COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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A pianista Haydée Menezes: viagens nas pontas dos dedos 67
[...] Apenas… compartilhamos com todos, com o coração compungido, o
epílogo dessa noite triunfal de Haydée de Oliveira Menezes. Sua triste mãe,
aqui com ela teve duplas lagrimas: as do triunfo inconteste de sua filha… e
as do infortunio de seu filho distante! Haydée! Guaratinguetá inteira sofre
contigo e com os teus!” 38 . Segundo a família, Haydée interrompia a
carreira de concertista após a morte de seu irmão, dedicando-se às
aulas particulares de piano na capital paulista, onde, naquele ano
de 1947, já era professora do mesmo Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo 39 em que se formara treze anos antes. Era o
fim de Haydée como concertista e recitalista da IAB, mas não como
pianista, que foi até sua vida findar em 17 de agosto de 2004. Não
foi mãe; se casou em 1963 com Paulo de Oliveira e teve uma vida
dedicada ao piano como extensão não só de sua mão, mas de toda
a arte e conhecimento fertilizados em sua mente.
À História não cabe ressaltar suas qualidades pessoais, mas sim
conhecer sua concepção artística, contextualizando-a à época;
traçando, portanto, quase uma epopeia cultural dentro da história
local (Barretos) e regional (interior de São Paulo). A aparição dos
nomes dos artistas, bem como suas formações, as composições e
seus autores revelam traços da mentalidade daqueles anos 30 e
40, além de compreender o fenômeno nacionalizante da cultura
brasileira tão estudado pelo escritor Mário de Andrade, morto em
1945 (cujo falecimento foi lamentado em cartão oficial de Haydée 40 ).
Sendo assim, Haydée tornou-se personagem histórica não pela sua
experiência individual, mas pelo quanto essa vivência tem a mostrar
sobre o momento cultural da época, as instituições, pensamentos e a
difusão da música brasileira pelo toque de seu piano; apresentando-a
aos próprios brasileiros em recantos distantes. Trajetória não
captada e nem registrada pelo memorialismo local, que a Haydée
dedica poucas linhas, apesar de numerosas citações em jornais e
fotografias.
Mas a História corrige, anuncia, dá voz e cria possibilidades.
A obra de Haydée foi marcada por suas viagens pelo Brasil,
onde cidades longínquas aplaudiram a sua interpretação da música
erudita e brasileira. No entanto, as viagens em que a pianista elevou
o público no tocante à emoção e erudição, inverteram o olhar