COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.
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Rosa Carneiro 121
nete. Levantou-se e, após lavar o rosto, agora muito inchado, deitou no
seu lado da cama. Nunca abandonaria seu lugar ao lado de seu esposo.
Ficou quieta, ali, deitada, protegendo seu bebê, mas não dormiu...
Levantou-se cedo para lecionar. Haroldo não havia chegado. Foi para
a escola muito preocupada, mas não tinha a quem recorrer. Não queria
preocupar seus pais. Nem saberia o que dizer a eles.
O tempo foi passando. Os cobradores aparecendo no portão da sede
da fazenda. Os trabalhadores fazendo serviços insignificantes e sem pagamento.
Precisava dar um jeito! Vendeu seu anel de esmeraldas para pagar
os trabalhadores. Ele era muito valioso. Sem mais saber o que fazer,
chamou Américo para, com ele, decidir a administração da fazenda.
O milho e a soja teriam de ser colhidos. Deveriam alugar uma colheitadeira
para a soja e o milho seria colhido pelos trabalhadores. Pediu
a Américo que procurasse saber na cidade onde seu marido passava
seus dias. Foi quando Américo disse que já sabia que Haroldo estava
passando a noite em uma mesa de jogos em Jundiaí.
Sentiu que ia desmaiar. Precisava trazer seu esposo de volta, saber o
que aconteceu para que ele acabasse assim, numa mesa de jogo. Mas
não deu tempo. Haroldo havia hipotecado a fazenda e não pagara a
hipoteca na data certa. A fazenda passou para o Estado que, sem a
decisão de Haroldo de readquiri-la, colocou-a em leilão.
A bela e produtiva fazenda foi vendida num piscar de olhos. Haroldo
desapareceu e ninguém mais soube o paradeiro dele.
Ana recebeu intimação para deixar a fazenda. Tudo que ela não
queria era voltar para a casa de seus pais, agora velhinhos e doentes.
Mas criou coragem e foi conversar com eles. Foi acolhida com o maior
amor. Levou consigo Nhá Joana que, sofrida e idosa, não tinha para
onde ir.
Nesse período estava de licença-maternidade, pois seu filho estava
para nascer.
Não demorou muito e se sentiu envolvida com as dores do parto.
No hospital, com a mãe a seu lado, estava feliz, mas angustiada: onde
estaria Haroldo? Como desejava que ele estivesse a seu lado! Nunca
entendeu o que acontecera a ele. Por que a mudança, por que o desaparecimento?
Seu filho Rafael nasceu forte e sadio. Chorou lágrimas de felicidade