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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Crônicas de Maria

No alto das árvores cantavam pássaros de cantos alegres como os

periquitos, as maritacas, araras e muitos outros; também triste o Urutau,

camuflado nos galhos secos, e a coruja, piando naquelas noites silenciosas

como um aviso macabro de que coisas ruins iriam acontecer;

por outro lado, o magnetismo daquele lugar transmitia, ao mesmo tempo,

a sensação de curiosidade, medo, respeito e admiração por aquela

magnífica paisagem virgem, intocada.

NOSSAS BRINCADEIRAS

Nossas brincadeiras daquela época seriam hoje consideradas perigosas.

Como não havia muito que fazer, antes da construção de uma escola

na vila próxima, passávamos grande parte do tempo brincando e

inventando novas brincadeiras.

Não havia vizinhos perto de nós; então brincávamos nós, irmãos,

grandes e pequenos.

Uma das brincadeiras que gostávamos bastante era na palha de arroz.

Como a roça ficava meio longe de casa, papai transportava os feixes

de arroz para serem batidos no terreiro de casa, que era limpinho.

Esse trabalho consistia em bater os feixes em tábuas suspensas para

separar os grãos da palha. Os grãos eram guardados em uma grande

caixa de madeira chamada tulha e seriam usados no decorrer do tempo,

até a próxima colheita.

Com as palhas, brincávamos fazendo grandes montes perto de árvores

ou paus bem altos, onde subíamos e saltávamos sobre as palhas.

Era muito divertido!

Brincávamos também de esconde-esconde, cobrindo-nos com as palhas

e, quando meu irmão mais velho não ia para a roça com nosso pai,

as brincadeiras focavam bem mais agitadas, pois ele era muito criativo

com elas e “incrementava” tudo.

Sempre que era a vez dele procurar nos montes de palha onde havia

(ou não) crianças escondidas, ele vinha com uma vara enorme surrando

os montes... só se ouvia Ai! Ai! Ai!

Outras vezes, com um isqueiro que ele guardava “a sete chaves”, ia

colocando fogo nos montes de palha: era criança saltando e correndo...

ninguém esperava pelo fogo! E ele dando risadas. Imagine uma brinca-

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