Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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480 RESISTÊNCIA DOS MATERIAISEssa é uma equação diferencial linear homogênea desegunda ordem com coeficientes constantes. Podemosmostrar, pelo método das equações diferenciais oupor substituição direta na Equação 13.2, que a soluçãogeral éAs duas constantes de integração são determinadaspelas condições de contorno nas extremidades dacoluna. Visto que v = o em X = O, então c2 = O. E,considerando v = O em x = L,Essa equação é satisfeita se C1 = O; porém, v = O, oque é uma solução trivial que exige que a coluna permaneçasempre reta, ainda que a carga faça com que acoluna torne-se instável. A outra possibilidade éque é satisfeita seoun21r2EIP =L2L =mrn = 1, 2, 3, ... (13.4)O menor valor de P é obtido quando n = 1, demodo que a carga crítica para a coluna é, portanto,Essa carga às vezes é denominada carga de EuleT;nome que se deve ao matemático suíço LeonhardEuler que foi o primeiro a resolver esse problema em1757. A forma flambada correspondente é definidapela equação1TJv = c1 sen LNessa expressão, a constante C1 representa a deflexãomáxima vrn áx ' que ocorre no ponto médio da coluna(Figura 13.5c.) Não é possível obter valores específicospara Cl' uma vez que a forma defletida exata da colunaé desconhecida após a flambagem. Porém, consideramosque essa deflexão seja pequena.Entenda que n na Equação 13.4 representa o númerode ondas na forma defletida da coluna. Por exemplo,se n = 2, então, pelas equações 13.3 e 13.4, aparecerãoduas ondas na forma flambada (Figura 13.5c), e a colunasuportará uma carga crítica de 4Pc, imediatamenteantes da flambagem. Visto que esse valor é quatrovezes a carga crítica e a forma defletida é instável, naprática, essa forma de flambagem não existirá.Como ocorreu com o mecanismo de duas barrasdiscutido na Seção 13.1, podemos representar as característicasda deflexão provocada por uma carga nacoluna ideal pelo gráfico mostrado na Figura 13.6. Oponto de bifurcação representa o estado de equilíbrioneutro, ponto em que a carga crítica age sobre a coluna.Aqui, a coluna está na iminência da flambagem.Devemos observar que a carga crítica é independenteda resistência do material; mais exatamente, eladepende somente das dimensões da coluna (I e L)e da rigidez ou do módulo de elasticidade do material,E. Por essa razão, no que diz respeito à flambagemelástica, colunas feitas, por exemplo, de aço dealta resistência, não oferecem nenhuma vantagemem relação às feitas de aço de resistência mais baixa,uma vez que o módulo de elasticidade para ambosos materiais é aproximadamente o mesmo. Observetambém que a capacidade de carga de uma colunaaumentará à medida que o momento de inércia daseção transversal aumentar. Assim, colunas eficientessão projetadas de modo que a maior parte da área daseção transversal da coluna esteja localizada o maislonge possível dos eixos principais do centroide daseção. É por isso que as seções ocas como tubos sãomais eficientes do que as maciças. Além do mais, asseções de abas largas e colunas 'construídas' com perfisem U, cantoneiras, placas etc. são melhores do queas maciças e retangulares.\ EquilíbrioinstávelEquilíbrio_)neutroEquilíbrioestável,p/Ponto de bifurcação7r2EIf L '-----"'--'-----'------- voFigura 13.6

FLAMBAGEM DE COLUNAS 481p380a250 f----;Aço estrutural(cre = 250 MPa)100Figura 13.7Também é importante entender que uma colunasofrerá fiambagem em torno do eixo principal da seçãotransversal que tenha o menor momento de inércia (oeixo menos resistente). Por exemplo, uma coluna deseção transversal retangular, como uma barra de medição,mostrada na Figura 13.7, sofrerá fiambagem emtorno do eixo a-a e não do eixo b-b. O resultado é queos engenheiros normalmente tentam conseguir umequilíbrio mantendo os mesmos momentos de inérciaem todas as direções. Então, em termos geométricos,tubos dariam excelentes colunas. Além disso, tubosquadrados ou formas para as quais I = I r Ytambémconstituem formas constantemente selecionadas paracolunas.Resumindo a discussão, a equação da fiambagempara uma coluna comprida e esbelta apoiada por pinospode ser rescrita, e os termos definidos da seguintemaneira:onde(13.5)P = carga crítica ou carga axial máxima na colunac rimediatamente antes do início da fiambagem.Essa carga não deve bastar para que a tensão nacoluna exceda o limite de proporcionalidadeE = módulo de elasticidade para o materialI = menor momento de inércia para a área da seçãotransversal da colunaL =comprimento da coluna sem apoio, cujas extremidadesestejam presas por pinosPara a finalidade de projeto, a Equação 13.5também pode ser escrita de uma forma mais útil, seexpressarmos I = Ar2, onde A é a área da seção transversale r o raio de giração da área da seção transversal.Assim,ouNessa expressão,(}"Figura 13.8cr1T2E= ---:-(L/r? (13.6)O" cr = tensão crítica, que é uma tensão média na co­luna imediatamente antes da fiambagem. Essaé uma tensão elástica e, portanto, O"cr :::; O" cE = módulo de elasticidade para o materialL = comprimento da coluna sem apoio, cujas extremidadesestejam presas por pinosr = menor raio de giração da coluna, determinadopor r = vYiÃ, onde I é o menor momentode inércia da área da scção transversal dacoluna, AA relação geométrica L/r na Equação 13.6 é conhecidacomo índice de esbeltez. É uma medida da flexibilidadeda coluna e, como discutiremos mais adiante,serve para classificar colunas como compridas, intermediáriasou curtas.É possível representar a Equação 13.6 em gráficousando eixos que representam a tensão crítica em relaçãoao índice de esbeltez. Exemplos desse gráfico para colunasfeitas de uma liga comum de aço estrutural e alumíniosão mostrados na Figura 13.8. Observe que as curvassão hiperbólicas e válidas somente para tensões críticasabaixo do limite de escoamento do material (limite deproporcionalidade), visto que o material deve se comportarelasticamente. Para o aço, a tensão de escoamento

480 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Essa é uma equação diferencial linear homogênea de

segunda ordem com coeficientes constantes. Podemos

mostrar, pelo método das equações diferenciais ou

por substituição direta na Equação 13.2, que a solução

geral é

As duas constantes de integração são determinadas

pelas condições de contorno nas extremidades da

coluna. Visto que v = o em X = O, então c2 = O. E,

considerando v = O em x = L,

Essa equação é satisfeita se C1 = O; porém, v = O, o

que é uma solução trivial que exige que a coluna permaneça

sempre reta, ainda que a carga faça com que a

coluna torne-se instável. A outra possibilidade é

que é satisfeita se

ou

n21r2EI

P =

L2

L =mr

n = 1, 2, 3, ... (13.4)

O menor valor de P é obtido quando n = 1, de

modo que a carga crítica para a coluna é, portanto,

Essa carga às vezes é denominada carga de EuleT;

nome que se deve ao matemático suíço Leonhard

Euler que foi o primeiro a resolver esse problema em

1757. A forma flambada correspondente é definida

pela equação

1TJ

v = c1 sen L

Nessa expressão, a constante C1 representa a deflexão

máxima vrn áx ' que ocorre no ponto médio da coluna

(Figura 13.5c.) Não é possível obter valores específicos

para Cl' uma vez que a forma defletida exata da coluna

é desconhecida após a flambagem. Porém, consideramos

que essa deflexão seja pequena.

Entenda que n na Equação 13.4 representa o número

de ondas na forma defletida da coluna. Por exemplo,

se n = 2, então, pelas equações 13.3 e 13.4, aparecerão

duas ondas na forma flambada (Figura 13.5c), e a coluna

suportará uma carga crítica de 4Pc, imediatamente

antes da flambagem. Visto que esse valor é quatro

vezes a carga crítica e a forma defletida é instável, na

prática, essa forma de flambagem não existirá.

Como ocorreu com o mecanismo de duas barras

discutido na Seção 13.1, podemos representar as características

da deflexão provocada por uma carga na

coluna ideal pelo gráfico mostrado na Figura 13.6. O

ponto de bifurcação representa o estado de equilíbrio

neutro, ponto em que a carga crítica age sobre a coluna.

Aqui, a coluna está na iminência da flambagem.

Devemos observar que a carga crítica é independente

da resistência do material; mais exatamente, ela

depende somente das dimensões da coluna (I e L)

e da rigidez ou do módulo de elasticidade do material,

E. Por essa razão, no que diz respeito à flambagem

elástica, colunas feitas, por exemplo, de aço de

alta resistência, não oferecem nenhuma vantagem

em relação às feitas de aço de resistência mais baixa,

uma vez que o módulo de elasticidade para ambos

os materiais é aproximadamente o mesmo. Observe

também que a capacidade de carga de uma coluna

aumentará à medida que o momento de inércia da

seção transversal aumentar. Assim, colunas eficientes

são projetadas de modo que a maior parte da área da

seção transversal da coluna esteja localizada o mais

longe possível dos eixos principais do centroide da

seção. É por isso que as seções ocas como tubos são

mais eficientes do que as maciças. Além do mais, as

seções de abas largas e colunas 'construídas' com perfis

em U, cantoneiras, placas etc. são melhores do que

as maciças e retangulares.

\ Equilíbrio

instável

Equilíbrio_)

neutro

Equilíbrio

estável

,

p

/Ponto de bifurcação

7r2EI

f L '

-----"'--'-----'------- v

o

Figura 13.6

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