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COLETÂNEA ELAS NAS LETRAS

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição. O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015, a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz», beneficiária da venda da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016. As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC. Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

A «ELAS nas Letras» nasce da iniciativa da Pastoral da Mulher Marginalizada de realizar uma incursão na Literatura, para além de sua militância em prol das mulheres em situação de violência, abandono e prostituição.
O modelo da coletânea segue o projeto «Antologias Solidárias», comandado pela escritora
Sada Ali, cujos primeiros parceiros foram, em 2015,
a Academia Barretense de Cultura (ABC) e a Casa Transitória «André Luiz»,
beneficiária da venda
da 1ª edição das Antologias Solidárias, em 2016.
As «Antologias» seguintes foram lançadas em Ribeirão Preto, junto à UGT (Memorial da Classe Operária) e em Barretos, junto ao Fundo Social de Solidariedade, além de mais uma obra em parceria com a ABC.
Agora é hora das mulheres assumirem, mais uma vez, o protagonismo e, através das letras, deixarem sua mensagem de empoderamento e luta.

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Rosa Carneiro

Sabia que teria uma vida diferente ao casar-se com Haroldo. Era

professora formada, já estava lecionando em uma classe no Grupo

Escolar da pequena cidade onde morava com seus pais e irmãos,

mas realmente pensou que seria apaixonante morar na fazenda com o

homem que amava e, ainda, trabalhar com crianças... Assim relatou-

-me Ana Maria:

Estava sentada na varanda lendo e, ao mesmo tempo, olhando Rafael, que

brincava de bola no gramado do jardim, quando eu cheguei.

Disse-me que precisava recordar sua vida dos últimos anos — e se

eu gostaria de ouvi-la. Deixou o livro solto no colo e deu asas a seus

pensamentos, recordando sua vida de alguns anos atrás.

Iniciou seu relato.

Como a pintura de um quadro, viu-se estudando na cidade de Jundiaí,

centro maior e com mais facilidade de escolas. Passear com as

amigas, paquerar, ir aos bailes, cinema, barzinhos... Que vida boa levava!

Seu sonho era ser professora. Sabia que a profissão era desvalorizada,

mas era o que mais queria: ensinar crianças a ler, escrever, cantar

com elas, contar histórias, brincar, ensinar Matemática, Geografia, um

pouco de tudo que ela havia aprendido.

Formou-se e voltou para casa de seus pais. Logo, apareceu um concurso

para o Magistério primário e, prestando vestibular, foi aprovada.

Escolheu sua cadeira em uma fazenda pertencente ao município onde

vivia com seus pais e irmãos. Seus irmãos mais velhos já haviam se

formado. Paulo trabalhava no banco e André gerenciava um supermercado.

Ainda não haviam se casado e viviam todos juntos com os pais.

Era assim naquela época: ninguém saía de casa antes do casamento.

Escolheu uma cadeira na fazenda Boa Vista. Deveria começar a lecionar

em fevereiro e ainda era início de dezembro. Estava muito en-

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