COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
46
A história de Jurema
convidados, que, encantados por sua beleza, queriam todos ficar com
ela.
A festa durou quase um mês e Jurema já via suas forças se esgotarem
e, com elas, suas esperanças de reencontrar os filhos.
Sua tristeza era tão grande que nem percebeu que um jovem do grupo
estava apaixonado por ela e resolvido a ajudá-la.
Ficou tão doente que o protetor-algoz decidiu abandoná-la na chácara.
Tinha certeza de que ela morreria em poucos dias, naquele lugar
retirado, sem um tratamento médico.
O grupo todo partiu, ficando ali somente o jovem que a amava, pois
havia sugerido ao chefe que seria importante ter certeza de sua morte.
Depois seguiria o grupo.
Quando já estavam bem longe, o rapaz levou-a para o hospital da
cidade e a deixou na porta de entrada do pronto-socorro.
Por amor, desistiu dela, para depois de alguns dias alcançar o grupo,
declarando que tudo estava resolvido.
Jurema ficou internada no hospital, entre a vida e a morte, mas o
bom tratamento e o desejo de recuperar seus filhos a salvaram.
Contou à polícia tudo o que havia acontecido, mas não tinha nenhuma
referência concreta sobre aquele senhor e seu grupo para lhes dar.
Foi encaminhada para a Pastoral da Mulher Marginalizada, existente
em uma cidade próxima. Ali, aprendeu uma profissão e recebeu todo
apoio material e psicológico de que necessitava.
Até hoje não descobriram o paradeiro de seus filhos. Não levou na
viagem nenhuma fotografia deles, somente as certidões de nascimento.
Na delegacia, fizeram um retrato falado de cada criança. Jurema sente
que estão vivos e não perde a esperança de encontrá-los um dia.
Colabora com a Pastoral alertando adolescentes e jovens sobre os riscos
da prostituição, os sinais de que correm o perigo de sofrerem abusos
sexuais e até mesmo de serem vítimas do tráfico humano.
Jurema respeita suas companheiras que também foram vítimas da
prostituição e da maldade humana, e merece ter sua história contada
na Coletânea “ELAS nas Letras”.