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Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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CiSALHAMENTO TRANSVERSAL 267

do uso da fórmula do cisalhamento.

Uma das premissas mais importantes

Limitações

utiliadas

no desenvolvimento da fórmula do cisalhamento

que a tensão de cisalhamento é uniformemente distribuída

pela largura t na seção onde a tensão de cisalhamento

é determinada. Em outras palavras, a tensão

de cisalhamento média é calculada na largura. Podemos

testar a precisão dessa premissa comparando-a

com uma análise matemática mais exata baseada na

teoria da elasticidade. A esse respeito, se a seção transversal

da viga for retangular, a distribuição da tensão

de cisalhamento verdadeira no eixo neutro, calculada

pela teoria da elasticidade, varia como mostra a Figura

7.8. O valor máximo, r' máx' ocorre nas bordas da seção

transversal e seu valor depende da razão b!h (largura/

altura). Para seções nas quais b/h = 0,5, r'máxé somente

3% maior que a tensão de cisalhamento calculada

pela fórmula do cisalhamento (Figura 7.8a). Contudo,

em seções achatadas, para as quais blh = 2, r' máx é

aproximadamente 40% maior que r máx (Figura 7.8b).

O erro torna-se maior ainda à medida que a seção fica

mais achatada, ou à medida que a relação b!h aumenta.

Erros dessa ordem são, certamente, inaceitáveis se

usarmos a fórmula do cisalhamento para determinar

a tensão de cisalhamento na aba de uma viga de abas

largas, como já discutimos.

É preciso destacar, também, que a fórmula do cisalhamento

não dará resultados precisos quando usada

para determinar a tensão de cisalhamento na junção

aba-alma de uma viga de abas largas, já que esse é um

ponto de mudança repentina na seção transversal e,portanto,

um lugar onde ocorrerá concentração de tensão.

(a)

(b)

Figura 7.8

Além disso, as regiões internas das abas são bordas livres

(Figura 7.7b), e o resultado é que a tensão de cisalhamento

nessas bordas deve ser nula. Entretanto, se a

fórmula do cisalhamento for aplicada para determinar

a tensão de cisalhamento nessas bordas, obteremos um

valor r' que não será igual a zero (Figura 7.7c). Felizmente,

essas limitações à aplicação da fórmula do cisalhamento

às abas de uma viga de abas largas não são

importantes na prática da engenharia. Na maioria dos

casos, os engenheiros têm de calcular somente a tensão

de cisalhamento média máxima que ocorre no eixo neutro

onde a razão b/h (largura/altura) é muito pequena

e, portanto, o resultado calculado fica muito próximo

da tensão de cisalhamento máxima verdadeira, como

já explicamos.

Outra limitação importante ao uso da fórmula do cisalhamento

pode ser ilustrada com referência à Figura

7.9a, que mostra uma viga cuja seção transversal tem

um contorno irregular não retangular. Se aplicarmos a

fórmula do cisalhamento para determinar a tensão de

cisalhamento (média) r ao longo da reta AB, ela terá a

direção mostrada na Figura 7.9b. Considere, agora, um

elemento do material tomado no ponto B do contorno,

tal que uma de suas faces esteja localizada sobre a superfície

externa da viga (Figura 7.9c).Aqui, a tensão de

cisalhamento r calculada na face frontal do elemento

é decomposta nas componentes r' e r". Por inspeção, a

componente r' deve ser nula, visto que sua componente

longitudinal correspondente r', que age na superfície do

contorno livre de tensão, deve ser nula. Portanto, para

satisfazer essa condição de contorno, a tensão de cisalhamento

que age sobre o elemento no contorno deve

ter direção tangente ao contorno. Então, a distribuição

da tensão de cisalhamento na reta AB terá a direção

mostrada na Figura 7.9d. Devido à maior inclinação das

tensões de cisalhamento em A e B, a tensão de cisalhamento

máxima ocorrerá nesses pontos. Valores específicos

para essa tensão de cisalhamento devem ser obtidos

pelos princípios da teoria da elasticidade. Observe, entretanto,

que podemos aplicar a fórmula do cisalhamento

para obter a tensão de cisalhamento que age em cada

uma das retas coloridas na Figura 7 .9a. Aqui, essas retas

interceptam as tangentes ao contorno da seção transversal

em ângulos retas, e, como mostra a Figura 7.9e, a

tensão de cisalhamento transversal é vertical e constante

ao longo de cada reta.

Resumindo os pontos discutidos, a fórmula do cisalhamento

não dá resultados precisos quando aplicada

a elementos cujas seções transversais são curtas ou

achatadas, ou em pontos onde a seção transversal sofre

mudança abrupta. Tampouco deve ser aplicada em uma

seção que intercepta o contorno do elemento a um ângulo

diferente de 90°. Então, nesses casos, a tensão de

cisalhamento deve ser determinada por métodos mais

avançados baseados na teoria da elasticidade.

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