista le somete, el sonido deja de asemejarse a algo orgánico,
asemejándose a un zumbido mecánico.
También en el conjunto fotográfico se puede contemplar el resultado de la
utilización de técnicas fotográficas exageradas: el grano marcado, la inversión
de colores, el negro y blanco contrastante. Centrando la mirada, cada panel
está compuesto por una secuencia fotográfica que refleja las variaciones de
luz generadas por el movimiento solar. Así, el efecto producido se aproxima al
de un reloj solar. Es quizás aquí, con el regreso a los astros, que el proyecto de
Blaufuks más se relacione con el designio original del Panteón como conexión
de la tierra a los cielos; como espacio donde la vida y la muerte se mezclan.
Fifteen Minutes 1 from The Business of Living, cprint, 2010 © Daniel Blaufuks
Blaufuks believes memory cannot be separated from our notions of time, space and place.
In his own contemporary photography, for which he has built up a strong reputation in Portugal, he uses each object
he snaps as a springboard for something else, be it conscious or unconscious.
Sandra Camacho
Imágenes:
Daniel Blaufuks, ‘O saco de fruta’, serie ‘O oficio de viver’, 2013, 3 + 1 PA
Daniel Blaufuks, ‘Mão com espelho’, serie ‘‘O oficio de viver’, 2010, 3 + 2 PA
Daniel Blaufuks, serie ‘Fábrica’, 2013/4, 3 + 1 PA
Texto e imágenes cortesía de Galeria Carlos Carvalho. Traducción de Alvaro
Sánchez
http://www.arterritory.net/daniel-blaufuks-en-carlos-carvalho 1/2
http://www.bbc.co.uk/blogs/wales/entries/dcdc9d15-084c-342d-962d-403e80d7ab06 5/9
30/05/2018 Daniel Blaufuks: toda a memória do mundo numa exposição | P3
30/05/2018 Daniel Blaufuks, fría desolación
PUBLICIDAD
Pesquisar
Orientate
Entra
Redes Sociais
EL CULTURAL, todas las semanas en su quiosco
Cultura
POLÍTICA
Mp3
SOCIEDADE MUNDO ECONOMIA DESPORTO CULTURA-ÍPSILON TECNOLOGIA CIÊNCIA OPINIÃO MAIS
Gostar da Página
Filmes
Palcos
Livros
Exposições
Design
Arquitectura
Actualidade
Vícios
Multimédia
Pquê?
Luísa Santos é curadora de arte contemporânea e
doutoranda na relação da Arte, Estudos Culturais e Gestão
Daniel Blaufuks
Daniel Blaufuks
Toda a memória do mundo (parte um)
MNAC, Museu do Chiado
Curadoria de David Santos
O processo de Daniel Blaufuks tem o
mérito de juntar as duas metodologias
magistralmente. Na primeira parte
Blaufuks apresentanos uma parede
com dez folhas com palavras que
confundem. Quem não leu “Austerlitz”,
poderá pensar que a palavra se refere
à batalha do mesmo nome.
Conhecendo a referência, é impossível
não pensar nos "flashbacks" da
memória de Austerlitz (a personagem
principal do livro de Sebald) em Praga
quando se lembrou de expressões em
francês e checo da sua infância. É
precisamente em "flashbacks" de
memórias e na confusão linguística
que esta série assenta.
Exposição
Daniel Blaufuks: toda a memória
do mundo numa exposição
A conclusão desta exposição no Museu Nacional de Arte
Contemporânea do Chiado, em Lisboa, é, uma viagem entre a
biografia e a ficção, a memória e a narrativa
Texto de Luísa Santos • 25/02/2015 17:38
Distribuir Imprimir // A A
Como é que se conta toda a memória do mundo? O
subtítulo ("parte um") presume a impossibilidade desta
tarefa e propõe, com uma exposição dividida em três
espaços, uma parte desta memória. Para esta tarefa,
relaciona os livros “W ou le souvenir d’enfance”
(Georges Perec, 1975) e “Austerlitz” (2001, W. G.
Sebald). Enquanto que a metodologia de Perec assenta
na alternância de capítulos autobiográficos e ficção, a
narrativa em Sebald parte de uma história,
aparentemente ficcional, numa colecção de memórias
passadas e fragmentadas que se cruzam e confundem
com o presente.
O processo de Daniel Blaufuks tem o mérito de juntar
as duas metodologias magistralmente. Na primeira
parte Blaufuks apresentanos uma parede com dez
folhas com palavras que confundem. Quem não leu
“Austerlitz”, poderá pensar que a palavra se refere à
batalha do mesmo nome. Conhecendo a referência, é
impossível não pensar nos "flashbacks" da memória de
Austerlitz (a personagem principal do livro de Sebald)
em Praga quando se lembrou de expressões em
francês e checo da sua infância. É precisamente em
"flashbacks" de memórias e na confusão linguística que
esta série assenta.
Na sala contígua, somos confrontados com um filme
("As If", 2015) de 4h35m. A um primeiro olhar, o filme é
demasiado longo. Contudo, a sua duração não tem
uma razão formal mas puramente conceptual:
corresponde, exactamente, à duração da visita da
delegação da Cruz Vermelha ao campo de
concentração de Terezin, no dia 23 de Junho de 1944.
Absolutamente único no filme são os métodos
narrativos semelhante aos de Sebald e de Perec: ora
estamos no passado, ora estamos no presente, ora é
ficção (fragmentos de filmes), ora é real (fragmentos de
filmes de propaganda nazi e filmagens recentes de
Terezin). E, neste limbo, estamos constantemente a ser
confrontados com memórias e realidades, passado e
presente. Vemos Terezin retratada pelos nazis, nos
filmes de propaganda (sempre com a indicação “Staged
Nazi Film”, para que não restem dúvidas do que se
trata — imagens reais da mentira), com os judeus como
se estivessem em campos de férias. Estas imagens
aparecem intercaladas com um filme baseado em
factos reais, que apela para a nossa memória do que
acreditamos saber da história, em que vemos pessoas
a caminhar por um caminho sem volta. Também
intercaladas, estão gravações que mostram Terezin de
hoje, num contraste perturbante: fachadas da cidade
contemporânea num dia de sol, pessoas felizes no seu
diaadia. Sabemos assim que este lugar é real e que
Terezin é feita de um passado e de um presente
opostos.
DANIEL BLAUFUKS
4700 // Leituras
2 // Eu acho que
Videoclipe.pt
Videoclipe.pt
+ Vistas Vistas Tags
Eu tenho medo
Inês, a egiptóloga que vai ensinar...
Morreu a falcão fêmea que nidificava...
Festas de Lisboa dizem adeus aos...
A vergonha que se vive na advocacia
Sensi M: cabe no bolso e cria...
A segunda sala é habitada por uma mesa coberta de
livros de Blaufuks e de autores que lhe são caras
referências. No centro da mesa, uma estátua de um
cavalo com um homem que pega numa mulher em
movimento, está, na verdade, presente, enquanto
http://p3.publico.pt/cultura/exposicoes/15742/daniel-blaufuks-toda-memoria-do-mundo-numa-exposicao 1/2
Tags
Texto
Cultura
Gosto
Tweetar
Guardar
Segunda Guerra
Mundial
Exposição
Vê também
// Stillhet: o elogio do
Silêncio
Audio
Laura gosta de ateliers e...
Laura quer que as pessoas entrem no
atelier dos artistas "com um clique"
Perfil
Inês, a egiptóloga que vai...
Quando lhe perguntavam o que queria
ser quando crescesse, Inês Torres
dava uma resposta incomum:
egiptóloga. Como “workaholic” que diz
ser, trabalhou até...
Suscriptores: Edición impresa (2000 - 2018) | Alta | Conectar | Recibir boletín
Buscar en El Cultural Búsqueda avanzada
Miércoles, 30 de mayo de 2018 | Actualización continua
Inicio Libros Arte Escenarios Cine Ciencia Opinión Blogs Entrevistas Galería de Imágenes Vídeos RSS Máster
Arte FOTOGRAFÍA
Daniel Blaufuks, fría desolación
Galería María Martín. Pelayo, 52. Madrid. Hasta el 10 de enero. Precio único: 350.000 pesetas
JOSÉ MARÍA PARREÑO | 22/11/2000 | Edición impresa
Las fotografías de Daniel Blaufuks (Lisboa, 1961) son
especialmente frescas, tan frescas que pueden meter
el frío en los huesos de quien las contempla. La
frescura está en su mismo origen: tomas de polaroid
con un aspecto bastante casual. Proviene también de
la falta de complicación con que están expuestas en la
Sin título. Cibachrome, 120
galería: meros papeles fotográficos de gran formato
x 150
grapados a la pared, en los que se reproduce carta
de colores incluida la imagen original. Su contenido
es aún más frío, ahora veremos por qué. Me interesa, en cualquier caso, señalar
esa pasión por las bajas temperaturas, que Blaufuks exageraba hasta la parodia
en su exposición anterior en esta misma galería. Entonces, con el título Flores
para Walt y otras historias, mostraba fotografías de objetos congelados,
subrayando así esa pretensión de detener el tiempo que parece consustancial a
la imagen fotográfica.
Ahora la frialdad es interna y atañe a la emoción que produce en el espectador.
Son retratos de algo que podríamos llamar desolación y que consigue sacar muy
parecida a como es en realidad. Encarnada en personas: hombres y mujeres que
se abandonan a ese tipo de gestos que uno hace cuando está a solas. Soledad
que emana de los paisajes vacíos, ya sean carreteras sin salida o comercios
iguales a cualquier otro en cualquier lugar del mundo. También hay soledad en
los grupos de transeúntes que se agolpan en un túnel o caminan aislados en un
espacio público sombrío.
Creo que Blaufuks corre el riesgo de resultar trivial en algunas de estas
fotografías, algo que lamentablemente se podría decir de muchos otros nombres
sonoros de la fotografía actual. Las imágenes que me parecen más logradas, o lo
que me interesa más de todas ellas, no sé si es aquello que el artista valora más.
Me refiero a cierta luz que flota en una piscina o que raya como piel de tigre una
inmensa sala. En ese melancólico derroche, por inútil, de la belleza, late una
poesía poderosa, una posibilidad de mostrar la biografía de lo inmaterial con una
pertinencia hipnótica. En esos casos el colorido se vuelve suntuoso, irreal y
verosímil, como el de un fotógrafo fauvista. La luz dibujando arabescos en un
túnel señala una dirección de la que no deberíamos desconfiar.
Nick Cave, Arctic Monkeys y mucho hip hop
para el Primavera Sound
http://www.elcultural.com/revista/arte/Daniel-Blaufuks-fria-desolacion/2156 1/2
PUBLICIDAD
PUBLICIDAD
Impressão
online
-25%
Esta semana en ARTE
Pixartprinting é o seu
parceiro de impressão.
Experimente: -25% na
primeira encomenda. EXPOSICIONES
Sempere esencial - Eusebio Sempere
Enrico Castellani, música para los ojos -
Pixart… ABRIR
Enrico Castellani, Carte a rilievo
Guy Mees, el reflejo de una actitud - Espace
perdu. Una exposición en dos capítulos
INTERNACIONAL
La tensa ambición de Maria Lassnig -
PUBLICIDAD
PUBLICIDAD
Último
Feria del Libro
Concurso semanal de
micropoemas conducido por
Joaquín Pérez Azaústre.
Más visto
Attempting
Exhaustion
Daniel Blaufuks
Book Size
216 x 155 x 26mm
Pages: 114
Printing Hardcover
Publication Date
2017
Publisher:
Akio Nagasawa
Publishing
This Business of Living
by Daniel Blaufuks
Pierre von Kleist
editions, 2015
Hardcover, 48 pages,
19 x 25 cm
edition of 600
Fábrica
Daniel Blaufuks
Páginas Pages: 172
20.5 x 25.5 cm
Capadura Hardcover
Texto Text by: Daniel
Blaufuks and
Eduardo Brito (in
Portuguese and
English)
Pierre von Kleist &
Guimarães 2012,
2013
1+1=1
Daniel Blaufuks
Páginas Pages: 68
20.5x25cm
Capadura Hardcover
Pierre von Kleist
Photography Today
de Mark Durden
Idioma: Inglês Language: English
Dimensões Sizes: 255 x 297 x 45 mm
Capa dura Hardcover
Páginas Pages: 464
Phaidon Press
100 Fotógrafos europeos
de Rosa Olivares
2014
Idioma: Espanhol Language: English
Dimensões Sizes: 23 x 2.4 x 28 cm
Capa mole Softcover
Páginas Pages: 413
Editorial Proyectos Utópicos SL / EXIT Publicaciones
DANIEL BLAUFUKS | Lives and works in Lisbon.
Solo shows (selection)
Tentativa de Esgotamento / Attempting Exhaustion,
(Festival Fotografia Europeia, Reggio Emilia, 2017)
Léxico, (curated by David Santos, Bienal de Vila Franca
de Xira, 2016), Toda la memória del mundo, parte um /
All the Memory of the World, Part One (Photoespaña,
2016), Prece Geral (Fundação Eugenio de Almeida,
Évora, 2015), All the Memory of the Word, Part One
(curated by David Santos, Museu Nacional de Arte
Contemporânea, Lisbon, 2014), Works on Memory,
(curated by David Drake and Filipa Oliveira,
Ffotogallery, Cardiff, 2012), Fábrica, (Usina Cultural,
João Pessoa, 2014), Fábrica, (CAAA, Guimarães, 2013),
Três quartos de memória (Fundação Eva Klabin, Rio de
Janeiro, Brasil, 2011), Hoje é sempre ontem (curated by
Luiz Camillo Osório, MAM, Museu de Arte Moderna,
Rio de Janeiro, Brazil, 2011), Perecs Büro (curated by
Sérgio Mah, Kunstverein Ruhr, Essen, Germany, 2010),
A memória da memória, (Carpe Diem, Lisboa, 2010), O
ofício de viver, (Galeria Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisboa, 2010), Viagens com a minha
tia / Travels with my Aunt, (Solar - Galeria de Arte
Cinemática, Vila do Conde, 2009), Album (Centro
Cultural Vila Flor. Guimarães, Portugal, 2008), Cinema
Motel, (Elga Wimmer PCC, New York City, 2006), No
Próximo Sábado, (Gallery Carlos Carvalho Arte
Contemporânea, Lisbon, 2006), A Perfect Day, (Museu
do Chiado, Lisbon, 2005), Collected Short Stories,
(Centro de Arte Moderna, Fund. Calouste Gulbenkian,
Lisbon, 2003).
Group exhibitions (selection)
[7] Places, [7] Precarious Fields, (Fotofestival
Mannheim, Ludwigshafen, Heidelberg, 2015, curated
by Urs Stahel), Usine de Rêve,(Centro de Artes
Visuais,Coimbra, 2015, curated by Ana Anacleto),
Visitação (Corte), (Igreja de São Roque, Lisboa, 2014
curated by Paulo Pires do Vale), Photobienanale Logos,
(Museum of Photography, Thessaloniki, 2014), Entre
Memória e Arquivo, (Museu Coleção Berardo, Lisboa,
2013, curated by Ruth Rosengarten), Tarefas Infinitas,
(Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2012, curated
by Paulo Pires do Vale) Between Times, Instants,
intervals, durations (Photoespaña.Teatro Fernán
Gómez, Centro de Arte . Madrid, Spain, 2010), Da outra
margem do Atlântico, alguns exemplos da fotografia e
do vídeo português (curated by Paulo Reis, Centro de
Artes Hélio Oiticica . Rio de Janeiro, Brazil), Parangolé:
Fragmentos desde los 90 en Brasil, Portugal y España
(Patio Herreriano - Museo de Arte Contemporáneo
Español, Valladolid, curated by Paulo Reis and David
Barro, 2008), 50 Anos de Arte Portuguesa, (Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisbon, 2007), BES Photo,
(Centro Cultural de Belem, Lisbon, 2007), Del Zero al
2005, (Fundacion Marcelino Botin, Santander, 2005),
Erich Kahn, (Museu de Arte Moderna – Colecção
Berardo, Sintra, 2005), 20 + 1, (Centro Galego de Arte
Contemporânea, Santiago de Compostela, 2004), We
Are The World, (Chelsea Art Museum, New York City,
2004), RE-Location Shake, (National Museum of
Contemporary Art, Bucharest, 2004), Pallazzo delle
Libertà, (Palazzo delle Papesse, Siena, 2003), Arquivo e
Simulação - Archive and Simulation, (LisbonPhoto,
Centro Cultural de Belém, Lisbon, 2003), Artists in
Residence 2002-2003, (Location One, New York, 2003),
Open Studios, (International Studio and Curatorial
Program, New York, 2002), London Art Biennale,
(Shoreditch Town Hall, London, 2000), O Autoretrato na
Colecção, (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon,
1999), Linha de Sombra, (Centro de Arte Moderna,
Lisbon, 1999), Biennale Internazionale di Fotografia,
(Palazzo Bricherasio, Torino, 1997), En la piel de Toro,
(Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, 1997), Imagens
para os Anos 90, (Fundação de Serralves, Porto,
Culturgest Lisbon, 1993).
Collections (selection)
Byrd Hoffman Foundation, New York, Centro de Arte
Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon,
Centro Cultural de Belém, Lisbon, Centro Galego de
Arte Contemporânea, Santiago de Compostela,
Colecção BES, Lisbon, Fundação PLMJ, Lisbon, MEIAC,
Badajoz, Museu de Arte Contemporânea, Funchal,
Museu de Arte Contemporânea - Colecção Berardo,
Sintra, Palazzo delle Papesse, Siena, Sagamore Art
Collection, Miami and The Progressive Collection,
Ohio.
DANIEL BLAUFUKS | Panorama de Veneza from the
series O Ofício de Viver, 2010
C-Print, 70 x 100 cm
Carlos Carvalho Arte Contemporânea
Rua Joly Braga Santos, lote f r/c
1600-123 Lisboa | Portugal
carloscarvalho-ac@carloscarvalho-ac.com
www.carloscarvalho-ac.com
A galeria no / Follow us on
Facebook | Flickr | Issuu
Horário Seg-Sex 10h00-19h30 Sáb 12h00- 19h30
Open Mon- Fri 10am-7:30pm Sat 12am-7:30pm
Google Map
© Carlos Carvalho Arte Contemporânea