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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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122 Quando o amor é mais forte

e também dolorosas, ao se sentir sozinha nesse momento especial. Jurou

para seu filhinho recém-nascido que encontraria seu pai.

E não esqueceu.

O tempo foi passando. Tentou se fortalecer, enquanto Rafael crescia

a olhos vistos. Tomou uma decisão que já estava rondando em sua cabeça:

deixaria Rafael com seus pais e Nhá Joana e sairia à procura de

Haroldo. Onde? Não sabia! Falou com seus pais, que lhe aconselharam

a não ir. Haroldo não merece isso! Mas insistiu.

Numa manhã chuvosa, se despediu de seu pequeno bebê e, com algumas

roupas na mala, partiu em seu carro. Procuraria primeiramente

em Jundiaí.

Percorreu bares, casas de jogos, casas de mulheres serviçais do sexo,

hotéis, cadeias e nada — ninguém conhecera ou vira Haroldo.

O que fazer? Teria que andar mais um pouco. Com gastos mínimos,

quase somente com o combustível, fraca e com medo, partiu para São

Paulo. Meu Deus! Onde procurar Haroldo numa cidade tão grande? Pior que

procurar uma agulha num palheiro! - era seu pensamento. Mas não desistiu;

sentia que Haroldo precisava dela.

Procurou nos becos, nos albergues noturnos, em pequenos e horríveis

hotéis da periferia e nada. Falar com quem? Não conhecia ninguém.

Explicar o quê? “Por favor, você viu o Haroldo?”.

Certa noite, colocou o carro em um lugar afastado e recostou para

descansar. Tão cansada e desolada estava, que sentiu as lágrimas fluírem

em seus olhos e chorou, chorou muito: de saudade de seu filho, da

ingratidão do marido. Chorou pela decepção do tão sonhado casamento.

Quando percebeu, alguém batia no vidro do carro. Que susto levou!

Era um guarda de rua, que advertia que ela não podia ficar ali naquele

lugar. Era muito perigoso.

Ela não sabia aonde ir e, num impulso de fraqueza, grossas lágrimas

saltaram dos seus olhos, deixando o bondoso policial preocupado.

Pela primeira vez, explicou, em desespero, o que estava fazendo ali.

O guarda aconselhou-a a procurar na Cracolândia. Nunca imaginaria

Haroldo neste lugar, mas disse ao guarda que iria até lá. O guarda disse

que a acompanharia quando terminasse seu plantão, se ela quisesse

esperar. Como não esperar?! - pensou. Não sabia onde ficava nem como

chegar lá.

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