Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

luis.carlos.silva
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16.09.2020 Views

PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 633.4 Lei de HookeornoC observamos na seção anterior, o diagrama. . . . ddeformação para a mmona dos matenms e entensao-.. · Xl'be uma relação lznear entre tensao e e orgenana ehmaçaod f dentro da região elástica. Por consequencm, umaumen oA•· 1t na tensão provoca um aumento proporcwnana deformação. Esse fato foi escober .to por RoertHooke, em 1676, para molas, e e conec1do como lel deHooke e pode ser expresso matematicamente como(3.5)Nesta expressão, E representa a constante de proporcionalidade,denominada módulo de elasticidadeou módulo de Yo ung, nome que se deve a ThomasYoung, que publicou uma explicação sobre o móduloem 1807.Na realidade, a Equação 3.5 representa a equaçãoda porção inicial em linha reta d ? diarama tesão-:-cteformaçãoaté o limite de proporcwnahdade.Alem d1sso,0 módulo de elasticidade representa a inclinação dessareta. Visto que a deformação é adimensional, pelaEquação 3.5 E terá unidades de tensão como Pascal,MPa ou GPa. Como exemplo, considere o diagramatensão-deformação para o aço mostrado na Figura 3.6.Nesse diagrama (j' = 240 MPa e E1 = 0,0012 mm/mm,' /p pde modo queE = (j' lp =E1P240 GPa= 200 GP a0,0012 mm/mmComo mostra a Figura 3.13, o limite de proporcionalidadepara um tipo particular de aço depende da composiçãode sua liga. Todavia, a maioria dos aços, desde omais mole aço laminado até o mais duro aço-ferramenta,tem o mesmo módulo de elasticidade, geralmenteaceito como E = 200 GPa. Valores comuns de E paraoutros materiais de engenharia são encontrados emaçonormas de engenharia e manuais de referência. Apresentamosalguns valores representativos no final destelivro. Devemos observar que o módulo de elasticidadeé uma propriedade mecânica que indica a rigidez de ummaterial. Materiais muito rígidos, como o aço, têm grandesvalores de E (E o= 200 GPa), ao passo que materiaisesponjosos, coo a borracha vulcanizada, podemter valores mais baixos (Eh = 0,70 MPa).orrO módulo de elasticidade é uma das propriedadesmecânicas mais importantes utilizadas no desenvolvimentode equações apresentadas neste livro. Porém, ésempre bom lembrar que E só pode ser usado se ummaterial tiver comportamento linear elástico. Alémdisso, se a tensão no material for maior que o limiteu (MPa)1.2001.1001.000900800700600500400300200100---aço de mola(1% carbono)aço duro_ (0,6% carbono)tratado a quenteaço para máquina(0,6% carbono)aço estrutural(0,2% carbono)aço mole(0,1% carbono)L___j_ _ __l_ _ _j__-'----'-- E (mm/mm:0,002 0,004 0,006 0,008 0,01Figura 3.13de proporcionalidade, o diagrama tensão-deformaçãodeixa de ser uma linha reta, e a Equação 3.5 deixa deser válida.Endurecimento por deformação.Se um corpode prova de material dúctil, como o aço, for carregadona região plástica e, então, descarregado, a deformaçãoelástica é recuperada à medida que o material volta aseu estado de equilíbrio. Entretanto, a deformação plásticapermanece, e o resultado é que o material fica sujeitoa uma deformação permanente. Por exemplo, umcabo que é encurvado (plasticamente) retomará ( elasticamente)um pouco da forma original quando a cargafor retirada, mas não retornará totalmente à sua posiçãooriginal. Esse comportamento pode ser ilustradono diagrama tensão-deformação mostrado na Figura3.14a. Nesse diagrama, em primeiro lugar, o corpo deprova é carregado além de seu ponto de escoamentoA, até o ponto A'. Uma vez que é preciso vencer forçasinteratômicas para alongar o corpo de prova elasticamente,então essas mesmas forças reunirão os átomosnovamente quando a carga for removida (Figura 3.14a).Por consequência, o módulo de elasticidade, E, é o mesmo,e, portanto, a inclinação da reta O'A' é igual à inclinaçãoda reta OA.Se a carga for reaplicada, os átomos no material serãodeslocados novmnente até ocorrer escoamento àtensão A' ou próximo dela, e o diagrama tensão-deformaçãocontinuará na mesma trajetória de antes (Figura3.14b). Contudo, cabe observar que esse novo diagramatensão-deformação, definido por O'A'B, agora tem umponto de escoamento mais alto, (A'), uma consequênciado endurecimento por deformação. Em outras palavras,o material tem, agora, uma região elástica maior; contudo,tem menos ductilidade e uma região plástica menor doque tinha quando em seu estado original.

64 RESISTNCIA DOS MATERIAISregiãoelásticaregiãoplásticao----'--,o""',-----'---- "I permanete elástica _deformaçaoIrecuperaçao I (a)O(b)O'regiãoelásticaFigura 3.14regiãoplásticao Bhisterese mecânicaNa verdade, certa quantidade de calor ou energiapode ser perdida à medida que o corpo de prova é descarregadodesde A' e novamente carregado até essamesma tensão. O resultado é que as trajetórias A' a 0'e 0' a A' apresentarão leves curvaturas durante umamedição cuidadosa do ciclo de carregamento, mostradaspelas linhas tracejadas na Figura 3.14b. A área internaentre essas curvas representa energia perdida eé denominada histerese mecânica. Ela se torna umaconsideração importante na seleção de materiais queservirão como amortecedores para elementos estruturaisou equipamentos mecânicos vibratórios, emboraseus efeitos não sejam considerados neste livro.3.5 Energia de deformaçãoQuando um material é deformado por uma cargaexterna, tende a armazenar energia internamente emtodo o seu volume. Como essa energia está relacionadacom as deformações no material, ela é denominadaenergia de deformação. Por exemplo, quando um corpoFigura 3.15de prova de ensaio de tração é submetido a uma cargaaxial, um elemento de volume do material é submetidoa uma tensão uniaxial, como mostra a Figura 3.15. Essatensão desenvolve uma força !:::..F = a!:::..A = a(!:::..x l:::.ẏ)nas faces superior e inferior do elemento após ele tersofrido um deslocamento vertical E l:::..z. Por definição,trabalho é determinado pelo produto entre a força eo deslocamento na direção da força. Visto que a forçaaumenta uniformemente de zero até seu valor final8F quando é obtido o deslocamento E !:::..z, o trabalhorealizado pela força sobre o elemento é igual ao valormédio da força (!:::..F/2) vezes o deslocamento E !:::..z. Esse"trabalho externo" é equivalente ao "trabalho interno"ou energia de deformação armazenada no elemento,se considerarmos que nenhuma energia é perdida soba forma de calor. Por consequência, a energia de deformação!:::..U é !:::..U = (1!2!:::..F) E !:::..z = (1/2a !:::..x !:::..y) E!:::..z.Visto que o volume do elemento é !:::.. V = !:::..x !:::..y l:::..z,então !:::..U = 1!2aE!:::.. V.Às vezes, é conveniente formular a energia de deformaçãopor unidade de volume de material, denominadadensidade de energia de deformação, a qual pode serexpressa por!:::..U1= -aEu = --!:::.V 2(3.6)Se o comportamento do material for linear elástico,então a lei de Hooke se aplica, a = EE e, portanto,podemos expressar a densidade de energia de deformaçãoem termos da tensão uniaxial como(3.7)Módulo de resiliência. Em particular, quandoa tensão a atinge o limite de proporcionalidade, adensidade de energia de deformação, como calculadapela Equação 3.6 ou 3.7, é denominada módulo deresiliência, isto é,(3.8)Ls

64 RESISTNCIA DOS MATERIAIS

região

elástica

região

plástica

o----'--,o""',-----'---- "

I permanete elástica _

deformaçao

I

recuperaçao I (a)

O

(b)

O'

região

elástica

Figura 3.14

região

plástica

o B

histerese mecânica

Na verdade, certa quantidade de calor ou energia

pode ser perdida à medida que o corpo de prova é descarregado

desde A' e novamente carregado até essa

mesma tensão. O resultado é que as trajetórias A' a 0'

e 0' a A' apresentarão leves curvaturas durante uma

medição cuidadosa do ciclo de carregamento, mostradas

pelas linhas tracejadas na Figura 3.14b. A área interna

entre essas curvas representa energia perdida e

é denominada histerese mecânica. Ela se torna uma

consideração importante na seleção de materiais que

servirão como amortecedores para elementos estruturais

ou equipamentos mecânicos vibratórios, embora

seus efeitos não sejam considerados neste livro.

3.5 Energia de deformação

Quando um material é deformado por uma carga

externa, tende a armazenar energia internamente em

todo o seu volume. Como essa energia está relacionada

com as deformações no material, ela é denominada

energia de deformação. Por exemplo, quando um corpo

Figura 3.15

de prova de ensaio de tração é submetido a uma carga

axial, um elemento de volume do material é submetido

a uma tensão uniaxial, como mostra a Figura 3.15. Essa

tensão desenvolve uma força !:::..F = a!:::..A = a(!:::..x l:::.ẏ)

nas faces superior e inferior do elemento após ele ter

sofrido um deslocamento vertical E l:::..z. Por definição,

trabalho é determinado pelo produto entre a força e

o deslocamento na direção da força. Visto que a força

aumenta uniformemente de zero até seu valor final

8F quando é obtido o deslocamento E !:::..z, o trabalho

realizado pela força sobre o elemento é igual ao valor

médio da força (!:::..F/2) vezes o deslocamento E !:::..z. Esse

"trabalho externo" é equivalente ao "trabalho interno"

ou energia de deformação armazenada no elemento,

se considerarmos que nenhuma energia é perdida sob

a forma de calor. Por consequência, a energia de deformação

!:::..U é !:::..U = (1!2!:::..F) E !:::..z = (1/2a !:::..x !:::..y) E

!:::..z.Visto que o volume do elemento é !:::.. V = !:::..x !:::..y l:::..z,

então !:::..U = 1!2aE!:::.. V.

Às vezes, é conveniente formular a energia de deformação

por unidade de volume de material, denominada

densidade de energia de deformação, a qual pode ser

expressa por

!:::..U

1

= -aE

u = --

!:::.V 2

(3.6)

Se o comportamento do material for linear elástico,

então a lei de Hooke se aplica, a = EE e, portanto,

podemos expressar a densidade de energia de deformação

em termos da tensão uniaxial como

(3.7)

Módulo de resiliência. Em particular, quando

a tensão a atinge o limite de proporcionalidade, a

densidade de energia de deformação, como calculada

pela Equação 3.6 ou 3.7, é denominada módulo de

resiliência, isto é,

(3.8)

L

s

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