COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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60 Karla Armani Medeiros
ser pianista. Fato que ocorreu com Haydée. Ela, nascida em 20
de novembro de 1915, em Barretos, era filha da sra. Amélia Júlia
de Oliveira Menezes e do Major Elyseu Ferreira de Menezes. Sua
mãe era filha de José Eduardo de Oliveira, comerciante conhecido
como Zeca Vigilato, originário de Caconde (SP), líder político local
desde os fins do século XIX e proprietário de um dos palacetes mais
ornamentados da cidade, onde se realizavam reuniões e bailes. Seu
pai, Elyseu, também político influente local, além de participante
de diversas instituições culturais da cidade, foi músico, professor
e escrevente de cartório 3 . O pai de Elyseu era José de Menezes
Ferreira, conhecido pela alcunha de Ferreirinha: vindo de Frutal para
Barretos, em 1876 já possuía uma botica no arraial, onde também
exercia atividade de “professor” 4 . Elyseu e Amélia casaram-se em
Barretos em 1895 5 e, em 1912, construíram sua residência defronte a
de Zeca Vigilato, tão imponente quanto. Dotado de uma arquitetura
que mesclava elementos neoclássicos, art nouveau à exaltação de
arcos e ogivas na entrada, “sendo de admirar o seu interior decorado pelos
famosos Moriscalchi, pintores de Jaboticabal” 6 , o casarão da família de
Haydée, junto ao de seu avô, compunha o cenário ideal de “cartãopostal”
de uma Barretos que se enamorava pelos ares da Belle Époque.
Demonstrando sensibilidade, a menina Haydée tão cedo iniciou
aulas de piano com o maestro Carlos Guimarães, que há anos era o
pianista oficial do Grêmio Literário e Recreativo de Barretos. Graças
à condição familiar e ao incentivo do maestro, que logo notou o
talento da jovem, Haydée foi aprovada nos exames e ingressou, em
1927, no 4º ano do curso de piano 7 do Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo. Aos 12 anos, mudou-se para São Paulo com
sua mãe, estudando nos colégios Minerva e Santa Inês e dedicandose
ao piano no clássico Conservatório. Este, instituição fundada em
1906, no auge da economia paulista cafeeira, era um dos maiores
representantes de ensino musical no país; e, mais, “corresponde à
democratização do ensino de música em São Paulo” 8 . Tradicional pelo
tempo, mas contemporâneo no ensino, era dotado de professores de
alto gabarito, os quais acompanharam Haydée em vários momentos
de sua carreira, tais como Zacarias Autuori, Julieta Reischert,
Ruth Barros, Carlos Cardim, Chagas Júnior, Furio Franceschini,