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*Setembro/2020 Referência Florestal 222

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ENTREVISTA Yeda de Oliveira fala sobre os desafios para o crescimento da indústria florestal brasileira<br />

9 772359 465090 0 0 2 2 2<br />

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE<br />

DESAFIOS NO MANEJO DE FORMIGAS CORTADEIRAS<br />

ATRAVÉS DE CRITÉRIOS E CONHECIMENTO<br />

CONTROL<br />

STRATEGIES<br />

OVERCOMING CHALLENGES<br />

IN LEAF-CUTTING ANT CONTROL<br />

USING RULES AND KNOWLEDGE


SUMÁRIO<br />

SETEMBRO <strong>2020</strong><br />

38<br />

DESAFIOS NO<br />

MANEJO DE<br />

FORMIGAS<br />

CORTADEIRAS<br />

EM PLANTIOS<br />

FLORESTAIS<br />

12 Editorial<br />

14 Cartas<br />

16 Bastidores<br />

18 Coluna Ivan Tomaselli<br />

20 Notas<br />

26 Coluna Cipem<br />

28 Frases<br />

30 Entrevista<br />

38 Principal<br />

44 Espécie<br />

48 Incêndio<br />

52 Minuto Floresta<br />

54 Sustentabilidade<br />

58 Tecnologia<br />

62 Especial<br />

66 Pesquisa<br />

72 Agenda<br />

74 Espaço Aberto<br />

44<br />

54<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

17 Agroceres<br />

13 Bayer<br />

25 BKT<br />

23 Carrocerias Bachiega<br />

73 D’Antonio Equipamentos<br />

28 Denis Cimaf<br />

76 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

04 Emex<br />

29 Engeforest<br />

75 Envimat<br />

33 Fex Ferro e Aço<br />

06 Grupo AIZ<br />

08 Grupo AIZ<br />

47 Hansa Flex<br />

57 J de Souza<br />

37 Fliegl<br />

11 Komatsu Forest<br />

15 Log Max<br />

69 Mill Indústrias<br />

71 Mill Indústrias<br />

16 Prêmio REFERÊNCIA <strong>2020</strong><br />

19 Rotary-Ax<br />

61 Rotor Equipamentos<br />

27 Sergomel<br />

51 Soltron<br />

35 Unibrás<br />

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EDITORIAL<br />

O futuro já<br />

chegou<br />

Vários setores produtivos já voltaram a funcionar a pleno<br />

vapor no Brasil e, entre eles, o segmento de base florestal se<br />

destaca por sua força e estabilidade - fruto de anos de trabalho<br />

duro e de investimentos em eficiência de mão de obra e produtos.<br />

É natural que a crise seja vencida por essas empresas<br />

sem grandes traumas. Nesta edição da REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

abordamos temas como a nova concessão para o manejo florestal<br />

sustentável na FLONA do Amapá, a importância do setor<br />

madeireiro de evitar incêndios florestais e também explicamos<br />

os principais pontos do Plano Nacional de Desenvolvimento de<br />

Florestas Plantadas. Além disso, esta edição traz reportagens<br />

nas editorias de Espécie e Pesquisa, assim como novidades do<br />

setor. Tenha uma excelente leitura!<br />

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Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />

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2<br />

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Capa da edição apresenta<br />

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formigas<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

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Ano XXII • N°<strong>222</strong> • Setembro <strong>2020</strong><br />

ENTREVISTA Yeda de Oliveira fala sobre os desafios para o crescimento da indústria florestal brasileira<br />

9 7 7 2 35 9 4 65 0 9 0 2<br />

ESTRATÉGIAS DE CONTROLE<br />

DESAFIOS NO MANEJO DE FORMIGAS CORTADEIRAS<br />

ATRAVÉS DE CRITÉRIOS E CONHECIMENTO<br />

CONTROL<br />

STRATEGIES<br />

OVERCOMING CHALLENGES<br />

IN LEAF-CUTTING ANT CONTROL<br />

USING RULES AND KNOWLEDGE<br />

THE FUTURE HAS ALREADY<br />

ARRIVED<br />

Several productive sectors have already returned to function<br />

at full steam in Brazil, and, among them, the forest-based segments<br />

stand out for their strength and stability - the result of<br />

years of hard work and investments in labor efficiency and products.<br />

Naturally, the crisis will be overcome by these companies<br />

without significant trauma. In this issue of REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong>,<br />

we discuss topics such as the new concession for sustainable<br />

forest management in Flona do Amapá, the importance of the<br />

Forest Sector in preventing forest fires, and also explain the main<br />

points of the National Plan for the Development of Planted Forests.<br />

Again, this issue brings you unique stories in the Species<br />

and Research Sections, as well as news from the Sector.<br />

Pleasant reading!<br />

Entrevista com Yeda Maria<br />

Malheiros de Oliveira<br />

Indústria florestal abre guerra<br />

contra incêndios<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXII - EDIÇÃO <strong>222</strong> - SETEMBRO <strong>2020</strong><br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Luiz KozaK<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />

Knop<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

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ASSINATURAS<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

12 www.referenciaflorestal.com.br


®<br />

0 0 2 2<br />

CARTAS<br />

NOVIDADE Cipem passa a ter coluna fixa na Revista REFERÊNCIA com as notícias atualizadas do setor<br />

Capa da Edição 221 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

DENIS CIMAF<br />

Confiabilidade e Produtividade com<br />

Melhores Lucros em Trabalhos Intensivos.<br />

mês de Foto: agosto DAH-150E e Hyundai R210LC7 de <strong>2020</strong><br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

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9 772359 465083 1<br />

A HORA E A VEZ DA LOCAÇÃO<br />

SETOR GANHA OPÇÃO PARA TODOS OS TIPOS<br />

DE EQUIPAMENTOS FLORESTAIS<br />

THE TIME FOR<br />

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Ano XXII • N°221 • Agosto <strong>2020</strong><br />

LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS<br />

Por Anselmo Barbosa – engenheiro florestal – Itumbiara (GO)<br />

Muito interessante saber que o mercado de locação de máquinas industriais<br />

está crescendo no Brasil. Vejo muito potencial para esse segmento.<br />

PÓS-COLHEITA<br />

Por Gideão Santos - coordenador de Manejo <strong>Florestal</strong> do<br />

IFPA (Instituto Federal do Pará) – Belém (PA)<br />

Excelente material sobre trituradores hidráulicos de alto<br />

rendimento. Essa é uma tecnologia que ajudará muito o setor.<br />

Parabéns pela reportagem!<br />

Foto: divulgação<br />

CONTEÚDO<br />

Por Giovani Lazzarotti - engenheiro de Segurança do Trabalho – Blumenau (SC)<br />

Adoro a REFERÊNCIA FLORESTAL, sempre com assuntos relevantes para o setor.<br />

Parabenizo também todos os engenheiros florestais pelo seu dia! (12 de julho)<br />

Foto: divulgacão<br />

SELFIE<br />

Equipe da REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL em viagem<br />

para a cidade de Santa<br />

Maria da Serra (SP)<br />

Colaboradores da<br />

Pastori Transportes<br />

e EMEX Brasil,<br />

durante visita da<br />

equipe REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL<br />

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Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong><br />

@referenciaflorestal<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


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BASTIDORES<br />

Vem aí<br />

PRÊMIO<br />

Patrocinadores:<br />

O Prêmio REFERÊNCIA<br />

é concedido aos 10 maiores destaques do ano.<br />

Reconhecimento da principal Revista do setor industrial<br />

madeireiro/florestal às empresas, entidades e personalidades<br />

que auxiliaram o importante segmento brasileiro a avançar<br />

ainda mais. Ações como estas fazem a atividade crescer de<br />

maneira sustentável com exemplos positivos que acabam<br />

sendo seguidos pelos demais.<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

DESTAQUE DO ANO<br />

REVISTA REFERÊNCIA<br />

REVISTA REFERÊNCIA DO SETOR INDUSTRIAL / MADEIREIRO /<br />

FLORESTAL / CELULOSE & PAPEL / BIOMASSA<br />

Revista<br />

VISITA<br />

Em Agosto, o diretor comercial Fábio<br />

Machado recebeu a visita de Victor<br />

Shinohara e Bruna Polo da Rotary-Ax,<br />

na sede da JOTA EDITORA.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

OUTUBRO ROSA<br />

A representante comercial Joseane Knop acompanhou a<br />

equipe de reportagem da REFERÊNCIA FLORESTAL para a<br />

reportagem na Emex Brasil, da diretora Paula Machado.<br />

Acompanhem na próxima edição!<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

16 www.referenciaflorestal.com.br


Tecnologia Mirex-S2 e MIPIS<br />

FOCO TOTAL NO RESULTADO<br />

Levantamentos e acompanhamentos pré e pós controle.<br />

Avaliações de danos.<br />

Análises situacionais das infestações.


COLUNA<br />

Pagamento por serviços<br />

ambientais para viabilizar<br />

o manejo florestal<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

A maioria dos responsáveis pelo manejo de<br />

florestas tem pouco conhecimento das opções,<br />

em especial da venda de crédito de carbono<br />

Foto: divulgação<br />

Até o momento<br />

os investimentos<br />

em REDD+ no<br />

Brasil têm<br />

sido limitados<br />

e baseados<br />

quase que<br />

exclusivamente<br />

em contribuições<br />

voluntárias<br />

Aadoção de padrões técnicos<br />

apropriados para manejar florestas<br />

é importante para garantir a<br />

sustentabilidade. O Brasil possui<br />

uma legislação que define as<br />

regras para o manejo de florestas nativas,<br />

que envolve uma série de atividades, como a<br />

preparação de um plano de manejo florestal,<br />

um censo, monitorar, registrar e documentar<br />

todas as operações, da colheita à industrialização.<br />

As empresas florestais buscam ganhar<br />

eficiência, mas com a complexidade dos regulamentos<br />

os custos de transação são altos, e<br />

têm afetado a competitividade no mercado.<br />

Uma das alternativas, para mitigar o impacto<br />

dos custos de manejo na competitividade<br />

do negócio florestal, é a venda de serviços<br />

ambientais. Existe uma série de opções, sendo<br />

atualmente as mais viáveis para o manejo<br />

florestal a compensação de reserva legal e a<br />

venda de créditos de carbono. A maioria dos<br />

responsáveis pelo manejo de florestas tem<br />

pouco conhecimento das opções, em especial<br />

da venda de crédito de carbono.<br />

Nos últimos anos, tem sido discutida, em<br />

vários fóruns globais, a negociação de créditos<br />

de carbono envolvendo o manejo de florestas.<br />

A discussão envolve o REDD (Redução das<br />

Emissões por Desmatamento e Degradação<br />

<strong>Florestal</strong>), que se trata de um mecanismo de<br />

incentivo, desenvolvido no âmbito da UN-<br />

FCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas<br />

sobre Mudança do Clima), para recompensar<br />

financeiramente países em desenvolvimento<br />

pela redução de emissões de gases de efeito<br />

estufa provenientes do desmatamento e da<br />

degradação florestal.<br />

Segundo o conceito, a preservação das florestas,<br />

além da redução nas emissões de gases<br />

do efeito estufa, gera outros benefícios como<br />

impactos positivos sobre a biodiversidade e a<br />

conservação de recursos hídricos, corroborando<br />

para estabilização do regime de chuvas e<br />

do clima.<br />

A primeira versão do REDD teve como<br />

origem uma proposta brasileira e americana<br />

conhecida com: Redução Compensada de<br />

Emissões; em 2003. A proposta evoluiu em<br />

reunião realizada em Bali, em 2007, e os países<br />

decidiram envolver-se em ações nacionais<br />

e internacionais contra a mudança climática,<br />

propondo um conceito mais amplo, o REDD+,<br />

que, além do desmatamento, inclui a conservação<br />

florestal, manejo florestal sustentável e<br />

aumento dos estoques de carbono em áreas<br />

de floresta. O financiamento do mecanismo<br />

é baseado em fontes oficiais e contribuições<br />

voluntárias, especialmente por agentes de<br />

países desenvolvidos, dentro da lógica de<br />

responsabilidades diferenciadas que rege a<br />

Convenção do Clima.<br />

No Brasil, foi criada, em 2015, a Comissão<br />

Nacional para REDD+, que é responsável<br />

por coordenar, acompanhar e monitorar a<br />

implementação da Estratégia Nacional para a<br />

medida. Até o momento, os investimentos em<br />

REDD+ no Brasil, têm sido limitados e baseados<br />

quase que exclusivamente em contribuições<br />

voluntárias.<br />

Embora os investimentos ainda sejam pequenos,<br />

é uma oportunidade a ser explorada<br />

pelo setor florestal, para apoiar na viabilização<br />

do manejo sustentável de florestas tropicais.<br />

Os preços atuais de venda no mercado<br />

voluntário têm variado entre US$ 2 e US$ 3<br />

por tonelada de CO2 equivalente. Os projetos<br />

indicam uma possibilidade de captura anual<br />

de CO2 entre 3 e 4 toneladas, e, portanto, uma<br />

remuneração (incentivo ao manejo florestal)<br />

anual entre US$ 6 e US$ 12 por hectare.<br />

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NOTAS<br />

Tecnologias<br />

digitais<br />

Pesquisa inédita realizada pelo SEBRAE,<br />

em parceria com a EMBRAPA (Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o INPE<br />

(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),<br />

mostrou os principais avanços tecnológicos<br />

na agricultura brasileira. De acordo com o<br />

estudo divulgado pelo Globo Rural, 84,1% dos<br />

produtores rurais utilizam pelo menos uma<br />

tecnologia digital em seu processo produtivo.<br />

Ainda segundo a pesquisa, 67,1% dos entrevistados<br />

acreditam na necessidade cada vez<br />

maior do uso das tecnologias para o planejamento<br />

das atividades da propriedade e apenas 15,9% ainda não utilizam nenhuma tecnologia. O levantamento contou<br />

com a participação de produtores agrícolas de todos os Estados brasileiros. A análise mostrou que dentre as tecnologias<br />

digitais destacam-se o uso de internet para atividades gerais ligadas à produção agrícola (70,4%); aplicativos de celular ou<br />

programas de computador para obtenção ou divulgação de informações da propriedade e produção (57,5%) e aplicativos<br />

de celular ou programas de computador para gestão da propriedade e produção (22,2%). Contudo, os agricultores relatam<br />

que ainda possuem dificuldades para implantar ou melhorar seu processo produtivo com a agricultura digital, devido<br />

ao alto valor do investimento para a aquisição de máquinas, equipamentos ou aplicativos (67,1%); problemas ou falta<br />

de conexão em áreas rurais (47,8%); valor para a contratação de prestadores de serviços especializados (44%) e falta de<br />

conhecimento sobre quais as tecnologias mais apropriadas para o uso na propriedade (40,9%).<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Celulose<br />

brasileira<br />

Sem uma uniformidade nos impactos da pandemia<br />

em todo o mundo, os preços de produtos oriundos da<br />

celulose têm sofrido diferentes efeitos nos principais<br />

países produtores desta matéria-prima. No sudeste<br />

asiático, por exemplo, a compra de celulose foi interrompida<br />

durante o primeiro trimestre do ano, o que diminuiu<br />

consideravelmente seus estoques deste insumo.<br />

Por consequência disto, houve uma expressiva alta na<br />

demanda por celulose nos meses de abril e maio, o que<br />

aumentou o preço da celulose, aliada à subida do dólar<br />

norte-americano, que também impactou a compra<br />

dos produtos pelos chineses. Apesar disso, os meses<br />

de maio, junho e julho contaram com uma queda nos<br />

preços que deverá ser sentida nos próximos balanços<br />

trimestrais.<br />

20 www.referenciaflorestal.com.br


Foto: divulgação<br />

Plano para concessão<br />

de florestas em 2021<br />

O PAOF (Plano Anual de Outorga <strong>Florestal</strong>) 2021 apresenta<br />

20 áreas de florestas públicas federais que poderão ser concedidas<br />

para o manejo florestal sustentável no próximo ano. Pela<br />

concessão, as florestas poderão ser licitadas para empresas interessadas<br />

em produzir madeira e oferecer serviços ecoturísticos.<br />

O documento foi definido de forma conjunta com o MAPA (Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e com o MMA<br />

(Ministério do Meio Ambiente). Além de considerar a legislação<br />

que rege a gestão das florestas públicas (Lei n° 11.284/2006), a<br />

definição das áreas também buscou a convergência com outras<br />

políticas públicas setoriais relacionadas a infraestrutura, mineração,<br />

reforma agrária, política indígena, dentre outras. O plano<br />

também consultou os órgãos estaduais do SISNAMA (Sistema<br />

Nacional de Meio Ambiente) para levantar dados sobre fiscalização<br />

e monitoramento ambiental. O PAOF 2021 contempla 20<br />

áreas de florestas públicas federais passíveis de concessão, sendo<br />

16 na região norte, três na região sul e uma na região sudeste.<br />

Com exceção da Gleba de Castanho, que é uma área de floresta<br />

ainda não-destinada no Estado do Amazonas, todas as demais<br />

áreas são Florestas Nacionais, categoria de unidade de conservação<br />

que prevê o uso sustentável dos recursos naturais.<br />

Serrote de corte triplo<br />

Para manter o profissional exigente em constante<br />

atualização, a Irwin, uma das mais tradicionais fabricantes<br />

de ferramentas e acessórios de todo o mundo, apresenta a<br />

nova geração do Serrote Professional Jack de Corte Triplo.<br />

Com fiação tripla nos dentes, o equipamento oferece uma<br />

velocidade até 25% superior quando comparado aos modelos<br />

tradicionais, além de ser capaz de realizar cortes na ida e na<br />

volta de um jeito rápido e descomplicado. E como conforto<br />

na execução do serviço é um quesito de extrema importância,<br />

a nova geração possui um cabo ergonômico bi-material e<br />

anti-deslizante, capaz de suavizar as aplicações mais fortes.<br />

A estabilidade proporcionada pela ferramenta pode fazer<br />

toda a diferença na exatidão do trabalho. Por isso, o produto<br />

possui descanso de dedo, para máximo controle; cabo soldado<br />

com ultrassom, para uma maior segurança, durabilidade<br />

e eficiência; e uma lâmina de 0.85 mm (milímetros) em aço<br />

temperado, para uma maior estabilidade e poder de corte.<br />

Assim como a lâmina, os dentes do serrote também são temperados, o que garante a afiação mais durável e economiza o tempo<br />

de trabalho. Por fim, somada à função de serra, a ferramenta também pode se transformar em um esquadro, pois possui<br />

marcações dos ângulos de 45° e 90° (Graus). O Serrote Profissional Jack e Corte Triplo está disponível em quatro comprimentos:<br />

450 mm, 500 mm, 550 mm e 600 mm.<br />

Foto: divulgação<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

21


NOTAS<br />

Manejo florestal<br />

No fim de julho, o governo do Acre concretizou as AU-<br />

TEX (Autorizações para Exploração <strong>Florestal</strong>) para cerca de<br />

225 famílias das regiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Em<br />

um evento tomado pela euforia e alegria de seus participantes,<br />

a maioria moradores da região, a esperança por<br />

dias melhores, finalmente, foi retomada. O secretário Israel<br />

Milani destacou o trabalho árduo da SEMA (Secretaria de<br />

Meio Ambiente) para assegurar a autorização de manejo e<br />

elencou os benefícios para os moradores locais, assim como<br />

para o setor madeireiro do Vale do Juruá. “Conseguimos em<br />

apenas um ano de gestão liberar esses manejos florestais<br />

sustentáveis que atenderão cinco comunidades no entorno<br />

do rio Gregório e isso vai trazer emprego, renda e gerar uma<br />

nova expectativa de vida. Os pólos moveleiro e marceneiro<br />

de Cruzeiro do Sul e Tarauacá terão a garantia que estarão<br />

trabalhando com madeira legalizada. Isso representa um<br />

grande avanço porque os madeireiros não correm o risco de<br />

serem presos e ainda terem a madeira apreendida. Era um<br />

sonho dessa comunidade de florestas e que hoje se torna<br />

realidade”, pontuou Milani.<br />

Prevenir incêndios florestais<br />

Com investimentos em novas tecnologias, a<br />

Suzano está preparada para prevenir e combater<br />

incêndios em seu maciço florestal durante o período<br />

de estiagem, em que o risco de surgimento de<br />

focos de incêndio tende a aumentar. A empresa<br />

conta hoje com o monitoramento por vídeos<br />

de 96% de toda a sua área florestal e tem feito<br />

investimentos constantes em equipamentos de<br />

ponta e treinamento contínuo de seus brigadistas.<br />

“A prevenção e o combate a incêndios florestais<br />

são ininterruptos em nosso maciço florestal,<br />

assim como nossa busca para aprimorarmos estas<br />

ações. Com constantes investimentos em novas<br />

tecnologias, mantemos um monitoramento 24h<br />

(horas) por dia e equipes prontas para atuar em<br />

qualquer situação e a qualquer momento. Com a<br />

chegada do período de estiagem esses cuidados<br />

são redobrados em decorrência da combinação típica dessa época do ano, ventos e baixa umidade do ar. Nosso objetivo é<br />

preservar tanto o nosso maciço florestal como a biodiversidade da região e garantir a segurança e a saúde da comunidade<br />

em geral”, reforça Jansen Barrozo Fernandes, gerente executivo de operações florestais da Suzano. Nos últimos anos, a<br />

empresa investiu na instalação de 21 torres de observação de focos de incêndio e 2 repetidoras de frequência nos módulos<br />

florestais existentes em Três Lagoas, Brasilândia, Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Selvíria.<br />

Foto: REFERÊNCIA Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Investimentos verdes no Brasil<br />

Foto: divulgação<br />

As oportunidades de investimento verde na agricultura brasileira somam<br />

R$ 692,4 bilhões até 2030, de acordo com o plano: Destravando o Potencial<br />

de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil; desenvolvido pela CBI<br />

(Climate Bonds Initiative), lançado em junho deste ano com a presença da<br />

ministra Tereza Cristina. O setor de florestas é um dos mais promissores e foi<br />

tema de webinar promovido pela CBI, que reuniu representantes de celulose<br />

e papel, de equipamentos florestais, de fundos de investimento, inovação<br />

tecnológica e do Ministério. No mercado financeiro verde do Brasil, o uso da<br />

terra é a segunda maior categoria de aplicação desses recursos (35,2% do<br />

total), liderada por emissões de títulos de empresas de papel e celulose. O<br />

autor do plano de investimento e membro da Iniciativa Brasileira de Finanças<br />

Verdes, André Salcedo, destacou que capital próprio e bancos (linhas públicas<br />

de crédito rural) são as principais fontes financiadoras da agropecuária, e que<br />

os títulos verdes aparecem como uma opção. “Uma parte [dessas fontes]<br />

pode ser substituída por títulos verdes”, disse. Para ampliação da emissão<br />

desses títulos no país, ele recomenda melhoria na regulação de instrumentos<br />

de mercado (como criação de um fundo específico), simplificação das linhas<br />

de crédito (como concessão de mais crédito para quem preserva) e seguros<br />

(por exemplo, expansão do zoneamento agrícola).<br />

ALTA<br />

NOVO VIVEIRO FLORESTAL<br />

Com o objetivo de revitalizar a região do Horto Amarelo,<br />

em Caeté, região Metropolitana de Belo Horizonte,<br />

o IEF (Instituto Estadual de Florestas) e o Grupo AVG de<br />

mineração irão criar um viveiro de mudas nativas para<br />

armazenamento de sementes características da região.<br />

A iniciativa faz parte do projeto que prevê a Licença<br />

Ambiental para a AVG, para início da recuperação da<br />

Mina do Brumado. A ideia da empresa é recuperar o<br />

terreno e doá-lo posteriormente ao poder público mineiro<br />

para a conclusão de intervenções que terão como<br />

principais objetivos a sustentabilidade e a viabilidade<br />

de práticas florestais. De acordo com a AVG, todo o<br />

terreno será doado ao IEF após a conclusão do projeto<br />

de recuperação ambiental.<br />

SETEMBRO <strong>2020</strong><br />

EXPORTAÇÃO DA MADEIRA<br />

Apesar da notável retomada de produção na indústria<br />

madeireira neste início de segundo semestre, o<br />

segmento enfrentou duros golpes nos primeiros meses<br />

de <strong>2020</strong>, graças à pandemia. Em junho, as exportações<br />

brasileiras de produtos de madeira recuaram 8,5%<br />

em relação ao mesmo período do ano passado, com<br />

queda de mais de U$ 20 milhões. A madeira serrada<br />

tropical foi a mais atingida, com recuo de 43% em volume.<br />

Obviamente, o declínio nas exportações foi mais<br />

sentido em países tropicais, com madeira compensada,<br />

onde os volumes exportadores também caíram<br />

48% no mês de junho, em comparação com o mesmo<br />

mês de 2019.<br />

BAIXA<br />

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COLUNA<br />

O Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Sustentável cria<br />

mecanismos contra<br />

queimadas<br />

Técnica possibilita criar condições<br />

de defesa necessárias para<br />

que as florestas não sofram<br />

consequências com as queimadas<br />

Manejo <strong>Florestal</strong><br />

mantém a<br />

biodiversidade e os<br />

serviços ambientais<br />

fornecidos pela floresta<br />

e impede que todo o<br />

carbono armazenado<br />

pelas árvores retorne<br />

na forma de gás<br />

carbônico"<br />

O<br />

MFS (Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável) é<br />

o guardião das florestas, pois garante<br />

a sua renovação e perpetuação, com<br />

todos os benefícios que a biodiversidade<br />

traz. Além disso, é uma atividade sustentável,<br />

que conserva as florestas em pé e ainda gera<br />

emprego e renda para a população.<br />

Com o MFS é possível criar os mecanismos de defesa<br />

necessários para que a floresta não sofra as graves<br />

consequências das queimadas.<br />

Durante o planejamento das atividades do MFS,<br />

são feitos investimentos em proteção florestal e de<br />

prevenção a incêndios florestais, como por exemplo a<br />

construção de aceiros, caminhos e gradagens internas,<br />

levando-se em consideração as características topográficas<br />

do local e o comportamento provável do fogo, bem<br />

como dispõe de recursos humanos e materiais para a<br />

vigilância dos limites da área de manejo, entre outros.<br />

Portanto, o Manejo <strong>Florestal</strong> além de manter a biodiversidade<br />

e os serviços ambientais fornecidos pela floresta,<br />

tais como a manutenção dos ciclos hídricos e proteção<br />

do solo, também realiza a proteção aos incêndios<br />

florestais e impede que todo o carbono armazenado<br />

pelas árvores retorne na forma de CO2 (Gás Carbônico)<br />

para a atmosfera e contribua para o efeito estufa.<br />

O Cipem-MT (Centro das Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso)<br />

tem orgulho de representar o setor de base florestal que<br />

trabalha com o Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável em Mato<br />

Grosso, e de participarem de uma das atividades mais<br />

importantes para a conservação das florestas e suas<br />

riquezas.<br />

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FRASES<br />

Foto: divulgação<br />

“O setor de madeira<br />

florestal legalizado é um<br />

dos principais geradores<br />

de emprego e renda na<br />

região norte do país e,<br />

diferentemente do que é<br />

divulgado, um importante<br />

aliado para a preservação<br />

da floresta. Mas faltam<br />

políticas públicas para<br />

atender nossas demandas,<br />

como linhas de crédito<br />

adequadas à nossa<br />

realidade”<br />

Frank Rogieri de Souza Almeida,<br />

presidente do FNBF, sobre o impacto da<br />

crise no setor madeireiro no Brasil<br />

É difícil dizer como será o equilíbrio<br />

entre oferta e demanda [de celulose], mas<br />

está muito claro que a indústria brasileira<br />

é bastante competitiva e provavelmente<br />

continuará a crescer nos próximos anos.<br />

Acreditamos que o mercado de celulose<br />

vai continuar em expansão nos próximos<br />

anos, mas haverá declínio estrutural<br />

em papéis de imprimir e escrever. E,<br />

no pior dos casos, estou seguro de que<br />

a indústria estará preparada para um<br />

cenário muito difícil se ele eventualmente<br />

ocorrer no futuro<br />

Walter Schalka, presidente da Suzano, sobre o<br />

futuro do setor após o fim da pandemia<br />

“A sociedade civil já está convencida das<br />

reformas necessárias, tanto administrativa<br />

quanto tributária, mas vai ter que se<br />

movimentar para a premente necessidade de<br />

modernizar o Estado brasileiro e a máquina<br />

pública como situação sine qua non de<br />

retomada e estruturação de um país mais justo”<br />

Paulo Hartung, economista e presidente da Ibá (Indústria Brasileira de<br />

Árvores), sobre as reformas políticas que o país deve implementar nos<br />

próximos anos<br />

Marca<br />

que não precisa<br />

descansar.<br />

28 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

Desafios para o<br />

crescimento da<br />

indústria florestal<br />

NO BRASIL<br />

Challenges for the growth<br />

of the forestry sector in<br />

Brazil<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

R<br />

econhecido pela produtividade de suas florestas<br />

e por sua celulose de destaque mundial, o setor<br />

florestal brasileiro ainda tem muito a evoluir,<br />

para aproveitar todo o potencial de sua cadeira<br />

produtiva, em setores-chave como a construção civil e a área<br />

de bioenergia. A Embrapa Florestas lançou em 2017 um estudo<br />

aprofundado sobre as oportunidades do ramo e mapeou<br />

quais as possíveis soluções para o seu desenvolvimento. Uma<br />

das coautoras da iniciativa, a pesquisadora Yeda Maria Malheiros<br />

de Oliveira, conversou com a REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

e trouxe uma análise aprofundada do atual cenário do setor<br />

florestal nacional. Confira:<br />

Yeda Maria<br />

Malheiros<br />

de Oliveira<br />

R<br />

ecognized for the productivity of its forests and<br />

its world-renowned pulp, the Brazilian Forestry<br />

Sector still has much to evolve, to harness the full<br />

potential of its productive chain, in critical sectors<br />

such as building construction and bioenergy. In 2017, Embrapa<br />

Florestas published an in-depth study on the opportunities<br />

for the Sector and mapped out the possible approaches for its<br />

development. One of the co-authors of the initiative, scientist<br />

Yeda Maria Malheiros de Oliveira, spoke with REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL and provided an in-depth analysis of the current<br />

scenario of the national Forestry Sector.<br />

Check out below:<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Pesquisadora da Embrapa Florestas<br />

Scientist with Embrapa Florestas<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Doutora em Ciências Florestais pela University of Oxford<br />

(Inglaterra)<br />

Ph.D. in Forestry Science, University of Oxford<br />

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Setembro <strong>2020</strong> 31


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PRINCIPAL<br />

Desafios no manejo de<br />

formigas cortadeiras<br />

EM PLANTIOS<br />

FLORESTAIS<br />

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Aplicação da isca formicida requer critério e<br />

conhecimento, principalmente referentes à<br />

biologia de formigas cortadeiras<br />

Fotos: divulgação<br />

D<br />

e acordo com estudos, o surgimento das formigas<br />

cortadeiras ocorreu há cerca de 5 a 15<br />

milhões de anos (Della Lucia & Souza, 2011)<br />

colocando-as como um dos únicos grupos de<br />

animais, além do homem, que desenvolveu<br />

uma agricultura complexa e organizada. As formigas da<br />

tribo Attini (saúvas e quenquéns) apresentam associação<br />

mutualística com seu fungo simbionte, do qual dependem<br />

para sua nutrição. Para suprir a necessidade do fungo, as<br />

cortadeiras selecionam e cortam grandes quantidades de<br />

material vegetal.<br />

As formigas cortadeiras podem causar a desfolha total,<br />

tanto de mudas como de plantas adultas. No entanto, a idade<br />

das plantas pode influenciar na vulnerabilidade aos prejuízos<br />

causados por formigas (Nickele, 2013). Os danos são maiores<br />

em plantas jovens, sendo que na fase inicial do plantio, as<br />

perdas causadas por esses insetos podem ser irreversíveis,<br />

pela fragilidade das mudas (Della Lucia et al., 2011).<br />

Para elucidar o prejuízo causado pelas cortadeiras,<br />

Mantragolo et al. (2010) simulou artificialmente a desfolha<br />

de eucalipto e verificou que a remoção total das folhas por<br />

uma vez na fase inicial de desenvolvimento resultou em<br />

perdas de 18,9% no crescimento em diâmetro e 12,0% na<br />

altura com perdas significativas em volume total de 37,9%.<br />

No tratamento com três desfolhas, a redução em volume<br />

total chegou a 79,7%.<br />

Os ninhos de formigas cortadeiras são sociedades extremamente<br />

evoluídas e organizadas, capazes de se recuperar e<br />

se adaptar a diversas situações (Oliveira et. al, 2011). Quando<br />

o assunto é o manejo de formigas cortadeiras deve-se levar<br />

em consideração que todas as etapas do manejo são importantes<br />

e se bem conduzidas trarão o sucesso no controle.<br />

A escolha de um formicida de qualidade, intervenção na<br />

época correta, equipe treinada para aplicação do produto,<br />

cuidados no armazenamento e manipulação do formicida,<br />

Challenges in the<br />

management of leafcutting<br />

ants in forest<br />

plantations<br />

Application of the ant bait requires criteria<br />

and knowledge, mainly related to the<br />

biology of leaf-cutting ants<br />

A<br />

ccording to studies, the emergence of<br />

leaf-cutting ants occurred about 5 to 15<br />

million years ago, placing them as one of<br />

the only groups of animals, besides man,<br />

who developed a complex and organized<br />

agriculture. The ants of the Attini tribe (saúvas and quenquéns)<br />

have a mutualistic association with their symbiont<br />

fungus, on which they depend for their nutrition. To meet<br />

their fungus needs, the leaf-cutters select and cut large<br />

amounts of plant material.<br />

Leaf-cutting ants can cause total defoliation of both<br />

seedlings and adult plants. However, the age of plants can<br />

influence vulnerability to damage caused by the ants. The<br />

damage is more significant in young plants, and in the<br />

initial phase of planting, the losses caused by these insects<br />

can be irreversible due to the fragility of the seedlings.<br />

To describe the damage caused by the cutters, researchers<br />

artificially simulated eucalyptus defoliation<br />

and found that the total removal of leaves all at one time<br />

in the initial phase of development resulted in losses of<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

39


40 www.referenciaflorestal.com.br


Setembro <strong>2020</strong> 41


Setembro <strong>2020</strong> 43


ESPÉCIE<br />

Foto: Dado Photos/Shutterstock.com<br />

44 www.referenciaflorestal.com.br


PAU-BRASIL:<br />

resistência e memória<br />

Considerada a primeira madeira de lei do<br />

país, espécie faz parte da história e continua<br />

sendo utilizada, mesmo de forma restritiva<br />

C<br />

om o nome científico de Caesalpinia echinata,<br />

o Pau-Brasil é uma árvore nativa das florestas<br />

tropicais brasileiras, presente no bioma da<br />

Mata Atlântica, e se estende desde o litoral<br />

do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro.<br />

Em 2004, a espécie entrou oficialmente na lista de árvores<br />

ameaçadas de extinção, mas a madeira tem permissão para<br />

ser utilizada na confecção de instrumentos musicais. Com<br />

suas propriedades conhecidas mundo a fora ao longo de<br />

séculos, o Pau-Brasil serve de padrão para selecionar outras<br />

espécies em determinados usos, conforme informações retiradas<br />

do site IBF (Instituto Brasileiro de Florestas).<br />

Nome Científico: Caesalpinia echinata<br />

Família: Fabaceae<br />

Características Morfológicas: Pode alcançar de 8m a<br />

12m (metros) de altura e o tronco, espinhoso, é revestido de<br />

casca, que cobre a madeira alaranjada. As pequenas folhas<br />

são bipinadas (uma folha para cada lado). A floração é amarela,<br />

com tons avermelhados.<br />

Origem: Brasil<br />

Ocorrência Natural: Floresta Pluvial Atlântica, do Ceará<br />

ao Rio de Janeiro, sendo particularmente frequente no sul<br />

da Bahia.<br />

Nomes Populares: Arabutã, Brasilete, Árvore-do-Brasil,<br />

Ibirapitanga, Ibiripitinga, Imirá-Piranga, Muirapiranga, Orabutã,<br />

Pau-Pernambuco, Pau-Rosado, Pau-Vermelho e Sapão.<br />

Nomes no Exterior: Brazil Wood e Pernambuco Wood.<br />

HISTÓRICO<br />

A espécie foi a primeira madeira a ser considerada ‘de<br />

lei’ no Brasil, como uma tentativa de impedir que o material<br />

fosse contrabandeado por navios espanhóis, franceses e<br />

ingleses que aportavam na costa do país durante o período<br />

de colonização. O motivo da invenção do termo “madeira de<br />

lei” foi para alertar que só podiam ser exploradas as madeiras<br />

que a Coroa portuguesa autorizasse, ou seja, essa prática<br />

dependia de uma permissão exigida por Lei para o corte do<br />

Pau-Brasil. Seu material era muito utilizado na fabricação de<br />

móveis, violinos, construção civil e naval, pela sua dureza e<br />

resistência, além de possuir uma coloração avermelhada,<br />

que chamava muito a atenção dos europeus, o que contribuiu<br />

para o seu alto valor de mercado na época e também<br />

nos dias de hoje. Atualmente, seu uso é permitido apenas<br />

para fabricação de arcos de violinos.<br />

CARACTERÍSTICAS<br />

Algumas fontes citam que, no passado, exemplares dessa<br />

espécie alcançaram até 30m de altura. Mas, atualmente,<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

45


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cuidado com a preservação<br />

e conservação do meio ambiente<br />

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Setembro <strong>2020</strong><br />

47


INCÊNDIO<br />

Indústria florestal<br />

abre guerra<br />

contra incêndios<br />

EM FLORESTAS<br />

BRASILEIRAS<br />

Com o crescimento de queimadas criminosas<br />

na Amazônia e em Estados-chave do ramo de<br />

florestas, setor se une e cria medidas para<br />

proteger a natureza<br />

Fotos: divulgação<br />

48 www.referenciaflorestal.com.br


Apopularização de dados sobre mudanças climáticas<br />

e o crescimento de práticas sustentáveis chegaram<br />

há tempos ao Brasil. Muito tem se debatido sobre<br />

a importância de proteger a Amazônia, assim como<br />

suas florestas nativas e plantadas, mas a extensa<br />

quantidade de informações pode gerar alguns desencontros no<br />

debate sobre os bens naturais brasileiros.<br />

Nos últimos meses, o governo federal tem rebatido denúncias<br />

de que estaria negligenciando a prevenção da Amazônia,<br />

com o crescimento do número de incêndios no país nos últimos<br />

meses. Bolsonaro, inclusive, reafirmou o interesse do Brasil em<br />

continuar a ser o responsável pela prevenção do local e chamou<br />

as afirmações de campanha maldosa contra o agronegócio brasileiro,<br />

um dos mais fortes do mundo. O presidente relembrou<br />

que, entre abril e outubro, o país passa por um período de<br />

estiagem, que contribui para o aumento de focos de incêndios<br />

florestais.<br />

“É uma campanha maldosa o tempo todo contra o Brasil,<br />

porque isso tem a ver com economia. O Brasil é um gigante do<br />

agronegócio. O agronegócio não parou com a pandemia e continua<br />

muito fortalecido”, afirmou o presidente em julho deste ano.<br />

O agronegócio, por sua vez, tem buscado mostrar à sociedade<br />

seu importante papel junto à proteção das florestas brasileiras,<br />

principalmente no setor das empresas do ramo madeireiro,<br />

que possuem na Amazônia Legal, e em Estados-chave para o<br />

setor florestal, sua fonte de subsistência. O segmento busca mostrar<br />

seu combate às queimadas e salienta que os crimes ambientais<br />

são gerados por atos de vandalismo praticados por pessoas<br />

negligentes.<br />

De acordo com a Soltron, empresa referência no ramo de<br />

engenharia contra incêndio no Estado de Minas Gerais, a grande<br />

maioria das empresas madeireiras possui um rigoroso processo<br />

de manejo sustentável e políticas de prevenção a incêndios<br />

muito bem definidas. “É a sua matéria-prima. Eles sabem disso<br />

e são muito profissionais. Essas companhias atendem a todos os<br />

requisitos das agências reguladoras, como o MMA (Ministério<br />

do Meio Ambiente), CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente),<br />

IBAMA, agências estaduais e municipais”, afirma Carlos<br />

Heidenreich.<br />

Em Minas Gerais, inclusive, a AMIF (Associação Mineira da<br />

Indústria <strong>Florestal</strong>) desenvolveu, no início de agosto, uma campanha<br />

de prevenção às queimadas nas matas mineiras. “Estamos<br />

inconformados com o crescimento, ano após ano, das áreas florestais<br />

queimadas em nosso Estado, não é possível mais conviver<br />

com as inúmeras tragédias diárias que os incêndios florestais<br />

causam sem nos incomodar profundamente e mobilizar nossos<br />

esforços para mudar esta triste realidade”, analisa Adriana Maugeri,<br />

presidente executiva da Amif.<br />

No Estado do Mato Grosso, um dos principais pólos florestais<br />

do país, associações têm buscado reprimir práticas criminosas,<br />

assim com incentivar e disseminar informações às equipes de<br />

empresas madeireiras.<br />

O diretor-executivo da REFLORE/MS (Associação Sul-Mato-Grossense<br />

de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas),<br />

Dito Mário, reforça que a instituição promove há quase<br />

uma década medidas que coíbem os crimes ambientais em florestas<br />

do Estado.<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

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50 www.referenciaflorestal.com.br


ORGULHO DE CUIDAR DA<br />

SUA SEGURANÇA<br />

NO CAMPO E NAS FLORESTAS


MINUTO FLORESTA<br />

Proximidade<br />

que faz a<br />

DIFERENÇA<br />

Em meio ao surto da covid-19, Bayer realizou eventos<br />

online e, mesmo em isolamento social, se aproximou<br />

das necessidades dos consumidores do setor florestal<br />

Foto: BCS-ES_Forestry<br />

C<br />

om o surgimento da pandemia do novo<br />

coronavírus, a indústria brasileira foi<br />

pega de surpresa em vários setores produtivos.<br />

Inúmeros eventos, palestras e<br />

visitas técnicas presenciais precisaram<br />

ser postergados e até mesmo cancelados, devido ao<br />

crescimento da doença no Brasil. Mas em setores<br />

fundamentais para a economia brasileira, como os<br />

oriundos do ramo de base florestal, a produção e as<br />

demandas do consumidor não pararam de funcionar e<br />

continuam a todo vapor.<br />

Ciente desta constante necessidade de aprimoramento,<br />

a Bayer tem realizado, desde o início da pandemia,<br />

diversos eventos de suporte aos seus parceiros<br />

comerciais, em segmentos cruciais como a silvicultura<br />

e os demais desmembramentos do agronegócio brasileiro.<br />

Em transmissões online, que contam com a presença<br />

virtual de clientes de todo o país, a companhia<br />

tem realizado treinamentos sobre aplicação de herbicidas<br />

em áreas florestais; bate-papos sobre novas<br />

tecnologias e tem tirado dúvidas do silvicultor sobre,<br />

por exemplo, as características residuais de produtos<br />

usados em eucalipto comparando com esses efeitos<br />

52 www.referenciaflorestal.com.br


SUSTENTABILIDADE<br />

Agricultura<br />

autoriza manejo<br />

florestal<br />

SUSTENTÁVEL<br />

NO AMAPÁ<br />

Medida faz parte do Plano Anual<br />

de Outorga <strong>Florestal</strong> <strong>2020</strong>,<br />

desenvolvido pelo Ministério no<br />

início da gestão Bolsonaro<br />

Fotos: André Dib/SFB<br />

54 www.referenciaflorestal.com.br


Setembro <strong>2020</strong> 55


SUSTENTABILIDADE<br />

O<br />

segundo semestre começa promissor para o<br />

setor florestal brasileiro. No início de agosto,<br />

a ministra do MAPA (Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento), Tereza Cristina, autorizou a<br />

concessão para o manejo florestal sustentável<br />

na FLONA (Floresta Nacional) do Amapá, por meio da portaria<br />

nº 257, de 05 de agosto de <strong>2020</strong>.<br />

A autorização atende ao dispositivo do PAOF (Plano Anual<br />

de Outorga <strong>Florestal</strong>) <strong>2020</strong>, que listou a FLONA do Amapá<br />

dentre as florestas públicas federais passíveis de concessão<br />

florestal. A FLONA está localizada nos municípios de Ferreira<br />

Gomes, Pracuúba, ambos no Estado do Amapá, e está registrada<br />

no CNFP (Cadastro Nacional de Florestas Públicas).<br />

O SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), de acordo com a Lei<br />

11.284/2006, é o órgão gestor das Florestas Públicas Federais<br />

e, assim, das atividades de concessão florestal. As áreas passíveis<br />

de manejo florestal empresarial, por meio da concessão<br />

florestal, foram definidas no plano de manejo da FLONA do<br />

Amapá, elaborado pelo ICMBIO.<br />

PLANO DE MANEJO<br />

O ICMBIO destinou ao uso sustentável dos recursos florestais,<br />

aproximadamente, 58% da área total da FLONA do<br />

Amapá. Após processo de consulta pública, o poder concedente<br />

avaliou que o edital de concessão da FLONA do Amapá<br />

deve ser dividido em quatro Unidades de Manejo <strong>Florestal</strong><br />

totalizando 265 mil hectares.<br />

“O manejo florestal sustentável é uma unanimidade em<br />

todo o mundo enquanto prática necessária para o equilíbrio<br />

das florestas, contribuindo para sua valorização. O Brasil está<br />

incentivando essa prática em áreas privadas como nas áreas<br />

públicas”, afirmou o diretor-geral do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />

Brasileiro), Valdir Colatto.<br />

“O manejo sustentável mantém a floresta em pé. Nas<br />

Florestas Nacionais do Pará e Rondônia, onde firmamos contratos<br />

de concessão florestal, existe a proteção da floresta por<br />

meio do controle contra incêndios florestais e do combate ao<br />

desmatamento”, explicou Colatto.<br />

Paulo Carneiro, diretor de Concessão <strong>Florestal</strong> e Monitoramento<br />

do SFB, explicou que “o processo de concessão foi<br />

amplamente discutido com a sociedade a partir de novembro<br />

de 2019. No total, foram realizadas quatro audiências públicas<br />

e conversas com representantes do governo estadual, Secretaria<br />

de Patrimônio da União, ICMBIO e IBAMA.”<br />

BENEFÍCIOS DA CONCESSÃO FLORESTAL<br />

Atualmente, existem dezoito contratos de concessões em<br />

operação, no âmbito federal, distribuídos em seis florestas nacionais,<br />

nos estados do Pará e Rondônia, que totalizam mais<br />

de um milhão de hectares. O manejo florestal sustentável<br />

possibilita que a floresta concedida permaneça em pé, pois os<br />

contratos firmados somente permitem a obtenção do recurso<br />

florestal por meio das técnicas do manejo florestal de impacto<br />

reduzido.<br />

A área sob concessão é utilizada em um sistema de<br />

rodízio, que permite a produção contínua e sustentável de<br />

madeira. Em média, de quatro a seis árvores são retiradas por<br />

hectare e o retorno a mesma área ocorrerá após 25 a 35 anos,<br />

permitindo o crescimento das árvores remanescentes.<br />

O uso sustentável das áreas concedidas associa a conservação<br />

da cobertura vegetal com a geração local de emprego e<br />

renda. Assim, melhora a qualidade de vida da população que<br />

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A INCÊNDIOS<br />

Cientistas brasileiros<br />

e norte-americanos<br />

construíram equipamento<br />

autônomo que desvia<br />

de obstáculos e calcula<br />

quantidade de árvores em<br />

grandes vegetações<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

bter informações detalhadas sobre uma<br />

floresta é fundamental para orientar o<br />

poder público a definir políticas de conservação<br />

e a monitorar possíveis crimes<br />

ambientais, como queimadas e desmatamentos<br />

ilegais. Já para o empreendedor, saber de tais<br />

informações é crucial para manter o negócio saudável e<br />

eliminar os possíveis gargalos produtivos de sua empresa<br />

produtora de madeira.<br />

Atualmente, para fazer um levantamento sobre determinada<br />

área, especialistas produzem o chamado inventário<br />

florestal, estudo que apura o número estimado<br />

de árvores de uma floresta, o volume de madeira disponível,<br />

a área coberta por vegetação, as características da<br />

biodiversidade local, a topografia da região, entre outros<br />

dados.<br />

No entanto, realizar esse trabalho manualmente é<br />

praticamente inviável, tendo em vista a dificuldade de<br />

acesso a algumas matas e o longo tempo para execução<br />

das tarefas, que podem levar semanas para serem finalizadas,<br />

além de exporem os profissionais a diversos riscos,<br />

como quedas em buracos e ameaças de animais. Por<br />

esses motivos, pesquisadores brasileiros e norte-americanos<br />

desenvolveram um sistema computacional capaz<br />

de controlar um drone de forma autônoma (sem controle<br />

humano) no interior de florestas, permitindo que ele desvie<br />

de árvores e mapeie grandes territórios em poucos<br />

minutos.<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

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Um plano<br />

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FLORESTAS<br />

BRASILEIRAS<br />

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Entenda como o<br />

PlantarFlorestas<br />

pretende desenvolver<br />

as florestas plantadas<br />

nos próximos dez<br />

anos<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

63


ESPECIAL<br />

Aprovado em 2018, pelo então Ministro Blairo<br />

Maggi, o Plano Nacional de Desenvolvimento<br />

de Florestas Plantadas (também conhecido<br />

como PlantarFlorestas) tem objetivos ambiciosos<br />

para o segmento florestal brasileiro.<br />

A meta é de que o país aumente, na próxima década,<br />

cerca de 2 milhões de ha (hectares) para cultivos de áreas<br />

comerciais. Atualmente, segundo levantamento do IBGE<br />

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor conta<br />

com uma área total de 10 milhões de ha, com predominância<br />

das árvores de eucalipto, pinus e acácias.<br />

Para atingir a meta até o ano de 2030, o PlantarFlorestas<br />

definiu algumas linhas de ações com importantes atores<br />

setoriais, de forma que as futuras florestas plantadas<br />

gerem emprego, renda e novas oportunidades nas regiões<br />

contempladas pela iniciativa. Além disso, o programa também<br />

pretende contribuir com o desenvolvimento humano<br />

e com a qualidade ambiental do espaço rural brasileiro.<br />

“O Plano é resultado de uma ampla consulta ao setor<br />

e à sociedade civil, e apresenta um diagnóstico do setor,<br />

destacando os principais aspectos ambientais, sociais e<br />

econômicos associados ao manejo das florestas plantadas<br />

e sua indústria; as possíveis relações entre as diferentes<br />

políticas públicas relacionadas ao tema e analisa gargalos<br />

e oportunidades para o setor, propondo, ao final, uma lista<br />

de ONF (Objetivos Nacionais Florestais) e AI (Ações indicativas)<br />

para o alcance de tais objetivos”, afirmou Blairo<br />

Maggi, ao assinar a medida.<br />

RAIO-X DO SETOR<br />

As florestas plantadas estão localizadas principalmente<br />

em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e<br />

Mato Grosso do Sul. De acordo com o secretário de Política<br />

Agrícola, Wilson Vaz de Araújo, o plano inclui um diagnóstico<br />

ambiental e socioeconômico associado ao manejo e a<br />

fase industrial.<br />

O segmento tem grande participação na balança comercial<br />

do agronegócio, sendo que no ano passado, as<br />

exportações só ficaram atrás do complexo soja, carnes e<br />

setor sucroalcooleiro. De acordo com a IBÁ (Indústria Brasileira<br />

de Árvores), o país lidera o ranking de produtividade<br />

florestal, com média de 35,7 m³/ha/ano, o que representa<br />

quase duas vezes mais a produtividade dos países do<br />

hemisfério norte. A área com florestas plantadas ocupa<br />

apenas 1% da área do país, mas é responsável por 91% de<br />

toda a madeira produzida para fins industriais.<br />

“Esse trabalho foi finalizado no âmbito da Câmara<br />

Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas por<br />

um grupo técnico criado pela Câmara, coordenado pela<br />

Embrapa Florestas, que nos facilitou bastante a evolução”,<br />

disse o presidente da Câmara Setorial, Walter Vieira.<br />

Para o coordenador-geral de Florestas e Assuntos de<br />

Pecuária, da Secretaria de Política Agrícola, João Salomão,<br />

a importância do setor vêm crescendo ano a ano. “Nos<br />

últimos anos, o setor foi o terceiro do Agronegócio em exportações,<br />

registrando um valor recorde de US$ 11,61 bilhões<br />

(+23,2%) atrás apenas do complexo soja (US$ 36,27<br />

64 www.referenciaflorestal.com.br


Setembro <strong>2020</strong> 65


PESQUISA<br />

MANEJO DE FLORESTAS NATURAIS<br />

DEGRADADAS NA AMAZÔNIA:<br />

ESTUDO DE CASO<br />

SOBRE CRITÉRIOS<br />

DE COLHEITA<br />

Fotos: divulgação<br />

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MARCO ANTONIO SIVIERO<br />

ENGENHEIRO MECÂNICO PELA UFPR (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)<br />

ADEMIR ROBERTO RUSCHEL<br />

PESQUISADOR NA ÁREA DE SILVICULTURA E MANEJO FLORESTAL DA EMBRAPA<br />

(EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA)<br />

JORGE ALBERTO GAZEL YARED<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL E PESQUISADOR NO CENTRO DE PESQUISA FLORESTAL DA<br />

REGIÃO AMAZÔNICA<br />

JOSÉ FRANCISCO PEREIRA<br />

PESQUISADOR EMBRAPA AMAPÁ<br />

OSMAR JOSÉ ROMEIRO DE AGUIAR<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL PELA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA<br />

SÍLVIO BRIENZA JUNIOR<br />

DOUTOR EM AGRICULTURA TROPICAL PELA GEORGE AUGUST UNIVERSITY OF<br />

GOETTINGEN (ALEMANHA)<br />

Setembro <strong>2020</strong><br />

67


PESQUISA<br />

RESUMO<br />

E<br />

ste trabalho trata de uma experiência inovadora<br />

em relação a critérios para colheita de árvores em<br />

floresta natural degradada na Amazônia. A pesquisa<br />

foi desenvolvida em 535,6 ha de floresta na<br />

Fazenda Shet, em Dom Eliseu, no Pará, usando a<br />

base de dados do censo florestal referente a árvores com DAP<br />

≥ 25 cm.<br />

Os critérios para colheita das árvores consideraram, prioritariamente,<br />

os seguintes elementos: grau de sanidade, qualidade<br />

do fuste (2 e 3), diâmetro máximo a permanecer na floresta<br />

(DAP < 100 cm), árvores de menor diâmetro (25 ≥ DAP ≤<br />

55 cm), espécies com maior densidade de árvores por unidade<br />

de área, distribuição diamétrica, segundo o coeficiente de<br />

Liocourt, manutenção das espécies intensamente exploradas<br />

no passado e com população de árvores ≤ 0,15 arv.ha-1.<br />

Foram inventariadas 46.012 árvores, pertencentes a 106<br />

espécies, e planejadas para colheita 23,19% (10.671 árvores),<br />

aos 12 anos após a exploração anterior. Baseando-se no planejamento<br />

da colheita e seguindo os critérios, a previsão de<br />

colheita em relação à população total inventariada teve como<br />

resultado: 2,16% árvores pelo critério de sanidade; 15,45%<br />

pela forma de fuste; 0,26% pelo diâmetro máximo; 93,93%<br />

pelo menor diâmetro; 57,5% pela densidade arbórea; e 5,04%<br />

pela manutenção das espécies.<br />

A colheita foi realizada em 98,79% das árvores com sanidade<br />

comprometida; 22,20% com fuste 2 e 3; 97,39% com<br />

diâmetro máximo; 95,02% com menor diâmetro; e 90,30%<br />

com maior densidade arbórea. Foram mantidas 98,14% das<br />

espécies Astronium lecointei, Cordia goeldiana, Copaifera sp.,<br />

Hymenaea courbaril, Hymenolobium petraeum, Handroanthus<br />

serratifolius e Manilkara elata, intensivamente exploradas<br />

no passado, e 98,70% de outras 53 espécies com menor<br />

abundância (≤ 0,15 arv.ha-1).<br />

O planejamento da exploração seguindo os critérios de<br />

colheita propostos possibilitou a extração de árvores em ciclos<br />

de 10 a 12 anos, sendo um tempo menor que o previsto<br />

pela legislação. A manutenção da diversidade de espécies<br />

arbóreas e a conservação da floresta em pé, previstas com<br />

esses critérios técnicos, podem ser alternativas para o manejo<br />

florestal ecológica e economicamente viável.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A compreensão dos serviços globais prestados pelas florestas<br />

fez com que a humanidade começasse a se preocupar<br />

com a conservação dos recursos florestais, iniciando-se um<br />

processo de formulação de medidas para proteger essa fonte<br />

de bens renováveis. No Brasil, várias iniciativas foram instituídas<br />

a fim de se preservar a floresta, especialmente por meio<br />

do Código <strong>Florestal</strong> e outras normas.<br />

Para a Amazônia, algumas dessas medidas foram: a) a<br />

criação da RL (Reserva Legal), com vistas à manutenção de<br />

50% da área coberta com vegetação nativa na propriedade<br />

(Brasil, 1965) e, posteriormente, 80% (Brasil, 2012); b) o<br />

estabelecimento do DMC (Diâmetro Mínimo de Corte) ≥ 50<br />

cm de DAP (diâmetro a 1,30 m do solo) como critério para<br />

exploração das árvores no manejo florestal; c) o ciclo de corte<br />

de 25 a 35 anos para o período entre duas explorações (Brasil,<br />

2006; 2009; 2015) e; d) a Lei de Crimes Ambientais, Lei nº<br />

9.605/1998 (Brasil, 1998), iniciando a prática do uso de comando<br />

e controle para coibir a atividade florestal ilegal.<br />

Na última década, foi dada grande ênfase à política ambiental<br />

para coibir a ilegalidade de madeira. Nesse âmbito,<br />

ganhos ambientais importantes foram alcançados ainda que,<br />

muitas vezes, com medidas limitadoras e restritivas, colocando<br />

em risco a atividade florestal madeireira. Na mesma<br />

dimensão, deveriam ter ocorrido estímulos ou incentivos ao<br />

desenvolvimento da indústria de base florestal nativa, que<br />

passou a participar marginalmente na geração de emprego e<br />

renda nos estados da Amazônia. Esse fato reduziu expressivamente<br />

a participação do setor florestal na economia, com<br />

perda de 57% no consumo anual de toras, 55% em produção<br />

anual processada e 53% em empregos gerados direta e indiretamente<br />

(Imazon, 2005; 2010).<br />

A existência de um enorme potencial das florestas<br />

primárias, sejam aquelas intensivamente exploradas no<br />

passado, sejam as florestas em reservas federais, estaduais<br />

68 www.referenciaflorestal.com.br


Setembro <strong>2020</strong> 69


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Setembro <strong>2020</strong> 71


AGENDA<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2021<br />

Workshop Inventário e Mensuração<br />

25<br />

Curitiba (PR)<br />

www.apreflorestas.com.br/evento/7oworkshop-embrapa-florestas-apre<br />

OUTUBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

MAR<br />

2021<br />

XVII EBRAMEM (ENCONTRO<br />

BRASILEIRO EM MADEIRAS E<br />

EM ESTRUTURAS DE MADEIRA)<br />

Imagem: reprodução<br />

OUTUBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

Voltado para a comunidade de pesquisadores, estudantes,<br />

profissionais e empresários, o objetivo é discutir as<br />

principais necessidades do setor e os avanços da área<br />

da madeira no Brasil e no mundo. Além disso, espera-se<br />

que o intercâmbio de conhecimentos frutifique, trazendo<br />

novas parcerias entre grupos de pesquisas, profissionais e<br />

empresários.<br />

Expo <strong>Florestal</strong><br />

9 a 11<br />

Guadalajara (México)<br />

www.expoforestal.gob.mx<br />

Florestas UAI – Encontro da Indústria<br />

<strong>Florestal</strong> de Minas Gerais<br />

04 e 05<br />

Belo Horizonte (MG)<br />

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eventos<br />

NOVEMBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

MAI<br />

2021<br />

I CONGRESSO MUNDIAL DE ILPF<br />

O evento será uma oportunidade para troca de experiências<br />

e conhecimento, bem como, para atualização<br />

sobre os mais recentes resultados de pesquisa,<br />

desenvolvimento e inovação em Sistemas ILPF no<br />

mundo. O principal objetivo é propiciar um fórum<br />

de discussão, aprofundamento teórico e aplicações<br />

práticas sobre aspectos tecnológicos, ambiental e de<br />

sustentabilidade do sistema.<br />

Imagem: reprodução<br />

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Disco de corte para Feller<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2021<br />

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de acordo com o padrão da máquina<br />

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Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

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Campo Grande (MS)<br />

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SETEMBRO<br />

2021<br />

Simpos 2021<br />

22 a 24<br />

Curitiba (PR)<br />

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Setembro <strong>2020</strong><br />

73


ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: divulgação<br />

Impacto da<br />

coronacrise nos<br />

contratos comerciais.<br />

DÁ PARA<br />

NEGOCIAR?<br />

Por Izabela Rücker Curi,<br />

Sócia-fundadora do escritório Rücker<br />

Curi Advocacia e Consultoria Jurídica.<br />

Atua na área do Direito Empresarial há<br />

mais de 23 anos<br />

Não faz sentido só uma<br />

das partes arcar com todo<br />

prejuízo<br />

As paralisações em todo o mundo afetam as relações<br />

contratuais B2C e B2B e as organizações buscam driblar<br />

a crise com renegociações. Mesmo no atual clima de<br />

retomadas parciais, os contratos celebrados antes da<br />

atual crise, tais como compra e venda de produtos e<br />

insumos, prestação de serviços em geral, locação e outros, foram deixados<br />

em uma situação preocupante.<br />

Normalmente, no caso de descumprimento, quem não executa o<br />

serviço é responsável e penalizado financeiramente. Entretanto, consta<br />

no Código Civil a exceção de que ninguém será responsável pelos<br />

eventos que não poderiam ter sido previstos ou que são inevitáveis. E<br />

este é o caso da atual pandemia.<br />

Mas é importante não generalizar soluções. A teoria da imprevisão,<br />

o fato do príncipe, ou a força maior podem ser observadas e<br />

gerar efeitos nos contratos. Mas há casos em que nem mesmo elas<br />

justificarão a isenção do cumprimento de determinadas obrigações.<br />

Cada caso é um caso.<br />

Teorias e regras como essas, já existentes na Constituição Federal,<br />

no Código Civil e em recentes medidas provisórias e leis editadas em<br />

decorrência da coronacrise, constituem exceções à regra do princípio<br />

da força obrigatória dos contratos.<br />

Antes de qualquer judicialização, é importante analisar o caso<br />

concreto. Examinar os efeitos da alteração da situação para todos os<br />

envolvidos. Buscar a negociação e, em seguida, a mediação como método<br />

alternativo de resolução de conflitos.<br />

Não faz sentido só uma das partes arcar com todo prejuízo, nem<br />

o devedor e nem o credor de obrigações. Isso configuraria vantagem<br />

indevida, que premiaria indevidamente seja o lado mais forte, ou o<br />

fraco. O empresário controla seu fluxo de caixa e sabe, melhor que<br />

ninguém, a situação do seu negócio. Por isso, não há necessidade de<br />

esperar a crise chegar para começar a agir. Até porque, ainda não se<br />

sabe ao certo quando haverá de fato a retomada econômica ao status<br />

planejado no período imediatamente anterior à coronacrise.<br />

Técnicas avançadas de negociação e de renegociação, aplicadas<br />

por profissionais, são apaziguadoras e diretamente conectadas ao<br />

princípio da preservação das relações comerciais. Afinal, não é momento<br />

para rupturas comerciais quando houver espaço para conciliação,<br />

ainda que os objetivos das partes não possam ser totalmente<br />

atingidos.<br />

Se o contato entre as partes for verbal, é importante que depois<br />

seja formalizado por escrito, se tenha um comprovante da entrega<br />

da comunicação para a outra parte, preferencialmente assinado. Os<br />

ajustes devem ser formalizados por contratos e aditivos. Mesmo com<br />

o isolamento social, é possível manter a documentação em ordem.<br />

Existem inúmeras ferramentas, algumas até mesmo gratuitas, para a<br />

celebração de contratos e documentos de forma virtual, plenamente<br />

aceita no direito brasileiro.<br />

Estamos vivendo uma situação ímpar no mundo todo, não apenas<br />

no Brasil. Quando se fala em Covid-19, ambas as partes estão na mesma<br />

situação de esclarecimento. Portanto, os casos devem ser analisados<br />

individualmente e a melhor saída é a renegociação amigável,<br />

procurando evitar a geração de conflitos que levarão anos a serem<br />

solucionados judicialmente.<br />

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