COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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124 Quando o amor é mais forte
Haroldo mexeu os braços e balbuciou algumas palavras desconexas.
A esperança não a abandonava. Estava segura de que recuperaria seu
marido. Seu Deus e seu amor eram mais fortes que as drogas.
Pouco a pouco, Haroldo foi voltando a si e tentando saber onde se
encontrava.
Reconheceu-a e estremeceu. Queria sair da cama e, com os olhos
lacrimejantes, se debatia. Seu coração estava a mil. Continuou ali, sentada,
segurando sua mão e falando palavras serenas para tranquilizá-lo.
Indo e voltando de sua inconsciência, Haroldo, por vezes, balbuciava
seu nome e voltava a dormir. Muitos dias se passaram, mas ela
não saia daquela cadeira perto da cama. Dormia algumas horas num
pequeno hotel nas imediações e voltava ao hospital. Às vezes, recostava
a cabeça na cama e as lágrimas apareciam. Lembrava-se de seu filho.
Como estaria agora? E as crianças da escola, seus pais... - porém, queria salvar
seu marido, não queria que seu filho crescesse sem o pai.
Os sinais vitais de Haroldo foram melhorando e ele já conseguia
conversar melhor.
Naquela tarde, falou com Ana e perguntou por que ela estava no
hospital com ele e quem o trouxera.
Explicou detalhadamente e duas lágrimas surgiram em seus olhos.
Sabia que não tínhamos casa e que deveríamos ir para a casa de
meus pais.
Pouco a pouco, de acordo com a melhora de Haroldo ela foi contando
o que aconteceu e da beleza do filho. Conforme relatava os acontecimentos
sem esconder nada, Haroldo, cabisbaixo, dizia baixinho:
Perdão Ana! Perdão meu amor! O que foi que aconteceu comigo? Como cheguei
a esse buraco tão fundo?
Na sua tristeza, de ver o sofrimento de Haroldo, ela afirmava que
o futuro os esperava com muita saúde e alegria. Era somente isso que
deveria pensar.
Já bem recuperado do vício e das alucinações, Haroldo recebeu alta
do hospital e assim partiram para casa.
Lá, todos os esperavam. O pequeno Rafael pulou em seus braços.
Foi uma choradeira só.
Algumas semanas passaram. Agora, Haroldo já saía para a rua.