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Livro Hibbeler - 7ª ed Resistencia Materiais (Livro)

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Carga axial

OBJETIVOS DO CAPÍTULO

Capítulo 1, desenvolvemos o método para determinar a tensão normal em elementos carregados axialmente.

Neste capítulo, discutiremos como determinar a deformação desses elementos e desenvolveremos

um método para determinar as reações nos apoios quando tais reações não puderem ser determinadas

estritamente pelas equações de equilíbrio. Ta mbém discutiremos uma análise dos efeitos da tensão térmica,

concentrações de tensão, deformações inelásticas e tensão residual.

4.1 Princípio de Saint-Venant

Nos capítulos anteriores, desenvolvemos o conceito

de tensão como um meio para medir a distribuição de

força no interior de um corpo e o conceito de deformação

como um meio para medir a deformação geométrica

de um corpo. Também mostramos que a relação

matemática entre tensão e deformação depende do

tipo de material do qual o corpo é feito. Em particular,

se o material se comportar de maneira linear elástica, a

lei de Hooke será aplicável e haverá uma relação proporcional

entre tensão e deformação.

Com essa ideia em mente, considere o modo como

uma barra retangular se deforma elasticamente quando

submetida a uma força P aplicada ao longo do eixo

de seu centroide (Figura 4.1a). Nesta figura, a barra

está presa a um apoio em uma de suas extremidades,

e a força é aplicada em um furo na outra extremidade.

Devido ao carregamento, a barra deforma-se como

indicam as distorções das linhas da grade desenhada

sobre a barra, que antes eram horizontais e verticais.

Observe a deformação localizada que ocorre em cada

extremidade. Esse efeito tende a diminuir conforme as

medições são feitas cada vez mais distante das extremidades.

Além disso, as deformações vão se nivelando e

tornam-se uniformes em toda a seção média da barra.

Visto que a deformação está relacionada com a tensão

no interior da barra, podemos afirmar que a tensão

será distribuída mais uniformemente por toda a área da

s ção transversal se um corte for feito em uma seção

distante do ponto onde a carga externa é aplicada. Por

exemplo, considere um perfil da variação da distribuide

tensão que age nas seções a-a, b-b e e-c, cada

uma mostrada na Figura 4.lb. Comparando as curvas,

a tensão quase alcança um valor uniforme na seção e-c,

que está suficientemente afastada da extremidade. Em

outras palavras, a seção e-c está longe o suficiente do

pont ? de aplicação de P, de tal modo que a deformação

localizada provocada por P seja desprezível. A distância

mínima em relação à extremidade da barra onde isso

ocorre pode ser determinada por meio de uma análise

matemática baseada na teoria da elasticidade.

Todavia, como regra geral, que também se aplica a

muitos outros casos de carregamento e geometria de

elementos estruturais, podemos considerar que essa distância

é, no mínimo, igual à maior dimensão da seção

transversal carregada. Em consequência, no caso da barra

na Figura 4.lb, a seção e-c deve estar localizada a uma

distância no mínimo igual à largura (e não à espessura)

da barra.* Essa regra se baseia na observação experimental

do comportamento do material, e somente em casos

especiais, como o que acabamos de discutir, ela foi validada

matematicamente. Entretanto, devemos observar

que essa regra não se aplica a todos os tipos de elementos

e casos de carregamento. Por exemplo, elementos estruturais

de paredes finas submetidos a carregamentos

que provocam grandes deflexões podem criar tensões e

deformações localizadas que têm influência a uma distância

considerável do ponto de aplicação da carga.

Observe, na Figura 4.1a, como o apoio impede a

redução da largura da barra, o que deveria ocorrer

devido ao alongamento lateral da barra - uma consequência

do "efeito de Poisson", discutido na Seção

3.6. Contudo, por esse mesmo argumento, poderíamos

demonstrar que a distribuição de tensão no apoio também

se nivelará e se tornará uniforme em toda a seção

transversal a uma curta distância do apoio; e mais, a

amplitude da força resultante criada por essa distribuição

de tensão deve ser também igual a P.

O fato de a tensão e a deformação comportarem-se

dessa maneira é denominado princípio de Saint-Venant,

visto que foi observado pela primeira vez pelo cientista

francês Barré de Saint-Venant, em 1855. Em essência,

esse prirlcípio afirma que a tensão e a deformação produzidas

em pontos de um corpo suficientemente distantes

' Quando a seção e-c está localizada dessa maneira, a teoria da

elasticidade prevê que a tensão máxima será cr má x = 1,02 cr

méd'

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