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Ano 6 - Nº <strong>31</strong><br />
Out a Dez 2020<br />
Conheça a<br />
vencedora<br />
do concurso<br />
da capa desta<br />
edição<br />
Linguagem que transmite valores<br />
culturais de uma sociedade no<br />
tempo e no espaço<br />
O vale tudo das Eleições<br />
Caruaru, a história de<br />
sua formação<br />
Os 4 pilares de uma<br />
empresa rentável<br />
História da<br />
Maquiagem<br />
Fisioterapia na<br />
Gestação<br />
Depressão, suicídio<br />
e soluções
Nesta edição<br />
6 13<br />
8<br />
A maquiagem se originou com o<br />
kohl”, um pigmento preto, ainda<br />
hoje usado, para sublinhar o<br />
contorno dos olhos e escurecer<br />
cílios e sobrancelhas, É o que<br />
nos conta João Paulo.<br />
Após a pandemia, haverá<br />
novas maneiras de vender.<br />
E as marcas vão ter de se<br />
adaptar à tecnologia online.<br />
Essa é a opinião do acadêmico<br />
Agildo Galdino,<br />
10 16<br />
Cores mais fortes como roxo,<br />
fúcsia, amarelo, verde, vermelho<br />
e laranjas mais intensos<br />
representarão a alegria e o<br />
otimismo da Primavera/Verão,<br />
assevera Juelayne Gondim.<br />
14<br />
12 18<br />
Usar máscaras aguça<br />
o imaginário e esse<br />
artifício é bastante<br />
explorado em filmes,<br />
peças teatrais e<br />
espetáculos, afirma<br />
Malude Maciel.<br />
Em suas pesquisas, o professor<br />
José Urbano descobriu que o<br />
padre Cícero, Lampião e Luiz<br />
Gonzaga criaram moda, no<br />
sertão pernambucano.<br />
Home Wear. Conforto, looks<br />
leves, elasticidade, praticidade...<br />
o consumidor trocou os looks<br />
apertados, justos, desconfortáveis<br />
e passou a buscar looks<br />
confortáveis, básicos e lindos,<br />
mostra Any Brasil, em sua coluna.<br />
O termo “tie-dye” significa,<br />
literalmente, em inglês, “amarrar<br />
e tingir”.”, É uma antiga técnica de<br />
tingimento artesanal. Veja mais na<br />
matéria: CRIANÇAS TAMBÉM NA<br />
ONDA DO TIE DYE.<br />
Será possível florescer<br />
ou reflorescer como<br />
a orquídea do jardim,<br />
mesmo em condições tão<br />
desfavoráveis, como as<br />
atuais? Siga o raciocínio<br />
de Vanna Sales.<br />
ANO 6 – NÚMERO <strong>31</strong><br />
Out a Dez 2020.<br />
Produção: JS Comunicação<br />
js@jspropaganda.com.br<br />
81 3721.3540 - 99122.3917<br />
js@revistamodaenegocios.com.br<br />
<strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong><br />
@revistamodaenegocios<br />
www.revistamodaenegocios.com.br<br />
Editor: José Severino do Carmo<br />
Dir. Financeira: Cleonice Freitas<br />
Informática: Émerson Freitas<br />
Dir. Admin.: Cecília Freitas do Carmo<br />
Diagramação e Marketing Digital:<br />
Fábio Vasconcelos<br />
Jornalista Responsável:<br />
Eduardo Franco DRT/PE 3859<br />
Revisão: Samuel Lira de Oliveira<br />
Colaboradores desta Edição:<br />
Historiador José Nivaldo Junior<br />
Prof. José Urbano<br />
Editora de <strong>Moda</strong> Any Brasil<br />
Consultor Pedro Duplaá<br />
Psicóloga Shirley Freitas<br />
Editora de <strong>Moda</strong> e Fotógrafa<br />
Juelayne Gondim<br />
Escritora Malude Maciel<br />
Prof. Agildo Galdino<br />
Escritora Vanna Sales<br />
Fisioterapeuta Thaisa Pereira<br />
Historiador Hélio Florêncio<br />
Os artigos assinados são de inteira<br />
responsabilidade de seus autores,<br />
podendo não representar o pensamento<br />
da revista.<br />
2 <strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong> @revistamodaenegocios www.revistamodaenegocios.com.br
Opinião<br />
do Leitor<br />
20<br />
22<br />
26<br />
28<br />
Você vai conhecer, mais de perto,<br />
a garota da capa da edição <strong>31</strong> da<br />
<strong>Moda</strong>&<strong>Negócios</strong>.<br />
Nem sempre se consegue maximizar os<br />
ganhos de uma organização através do<br />
corte de gastos. Essa linha de raciocínio<br />
acaba, muitas vezes, estagnando o<br />
crescimento de uma empresa. Esse é o<br />
pensamento do Coach Pedro Duplaá,<br />
nas páginas seguintes.<br />
24<br />
Fisioterapia na gestação é só para<br />
quem quer ter parto vaginal?<br />
Quem responde a essa e a<br />
outras perguntas do gênero é a<br />
fisioterapeuta Thaisa Pereira<br />
27<br />
Em 27 de julho de 1811 as<br />
terras caruaruenses, passaram a<br />
pertencer à vila de Vitória de Santo<br />
Antão e, em seguida, à freguesia<br />
de Bezerros. Veja na coluna do<br />
Pesquisador Hélio Florêncio.<br />
A depressão é a causa de mais mortes<br />
no mundo do que doenças cardíacas,<br />
o câncer e acidentes de trânsito.<br />
Essas são informações da Psicóloga e<br />
consteladora Shirley Freitas.<br />
Estamos vivendo os primeiros passos da<br />
mais estranha campanha eleitoral desde,<br />
pelo menos, 1945. Essa é a constatação<br />
do historiador José Nivaldo Júnior, nestes<br />
tempos de pandemia.<br />
DE MACEIÓ<br />
A revista esta excelente! Sempre<br />
melhorando e aperfeiçoando!<br />
Ficou top! Mais uma vez, Parabéns!<br />
Albenia Bianchi<br />
Parabéns José Severino, pelo<br />
excelente exemplar de ótima<br />
qualidade da Revista <strong>Moda</strong> &<br />
<strong>Negócios</strong>.<br />
Mary e Paulo Loureiro Lima<br />
DE TAMANDARÉ<br />
Parabéns pela excelente Revista<br />
<strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong>. Excelente apresentação<br />
e conteúdo.<br />
Djanira Brito<br />
DE RECIFE<br />
Mais uma edição da <strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong>,<br />
como sempre, uma beleza.<br />
É, realmente, de agradável<br />
leitura. Parabéns.<br />
Edward Lago de Macedo<br />
Parabéns por seis anos de absoluto<br />
sucesso da <strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong><br />
cada vez melhor. Linda e trazendo<br />
excelente conteúdo.<br />
Eulália Vasconcelos<br />
DE CARUARU<br />
Gostei bastante desta edição da<br />
Revista. Muito boa. Parabéns.<br />
Erasmo José Gonçalves dos Santos<br />
Edição muito caprichada, destaque<br />
para o design gráfico. Parabéns<br />
José Severino.<br />
Prof. José Urbano<br />
DE ARACAJU<br />
Muito boa, ilustre José Severino.<br />
Joana Martins de Oliveira<br />
DE GARANHUNS<br />
Mais uma interessante Edição<br />
da Revista <strong>Moda</strong> & <strong>Negócios</strong>.<br />
Tempo não vai nos faltar para<br />
nos divertir com a sua leitura.<br />
Parabéns!<br />
Alfred Henri Meyer<br />
DE JOÃO PESSOA<br />
Gostamos muito da Revista. Parabéns.<br />
Severino Bezerra do Nascimento<br />
e Eliane<br />
3
Editorial<br />
mar de lama que arrasta de roldão a política brasileira<br />
deixa o homem de bem cada dia mais arredio<br />
O<br />
em participar do processo como candidato a um cargo<br />
eletivo, possível ator dos destinos nacionais.<br />
Fala-se muito, e há muito tempo, da necessidade de se<br />
baixar o custo das campanhas políticas como esperança<br />
de diminuir a corrupção.<br />
A propósito, tenho algumas sugestões que aqui exponho<br />
para sua apreciação.<br />
Primeiramente, que tal diminuir o número de deputados<br />
federais de 513 para 250? O que 513 pessoas votam<br />
e aprovam que 250 não o farão? E por certo mais<br />
rápido, com mais coerência e menor custo?<br />
O Senado analisa, discute e vota as mesmíssimas leis<br />
com somente 81 senadores. Que também poderiam<br />
ser 40, ou 26, um representando cada Estado da Federação.<br />
Que acha? Para ajudar no seu raciocínio, anote<br />
esses dados:<br />
1. A Câmara dos Deputados do Brasil é o segundo<br />
parlamento mais caro do mundo, tem 9.565 “secretários<br />
parlamentares”, além de 1.761 cargos<br />
de natureza especial (CNE);<br />
2. Todo deputado federal tem “auxílio mudança”,<br />
no valor do seu salário de quase R$ 34 mil, para<br />
se mudar para Brasília. No fim do mandato, recebe<br />
outro “auxílio” do mesmo valor para voltar<br />
ao seu Estado. E pasmem! Se for reeleito, recebe<br />
mais um para retornar a Brasília, ainda que não<br />
tenha saído do lugar;<br />
3. Existe ainda o “cotão parlamentar”, em média<br />
R$ 45 mil mensais, destinados a pagar qualquer<br />
despesa de deputado ou senador. Está achando<br />
muito? Espere!<br />
4. A “verba de gabinete” de cada deputado, soma R$<br />
112 mil/mês para contratar, até 25 assessores;<br />
5. Deputados têm direito a apartamento funcional.<br />
Quem, por algum motivo, não quer o imóvel,<br />
ganha “auxílio-moradia de R$ 4,2 mil mensais,<br />
mesmo tendo casa em Brasília.<br />
E eu perguntaria mais: Por que o mandato do Deputado<br />
é de 4 anos e o do Senador de 8? Eu só queria<br />
entender. Do vereador ao presidente da República, o<br />
mandado é de 4 anos e por que o de senador é de 8. Por<br />
mais que me expliquem eu não consigo.<br />
Você já pensou na economia do País se diminuíssemos<br />
o número de deputados para 250, dos senadores para<br />
26, com mandato de 4 anos?<br />
Para quem não sabe, as despesas do Senado, contando,<br />
inclusive, com os salários dos seus 81 senadores, são<br />
superiores a 3 bilhões de reais. E pasmem: 80% dessas<br />
despesas são relativas aos altos salários de suas excelências<br />
e respectivos assessores. Explicando melhor:<br />
a) Enquanto o deputado recebe R$ 112 mil /mês<br />
para contratar, até 25 assessores, o senador<br />
não tem limite de valor para gastar com os seus.<br />
Exemplo de Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal,<br />
que chegou a ter 85 deles em seu gabinete;<br />
b) Cada membro do Congresso brasileiro, custa, a<br />
mim e a você, R$ 47 milhões por ano, segundo a<br />
União Interparlamentar.<br />
Mas voltando ao mar de lama que emporcalha cada vez<br />
mais a política brasileira. Alguém poderia até dizer que<br />
os corruptos estão lá porque os homens de bem não<br />
querem se dispor a concorrer, disputar uma eleição, e<br />
assim deixam o caminho aberto para aqueles cujos nomes<br />
conhecemos e desaprovamos.<br />
Bom, isso todos já sabem. O que precisamos é de que<br />
nossos juristas, legisladores e executivos da política<br />
nacional encontrem fórmulas que possibilitem aos<br />
homens de caráter disputar com as grandes fortunas,<br />
conseguidas não se sabe como. Só não venham com<br />
aquela de financiamento público de campanha que<br />
apenas mascara o processo: Sai o dinheiro do nosso<br />
bolso porque o que é público é nosso; e não evita o famoso<br />
caixa dois, as “ajudas” de outros prestadores de<br />
serviços.<br />
E “continua tudo como dantes no quartel de<br />
Abrantes”.<br />
José Severino do Carmo<br />
Editor<br />
4
João Paulo Ferreira<br />
Use, ouse e se sinta bem!<br />
Falar sobre maquiagem<br />
parece ser algo fácil, daí<br />
te faço algumas perguntas:<br />
Quando as pessoas começaram<br />
a se maquiar? Qual<br />
a história da maquiagem?<br />
Antes das tecnologias das<br />
grandes empresas do ramo,<br />
o que as pessoas usavam? É<br />
fácil responder? Acho que<br />
não! Mas vou te ajudar.<br />
Esse hábito é milenar,<br />
os mais antigos indícios<br />
achados por<br />
arqueólogos datam<br />
do Egito Antigo, por volta de 3000<br />
antes de Cristo, nossa não imaginava<br />
que fazia tanto tempo. “Considerada<br />
uma arte pela civilização egípcia,<br />
a maquiagem se originou com o<br />
kohl”. O kohl é um pigmento preto<br />
ainda hoje usado como sombra<br />
– isto é, para sublinhar o contorno<br />
dos olhos e escurecer<br />
cílios e sobrancelhas. Você<br />
sabia disso?<br />
Os egípcios, os índios, o<br />
espalhafatoso, o mais<br />
discreto... É uma prática<br />
artística independente<br />
de quem use e de como<br />
usa, ela é atemporal e<br />
com uma diversidade<br />
indescritível.<br />
Para uma maquiagem<br />
atemporal, você<br />
precisa de poucos<br />
elementos, mas que<br />
são chaves: para os<br />
olhos, um mix com<br />
tons de marrons<br />
e delineador com<br />
shape bem discreto. Um exemplo para aquelas pessoas<br />
mais simples e natural. A maquiagem artística é uma<br />
forma de expressão que pode ser mais interessante<br />
do que você pensa. A maquiagem diurna, mesmo em<br />
se tratando de festas mais arrumadas, ou momentos<br />
especiais e marcantes costuma ser mais descomplicada.<br />
Já uma produção noturna perfeita e impecável é<br />
preciso uma boa maquiagem para noite para arrasar<br />
em qualquer ocasião, o brilho, as marcações, o preto, o<br />
brilho é uma boa pedida.<br />
Se formos falar de todas as formas<br />
e jeitos, passaríamos dias escrevendo<br />
e lendo sobre, mas o<br />
que posso te afirmar é: A<br />
maquiagem é um show a<br />
parte, um complemento<br />
fantástico em qualquer<br />
look, em qualquer momento,<br />
dia, não existe<br />
regras, existe estilo e<br />
liberdade, ouse, não se<br />
prenda aos padrões e<br />
se sinta bem!<br />
João Paulo Ferreira<br />
Estudante de jornalismo e<br />
gestor comercial<br />
@eu.joaopauloferreira<br />
Modelo - Emilly Rodrigues<br />
Auto maquiagem - Emilly<br />
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6
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Agildo Galdino<br />
NADA SERÁ<br />
COMO ANTES<br />
Mal adentramos no século XXI<br />
e já nos pusemos a reclamar<br />
ao mundo mais liberdade e igualdade.<br />
Então de repente bate a nossa porta a<br />
pandemia da Covid-19 e nos impõe um<br />
confinamento terrivelmente doloroso,<br />
embora forçoso. E registrando até então<br />
um contingente considerável de mortes<br />
em tão pouco tempo distribuídas planeta<br />
afora.<br />
E agora José? O que fazer? Antes de sua<br />
resposta, permita-me tecer algumas<br />
considerações. Nos anos de 1920, após<br />
ser controlada a gripe espanhola, os<br />
franceses cognominaram aquele momento<br />
de La Joie de Vivre (A alegria de<br />
viver), referindo-se à vontade do povo.<br />
Hoje digo sem sombra de dúvidas, a alegria<br />
de viver voltará, mas a atmosfera<br />
dos tempos atuais exige do mundo um<br />
redesenhar em todas as suas instâncias,<br />
depois dessa pandemia. São muitas as<br />
previsões em todas as áreas, dos modelos<br />
de negócios até à moda propriamente<br />
dita.<br />
Hoje, a moda não é só um elemento<br />
de distinção entre indivíduos, é muito<br />
mais. É expressão de uma linguagem<br />
que transmite significados e valores culturais<br />
de uma sociedade no tempo e no<br />
espaço. Portanto, após a pandemia da<br />
Covid-19, o mundo deverá experimentar<br />
uma nova ordem de convivência com<br />
o planeta.<br />
8
Quanto às consequências da pandemia<br />
do Coronavírus que apontam indistintamente<br />
para todos, não poderia ser<br />
diferente para a indústria da moda. A<br />
Covid-19 mostrou para o mundo a necessidade<br />
de refletirmos sobre nosso<br />
modo de viver e nossa maneira de interpretar<br />
a moda. Ressaltamos, no entanto,<br />
que as previsões, a que estamos<br />
assistindo muitas vezes são apenas<br />
análises momentâneas misturadas com<br />
certo desejo pessoal de quem as faz.<br />
O tal bichinho chegou para chacoalhar<br />
mesmo o planeta e seus impactos financeiros<br />
nos negócios são facilmente<br />
perceptíveis. O turismo mundial sofreu<br />
perdas de pelo menos R$ 1,66 trilhão<br />
entre janeiro e maio conforme a Organização<br />
Mundial do Turismo (OMT).<br />
E portanto, o futuro depende das mudanças<br />
por vir e que estarão nas mãos<br />
da sociedade a exemplo de pensar em<br />
questões como circularidade e ciclo de<br />
vida dos itens de vestuário. Hoje produzimos,<br />
só no Brasil, cerca de nove bilhões<br />
de peças de roupa segundo dados<br />
da Associação Brasileira da Indústria<br />
Têxtil e de Confecção.<br />
Está claro que após a pandemia, haverá<br />
novas maneiras de vender roupa<br />
e as marcas vão precisar se adaptar à<br />
tecnologia online. Querendo ou não, a<br />
pandemia foi a força que impulsionou<br />
a perspectiva das atividades online de<br />
forma efetiva. A Riachuelo, por exemplo,<br />
no período de 4 a 12 de abril deste<br />
ano, registrou aumento de 124% nas<br />
vendas do e-commerce, além do crescimento<br />
de 56% no tráfego do site, em<br />
comparação ao mesmo período do ano<br />
passado. A loja da Hermes na China faturou<br />
R$ 2,7 milhões no primeiro dia<br />
pós-quarentena.<br />
Portanto, nesse patamar dos acontecimentos<br />
pós-pandemia vai-se necessitar<br />
transformar a moda ao redor do<br />
mundo e impulsionar um estilo de vida<br />
condizente com uma nova realidade,<br />
inclusive pautado na ética. Segundo<br />
especialistas, as coisas na moda inevitavelmente<br />
irão mudar, tais como o<br />
comportamento em geral, consumo e<br />
padrão estético”. Hoje já temos empresas<br />
da moda começando por investir<br />
em roupas atemporais. Portanto, o design<br />
precisa levar em conta o ciclo de<br />
vida do produto e as diferentes relações<br />
desse produto com o usuário e o<br />
seu ambiente.<br />
Ressaltamos que, apesar dos pesares, o<br />
confinamento ajudou a valorizar coisas<br />
realmente importantes e nos fez ver que<br />
não precisamos de tantos materiais.<br />
Agildo Galdino Ferreira<br />
Membro da Academia Caruaruense de Cultura,<br />
Ciências e Letras, e da União Brasileiras de<br />
Escritores.<br />
9
Juelayne Gondim<br />
A alegria<br />
e leveza da<br />
primavera<br />
10
pandemia causou uma série de mudanças no<br />
A mundo e isso inclui o universo fashion, a incerteza<br />
tomou conta de tudo. As tendências das<br />
próximas estações estão inclusas nesse pensamento.<br />
Além dessa incerteza temos também que nos<br />
adaptar ao ritmo mais lento de produção e o incentivo<br />
ao consumo de produtos/serviços mais locais.<br />
Trazendo pro mundo da moda, isso quer dizer que<br />
lojas pequenas e autorais ganharam mais notoriedade<br />
nesse período.<br />
Estamos saindo de uma estação mais fria e entrando<br />
a época das cores e do calor, Primavera-Verão<br />
2021; com isso vemos algumas produções que trazem<br />
em sim um mood esperançoso, positivo, leve,<br />
alegre e acolhedor. Sem deixar de lado o conforto,<br />
claro.<br />
Agora irei pontuar algumas tendências que, de<br />
acordo com pesquisas em sites especializados em<br />
moda, se farão presente nos próximos meses:<br />
• Modelagens Amplas: conforto virou palavra de<br />
ordem nos últimos tempos, e acredito que ainda<br />
irá permanecer nas próximas estações.<br />
• O color blocking é aposta certeira para as produções<br />
da estação mais quente do ano.<br />
• Tons naturais como verde em diversas intensidades,<br />
todas as variações de bege e marrom,<br />
off-white, mostarda, vermelho e laranja queimados,<br />
menos saturados.<br />
• O tom “pacífico” do tie-dye pode perdurar na<br />
próxima estação, aparecendo cada vez mais em<br />
padronagens diferentes e renovadas, e para os<br />
dias mais quentes, podemos esperar pela técnica<br />
de forma mais suave tanto nos motivos<br />
quanto na coordenação de cores.<br />
• A estética alegre: cores mais fortes e vívidas<br />
como roxo, fúcsia, amarelo, verde, vermelho e<br />
laranjas mais intensos representarão a alegria<br />
e o otimismo.<br />
O mundo pede por alegria!<br />
Juelayne Gondim<br />
Graduada em Administração pela UPE e<br />
Graduanda em Design pela UFPE<br />
+55 81 9189.5068 | 9765.1574<br />
Fotografia: (@juelaynegondim)<br />
Modelo: Thais Oliveira<br />
(@blog_alamode)<br />
Peças: K’Bela (@usekbela)<br />
11
Malude Maciel<br />
12<br />
Em Tempos de<br />
Mascarados<br />
Lá pelos anos de 1964/65 no Show Opinião, comandado<br />
por Nara Leão e João do Vale, o cantor e<br />
compositor Zé Kéti (José Flores de Jesus), lançou uma<br />
música que foi sucesso total nos carnavais brasileiros<br />
que se seguiram: “Máscara Negra”. Posteriormente, o<br />
também famoso Chico Buarque de Holanda, em 1975,<br />
apresentou a linda canção: “Noite dos Mascarados”.<br />
Ambas são lindíssimas.<br />
A questão de usar máscaras aguça o imaginário e esse<br />
artifício é bastante explorado em filmes, peças teatrais<br />
e espetáculos. Na cidade de Veneza (Itália) se encontra<br />
um arsenal em variedades de máscaras para diversos<br />
gostos e finalidades. Em NY o grandioso: ”O Fantasma<br />
da Ópera”, utilizou um tipo único de máscara que intensificou<br />
o charme da grande obra prima sempre em<br />
cartaz. Aqui pertinho temos a cidade de Bezerros que<br />
se caracterizou pela confecção dos mascarados “papangús”<br />
e em Triunfo se encontram os “caretas” com<br />
máscaras e chibatas no folclore nordestino do Sertão<br />
Pernambucano.<br />
Como vimos, as máscaras podem ser feias ou bonitas;<br />
e outras lindas, para festas ou terríveis para fins drásticos.<br />
A classe médica, por exemplo, tem suas máscaras<br />
diárias, simples, brancas, a fim de proteger os profissionais<br />
da área nos seus procedimentos. Uma foto de<br />
1918 mostrou toda uma família com máscaras devido<br />
a pandemia espanhola e, nesse ano 2020 tem sido<br />
obrigatório pelo Ministério da Saúde o uso de máscaras,<br />
pra evitar o contágio do chinês coronavírus. Todo<br />
mundo mascarado por extrema necessidade, além do<br />
confinamento geral em casa. Com criatividade fazem<br />
máscaras de variadas cores e tecidos a fim de dar leveza<br />
a essa séria obrigação.<br />
Até o Dia das Mães não conseguiu o privilégio de ser<br />
comemorado sem máscaras; ninguém podia abraçar,<br />
beijar nem chegar perto para não transmitir o contágio;<br />
além de outras datas do calendário festivo nacional<br />
e mundial foram todas adiadas ou canceladas,<br />
como o badalado São João de Caruaru, shows artísticos,<br />
Jogos internacionais e tudo que possa concentrar<br />
mais de cem pessoas.<br />
A Economia vem sofrendo grande abalo de todos os<br />
lados. O Governo fica entre a cruz e a espada: se de<br />
um lado protege a saúde de outro sabe que o país se<br />
afunda em desempregos e débitos. Mesmo assim providenciou<br />
um auxílio-emergencial de seiscentos reais<br />
para os mais carentes, embora seja um paliativo nessa<br />
situação.<br />
Cada dia que inicia, roguemos a Deus a solução desse<br />
problema que nos aflige e aguardemos, confiantes, que<br />
a vacina seja liberada sem maiores delongas colocando<br />
um ponto final nessa novela. Ninguém quer esse papel<br />
de mascarado. Ninguém merece.<br />
Malude Maciel<br />
Membro da Academia Caruaruense de Letras
José Urbano<br />
O NORDESTE CRIANDO MODA<br />
nosso painel cultural nordestino<br />
é muito diversificado, boa<br />
O<br />
parte fruto da miscigenação entre<br />
os nativos que chamamos de índios,<br />
os portugueses que aqui chegaram<br />
no ano de 1500 e africanos que foram<br />
trazidos e aqui se tornaram a<br />
mão de obra que movimentou a<br />
economia nos primeiros séculos da<br />
formação do Brasil.<br />
A soma dessas identidades são a<br />
matéria prima do nosso diversificado<br />
modo de ser.<br />
Entre muitos personagens históricos,<br />
tenho um trabalho de pesquisa<br />
há 3 décadas: padre Cícero, Virgulino<br />
Lampião e Luiz Gonzaga. E não<br />
é que eles criaram moda, no sentido<br />
figurinistas? É o que veremos<br />
agora!<br />
Quando tornou-se sacerdote em<br />
1870, o jovem padre diariamente<br />
era visto na sua batina preta, vestuário<br />
complementado com o famoso<br />
chapéu ao qual alguns atribuíam<br />
poderes mágicos! No discurso sobre<br />
moral direcionado para as mulheres,<br />
surgiu a figura das beatas<br />
- ainda muito presentes em todo o<br />
interior do nordeste – até os dias de<br />
hoje, 150 anos depois da ordenação<br />
dele. O detalhe: beatas usam vestidos<br />
pretos, assim como o padre só<br />
usava batina preta, hábito pessoal<br />
mesmo depois da sua excomunhão.<br />
Identidade visual muito valorizada<br />
na moda atual, estilo Black Power<br />
Fashion.<br />
Sobre o cangaço, temos filme e fotografias<br />
que mostram o intrépido<br />
Lampião como artesão do couro e<br />
manuseando com muita habilidade<br />
máquinas de costura, linhas e agulhas,<br />
cosendo brim azul e dando um<br />
toque pessoal único no figurino das<br />
caatingas. Extremamente vaidoso,<br />
em cada dedo um anel, e o colorido<br />
dos bornais, desenhados e bordados<br />
por Dadá, a estilista esposa do<br />
Corisco, compadre do Lampião.<br />
Falando em couro, hoje presença<br />
marcante no mundo da moda universal,<br />
foi algo compreendido pelo<br />
sertanejo Luiz Gonzaga, que conviveu<br />
com o referido artigo na sua<br />
juventude rural e adotou como vestuário<br />
quando subiu aos principais<br />
palcos do Brasil, - desde os anos 40<br />
- usando gibão e chapéu de couro,<br />
legítimos, bordados com capricho<br />
e oriundos das mãos de grandes<br />
mestres artesãos coureiros, como<br />
se denominam.<br />
Seja na batina preta do padre Cícero,<br />
no brim azul e bornais coloridos<br />
do Lampião ou ainda na marca do<br />
couro do gibão Gonzagueano, é o<br />
nordeste mostrando ao mundo a<br />
nossa capacidade de sobreviver<br />
na adversidade, e mais ainda criar<br />
moda de valor reconhecido no<br />
mundo e nos principais estúdios e<br />
ateliês.<br />
Viva a cultura, viva a nossa gente<br />
nordestina!<br />
José Urbano<br />
Prof. de história, palestrante, cordelista,<br />
radialista, técnico em educação<br />
13
Any Brasil<br />
wear<br />
14
Em tempos de pandemia, o isolamento<br />
social tem durado<br />
mais do que imaginávamos. E a<br />
moda, que é reflexão do comportamento<br />
e necessidades humana,<br />
logo se adaptou a um novo estilo de<br />
vida – O STAY HOME.<br />
Conforto, looks leves, elasticidade,<br />
praticidade... o consumidor trocou<br />
os looks apertados, justos, desconfortáveis<br />
e passou a buscar looks<br />
confortáveis, básicos e lindos. As<br />
cores mais presentes desse estilo<br />
são: branco, preto, cinza, verde<br />
musgo, nude e tons adocicados,<br />
com destaque para o rosa pálido.<br />
A inspiração das cores vem dos<br />
espaços e móveis da casa, casa<br />
essa, aliás, que também passou<br />
a ter cada canto servindo de cenário<br />
para os novos editoriais de<br />
moda.<br />
Any Brasil<br />
Edição/produção: @anybrasil<br />
Modelo: @thayfrauz<br />
Veste: @pangofashion<br />
15
Crianças<br />
também<br />
na<br />
onda<br />
do<br />
Tie<br />
Dye<br />
termo “tie-dye” significa, literalmente,<br />
em inglês, “amarrar<br />
O<br />
e tingir”. É uma antiga técnica de<br />
tingimento artesanal, segundo a<br />
qual uma peça de roupa deve ser<br />
torcida ou amarrada e depois mergulhada<br />
em tinta.<br />
16
SURGIMENTO<br />
“Tie-dye”, a palavra, como conhecemos hoje, surgiu<br />
nos EUA, nos anos 1960 e 1970, e ganhou destaque<br />
atrelada ao movimento hippie. No entanto, a técnica<br />
desenvolvida pelos japoneses, entre os séculos VI e<br />
VII, foi muito utilizada em países como Japão, China,<br />
Índia, Peru e no continente africano.<br />
RESURGIMENTO<br />
Agora, a quarentena forçada, por conta da pandemia<br />
do novo coronavírus, despertou a criatividade de muitas<br />
pessoas, inclusive de crianças, fato também motivado<br />
pelo fechamento do comércio, que forçou o aproveitamento<br />
das peças existentes no guarda-roupa.<br />
NOVA TENDÊNCIA<br />
O tie-dye saiu das passarelas, foi para as páginas de<br />
influenciadores e acabou ganhando força nos últimos<br />
meses, a ponto de muitos famosos aderirem ao estilo,<br />
tanto na montagem do visual quanto na produção<br />
caseira.<br />
E neste mês dedicado às crianças, nada mais legal do<br />
que usar uma modelo infantil para realçar esta nova/<br />
antiga moda.<br />
Foto: @juelaynegondim<br />
Modelo: @clarissa.freitas.oficial<br />
17
Vanna Sales<br />
Florescer<br />
Ontem quando acordei, uma das primeiras coisas<br />
que ouvi da minha irmã foi: “a orquídea do jardim<br />
floresceu”. E, ao sair do quarto, realmente estava<br />
lá a orquídea. Linda. O que antes era apenas um caule<br />
aparentemente seco, vazio e sem vida, transformou-se<br />
numa linda flor. Parei um pouco e pensei no poder da<br />
vida, do belo, do existir mesmo quando tudo parece<br />
não ser favorável. Trazendo para nossa realidade, será<br />
possível florescer ou reflorescer como a orquídea do<br />
jardim, mesmo em condições tão desfavoráveis?<br />
Vivemos num momento delicado, um momento improvável,<br />
um momento jamais pensado. Impossível de<br />
prever mesmo para os mais pessimistas. E eu não estou<br />
falando da minha tragédia particular. Estou falando<br />
das tragédias e das dores do mundo. Nunca, poderíamos<br />
imaginar o cenário que vivemos hoje: quarentena,<br />
pandemia, vírus, restrições várias, isolamento social,<br />
hospitais lotados, doentes... mortos. Tantas vidas,<br />
tantas perdas... tantas famílias devastadas, tantas idas<br />
sem despedida, tanta saudade... A mais shopenhauriana<br />
das previsões não nos colocaria no centro dessa fotografia:<br />
caos sanitário, caos social, caos particular.<br />
Em meses, a vida transformou-se no caule seco da orquídea<br />
sem a certeza de que sua mais bela expressão<br />
de vida fosse capaz de irromper com toda sua força.<br />
Não sei você, mas eu, por tantos e tantos dias, fui só<br />
aquele caule seco e sem vida. Por tantos e tantos dias<br />
eu fui só coração vazio e alma sem fé.<br />
Quando a gente para e pensa na vida, no tempo, nas<br />
prioridades é como se você deixasse o seu próprio corpo<br />
e se observasse de cima. Quais as suas prioridades?<br />
O que, verdadeiramente, importa? Quanto tempo você<br />
dedica ao que é, de fato, valioso para você? O que temos<br />
de mais sagrado não é o que temos. Não é o que está<br />
no seu armário ou closet. Não está em nenhum imóvel<br />
ou na sua conta bancária. Parece clichê, mas quando<br />
a tempestade se instala em sua vida, você tem saudade<br />
das coisas mais simples, dos sorrisos mais ternos<br />
e, esses, normalmente, ocorreram nos momentos mais<br />
despretensiosos da nossa existência, sem maquiagem,<br />
roupa da moda e com seus pés no chão.<br />
18
Talvez esse tempo de esperas áridas que temos passado<br />
sirva para isso. Para refletirmos. Para questionarmos<br />
a nossa existência em nós mesmos, o nosso papel<br />
no mundo e, sobretudo, na vida daqueles que amamos.<br />
Talvez seja esse o propósito. Gosto de propósitos.<br />
“Tudo na vida tem um propósito”, dizia minha mãe.<br />
Não no sentido de que o propósito seria a justificativa.<br />
Não. Mas o propósito como ponto de partida para uma<br />
reflexão mais ampla sobre a vida e seu recado.<br />
Será que somos capazes de entender? Será que somos<br />
capazes de ouvir?<br />
Tomara.<br />
Tomara que quando a tempestade toda passar, quando<br />
olharmos para os escombros que restaram de nós, sejamos<br />
capazes de entender, de ouvir e principalmente<br />
de refletir quanto aos propósitos de tudo isso. Muito se<br />
fala em um mundo diferente, um “novo normal”. Não<br />
sei. Não sei se o mundo inteiro, se o país, se o seu estado,<br />
a sua cidade, as pessoas da sua família, os seus<br />
amigos... não sei se tudo, se eles serão diferentes, mas<br />
você pode ser.<br />
A mudança, assim como o florescer de uma flor, é algo<br />
que sofre influências do meio, mas ocorre de dentro<br />
para fora.<br />
Não espere que os outros façam, faça você.<br />
Não espere que o mundo mude, mude você.<br />
Não espere que te tragam flores, floresça você.<br />
O seu jardim. A sua primavera particular.<br />
É a sua vida. Torne-a mais bela. Dê a ela um propósito<br />
e acredite nele.<br />
Hoje, ao ver a orquídea no jardim, eu entendi muita<br />
coisa com uma simples flor.<br />
Eu vi e entendi que devemos, sim, florescer.<br />
Floresça!<br />
Vanna Sales Fernando<br />
Escritora, Cronista e Poetisa,<br />
editora no Instagram do perfil<br />
@luzeversos – Fone: 81. 9 9993-1556<br />
vannafernando@gmail.com
A Garota da Capa<br />
Brenda<br />
Sabino<br />
Para a capa desta edição, promovemos<br />
um sorteio entre<br />
os seguidores de nosso instagran.<br />
Deveriam concorrer<br />
perfis de homens e mulheres, adultos<br />
e crianças de todo o País. A vencedora<br />
foi Brenda Sabino, 19 anos, Miss Gravatá<br />
2020, nascida na cidade de Bezerros<br />
e hoje com residência nos municípios<br />
de Gravatá, Bezerros e Santa<br />
Cruz do Capibaribe, por exigência de<br />
suas atividades profissionais de modelo<br />
fotográfica e de passarela. Brenda<br />
abriu para os nossos leitores um<br />
pouco de sua individualidade.<br />
20
Q u e m é B r e n d a S a b i n o<br />
M&N – Nome completo?<br />
Brenda Emmanuelle Sabino da Silva<br />
M&N – Hobby preferido?<br />
Motocross. E tenho minha profissão<br />
de modelo também como um<br />
Hobby. Embora haja remuneração,<br />
a satisfação de se deixar fotografar,<br />
desfilar é o mesmo que fazer<br />
da profissão um esporte. As coisas<br />
fluem de uma forma natural, transporta-me<br />
para o maior bem-estar<br />
pessoal, de modo que a liberdade<br />
me deixa a sensação de um verdadeiro<br />
hobby.<br />
M&N – Expectativa para o futuro<br />
pessoal e profissional?<br />
Quero concluir meu curso universitário<br />
dentro do seguimento em<br />
que hoje atuo, trabalhar com moda.<br />
Penso muito em minha carreira.<br />
M&N – O que representou ser<br />
sorteada para capa da <strong>Moda</strong> &<br />
<strong>Negócios</strong>?<br />
Foi muito importante. Representou<br />
oportunidade, cultura, além<br />
de beleza. Valorizo cada título,<br />
prêmio e reconhecimento; ser nomeada,<br />
classificada em qualquer<br />
modalidade de sorteio, concurso,<br />
Jobs, casting. É a rotina satisfatória<br />
de qualquer profissional que dependa<br />
de público, principalmente<br />
por ter sido pela Revista <strong>Moda</strong> n&<br />
<strong>Negócios</strong>.<br />
M&N – Como conheceu a Revista?<br />
Via Internet. O nome <strong>Moda</strong> n& <strong>Negócios</strong><br />
me chamou a atenção. Foi<br />
então que comecei a segui-la conta<br />
dos textos, dicas e histórias que<br />
interessam muito a quem vive no<br />
meio. Desde então, sempre acompanho<br />
cada edição.<br />
M&N – De qual colunista gostou<br />
mais?<br />
Quero citar mais de um. Gosto muito<br />
da Drª Shirley Freitas, Any Brasil,<br />
Agildo Galdino, Karim Charro, Vanna<br />
Sales e Thaisa Pereira, porém<br />
me identifico mais com Any Brasil.<br />
M&N – Indicaria a Revista para<br />
alguém?<br />
Com certeza. Inclusive vou me<br />
empenhar mais nessa indicação.<br />
O mercado precisa dessa<br />
representatividade.<br />
M&N – O que achou da versão<br />
online?<br />
Perfeita! A vida é muito corrida.<br />
É necessário que possamos participar<br />
de tudo que nos interessa<br />
em tempo real. E o método online<br />
já foi aprovado e consolidado na<br />
vida das pessoas, no mundo inteiro.<br />
Sabemos que durante e pós a<br />
pandemia se requer da gente uma<br />
organização nas prioridades e tudo<br />
que contribua para a vida ser mais<br />
simples e proveitosa, nos insere<br />
na tecnologia sem contestação. É a<br />
proposta do “novo normal”.<br />
21
Pedro Dupláa<br />
Os 4 pilares<br />
por trás de uma empresa rentável<br />
Todo mundo que empreende quer atingir o<br />
sucesso e obter ótimos resultados financeiros,<br />
mas quase todas elas enfrentam muitos<br />
desafios e não conseguem produzir os tão desejados<br />
resultados financeiros.<br />
É comum encontrarmos casos onde as empresas<br />
até conseguem atingir um faturamento expressivo<br />
ao longo de sua evolução, mas ainda<br />
assim não geram receitas líquidas expressivas.<br />
Nesses casos, 8 em cada 10 empresas buscam<br />
solucionar a falta de liquidez cortando custos a<br />
fim de aumentar o ganho final.<br />
Mas nem sempre o caminho para conseguir<br />
maximizar os ganhos de uma organização seja<br />
através do corte de gastos. Inclusive essa linha<br />
de raciocínio acaba, muitas vezes, estagnando o<br />
crescimento de uma empresa ou até mesmo sabotando<br />
sua evolução promovendo uma crise.<br />
Apesar dessa prática ser comum ela não é a<br />
mais assertiva, ainda mais em momentos como<br />
esse que estamos vivendo agora, de crise global.<br />
Ninguém quer estar em crise, quem dirá<br />
estar em crise no meio de uma crise global não<br />
é mesmo?<br />
Por isso, melhor que tentar resolver um problema<br />
remediando é não ter o problema,<br />
simplesmente se preparando para não o ter.<br />
Exemplificando, ao invés de uma pessoa ficar<br />
tomando remédio para emagrecimento, se ela<br />
simplesmente mudar sua rotina, alimentação e<br />
prática de exercício físico provavelmente ela já<br />
vai obter o resultado desejado, de forma duradoura<br />
e sem efeitos colaterais.<br />
Entendeu onde eu quero chegar? A forma como<br />
você projeta e estrutura o seu negócio faz toda<br />
diferença no seu resultado, pensando nisso eu<br />
quero contribuir com você compartilhando os<br />
4 pilares por trás de um portfólio de produtos<br />
e serviços altamente rentáveis.<br />
22
Os<br />
4<br />
pilares de uma empresa rentável<br />
G.U ou ganho unitário: Quanto de lucro<br />
líquido você ganha naquele produto ou<br />
serviço, ou seja, quanto sobra para a sua<br />
empresa. Quanto maior o ganho unitário,<br />
maior a receita.<br />
G.U<br />
T.E ou taxa de escalabilidade: Quanto<br />
aquele produto ou serviço é reproduzível,<br />
ou seja, qual é o nível de complexidade de<br />
produção. Quanto mais fácil for para aumentar<br />
a produtividade, mais rápido será<br />
o crescimento do faturamento.<br />
T.E<br />
T.R ou taxa de recorrência: Quantas vezes<br />
o mesmo cliente compra, ou seja, com<br />
qual frequência o mesmo cliente compra<br />
daquela empresa. É mais fácil obter o sucesso<br />
a partir da fidelização do cliente, do<br />
que ficar dependendo só de novos clientes.<br />
T.R<br />
T.I ou tempo investido: Quanto tempo é necessário<br />
para desenvolver, produzir e vender<br />
aquele produto ou serviço, ou seja, quanto<br />
mais tempo investido maior o custo do produto<br />
ou serviço. É mais rápido focar em atualizar<br />
produtos já existentes ou criar produtos<br />
complementares, do que ficar sempre criando<br />
produto para novos mercados.<br />
T.I<br />
Quando tudo está bem, a economia aquecida, o<br />
mercado disposto a consumir, tudo é mais fácil e<br />
muitos produtos ou serviços acabam se sustentando<br />
mesmo sendo abaixo da média. No entanto<br />
quando acontece uma crise global como essa que<br />
estamos vivendo, tudo que é ordinário fica exposto<br />
e fragilizado estando fadado a deixar de existir.<br />
Mas, se esse for o caso do seu negócio não se desespere,<br />
pois, toda crise traz consigo uma oportunidade<br />
de igual ou maior potencial.<br />
Portanto, aproveite esse momento de grandes<br />
mudanças para operar a sua também, busque o<br />
conhecimento e suporte adequado e com certeza<br />
a sua empresa conseguirá atingir o sucesso<br />
desejado!<br />
Pedro Dupláa S. Ferreira<br />
Empresário Internacional<br />
Coach Integral Sistêmico<br />
23
Terapias Integrativas<br />
Shirley Freitas<br />
DEPRESSÃO, SUICÍDIO<br />
E SOLUÇÕES SISTÊMICAS<br />
mundo, finalmente, em 2020, vive algo que unifica<br />
O a todos.<br />
A Covid 19 nos tornou iguais, mas, indiscutivelmente,<br />
as consciências são diferentes!<br />
A quarentena, na prática, representou 5 meses de confinamento,<br />
gerando uma abertura de portas para o<br />
mundo virtual como nunca imaginado antes, fechando<br />
um convívio frenético, onde a maioria de pessoas<br />
passaram a relacionarem-se com soluções online para<br />
tudo, desde comer a fazer terapia. No momento em que<br />
escrevo este artigo, entro em ressonância com as consequências<br />
desses meses, no que se refere ao número<br />
grande de famílias que se reaproximou e vivencia<br />
um conviver de amor, mas também em muitos casos,<br />
de adoecimento. E o questionamento é: Quem eu era,<br />
quem sou agora e quem serei...?<br />
Você sabe o que significa adoecer da alma? Era<br />
chamada assim a doença que se desenvolve sem tosse,<br />
pode apresentar dor de cabeça, nem sempre perda<br />
do paladar, mas com certeza interfere na alimentação<br />
e dá moleza no corpo, com casos de internação, sem<br />
necessidade de intubação. Eu estou me referindo à<br />
depressão.<br />
DEPRESSÃO - doença que mais afeta a humanidade<br />
hoje - e que leva, assim como a COVID 19, a muitos<br />
óbitos. A depressão é a causa de mais mortes<br />
no mundo do que doenças cardíacas, do que o câncer<br />
e acidentes de trânsito e que tem na sua forma<br />
mais dilacerante o suicídio.<br />
A rigor, à depressão não se pode chamar de doença do<br />
século pois sempre existiu. O que acontece, desenfreadamente,<br />
no século XXI, é o grande número de pessoas,<br />
de qualquer idade, que apresentam os sintomas.<br />
24
IDENTIFICANDO A<br />
DEPRESSÃO EM UMA<br />
PESSOA:<br />
• Ela pode falar que quer morrer<br />
• O assunto morte pode ser constante<br />
• Mudança de humor por mais de uma<br />
semana<br />
• Perturbação do sono<br />
• Apatia ou euforia fora de contexto<br />
• Tendência ao isolamento e aos exageros<br />
• Falta de interação com pessoas e<br />
lugares movimentados<br />
• Negatividade sem capacidade de sonhar<br />
• O choro frequente sem motivo<br />
aparente...<br />
ALGUNS MOTIVOS<br />
OU AS CAUSAS PARA<br />
DESENCADEAR DEPRESSÃO:<br />
• Perda de emprego<br />
• Morte de ente querido<br />
• Fim de relacionamento<br />
• Queda financeira<br />
• Uso de drogas<br />
• Genética familiar<br />
• Maus hábitos alimentares por anos<br />
• Vícios em drogas, álcool e<br />
medicamentos<br />
• Sentimento de medo, raiva associado a<br />
culpa<br />
• A soma de 3 ou mais desses fatores<br />
anteriores...<br />
Um conjunto de medidas pode fazer parte da atitude<br />
para a cura ou diminuição dos males que levam à depressão,<br />
mas nenhum deles pode surtir um efeito positivo<br />
e duradouro se não houver uma disposição de<br />
terapeutas, familiares, médicos e a pessoa a ser assistida,<br />
para incluir tudo e todos que envolvem a doença<br />
ou o processo do adoecer. O campo familiar, as relações<br />
interpessoais, os processos desde a concepção,<br />
os traumas inconscientes, a bioquímica dos órgãos, a<br />
visão metafísica e o advento quântico e da epigenética,<br />
inclusive.<br />
Há uma necessidade de vivenciarmos as parcerias,<br />
exercitando a atitude humilde de não querer ser<br />
ou fazer nada como donos do saber e das verdades<br />
absolutas, mas ouvir mais, inclusive a si mesmos.<br />
O desafio agora é o acolhimento ao ser integral, sem separar<br />
corpo, mente e espírito, a matéria e o imaterial, a<br />
prática científica e a experiência empírica, o agora com<br />
olhar para o passado de amor interrompido pelas situações<br />
vividas, como tragédias familiares, na busca por<br />
ressignificação.<br />
Então, como a palavra sugere, resignificar é dá um significado<br />
novo a experiência da dor. Existem soluções<br />
quando entendemos que o todo é bem maior que a<br />
soma de suas partes (medicamentos, terapia, prática<br />
religiosa, vida profissional de sucesso, práticas fitness)<br />
O ser humano visto de forma sistêmica, acredito eu,<br />
tem chances de vida plena. Reconectando com sua verdadeira<br />
essência.<br />
Sejamos mais sensíveis aos índices do FIB (Felicidade<br />
Interna Bruta) do que aos do PIB. Afinal, já se sabe que<br />
dinheiro, status, consumo e fama estão na contramão<br />
de uma vida satisfatória de alegria, entusiasmo e sentido<br />
pleno.<br />
Podemos unir nossos talentos a serviço da vida.<br />
Vamos a hora é agora!<br />
Shirley Freitas do Carmo<br />
Psicóloga, Trainner em Programação Neurolinguística (Pnl), Consteladora<br />
Sistêmica e Thetahealing.<br />
shirleyconstela@hotmail.com<br />
81 99555.1309<br />
25
Fisioterapia<br />
Thaísa Pereira<br />
Essas é uma pergunta que recebo bastante<br />
nas redes sociais e no consultório.<br />
Muitas mulheres acreditam que só precisa<br />
fazer fisioterapia durante a gestação se elas<br />
pretendem ter parto via vaginal, mas ai está<br />
um grande engano!<br />
Todas nós passamos por mudanças no nosso<br />
corpo durante a gestação, e é exatamente nessas<br />
mudanças que a fisioterapia na gestação<br />
(fisioterapia obstétrica) se encaixa. Preparando<br />
essa mulher para a gestação, para o parto<br />
e para o pós-parto.<br />
Fisioterapia<br />
na gestação<br />
é só para<br />
quem quer<br />
ter parto<br />
vaginal?<br />
Com exercícios para:<br />
• Alteração da capacidade respiratória;<br />
• Alteração da capacidade circulatória;<br />
• Para prevenir e tratar dores comuns<br />
da gestação (punhos, lombar, púbis...);<br />
• Fortalecimento de pernas e braços;<br />
• Prevenir e/ou tratar a incontinência<br />
urinaria e anal;<br />
• Evitar e/ou tratar a diástase abdominal;<br />
• Para preparar os músculos íntimos<br />
para o parto vaginal (se essa for<br />
uma vontade da paciente);<br />
Ainda damos o suporte quanto as orientações<br />
para amamentação, cuidados com<br />
a ferida operatória (no caso da cesária),<br />
o uso da cinta (se deve ou não deve ser<br />
utilizada) entre outros detalhes importantes<br />
para uma melhor recuperação e<br />
retorno desse corpo.<br />
Agora eu te pergunto, você acha que a fisioterapia<br />
na gestação é só para quem quer ter parto vaginal?<br />
Drª Thaisa Pereira<br />
Fisioterapeuta Pélvica; Especialista em Fisioterapia<br />
Uroginecológica, Proctológica e Obstétrica;<br />
Especialista no método de Linfotaping; Especialista em<br />
Estética Intima.<br />
@dra.thaisapereira<br />
26
José Nivaldo Junior<br />
CAMPANHA<br />
POLITICA<br />
NA PANDEMIA<br />
Estamos vivendo os primeiros<br />
passos da mais estranha campanha<br />
eleitoral desde pelo menos<br />
1945.<br />
Primeiro, a nossa geração nunca viveu<br />
uma pandemia. Ninguém tem<br />
qualquer referência sobre como o<br />
eleitorado vai reagir a uma campanha<br />
utilizando basicamente as<br />
mídias eletrônicas e os recursos<br />
digitais. A experiência vitoriosa de<br />
Bolsonaro, que usou e abusou dos<br />
recursos das redes sociais não pode<br />
ser simplesmente replicado nas<br />
eleições municipais. Existem peculiaridades<br />
que certamente vão influenciar<br />
as mensagens e os meios.<br />
FALTA CLAREZA<br />
O eleitor não é idiota, como muitos<br />
candidatos ou “formadores de opiniao”<br />
pensam. Ele sabe o que quer,<br />
entende como ninguém os seus<br />
próprios problemas e necessidades.<br />
E não vai na onda de nenhum<br />
candidato simplesmente por ir.<br />
O eleitor é um ente pragmático. Escolhe<br />
e vota no (a) candidato (a)<br />
que é melhor para ele e sua família.<br />
Ponto. Fora disso, qualquer um calça<br />
40.<br />
VOTO IDEOLÓGICO<br />
Ao contrário da classe média que<br />
pensa que tem mas passa longe, o<br />
povo tem ideologia. Uma ideologia<br />
pragmática, como foi dito. O povão<br />
está sempre disposto a levar<br />
adiante as suas propostas sociais.<br />
Essa decisão enfrenta sempre uma<br />
encruzilhada, que a população<br />
apreende com mais precisão e eficácia<br />
do que analistas de televisão<br />
e jornal e historiadores de gabinete.<br />
Existem possibilidades objetivas<br />
de mudanças profundas na ordem<br />
social? O povo se joga na luta, arrisca<br />
sua segurança e a própria vida.<br />
A opção é entre candidatos que na<br />
prática não vão promover nenhuma<br />
mudança substancial nem apresentam<br />
propostas que repercutem de<br />
modo diferente na vida dá comunidade?<br />
Não esperem outro resultado.<br />
As pessoas votam em quem<br />
tem mais chance de melhorar a sua<br />
própria vida.<br />
VALE TUDO<br />
Nesse melhorar a vida cabe tudo.<br />
Algumas contas de luz atrasadas.<br />
Uns tijolinhos para ampliar o puxadinho.<br />
Uma meizinha para dor de<br />
dente. A promessa de calçar a rua<br />
ou, quem sabe, um empreguinho na<br />
Prefeitura?<br />
Muitos dizem que a culpa dos políticos<br />
que temos é do eleitorado. Há<br />
controvérsias. Se os partidos são<br />
incapazes de apresentar ao votante<br />
opções reais, não podem esperar<br />
que os eleitores as criem. Simples<br />
assim.<br />
E A PANDEMIA?<br />
Bem, todo mundo na campanha vai<br />
fazer de contas que está cumprindo<br />
as regras do distanciamento social.<br />
Todos os candidatos vão utilizar<br />
com maior ou menor eficiência as<br />
redes sociais.<br />
Mas duvido que um só candidato<br />
ou candidata, do Oiapoque ao<br />
Chuí, recuse o abraço de um eleitor<br />
apaixonado.<br />
José Nivaldo Junior<br />
Publicitário. Consultor. Da Academia<br />
Pernambucana de Letras.<br />
27
Memória<br />
Hélio Florêncio<br />
CARUARU,<br />
A FORMAÇÃO<br />
Marco Zero - Foto de 1930 – Colorida posteriormente<br />
Caruaru começou a tomar forma no dia 02 de junho<br />
de 1681 quando o governador Aires de Souza<br />
de Castro concedeu à família Rodrigues de Sá, liderada<br />
pelo Cônego Simão Rodrigues de Sá, após viagem<br />
realizada pela região por alguns familiares e amigos,<br />
atendendo requerimento assinado pelo cônego Simão<br />
Rodrigues de Sá, pelo padre Antônio Rodrigues,<br />
por Simão Rodrigues de Sá (sobrinho e homônimo do<br />
cônego), pelo alferes João Rodrigues de Sá e por Francisco<br />
Rodrigues de Sá, Miguel Forte Velho, Eusébio<br />
de Oliveira Monteiro, Maria Rodrigues de Sá, Eugênia<br />
Rodrigues de Sá e Cristino Rodrigues de Sá, uma sesmaria<br />
(concessão de terras com intuito de desenvolver<br />
a agricultura e a criação de gado no interior da província)<br />
situada à margem esquerda do Rio Ipojuca, nas<br />
proximidades do Morro do Caruru.<br />
A ocupação das terras se deu ainda naquele século,<br />
quando o sobrinho e homônimo do cônego, o peticionário<br />
Simão Rodrigues de Sá, fundou a Fazenda Caruru.<br />
No ano de 1754 um filho de Simão, de nome Simão Rodrigues<br />
Duro, morador da Fazenda Caruru, casou com<br />
Antônia Thereza de Jesus, uma filha dos fundadores do<br />
Sítio de Altinho. Dessa união nasceram três filhos: Joaquina<br />
Rodrigues de Jesus (1754), José Rodrigues de<br />
Jesus (1756) e Maria da Conceição Rodrigues de Jesus<br />
(1759).<br />
Quando do falecimento dos seus pais em 1768, José<br />
Rodrigues de Jesus, então com 12 anos e sua irmã Maria<br />
da Conceição ficaram sob os cuidados da irmã mais<br />
velha, Joaquina Rodrigues de Jesus, casada com Manoel<br />
da Silva Nunes, um descendente dos fundadores de<br />
Bezerros, e foram morar com eles na Fazenda Juriti,<br />
proveniente do dote do casamento da irmã, ficando a<br />
Fazenda Caruru abandonada.<br />
Em 1776, José Rodrigues de Jesus, então com 20 anos,<br />
muito trabalhador, após desentendimentos da irmã<br />
caçula com o cunhado, por motivos fúteis, retirou-se<br />
da Fazenda Juriti e levando consigo sua irmã, um bom<br />
número de escravos e alguns trabalhadores, foi morar<br />
na Fazenda Caruru, que lhes pertencia por direito<br />
de herança, e onde, pela localização à margem do<br />
Rio Ipojuca, na divisa entre as serras do lado direito<br />
do rio, onde suas terras abrejadas com muita água e<br />
de excelente qualidade permitiam a proliferação das<br />
plantações do café, da cana, da mandioca e das frutas<br />
e, do lado esquerdo, relativamente plana e rica em pas-<br />
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tagem, possibilitava a criação do gado ser rapidamente<br />
desenvolvida.<br />
Em 1781, José Rodrigues de Jesus, com 25 anos de idade,<br />
casou com sua sobrinha (o Código Civil Brasileiro<br />
da época, alterado apenas em 1916, permitia esse tipo<br />
de união) Maria do Rosário Nunes, filha da sua irmã<br />
mais velha, que contava 13 anos de idade (na época era<br />
comum o casamento de meninas com essa idade, principalmente<br />
no interior do estado). Ainda naquele ano,<br />
após a indispensável licença do Bispado de Olinda, o<br />
fazendeiro iniciou a construção de uma pequena capela<br />
em honra de Nossa Senhora da Conceição, de quem<br />
sua mãe fora devota e como homenagem à sua irmã<br />
Maria da Conceição, inaugurando-a em 05 de outubro<br />
de 1782, com bênção solene e celebração da primeira<br />
missa pelo pároco de São José dos Bezerros (atual Bezerros),<br />
padre Félix Xavier de Lima e Mello.<br />
A inclemência do clima de outras regiões agrestinas,<br />
fez a fazenda tornar-se um lugar para onde convergiam<br />
muitos trabalhadores. Sua posição geográfica<br />
com suas condições especiais, tornaram-lhe parte do<br />
caminho das boiadas, que tinham a capital do estado e<br />
a zona da mata, com seus inúmeros engenhos de cana<br />
de açúcar, como o destino maior dos rebanhos de gado,<br />
da carne, do leite e do couro.<br />
Por conta disso, a fazenda que possuía apenas a casa<br />
grande, a senzala e um curral, logo ganharia mais uma<br />
meia dúzia de casas.<br />
Por outro lado, em frente à capela de Nossa Senhora da<br />
Conceição teve início um pequeno comércio, desde que<br />
nos finais de semana quando os padres de Bezerros vinham<br />
celebrar as missas, realizar batizados, confissões<br />
ou casamentos, os moradores da redondeza aproveitavam<br />
para, além de rever amigos, parentes e conhecidos,<br />
trazerem alguns produtos e pequenas criações<br />
para realizarem pequenas vendas ou trocas, antes e<br />
depois das celebrações religiosas.<br />
O próprio José Rodrigues de Jesus, para assegurar ainda<br />
mais o fortalecimento da feirinha e, por consequência,<br />
da sua própria propriedade, incentivava esse<br />
comércio e nele tomava parte ativa, pois no fundo era<br />
ele mesmo quem realmente dispunha dos três mais<br />
importantes produtos, os rebanhos bovino, caprino e<br />
ovino. Além de ainda adquirir a sobra dos produtos<br />
dos feirantes para alimentação de seus escravos.<br />
Essa conjunção de fatores, mostrou-se fundamental<br />
para consolidação de uma feirinha semanal e formação<br />
de um arruado.<br />
Em 1788, apenas seis anos após a inauguração da sua<br />
Antiga Igreja da Matriz tendo ao lado a Prefeitura Municipal – Foto restaurada e colorida<br />
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capela, José Rodrigues de Jesus solicitou ao bispo de<br />
Olinda a nomeação de um capelão com residência fixa<br />
na fazenda, com fim de prover um melhor atendimento<br />
religioso às pessoas fazenda, da redondeza e também<br />
para aqueles em trânsito, comunicando, inclusive,<br />
que já mandara erguer uma casa para lhe servir de moradia.<br />
O Bispo atendendo sua solicitação, nomeou um<br />
Capelão, determinando que esse residisse na casa que<br />
lhe fora destinada.<br />
Por outro lado, e apesar de José Rodrigues de Jesus<br />
continuar se referindo a Caruaru, em documentos pós<br />
1789, ainda como uma fazenda-de-gado, a verdade é<br />
que o lugar, naquela época, já era uma povoação, como<br />
se pode deduzir pela leitura de alguns documentos.<br />
A exemplo de “Livro de Provisões” que registra em 01<br />
de agosto de 1789 a nomeação do nosso primeiro professor:<br />
“Provisão Régia de ler, escrever e contar, passada<br />
a favor de João Francisco de Souza para ensinar na<br />
Freguesia de São José do Sertão dos Bezerros no lugar<br />
do Caruru” e mais outro mencionando que “em 1794<br />
o lugar já possuía um crescido número de casas e em<br />
1795 possuía quase 1000 habitantes”.<br />
Em 27 de julho de 1811 as terras caruaruenses que até<br />
então integravam o município de Olinda, passaram a<br />
pertencer à vila de Vitória de Santo Antão e, quando<br />
esta, em termos de freguesia (divisão religiosa) foi dividida<br />
em duas e criada a de Bezerros, Caruaru passou<br />
a pertencer a essa nova freguesia.<br />
Por outro lado, mesmo após o falecimento de José Rodrigues<br />
de Jesus, ocorrida em setembro de 1820, aos<br />
64 anos de idade, Caruaru, já com vida própria, continuou<br />
a crescer e se desenvolver, tanto é, assim, que<br />
após o desmembramento da freguesia de Bezerros,<br />
ocorrido em 12 de abril de<br />
1839, nossas terras passaram<br />
a integrar o município de Bonito.<br />
A Lei Municipal nº 3 de<br />
02 de dezembro de 1839, elevou<br />
Caruaru a categoria de<br />
distrito - Distrito do Caruru.,<br />
embora continuasse a pertencer<br />
a Freguesia de Bezerros,<br />
até que em 02 de maio de<br />
1844, a Lei Provincial nº 133<br />
criou a freguesia de São Caetano<br />
da Raposa, passando<br />
Caruaru, embora continuando<br />
a pertencer juridicamente<br />
a Bonito, a integrar essa nova<br />
freguesia.<br />
Por sua vez, Caruaru foi elevada à categoria de vila no<br />
dia 16 de agosto de 1848, tornando-se, em face da Lei<br />
Provincial nº 212, sede de município.<br />
Embora, que na prática, ainda permaneceria ligada a<br />
vila de Bonito por mais treze meses, até que ocorreu<br />
em 16 de setembro de 1849 a instalação oficial da Vila<br />
e a posse dos primeiros sete vereadores eleitos.<br />
Configurando, desse modo, a autonomia política e administrativa<br />
em nível municipal, posto que dependia<br />
da Assembleia Provincial (Estadual), principalmente,<br />
no que se referia às questões financeiras.<br />
Por fim, Caruaru foi elevada à condição de cidade no<br />
dia 18 de maio de 1857 (a primeira do agreste e sertão<br />
pernambucano), através da Lei Provincial nº 416<br />
de autoria do deputado provincial Francisco de Paula<br />
Baptista.<br />
A bem da verdade, na época, a elevação de uma vila<br />
à categoria de cidade, estava apenas para o reconhecimento<br />
do desenvolvimento do lugar, desde que nenhum<br />
efeito prático, político, social ou administrativo<br />
incorporava ao lugar, com a Câmara Municipal permanecendo<br />
com os mesmos direitos, deveres e limitações.<br />
Foi assim que Caruaru nasceu e se formou, pequenina,<br />
sem beleza, de uma simples fazenda de gado, criada<br />
pelo trabalho, pela imaginação, pela criatividade e pela<br />
disposição dos homens, de muitos homens, naturais e<br />
adotivos. Haja palco!<br />
Hélio Fernando de Vasconcelos Florêncio<br />
Engenheiro civil<br />
Pesquisador e historiador<br />
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