COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Christine de Pizan: uma escrita pela igualdade 81
escreveu sobre assuntos políticos, sociais, econômicos, educacionais e
morais, e sua erudição é clara no notável conjunto de sua obra.
A mulher medieval já tinha sua identidade determinada pelo olhar
do homem: ela era a figura frágil, inconstante e sedutora, que precisava
ter sempre um homem para guiá-la, para ser a “cabeça”. Esse modo
de olhar para ela foi transformado a partir do século XII, com o amor
cortês e o culto à Virgem Maria. O signo mulher passa, então, a oscilar
entre o papel de santa e o de sedutora, que corrompe o homem. Ela
é idolatrada, principalmente, na função de mãe, como o demonstra a
literatura da época. Nela, surgem biografias de várias mulheres com
destaque para o seu papel de mãe e esposa.
Uma contribuição para essa mudança de pensamento em relação
à mulher foi o ressurgimento das cidades, pois ali elas tiveram uma
presença mais importante e significativa. Chegaram mesmo a dividir
com os homens desde as tarefas domésticas até os papéis e ações de
trabalho no cotidiano dessas comunidades. Exerceram o ofício de pedreiras,
comerciantes, sapateiras, etc. e, algumas vezes, mesmo sem a
tutela masculina. Essas trabalhadoras, juntamente com as religiosas,
foram as primeiras mulheres a ocupar, efetivamente, uma posição mais
ativa na sociedade medieval. O convento representava uma alternativa
de vida mais autônoma para as mulheres, pois eram elas que os geriam
e administravam.
Foi entre esse público que Christine de Pizan encontrou seu “leitor”.
A sociedade do final da Idade Média começava a abrir-se economicamente.
Nela, existia espaço para as mulheres, para além do fiar e gerar
filhos. A autora teve a perspicácia de atender ao chamado de sua missão:
restabelecer a dignidade feminina, principalmente se fazendo ouvir
pelos poderosos da época. Ela, certamente, acreditava que, se esses
homens apoiassem a sua causa em favor das mulheres, eles serviriam
de exemplos para os outros e mesmo os mais humildes se espelhariam
neles.
Um dos grandes méritos de seus textos é o argumento que as mulheres
só são inferiores aos homens porque elas não tem acesso à Educação.
Com esta tese, Christine insere o primeiro debate feminista,
Querelle des femmes. Ela ousa assinar suas obras, defender as mulheres,
escrever para elas e também para os homens, fazer uma primeira histó-