COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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A pianista Haydée Menezes: viagens nas pontas dos dedos 59
amor pelas artes, que se manifesta eloquentemente em ocasiões como a que
nos proporcionou a senhorita Haydée Menezes, testemunham o progresso
intelectual [da cidade]”.
Assentada por tamanha receptividade, no supracitado ano
de 1938, a pianista retornava à sua terra natal, depois de longa
excursão pelo Norte e Nordeste do Brasil, onde realizou séries
de concertos pela Instrução Artística do Brasil (IAB). Por esta
associação, Haydée viajou por sete estados brasileiros, tornando-se
hóspede oficial de governantes e interventores; frequentou espaços
de arte, foi aplaudida por plateias diversas em teatros históricos
e conheceu artistas modernos, eruditos e populares. Somando os
concertos, audições e recitais pela IAB aos seus particulares, são
pelo menos 98 apresentações e 49 cidades visitadas entre os anos de
1930 e 1947. Números que refletem uma carreira importante, a qual
pode ser estudada pela perspectiva da História sob vários temas: a
condição feminina no ofício da música; a formação como pianista;
suas referências na arte; a atuação como difusora da cultura paulista
e brasileira; e a vivência na Instrução Artística do Brasil — objetos
de estudo deste artigo.
Mas pode-se lançar um olhar micro à obra e vivência dessa pianista
que, apesar de nascida no interior, formou-se nas salas nobres do
tradicional Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, e,
de lá, tornou-se concertista da IAB e personalidade de destaque na
crítica jornalística do país. Não nos é possível mais ouvir os toques
de seus dedos; resta-nos, portanto, conhecer um pouco de sua obra,
deslizando-se por entre essas páginas.
Fim do prelúdio, princípio da História.
--xxx--
O toque do piano era apreciado nas famílias de vida burguesa no
Brasil desde o século XIX: “era o instrumento por excelência da música
do amor socializado com casamento e bênção divina tão necessário à família
como o leito nupcial e a mesa de jantar” 2 . Sabe-se que, por instrução ou
ocupação, nas famílias ditas “tradicionais”, abastadas, nos grandes
centros e no interior, era comum o estudo do piano às moças. Fora do
habitual era a continuação destes estudos em salas conservatorianas
e a transformação do piano em instrumento de trabalho, isto é,