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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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120 Quando o amor é mais forte

Ana estranhou sua atitude e, na manhã seguinte, questionou a situação,

sem nunca reclamar.

Algum problema sério na fazenda, querido?

Haroldo não respondeu à pergunta e, com indelicadeza, disse que

ela nada tinha a ver com os negócios da fazenda.

O tempo foi passando e, a cada dia, Haroldo chegava mais tarde,

mais bêbado e agressivo. Agora chutava cadeira, jogava tudo no chão

por onde passava e nem tomava banho para deitar-se. Não se alimentava

e, quando ela questionava e apresentava seu jantar, gritava. Nhá Joana

também estava inquieta e dizia para ter paciência. Haroldo dormia

até às 12, 13 horas e saía solando os pneus da camionete.

Numa quinta-feira chuvosa, apareceu na sede da fazenda o administrador.

Queria falar com Ana. Ela o recebeu na varanda. Américo questionou

que ele não sabia mais o que fazer na fazenda, que a plantação

havia terminado e ele não tinha mais programação para os operários;

eles estavam sem receber seus salários há três meses.

Ana não sabia nada da fazenda. O desespero tomou conta dela, que

já sentia o peso da gravidez e foi tomada de surpresa. Para ela, Haroldo,

ainda que diferente de antigamente, ainda estava tomando conta da

fazenda. Tranquilizou Américo de que falaria com Haroldo a noite e,

com certeza, tudo seria resolvido a contento.

Haroldo chegou de madrugada, pior que os dias anteriores, mas

Ana estava esperando. Sem titubear, tentou conversar com ele, mas levou

um safanão que a jogou ao chão; ele ainda gritou que Ana não

tinha nada a ver com seus negócios.

- Tenho sim! - com dores horríveis, e se levantando com dificuldade,

respondeu.

- Você me deve explicação sobre suas atitudes dos últimos meses!

- Quem é você para me pedir explicações, pobretona! Se não tivesse

casado comigo, estaria morrendo de fome junto com sua família vagabunda!

Casou comigo para ter status! Cale a boca ou jogo você para

fora a pontapés!

Ana contou-me que tremia e se deixou, sentada no chão, de olhos

arregalados. Precisava se controlar, senão perderia meu filhinho.

Haroldo bateu a porta do quarto e saiu arrastando pneus da camio-

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