COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Thais Carneiro
Passagens compradas e o coração saindo pela boca. Eu não lembrava
qual havia sido a última vez que eu tinha tomado uma
decisão dessas. Eu só tinha saído do país uma vez e o destino era o
mesmo. Agora, seria mais fácil, foi o que eu pensei. Eu já conhecia a cidade
que me fez morrer de amores por ela. Viajei com aquela angústia
dentro de mim.
A primeira vez que eu pisei em Buenos Aires foi em 2010. Eu era
uma garota de 19 anos, estudante de uma universidade pública que trabalhava
em dois estágios e dispendia de cinco a seis horas no transporte.
Foi o fato de morar com os meus pais, na periferia de São Paulo, que
me deu espaço para juntar um dos salários que eu recebia por um ano.
Foi a minha primeira viagem sozinha. Aprendi um tanto, chorei outro,
comemorei os meus 20 anos, me desentendi e me decepcionei com
algumas pessoas, me apaixonei pela qualidade de vida de morar em
uma cidade em que eu podia me locomover a pé. Um dos momentos
mais memoráveis dessa minha estada de um mês na cidade foi ouvir da
minha mãe, pela primeira vez, ao telefone, eu te amo.
A vida é, minimamente, uma loucura. Por vezes, sou tomada por
avalanches e me sinto encurralada. Em outras, percebo que a avalanche
não é feita de neve — e esse gelo todo pode ser um delicioso sorvete e
eu posso deslizar caminho afora. Amo sorvetes. Digamos que eu sou
apaixonada por comer e as metáforas com alimentos são corriqueiras
na minha fala.
Deixemos as aventuras de 2010 para pensarmos as desventuras na
cidade, três anos depois, no frio de julho. Eu amo o inverno. Talvez esse
apreço todo seja por ser temporada do meu aniversário e, claro, férias
escolares. De algum modo, alinhei as expectativas do meu eu criança ao
ficar anos trabalhando em uma escola como professora, o que fez com
que eu curtisse as férias, praticamente, da mesma forma.
2013 foi o ano em que o Brasil pegou fogo. As manifestações de ju-