10.09.2020 Views

Hippocampus Edição 36

Revista do Clube Naval de Cascais - Edição 36

Revista do Clube Naval de Cascais - Edição 36

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.



SUMÁRIO

10

38

32

48

6 Notícias

10 REGATAS Mirpuri Foundation Sailing Trophy

24 REGATAS Campeonato Nacional de SB20

32 CLUBE Regatas virtuais CNC April Big Wednesday

38 MOMENTO Royal Clipper ao largo de Cascais

48 GRANDE ENTREVISTA Carlos Carreiras

66 CLUBE CNC com presença reforçada nas redes sociais

74 ENTREVISTA Miguel Horta e Costa

84 CLUBE 52 Super Series 2021 confirmadas para Cascais

90 CLUBE Cursos de Verão 2020

96 CLUBES CORRESPONDENTES Iate Clube Punta del Este

102 CLUBES CORRESPONDENTES KSSS

108 Resultados CNC

114 Agenda CNC

66

84

Ficha técnica

Propriedade: Clube Naval de Cascais | Esplanada Príncipe D. Luís Filipe, 2750-411 Cascais

Tel. 214 830 125 | Fax. 214 868 712 | geral@cncascais.com | www.cncascais.com

Conselho Editorial:

Miguel Horta e Costa, José Sotto Mayor Matoso, Gonçalo Esteves,

Francisco Geraldes, Manuel Durães Rocha e Pedro Costa Alemão

Director:

Director-adjunto:

Subdirector:

Vela Adaptada:

Escola de Vela:

Marketing e Comunicação:

Coordenador Desportivo:

Gonçalo Esteves

José Sotto Mayor Matoso

Francisco Geraldes

Charles Lindley

Fernanda Hoffmann

Helena Caiado

Sebastião Osório de Castro

Editor:

Clube Naval de Cascais

Sede e Redacção:

Esplanada Príncipe D. Luís Filipe | 2750-411 Cascais

Edição:

António de Sousa Pereira

Design Gráfico:

Ricardo Macieira Coelho

Impressão: AConsulting, Lda. – Av. de Ceuta, 25 | 2700-188 Amadora (Tel. 915 698 861)

Tiragem:

4000 exemplares

Foto de capa: Marc Bow

Nos termos do previsto pelo art.º 15º da Lei de Imprensa, o Estatuto Editorial da Hippocampus

pode ser econsultado em http://www.cncascais.com/hippocampus

Interdita a reprodução, total ou parcial, de textos e ilustrações, por quaisquer meios, mesmo para fins não comerciais

Depósito legal n.º 285339/08 | Registada na ERC com o n.º 125583 | ISSN 1647-7294 | NIPC 500 065 535

Clube Naval de CASCAIS 3


EDITORIAL

Caros sócios,

Escrevo este editorial a partir da baía do Porto Santo, a onde cheguei há alguns

dias, muito confortavelmente, refira-se, porque a bordo de um magnífico

Lagoon 45 de um sócio do Clube Naval de Cascais. O nosso não é o único

barco aqui ancorado que tem hasteada a bandeira do nosso clube: igualmente,

e pela 12ª vez, o Voador Azul, do nosso sócio Charles Lindley, também aqui

está ancorado. Porém, com uma diferença, que não é, de todo, de somenos:

enquanto que eu naveguei com dois amigos num confortável 45 pés, o Charles,

no seu Voador Azul, com apenas 33 pés, veio em solitário. Nas suas próprias

suas palavras, “quem vem é o barco, não sou eu, ele já sabe o caminho de

memória”. O meu mais sincero respeito para o Charles, não apenas por esta

sua capacidade de viver bem, como de velejar em solitário.

Não deixa de ser curioso o potencial que tem Porto Santo, e o pouco explorado

que ainda está na perspectiva da náutica de recreio. Acredito que, naturalmente,

num curto espaço de tempo, passe Porto Santo a ser um destino marítimo de

recreio por natureza. Estaremos atentos em Cascais, e vejo com satisfação uma

cooperação próxima com o Clube Naval de Porto Santo.

Longe estava eu, desde que escrevi o último editorial, em antecipar pelo que

iríamos passar. A edição anterior da nossa revista foi impressa precisamente na

semana anterior ao confinamento, e, na hora de escrever o editorial da Hippocampus

nº 35, muito distante estava de imaginar o que todos iríamos viver.

O Mundo mudou, Portugal mudou, Cascais mudou – e, claro, também

mudou o Clube Naval de Cascais. Como todos os clubes náuticos do planeta,

o nosso clube teve de fechar portas e de interromper todo o seu funcionamento.

Alguns dos clubes correspondentes do CNCascais não tinham as portas fechadas

desde a Segunda Guerra Mundial; outros, nem mesmo chaves tinham da

porta principal…

Não tivemos outra alternativa se não suspender a 100% a nossa actividade –

escolas de vela, treinos das equipas de competição, regatas, ginásio, restaurante,

bar, etc. Tudo fechado, sendo que somente as novas regatas virtuais puderam

constituir a nossa actividade desportiva durante o tempo do confinamento

obrigatório. Tentámos salvaguardar as condições de todo o nosso pessoal efectivo

da melhor forma possível, mantivemos o cais em funcionamento, tendo a

nossa equipa de marinheiros aproveitado estes meses sem actividade para pintar,

reformar, refazer, adaptar e melhorar parte das nossas instalações e, também, da

nossa frota de barcos. Esta medida permitiu-nos reabrir o clube de “cara lavada”,

tanto em terra como no mar, e, por isso, aqui fica uma mais do que merecida

palavra de apreço para os nossos marinheiros, e, em especial, para o Jorge, pelo

trabalho desenvolvido durante este tempo.

Preparámos a reabertura de forma positiva, tentando tirar o melhor partido

possível da situação vivida a nível mundial. E, por estarmos plenamente conscientes

de que todos iríamos viajar menos este Verão, resolvemos ser mais agressivos

na nossa oferta de Cursos de Verão da Escola de Vela. Como resultado, até à

data em que escrevo este texto, tivemos ocupada nada menos do que 98% da

nossa capacidade instalada nas três vertentes (juventude, Sprinto e Windsurf).

Similarmente, gostaria de expressar aqui uma palavra de apreço também à

nossa equipa residente de marketing e secretaria, que, em conjunto, tudo fez

para divulgar ao máximo a nossa oferta – agradecimento especial à Fernanda

Hoffmann e á sua equipa, pela forma magnífica como organizaram estes cursos.

Foi também durante o confinamento que o nosso sócio José Pujol teve a

generosidade para com o CNC de oferecer um segundo conjunto de litografias

da coleção The America’s Cup, de Tim Thompson, a juntar ao primeiro, que já

nos tinha ofertado em 2019, assim perfazendo um conjunto de doze quadros da

referida série. Estes doze quadros têm a particularidade de terem estado durante

23 anos na parede do bar do restaurante Vela Latina, em Lisboa, e de aí terem

sido apreciados por milhares e milhares de pessoas.

Uma vez mais, o Clube Naval de Cascais esteve na vanguarda das organizações

de regatas em Portugal, com a realização do Mirpuri Foundation Sailing

Trophy. Não posso deixar de assinalar neste editorial a forma como surgiu este

troféu: dias antes do confinamento que todos vivemos, o Dr. Paulo Mirpuri

teve a amabilidade de me convidar para navegar no Green Eyes. Com o Code

Zero em cima, e já perto da bóia de espera, com muito pouco vento, indo já com

11 nós de velocidade, e tendo eu o leme na mão, disse ao Paulo: “agora, com

barcos tão relevantes registados pelo Clube Naval de Cascais, deveríamos

deixar a marca Mirpuri gravada a ouro no universo da vela e do nosso

clube com um trofeu anual tipo off shore”.

A ideia foi aceite. Com a excelência da marca Mirpuri e a competência do CN-

Cascais, mesmo durante o confinamento, e com enormes resistências oriundas

de variadíssimas proveniências, tanto da sociedade civil como das autoridades

governamentais, o Clube Naval de Cascais, juntamente com a vasta equipa da

Mirpuri Foundation, foi capaz de montar este evento. Foi uma organização

fantástica a que resultou da colaboração entre estas duas equipas. Com uma

extraordinária coordenação e com um planeamento magnífico de ambos os

lados, permanentemente apoiada por ambos os presidentes da direcção em

funções e com acompanhamento diário.

Como todos sabemos, as condições para se poder realizar uma prova desportiva

no final do mês de Junho eram, neste insólito ano, completamente desconhecidas.

A necessidade de ter todos os participantes, acompanhantes e staff envolvido

no evento testados para a Covid-19 foi um enorme desafio para a equipa da

Mirpuri Foundation. Foram efectuados praticamente mil testes em três dias,

testes estes que tinham múltiplos objectivos, ou seja, não só indicar que quem

aos mesmos se sujeitava estava, ou não, positivo para a Covid-19, mas também

se tinha imunidade para o mesmo vírus. Para tal, foram utlizadas durante os

três dias duas bases de testes durante doze horas por dia, uma em Lisboa, outra

em Cascais. O resultado foi estupendo: uma frota de cruzeiros como nunca se

viu, aproximadamente 60 barcos na linha de largada e um desconfinamento

náutico absolutamente imprevisível.

Um facto curioso é que, este ano, a regata de cruzeiros com maior relevância no

calendário nacional, o troféu Quebramar, inserido no Cascais Vela, irá celebrar

a sua 20ª edição. E, assim, vinte anos depois da primeira edição desse troféu,

o nosso clube adiciona ao seu calendário mais uma regata, embora com outro

formato, que, tudo indica, também poderá vir a ser uma refêrencia nacional, e

que celebrará a sua 20ª edição no mesmo ano que celebraremos o 40º aniversário

do Troféu Quebramar. Para terminar, gostaria de felicitar os barcos que

representaram o Clube Naval de Cascais, os quais venceram em praticamente

todas as categorias.

No primeiro campeonato nacional após o confinamento, o da Classe SB20,

a nossa classe residente mais importante, contámos com 30 barcos na linha de

largada. Sem a participação de qualquer tripulação estrangeira, o favoritismo

estava nas duas tripulações com mais títulos de Campeão Nacional: as de Vasco

Serpa e de José Paulo Ramada, ambas do nosso clube. Sem qualquer favoritismo

à partida, e sem que nada o fizesse prever, a equipa liderada por Henrique Brites,

com Bernardo Pego, Luís Pinheiro e Rafael Rodrigues, venceu de forma

inquestionável o Campeonato Nacional de SB20 de 2020, tendo conseguido

um primeiro e três segundos lugares nas nove regatas disputadas, assim levando

a melhor no final, com uma vantagem de dois pontos para a equipa de Vasco

Serpa, e de quatro pontos para a equipa de José Paulo Ramada. Para nós, enquanto

clube, é absolutamente extraordinário poder constatar que a equipa da

juventude do CNCascais, com quatro jovens velejadores, todos eles saídos da

nossa Escola de Vela, chega, assim, ao lugar mais alto da classe SB20. Muitos

parabéns aos quatro!

4

Hippocampus


Dear Members,

Iwrite this editorial from the bay of Porto Santo, where I arrived a

few days ago, very comfortably, I should mention, on board of a

magnificent Lagoon 45 of a member of Clube Naval de Cascais. Ours

is not the only vessel anchored here that has the flag of our club: for

the 12th time, the Voador Azul, of our member Charles Lindley, is also

anchored here. However, with one difference, which is not at all minor:

while I sailed with two friends in a comfortable 45 feet, Charles, in his

Voador Azul, with only 33 feet, came by himself. In his own words, “the

boat is coming, not me, he already knows the way”. My most sincere

respect to Charles, not only for his ability to live well, but to sail alone.

The potential of Porto Santo and how little it has been explored in

the perspective of recreational boating are curious. I believe that, naturally,

in a short period of time, Porto Santo will become a maritime

leisure destination by nature. We will be alert in Cascais, and I see

with satisfaction a close cooperation with Clube Naval de Porto Santo.

Since I wrote the last editorial, I was far from imagining what we

would go through. The previous edition of our magazine was printed

precisely the week before the confinement, and at the time of writing

the editorial of Hippocampus nº 35, I was very far away from imagining

what we would experience.

The world has changed, Portugal has changed, Cascais has changed

– and, of course, Clube Naval de Cascais has also changed. Like all

sailing clubs in the world, our club had to close doors and interrupt

all its operations. Some of the corresponding CNCascais clubs had not

had their doors closed since World War II; others, did not even have

keys to the main door...

We had no choice but to completely suspend our activity – sailing

schools, competition teams trainings, regattas, gymnasium, restaurant,

bar, etc. All closed, and only the new virtual races could constitute our

sport activity during the time of mandatory confinement. We tried to

safeguard the conditions of all our effective personnel in the best possible

way, we kept the pier in operation, and our team of sailors took

advantage of these months without activity to paint, remodel, redo,

adapt and improve part of our facilities and also our fleet of boats.

This measure has allowed us to reopen the club with a “fresh face”,

both on land and at sea, and so here is a more than deserved word of

appreciation for our sailors, and especially for Jorge, for the developed

done during this time.

We have prepared the reopening in a positive way, trying to make the

best of the situation lived all over the world. And because we were fully

aware that we would all be travelling less this summer, we decided to be

more aggressive in our offer of summer sailing schools. As a result, up

to the time I write this text, we have taken up no less than 98% of our

installed capacity in the three strands (youth, Sprinto and Windsurf).

Similarly, I would like to express here a word of appreciation also to

our resident marketing and secretarial team, who together have done

everything to put out there what we have to offer – special thanks to

Fernanda Hoffmann and her team, for the magnificent way in which

they have organized these courses.

It was also during the confinement that our partner José Pujol had

the generosity towards the CNC to offer a second set of litographies

from Tim Thompson’s The America’s Cup collection, to be added to

the first he had already offered us in 2019, thus making up a set of

twelve paintings of mentioned series. These twelve paintings have the

particularity of having been for 23 years on the wall of the bar of the

restaurant Vela Latina, in Lisbon, and of having been appreciated there

by thousands and thousands of people.

Once again, Clube Naval de Cascais was at the forefront of the organization

of races in Portugal, with the Mirpuri Foundation Sailing

Trophy. I must point out in this editorial how this trophy came about:

days before the confinement we all lived, Dr. Paulo Mirpuri was kind

enough to invite me to sail on the Green Eyes. With Code Zero on

top, and already near the waiting buoy, with very little wind, already

going with 11 knots of speed, with the helm in my hand, I told Paulo:

“now, with such relevant vessels registered by the Clube Naval de

Cascais, we should leave the Mirpuri mark engraved in gold in the

universe of sailing and our club with an annual offshore trophy”.

The idea was accepted. With the excellence of the Mirpuri brand and

the competence of CNCascais, even during the confinement, and with

great resistance from several partes, both civil society and government

authorities, Clube Naval de Cascais, together with the vast team of the

Mirpuri Foundation, was able to create this event. It was a fantastic

organisation that resulted from the collaboration between these two

teams. With an extraordinary coordination and magnificent planning

on both sides, permanently supported by both presidents of the board

and with daily monitoring.

As we all know, the conditions for a sporting event to be held at the

end of June were, in this unusual year, completely unknown. The need

to have all participants, guests and staff involved in the event tested for

Covid-19 was a huge challenge for the team of the Mirpuri Foundation.

Almost a thousand tests were carried out in three days, tests that had

multiple goals, that is, not only knowing if whoever was subject to them

was positive or not for Covid-19, but also if they had immunity to the

virus. For this purpose, two test bases were used during the three days,

one in Lisbon, the other in Cascais. The result was amazing: a cruise

fleet never seen before, approximately 60 vessels on the starting line

and an absolutely unpredictable nautical deconfinement.

A curious fact is that, this year, the most important cruise regatta in

the national calendar, the Quebramar trophy, part of Cascais Vela, will

celebrate its 20th edition. And so, twenty years after the first edition

of this trophy, our club adds to its calendar another race, although

with another format, which, apparently, could also become a national

reference, and will celebrate its 20th edition in the same year that we

will celebrate the 40th anniversary of the Quebramar Trophy. Finally, I

would like to congratulate the vessels that represented the Clube Naval

de Cascais, for winning in practically all categories.

In the first national championship after the confinement, the SB20

Class, our most important resident class, had 30 vessels on the starting

line. Without the participation of any foreign crews, the favourites were

the two crews with more National Champion titles: Vasco Serpa and

José Paulo Ramada, both from our club. Without any favouritism at the

start, and without anything that could predict it, the team led by Henrique

Brites, with Bernardo Pego, Luís Pinheiro and Rafael Rodrigues,

won the National Championship of SB20 in 2020, having achieved a

first and three second places in the nine races disputed, thus winning

in the end, with a two-point advantage over the team of Vasco Serpa,

and four points over the team of José Paulo Ramada. For us, as a club,

it is absolutely extraordinary to see that the CNCascais youth team,

with four young sailors, all of them from our Sailing School, reached

the highest place in the SB20 class. Congratulations to all four of them!

Clube Naval de CASCAIS 5


NOTÍCIAS

CNC em bom plano na Bacardi Cup

Invitational Regatta 2020

Foi na primeira semana de Março de

2020 que se realizou uma das regatas

mais famosas do mundo, a Bacardi

Cup. Nada menos do que 192 barcos,

distribuídos por sete classes (Star, J70,

Melges 24, Viper 640, VX-One, AV8

e Open Windfoil), encheram a baía

de Biscayne para seis dias de intensas

regatas.

O Clube Naval de Cascais marcou

presença neste prestigiado evento através

dos seus sócios, nomeadamente

nas classes Star e J70. Em Star, John

Harald Orneberg e Afonso Domingos

representaram as cores do CNC,

terminando o campeonato na 29ª

posição da classificação geral. Já em

J70, Bernardo Freitas esteve a bordo do

Columbia, timonado por Nelson Mills

e acompanhado por Stefano Cherin e

Gonçalo Ribeiro – e o Columbia terminou

a 93ª edição da Barcardi Cup

num prestigiante 9º lugar.

Equipa de Optimist

do CNCascais

no Seixal

A equipa de Optimist do Clube Naval de Cascais

rumou à baía do Seixal para disputar a 3ª Prova de

Apuramento Regional de 2020 da Classe Optimist.

Das seis regatas programadas para este campeonato,

apenas se disputaram duas no primeiro

dia, ao passo que no segundo dia não estiveram

reunidas as condições meteorológicas mínimas

para a realização de qualquer regata.

Os membros da equipa do Clube Naval de Cascais

terminaram nas seguintes posições: sexto lugar

para Max de Groot, décimo primeiro posto para

Francisco Uva Sancho, décima quinta posição

para Tiago Santos, trigésimo primeiro lugar para

José Vozone e trigésimo sexto lugar para Boudie

Van Dishoeck.

Ironman de regresso a Cascais

Está confirmado o regresso a Cascais

em 2020 de um dos mais espectaculares

e exigentes eventos desportivos da

actualidade. E logo com uma importante

novidade: o triatlo de distância completa

será adicionado ao já existente no Ironman

70.3 Portugal-Cascais, originalmente

fundado em 2017.

A edição inaugural deste novo formato

terá lugar a 8 de novembro de 2020, com

os atletas que participarem no Ironman

Portugal-Cascais a enfrentarem uma

volta de 3,8 km (2,4 milhas) de natação,

entre a Baía de Cascais e o Estoril, saindo

da água no Clube Naval de Cascais, em

frente à Fortaleza.

Depois da transição para a bicicleta, os

atletas confrontar-se-ão com um percurso

único de ciclismo de 180,2 km (112 milhas),

que os levará pela estrada da Praia

do Guincho até Sintra, e entrando no

Circuito do Estoril. Os atletas terminarão

o segmento de ciclismo com duas voltas

mais curtas em estradas planas, junto ao

Oceano, entre Lisboa e Cascais.

A competição termina com uma maratona

de corrida com 42,2 km (26,2 milhas), a

realizar em três voltas, com início em Cascais

e seguindo a linha costeira pela estrada

do Guincho até ao Cabo Raso e de volta a

Cascais. O Ironman Portugal-Cascais irá

oferecer vagas de qualificação por escalão

para o Campeonato do Mundo Ironman,

a realizar em Kailua-Kona, no Havai.

6

Hippocampus


II Club Race 2020

Realizou-se no passado dia 8 de Março a

segunda Club Race de 2020 do CNC.

Os nossos sócios foram brindados com um

belíssimo dia primaveril, com muito sol

e ventos a variar entre os 6 e os 10 nós de

intensidade, a soprar do quadrante Norte.

Os 28 barcos participantes, distribuídos

por quatro classes, encheram de cor a baía

de Cascais.

Na classe SB20, com dezasseis embarcações

em compita, o barco Irmandade,

de Per Corner, Paul Devine e Gonçalo

Lopes, terminou no lugar mais alto da

classificação geral após as quatro regatas

disputadas. Na segunda posição ficou o

LTX, de Eduardo Cardoso, com Gonçalo

Ribeiro e Manuel Champalimaud, seguido

do Youth Team Portugal, de Henrique

Brites, Bernardo Torres Pego, Tomé Alvim

e Rafael Rodrigues.

Na Classe Laser Radial, o pódio foi

composto por Pedro Garcia, o grande vencedor,

acompanhado de Simão Teixeira,

segundo classificado, e de Manuel Cruz,

na terceira posição. Na Classe Fórmula

Windsurf, a vitória foi para Rui Caldas

Barreiro, seguido de António Castel-

-Branco e, no lugar mais baixo do pódio,

de Carlos Azevedo.

Já na classe cruzeiro, a competir com

o handicap NHC, da Royal Yacht Association,

a vitória acabou por sorrir ao

Cristina A, de Francisco Brito e Abreu,

que, além de ter cruzado a linha de chegada

em primeiro lugar, também venceu

em tempo corrigido o barco clássico Sea

Lion, de Manuel Champalimaud.

Cascais Invest traz novo investimento

para o concelho

ACasa das História Paula Rego foi o

local escolhido para a apresentação,

a 8 de Junho último, pelas 10h00, da

Cascais Invest, a nova agência municipal

que pretende seduzir investimento

nacional e estrangeiro para o concelho

de Cascais. Pedro Siza Vieira, Ministro

de Estado e da Economia, apadrinhou

o lançamento de uma iniciativa que será

liderada por António Saraiva.

Após ter concretizado medidas inovadoras

de combate à pandemia Covid-19, o

município de Cascais prepara uma vasta

operação de captação de investimento

que, segundo o presidente da Câmara

Municipal de Cascais, Carlos Carreiras,

será um instrumento para conter a formação

de duas crises gémeas e exponenciais:

“as pandemias económica e social”.

Nas suas próprias palavras, “Vamos dar

prioridade à frente económica, pois só

com uma economia forte e próspera

conseguiremos uma coesão social”,

sustenta.

António Saraiva, presidente da CIP, foi

a personalidade escolhida para liderar a

Cascais Invest. Uma escolha que Carlos

Carreiras justifica: “O engenheiro António

Saraiva é, no nosso país, um dos

homens que melhor conhece o tecido

económico e empresarial, bem como

todos os processos e oportunidades de

investimento”.

O objectivo da nova Agência Municipal

é claro: “captar para Cascais

investimento nacional e estrangeiro,

replicador de emprego qualificado,

de clusters tecnológicos de ponta e

de prosperidade”, esclareceu ainda o

autarca de Cascais.

Por seu turno, o Ministro da Economia,

Pedro Siza Vieira, frisou, a propósito:

“Nesta altura, em que estamos a encarar

um momento de crise e um momento

de oportunidade de recuperação, Cascais

dotar-se de uma agência com estas

características é muito importante”.

Clube Naval de CASCAIS 7


NOTÍCIAS

EDPCoolJazz

confirma primeiras estrelas para 2021

Gorada que foi, pela pandemia da

Covid-19, a possibilidade de realizar-

-se, como previsto, a edição deste ano do

que é considerado o festival mais cool do

Verão, a organização do EDPCoolJazz

avança já com as datas e as primeiras

confirmações para a sua 17ª edição – a

ter lugar, naturalmente, em 2021, mais

concretamente no mês de Julho, de novo

no Hipódromo Manuel Possolo e no Parque

Marechal Carmona, em Cascais. Os

bilhetes estão já disponíveis para todos

os interessados, da mesma forma que os

emitidos para 2020 não só são válidos

para o próximo ano, como permitem

o respectivo reembolso a quem assim o

deseje, no escrupuloso e integral cumprimento

da Lei 19/2020 de 29 de Maio de

2020, para o efeito aprovada.

Quanto ao EDPCoolJazz 2021, é já certo

que Yann Tiersen actuará a 21 de Julho,

que Lionel Richie subirá ao palco a 25

de Julho, que o dia 27 de Julho estará

reservado às sonoridades contemporâneas

de Neneh Cherry e Kokoroko, e que

Herbie Hancock será a grande estrela

do dia 28 de Julho. Jorge Ben Jor estará

encarregue do último dia do festival, a 31

de Julho. Mais nomes serão brevemente

anunciados.

Os preços para o concerto de Neneh

Cherry e Kokoroko são de €45 (plateia com

marcação), €35 (plateia em pé, bancada

sem marcação) e de €45 (para espectadores

com mobilidade reduzida). Para os

espectáculos de Yann Tiersen e de Herbie

Hancock, os valores variam entre €50 (plateia

Gold), €40 (plateia VIP), €35 (plateia

A e mobilidade reduzida), e €25 (bancada

sem marcação e plateia em pé). No caso

de Jorge Bem Jor, os bilhetes custam €55

para a plateia Gold, €45 para a plateia VIP,

€35 para a plateia A e mobilidade reduzida,

e €25 para a bancada sem marcação

e plateia em pé. Por fim, para a actuação

de Lionel Richie, os preços são de €75

para a plateia Gold, €65 para a plateia

VIP, €55 para a plateia A e mobilidade

reduzida, €45 para a plateia B, e €35 para

a bancada sem marcação e plateia em pé.

Para todos os espectáculos estão ainda

disponíveis Camarotes Corporate, cuja

reserva deverá ser efectuada diretamente

junto da organização (miguelgouveia@

liveexperiences.pt ou +351914862891.

De recordar que o EDPCoolJazz é um

evento musical que junta música, natureza

e património, e cuja primeira edição teve

lugar em 2004, tendo como ponto de

partida a oferta de um evento cultural e

turístico destinado a marcar a diferença.

A consistência do gosto ecléctico, em

conjunto com a vertente “cool”, proporcionada

pela aura do evento. constituem

marcas de registo desde o primeiro ano

em que o festival foi realizado. O Parque

Marechal Carmona e o Hipódromo Manuel

Possolo serão novamente os palcos

desta edição. espaços idílicos, com forte

ligação à cultura, à natureza e ao património

histórico – cenário que se conjuga

na perfeição com o espírito do festival.

Revista Hippocampus estreia-se online

A

“omnipresente” pandemia da Covid-19 alterou,

manifestamente, a vida e os hábitos

de todos. E todos os esforços foram poucos para

conferir à existência de cada qual um mínimo de

normalidade. No caso do Clube Naval de Cascais,

uma das medidas tomadas nesse sentido foi

a disponibilização, pela primeira vez, da revista

Hippocampus na Internet, em formato digital.

Tratou-se da edição nº 35, a que estava em banca

por alturas do confinamento obrigatório, e a

respectiva promoção não deixou de ser efectuada

através de publicações em redes sociais, como

o Facebook ou o Instagram, assim permitindo

que todos pudessem ter acesso a uma publicação

que, por norma, apenas é distribuída ao sócios

do CNCascais. Uma medida que, a avaliar

pelo número de acessos contabilizado, foi um

inequívoco sucesso.

8

Hippocampus


Chegou o momento

de desfrutar...

Descubra o Clarins

Skin Spa em Lisboa

Faça uma visita ao Clarins Skin

Spa em Lisboa, um espaço

dedicado ao bem-estar e à beleza,

pensado para si...

Os tratamentos oferecem resposta

a todas as suas preocupações de

beleza

18 tratamentos exclusivos

Rosto e corpo

2 cabines premium

Quando? De segunda-feira a sábado,

das 10h às 20h

Como? Faça a marcação através do

telefone (213 880 010/ 919 626 862)

ou no balcão Clarins


REGATAS

Mirpuri Foundation Sailing Trophy

NOVA REFERÊNCIA

Foi em Cascais que regressaram

a Portugal, após o confinamento,

as provas desportivas de grande

dimensão internacional. Um verdadeiro

êxito, portanto, a primeira edição

do Mirpuri Foundation Sailing Trophy,

organizado pelo Clube Naval de Cascais

e pela Mirpuri Foundation, e em que

participaram vários nomes de referência

da vela a nível mundial

10

Hippocampus


Marc Bow

Foi no último fim-de-semana de

Junho que teve lugar, entre Cascais

e Sesimbra, a edição inaugural do

Mirpuri Foundation Sailing Trophy,

evento cuja inequívoca importância

ficava, desde logo, assegurada por ser

esta a prova que marcou o regresso da

vela internacional a Portugal após o

confinamento ditado pela pandemia

da Covid-19. Com mais de cinquenta

barcos inscritos, e um prize money partilhado

superior a €30 000, o troféu,

organizado pelo Clube Naval de Cascais

e pela Mirpuri Foundation, com a

colaboração da Câmara Municipal de

Cascais e o apoio do Clube Naval de

Sesimbra e da Marina de Cascais, foi

composto por duas regatas costeiras,

tendo recebido da Sailors For The Sea o

certificado Nível Gold, para uma regata

sustentável e sem plástico.

Ainda antes de ir para o mar, a iniciativa

foi apresentada a propósito do

Dia Mundial do Ambiente, através

de um webinar em que marcaram

presença Paulo Mirpuri (Presidente

da Mirpuri Foundation), Gonçalo

Esteves (Presidente do Clube Naval de

Cascais), Yoann Richomme (skipper da

Mirpuri Foundation Racing Team) e

Frederico Pinheiro de Melo, velejador

olímpico do CNCascais e membro da

tripulação, nesta prova, do Racing for

the Planet, o VO65 que disputará a

próxima edição da The Ocean Race.

Na altura, Paulo Mirpuri destacava:

“Esta regata tem vários objectivos,

e o primeiro é conceder à comunidade

de velejadores a oportunidade

de regressar ao mar. Depois de um

confinamento, na sequência desta

pandemia, devemos fazê-lo de forma

responsável e segura. Queremos

mostrar que é possível voltar à vida

normal de uma forma segura. Nas

equipas teremos médicos e paramédicos,

e o trabalho deles é avaliar a

evolução da pandemia, tomando as

medidas certas e prestando cuidados

médicos a todos os participantes.

Felizmente, em Cascais, temos visto

um progresso positivo, mas o vírus

continua a existir, e temos de ter os

devidos cuidados”.

Quanto a Gonçalo Esteves, começou

por elogiar a capacidade da Mirpuri

Foundation para “utilizar todas estas

novas limitações a seu favor, e não

contra nós, e mostrar ao mundo que

podemos ser pioneiros numa corrida

nestas condições”. Acrescentando:

“Queremos que os velejadores e todos

os participantes apreciem este

regresso ao mar numa regata, para

já pequena, mas que caminhará para

ser um troféu importante em Cascais.

Será uma grande oportunidade para

voltar a competir numa prova que terá

prize-money”.

No que foi acompanhado por Carlos

Carreiras, presidente da Câmara Municipal

de Cascais: “Cascais já nos habituou

a ser o palco de acontecimentos

que marcam a agenda internacional,

e, depois deste período de confinamento,

é com enorme satisfação que

somos anfitriões da primeira edição do

Mirpuri Foundation Sailing Trophy.

Clube Naval de CASCAIS 11


Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

É gratificante que Portugal e Cascais

sejam reconhecidos por receberem em

segurança uma das mais importantes

regatas do mundo, e poder ver ao vivo

os melhores velejadores internacionais”.

Por seu turno, Frederico Pinheiro de

Melo não escondia a sua satisfação por

Portugal acolher uma prova como o

Mirpuri Foundation Sailing Trophy, cujo

valor das inscrições foi suportado pela

Mirpuri Foundation e, posteriormente,

doado a programas de conservação marinha:

“É espectacular ter uma regata

como esta, e um alívio voltar ao mar

e às provas. É uma sorte termos uma

Luís Fráguas

competição destas em Portugal. Todos

queremos sentir-nos seguros, depois

desta pandemia, e temos de voltar

a sentir segurança e a ter uma vida

normal”.

Já Yoann Richomme optava por sublinhar

a extrema importância de voltar ao

mar após o confinamento: “Não podemos

continuar a viver assim, temos de

voltar à normalidade. Passámos por

uma crise e acho que não devemos

deixar de viver depois disto. Temos um

clube, um sponsor, uma organização

a trabalhar para colocar este grande

evento na água, e isso é um sinal que

Mirpuri Foundation Sailing Trophy

OBJECTIVOS (BEM) DEFINIDOS

O objectivo da Mirpuri Foundation Sailing Trophy, segundo a organização, é tornar

esta prova num dos principais eventos de vela no mundo. Logo na primeira edição, foi

garantida a presença de uma frota de mais de 50 barcos, dividida em diversas classes, e

da qual fez parte o Racing For The Planet, o Volvo Ocean 65 que competirá na próxima

edição da The Ocean Race. Organizado pela Mirpuri Foundation e pelo Clube Naval de

Cascais, o Mirpuri Foundation Sailing Trophy contou com duas regatas costeiras, que

ligaram Cascais a Sesimbra no Sábado, percorrendo o percurso inverso no Domingo;

e, acima de tudo, marcou o regresso da vela internacional a Portugal após o período

de confinamento estabelecido em Portugal na sequência da pandemia da Covid-19.

Meta determinante do Mirpuri Foundation Sailing Trophy, implementada já na sua primeira

edição, é, ainda, consciencializar, mas também agir, para a defesa do ambiente

e da natureza. E, por isso, na sua estreia, os custos de inscrição das equipas foram

suportados pela Mirpuri Foundation e doados a programas de conservação marinha,

fazendo desta regata também uma prova de cariz solidário. Contando com a participação

de alguns dos mais rápidos barcos do mundo, tripulados por conceituados nomes da

vela internacional, o troféu atribuiu prémios superiores a €30 000, com nada menos

de €16 000 para o vencedor.

as coisas estão sob controlo e que, de

alguma forma, podemos voltar a viver

uma vida normal”.

O MOMENTO MAIS AGUARDADO

A 27 de Junho chegava, então, o momento

mais esperado por tripulações e organização:

tudo estava a postos para o início da

primeira edição do Mirpuri Foundation

Sailing Trophy. Na frota, com nada menos

do que 56 barcos inscritos, destacavam-se

os dois VO65 que cumpririam percursos

mais longos: o Mirpuri Foundation – Racing

for the Planet e o Sisi – The Austrian

Race Project. O primeiro tinha a bordo

os olímpicos portugueses, e velejadores

do CNC, Bernardo Freitas e Frederico

Pinheiro de Melo; o duas vezes vencedor

da Volvo Ocean Race, Charles Caudrelier;

e o skipper Yoann Richomme, que se mostrava

bastante feliz com a tripulação que

tinha ao seu dispor: “Estamos desejosos

de voltar à água. Queremos agradecer

à Mirpuri Foundation por ter conseguido

organizar este troféu em tão

curto espaço de tempo. A competição

promete ser difícil”.

As previsões meteorológicas eram animadoras,

com o vento a soprar do quadrante

Norte em ambos os dias – no sábado entre

os 10 e os 17 nós, e no Domingo entre

os 16 e os 26 nós, com rajadas fortes.

Em tempo de pandemia, a segurança e

a saúde pública eram elementos-chave

para a realização desta regata sustentável

e com controlo médico, pelo que todos

os intervenientes foram submetidos ao

teste à Covid-19, da mesma forma que as

normas emitidas pela Direção Geral de

Saúde foram integral e escrupulosamente

cumpridas.

Finalmente dado o sinal de largada, e em

representação do Clube Naval de Cascais,

o Mirpuri Foundation – Racing For The

Planet destacou-se e foi, como esperado

à partida, o vencedor da primeira regata

do Mirpuri Foundation Sailing Trophy,

que ligou Cascais a Sesimbra. O VO65

superiorizou-se ao Green Eyes, de Paulo

Mirpuri, com o boat capitain e deck master,

António Fontes, no comando das operações,

e ao Sisi – The Austrian Ocean Race

Project, de Gerwin Jansen.

As condições de vela foram praticamente

12

Hippocampus


Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

perfeitas e, a propósito deste triunfo,

Bernardo Freitas, participante na última

edição da Volvo Ocean Race, a bordo

do Turn the Tide on Plastic, barco da

Mirpuri Foundation, afirmava: “Foi

divertido. Tivemos um percurso mais

longo, mas as condições estavam espectaculares.

A tripulação é nova, mas tudo

fluiu a bordo. Estamos bastante confiantes

e, se não houver azares, penso

que conseguiremos vencer o troféu”.

No que era acompanhado por Frederico

Pinheiro de Melo, seu companheiro de

equipa também no Turn the Tide on

Plastic: “Tivemos uma largada menos

conseguida, mas, depois, tudo correu

bem. Amanhã, como vai ser à bolina,

os outros barcos podem conseguir estar

mais próximos, mas estamos com

confiança”.

Em ORC A, a liderança da prova era

pertença do Rational – German Kitchens,

de Miguel Bunte Graça, do CN-

Cascais, seguido do Vértigo, de Jorge

Queiroga, do Clube de Vela do Tejo, e

do Porto Caro Dois, de Carlos Morgado,

representante do Sporting Clube de

Aveiro. Pelo seu lado, o Elixir/D-Loft,

de Luís Raposo Veríssimo, do Marina

Yacht Club de Albufeira, comandava

em ORC B, com o Syone, de Nuno

Neves, do Clube de Vela do Tejo, e

Clube Naval de CASCAIS 13


Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

o Bamak, de Rodrigo Vargas-Zuñiga,

do Clube Naval de Lisboa, a ocuparem

as segunda e terceira posições, respectivamente.

Também em representação do Clube

Naval de Lisboa, o Puki, de Carlos

Bleck, era o primeiro nos Clássicos, seguido

do BBM, de Bernardino Moreira,

da Associação Nacional de Cruzeiros,

e do representante do CNCascais, Sea

Lion, de Manuel Champalimaud. Já

em NHC, o líder era o Rational –

German Kitchens, de Miguel Bunte

Graça, o Vértigo, de Jorge Queiroga,

era segundo, e o Elixir/D-Loft, de Luís

Raposo Veríssimo, ocupava a terceira

posição.

DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA

A segunda e derradeira regata do Mirpuri

Foundation Sailing Trophy teve

início às 11h00 de Domingo, ligando

Sesimbra a Cascais. As condições de

vento voltaram a roçar a perfeição, e o

Mirpuri Foundation – Racing For The

Planet, capitaneado pelo skipper Yoann

Richomme, em representação do Clube

Naval de Cascais, confirmou o favoritismo

e somou nova vitória na regata

que ligou Sesimbra a Cascais. “Correu

tudo bem. Fizemos uma boa largada

e uma primeira bolina forte. Liderámos

desde a primeira bóia e, depois,

desfrutámos do trabalho em equipa.

Temos uma tripulação fantástica, não

tivemos nenhum problema e estamos

satisfeitos”, afirmava, no final, Bernardo

Freitas, um dos dois olímpicos

nacionais, juntamente com Frederico

Pinheiro de Melo, a bordo da embarcação

vencedora.

Com este resultado, o Mirpuri Foundation

– Racing For The Planet era o esperado,

mas não menos justo, grande vencedor

do Mirpuri Foundation Sailing Trophy: o

VO65 65 foi o primeiro em tempo real em

ambas as regatas costeiras, e conquistou o

troféu perpétuo concebido para o evento

pela Leitão&Irmão. O segundo, em tempo

real, a cortar a linha de chegada em Cascais

foi o Green Eyes, de Paulo Mirpuri, com o

velejador do CNCascais, António Fontes,

FOTOS: Luís Fráguas

1º em 45 a 60 pés, 4º em Tempo Real:

Giullietta 2, de Alexandre Kossack

1ª na Divisão Clássicos:

Puki, de Carlos Bleck

1º em NHC mais de 100 pés, 2º em Tempo

Real: Green Eyes, de Paulo Mirpuri

1º em ORC B: Elixir - D-Loft,

de Luis Raposo Verissimo

1º em Tempo Real, 1º em VO65, 1º em NHC

60 a 80 pés: Mirpuri Foundation - Racing

For the Planet, de Yoann Richomme

2º em ORC-B: Bernardo Torres Pego,

em Representação de Nuno Neves

2º na Divisão Clássicos: Sea Lion;

de Manuel Champalimaud

2º em NHC - Malouane,

de Vicent Labedan

2º em ORC A - Super Açor XIS,

de Gonçalo Vaz Botelho

14

Hippocampus


Marc Bow

Luís Fráguas

3º em Tempo Real: Sissi - The Austrian

Ocean Race Project, de Gerwin Jansen

que esteve na última edição da Volvo Ocean

Race, a descrever desta forma o Mirpuri

Foundation Sailing Trophy: “Foi divertido.

Hoje estávamos à espera de mais vento,

mas acabou por não acontecer”. A fechar

o pódio em tempo real ficou o Sissi – The

Austrian Ocean Project, de Gerwin Jansen,

do Porto Piccolo.

Quanto às restantes classes, em ORC A,

triunfo do Rational – German Kitchens,

de Miguel Bunte Graça, do CNCascais,

seguido do Super Açor Xis, de Gonçalo

Vaz Botelho, representando o Clube Naval

de Vila Franca do Campo, e do Pede

Mar, de Rui Rijo Ferreira, do Clube

Náutico de Almada. Em representação

do Marina Yacht Clube Marina de Albufeira,

o Elixir/D-Loft, comandado

por Luís Raposo Veríssimo, foi primeiro

em ORC B, com o Syone, de Nuno Neves,

do Clube de Vela Tejo, e o Bamak,

de Rodrigo Vargas-Zuñiga, do Clube

Naval de Lisboa, a ocuparem as segunda

e terceira posições.

Igualmemente representando o Clube

Naval de Lisboa, o Puki, de Carlos Bleck,

venceu nos Clássicos, seguido do Sea

Lion, de Manuel Carlos de Mello Champalimaud,

do Clube Naval de Cascais,

e do BBM, de Bernardino Moreira,

da Associação Nacional de Cruzeiros.

Em NHC, o triunfo coube ao Rational

– German Kitchens, de Miguel Bunte

Graça, em representação do Clube Naval

de Cascais, com o Malouane, de Vincent

Labedan, do Club de Voile de Vaux Sur

Seine, a garantir o segundo posto, e o Timeriesci,

de Afonso Domingos, do Clube

Internacional da Marina de Vilamoura,

a ocupar a terceira posição.

5º em Tempo Real, 1º em NHC, 1º em ORC A, 1ª em

NHC menos de 45 pés: Rational- German Kitchens

CARLOS CARREIRAS

Presidente

da Câmara Municipal de Cascais

MOTIVO DE ORGULHO

Pelo carácter extraordinário desta sua edição de

estreia, inclusive a nível mundial, o Mirpuri Foundation

Sailing Trophy não podia deixar de merecer

alguns comentários a Carlos Carreiras, Presidente

da Câmara Municipal de Cascais – ou não fosse

em águas cascalenses que o evento teve o seu

início e, também, o seu final. O autarca destacou

a importância da iniciativa tanto para o mundo da

vela, como para o concelho e, até, para o país.

“Cascais foi palco da primeira regata do

mundo realizada em tempos de pandemia,

o Mirpuri Foundation Sailing Trophy, organizado

em parceria com o Clube Naval

de Cascais e com o apoio da Câmara Municipal

de Cascais. São tempos únicos, de

uma nova ‘normalidade’, que todos temos

de viver, a que todos temos de nos habituar.

Nunca, como até hoje, os problemas

sanitários e de saúde pública assumiram

tanta importância e causaram tanta

mobilização de governos, autarquias,

autoridades nacionais e internacionais,

a nível global. Entre Cascais e Sesimbra,

no último fim-de-semana de Junho, mais

de cinquenta tripulações mostraram que

é possível vencer as dificuldades. Só

por isso, a Câmara Municipal de Cascais

orgulha-se de ter estado presente num

evento desta natureza.

Esta regata foi um acto de afirmação.

Obedeceu a todos os critérios de segurança

sanitária, incluindo a utilização de

testes à Covid-19 de última geração, com

resultados em menos de quinze minutos.

Além disso, os critérios definidos pelos

organizadores basearam-se na solidariedade

e na sustentabilidade dos oceanos.

Em Cascais, temos as questões ambientais

na ordem do dia. O oceano é uma das

nossas portas de entrada, e, através dele,

Portugal abriu-se ao mundo, e é por isso

que esta regata, neste difícil contexto,

assumiu uma enorme importância e

mereceu-nos o apoio solidário”.

Clube Naval de CASCAIS 15


Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

5 Perguntas a…

PAULO MIRPURI Presidente da Mirpuri Foundation

1 - Quando e como nasceu a ideia do Mirpuri

Foundation Sailing Trophy?

O Mirpuri Foundation Sailing Trophy é um

troféu ambiental dedicado a regatas oceânicas

costeiras, cuja primeira edição teve lugar em

Portugal, com Cascais, e a sua bela baía, a

ser o local de largada da primeira regata, e de

chegada da segunda, por oposição a Sesimbra,

na também belíssima costa da Arrábida, outro

local magnifico para velejar no nosso país.

Esta prova, inicialmente proposta para 2022,

mas cuja realização já este ano acabou por ser

decidida num curto espaço de tempo, fazendo

jogar a seu favor os efeitos da pandemia da

Covid-19, teve vários objectivos. O primeiro,

permitir à comunidade da vela regressar ao mar,

e contribuir para a transição do confinamento

para a vida normal. Mas era necessário fazê-lo

de forma responsável, e a Mirpuri Foundation

quis participar nesse esforço de mostrar à

comunidade desportiva que tal era possível,

e de mostrar ao mundo que o regresso a essa

normalidade podia ser uma realidade.

O segundo objectivo foi levar para o mar diferentes

tipos de barcos, em distintas classes – de

embarcações muito velozes, como os VO65,

a barcos de cruzeiro, passando pelos clássicos

e outros. Assim tornando o evento muito intersesante

também na perspectiva do público.

Mas, acima de tudo, quisemos mostrar à nossa

audiência como combater uma crise sem criar

outra, nomeadamente em termos ambientais.

Aumentar o grau de sensibilização de que a

pandemia também teve custos para o planeta

neste particular, por ter sido necessário fazer

uso de inúmeros elementos em plástico, que

agora é preciso reciclar.

2 - Que balanço faz desta primeira edição?

O balanço é magnífico. A primeira edição do

Mirpuri Foundation Sailing Trophy foi o primeiro

troféu internacional de vela a ser relizado em

todo mundo após o confinamento obrigatório

devido à pandemia, e sentia-se que as mais de

cinco dezenas de tripulações estavam ansiosas

por regressar ao mar. Foi um êxito notável.

E também foi um verdadeiro prazer ver tantos

barcos de volta ao mar, num evento com total

controlo ao nível sanitário, pela primeira vez

após a pandemia. Todos os participantes no

evento foram sujeitos a exames médicos,

que incluíram, até, testes serológicos ao novo

Coranavírus, alcançando-se, assim, outras das

nossas principais metas. Ainda para mais, o

Mirpuri Foundation – Racing for the Planet

venceu de forma inequívoca, pelo que não

poderia ter sido melhor.

3 - Quais foram os principais obstáculos

que houve que ultrapassar em termos

organizativos?

Creio que a maior preocupação foi a saúde,

passar da fase 1 para a fase 2 da pandemia

de uma forma socialmente responsável. Por

isso, criámos uma equipa especializada, composta

por médicos, alguns dos quais epidemiologistas,

e outros profissionais de saúde,

que, desde logo, acompanhou de perto e em

permanência a evolução da pandemia, desde

o anúncio do troféu até à sua realização, não

só em Portugal e na região de Cascais, mas

também a nível mundial, dado que tivemos

inúmeros convidados oriundos de fora do país.

A sua tarefa incluiu, também, a aplicação das

medidas certas no tempo certo, as quais podiam

ir da desinfecção dos barcos antes das, e

entre as, regatas, assim como das instalações

que iriam ser utilizadas antes e depois da prova,

a check-ups médicos a todos os participantes

no evento. Todas as medidas foram ajustadas

ao grau de evolução da pandemia á data de

realização do troféu. No final, foi garantido

a todos que o ambiente em que estavam

inseridos era seguro, assim como que todos

os que os rodeavam estavam de boa saúde.

4 - Quais as perspectivas e ambições para

o futuro do troféu?

Incrementar ainda mais o seu prestígio a nível

nacional e internacional, assim como garantir

que o mesmo contribuirá para aumentar o grau

de consciência, numa escala planetária, para

os problemas ambientais, nomeadamente os

relacionados com os oceanos.

A vela é uma modalidade em que os barcos se

movem exclusivamente através do vento, pelo

que é um excelente suporte para fazer passar

essa mensagem, e o nosso forte investimento

nesta área, ao longo dos últimos anos, também

se deve ao facto de esta ser uma excelente

ferramenta comunicacional para as nossas

campanhas ambientais. E também acreditamos

que, ao trazermos mais pessoas para a

vela, cada um destes novos velejadores, que,

tipicamente, se iniciam na modalidade entre

os 6 e os 9 anos, tornam-se em verdadeiros

embaixadores dos mares.

É, ainda, um complemento fundamental para

outras iniciativas que levamos a cabo, como,

por exemplo, baptizar cada barco das classes

de formação do Clube Naval de Cascais, cuja

escola de vela é patrocinada pela Mirpuri

Foundation, com um nome de um peixe ou

de uma espécie marinha que está em risco

de extinção. E só isso ilustra a forma como as

Marc Bow

16

Hippocampus


nossas crianças ganham consciência, através

do desporto, de que tais peixes e espécies

marinhas podem já não existir quando se

tornarem adultos, caso os pais não façam

nada para evitá-lo. É uma espécie de “contra-

-pressão” das crianças sobre os adultos que

é muito interessante em diversos aspectos,

incluindo para a conservação marinha. No

fundo, o Mirpuri Foundation Sailing Trophy é a

confirmação de que, no futuro, continuaremos

a utilizar a plataforma da vela como ferramenta

comunicacional, em todo o mundo, e em especial

em Portugal, para desenvolver a nossa

principal missão – a preservação dos mares,

logo, a conservação do planeta.

Luís Fráguas

5 – Qual a importância da parceria com o

Clube Naval de Cascais para levar a cabo

uma iniciativa deste género?

Determinante. A Mirpuri Foundation é, orgulhosamente,

de há seis anos a esta parte, um

dos principais patrocinadores do Clube Naval

de Cascais, mormente da sua escola de vela,

em que a aposta passa não só pela vertente

desportiva, mas também pela formação de

velejadores sustentáveis para o futuro. Esta

importante aliança permitiu alertar tanto os

membros do CNC, como a própria comunidade

de Cascais, para as questões ambientais, em

geral, e para as relacionadas com o mar, em

particular.

Esta importante aliança levou o CNC a apresentar

à Mirpuri Foundation algumas ideias

para a criação de um novo troféu anual, e foi

exactamente o que acabou por acontecer. Um

troféu perpétuo de inequívoca reputação para

o mundo da vela, que retenha o nome e os

valores da Mirpuri Foundation no CNCascais

para as gerações vindouras.

O empenho do CNC foi, pois, essencial para a

realização do Mirpuri Foundation Sailing Trophy.

O seu papel foi fundamental para trazer os velejadores

de volta ao mar, para tal beneficiando

do capital de confiança conquistado nesse

capítulo quando do início do desconfinamento,

e das regras que implementou nesta matéria,

de forma extremamente profissional, para que

tudo fosse feito na maior segurança e com

toda a confiança.

Luís Fráguas

Marc Bow

Clube Naval de CASCAIS 17


Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

Marc Bow

A new benchmark

It was in Cascais that the large international sporting events

returned to Portugal after the confinement. A real success,

therefore, was the first edition of the Mirpuri Foundation

Sailing Trophy, organised by Clube Naval de Cascais

and the Mirpuri Foundation, in which several leading

names in worldwide sailing participated

18

Hippocampus


It was in the last weekend of June that

took place, between Cascais and Sesimbra,

the inaugural edition of the Mirpuri

Foundation Sailing Trophy, an event whose

unequivocal importance was, from the

beginning, ensured by being the event

that marked the return of international

sailing to Portugal after the confinement

dictated by the Covid-19 pandemic. With

more than fifty registered vessels, and a

shared prize money of more than 30,000€,

the trophy organized by Clube Naval de

Cascais and the Mirpuri Foundation, with

the collaboration of the Municipal Council

of Cascais and the support of Clube Naval

de Sesimbra and the Cascais Marina, was

formed by two coastal regattas, and received

the Gold Level certificate from Sailors

For The Sea, for a sustainable regatta and

plastic-free.

Even before going to sea, the initiative was

presented on the occasion of World Environment

Day, through a webinar attended

by Paulo Mirpuri (President of the Mirpuri

Foundation), Gonçalo Esteves (President of

Clube Naval de Cascais), Yoann Richomme

(skipper of Mirpuri Foundation Racing

Team) and Frederico Pinheiro de Melo,

Olympic sailor of CNCascais and member

of the crew, in this race, of Racing for the

Planet, the VO65 that will compete in the

next edition of The Ocean Race. At the time,

Paulo Mirpuri stressed: “This regatta has

several goals, and the first is to give the

sailing community the opportunity to

return to the sea. After a confinement,

following this pandemic, we must do it

in a responsible and safe way. We want to

demonstrate that it is possible to return

to normal life in a safe way. In the teams

we will have doctors and paramedics,

and their job is to assess the evolution

of the pandemic, taking the right measures

and providing medical care for all

participants. Fortunately, in Cascais, we

have seen positive progress, but the virus

is still there, and we must be careful”.

As for Gonçalo Esteves, he began by praising

the ability of the Mirpuri Foundation to “use

all these new limitations in its favour, and

not against us, and show the world that

we can be pioneers in a race under these

Luís Fráguas

conditions”. Adding: “We want sailors and

all participants to enjoy this return to the

sea in a race, for now small, but that will

turn into an important trophy in Cascais.

It will be a great opportunity to compete

again in a race with prize-money”.

Followed by Carlos Carreiras, Mayor of

Cascais: “Cascais has accustomed us to

being the stage of events that mark the

international calendar, and after this

period of confinement, it is with great

pleasure that we are hosting the first

edition of the Mirpuri Sailing Trophy.

It is gratifying that Portugal and Cascais

are recognized to safely host one of the

most important races in the world, and

to see the best international sailors live”.

For his part, Frederico Pinheiro de Melo

did not hide his satisfaction for Portugal

hosting a race like the Mirpuri Foundation

Sailing Trophy, whose registration fees were

supported by the Mirpuri Foundation and

later donated to marine conservation programs:

“It is spectacular to have a race

like this, and a relief to return to the

sea and the races. We are lucky to have

Clube Naval de CASCAIS 19


Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

Mirpuri Foundation Sailing Trophy

(WELL) DEFINED GOALS

According to the organization, the goal of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy is to

make this event one of the main sailing events in the world. In the first edition, a fleet

of more than 50 vessels was present, divided into several classes, and of which Racing

For The Planet, the Volvo Ocean 65 that will compete in the next edition of The Ocean

Race, was part of. Organized by the Mirpuri Foundation and Clube Naval de Cascais,

the Mirpuri Foundation Sailing Trophy counted on two coastal regattas, connecting

Cascais to Sesimbra on Saturday, and running the opposite course on Sunday, and

above all, marked the return of international sailing to Portugal after the established

period of confinement following the Covid-19 pandemic.

The goal of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy, implemented in its first edition, is

still to raise awareness, but also to act, for the defence of the environment and nature.

Therefore, in its debut, the registration costs of the teams were borne by the Mirpuri

Foundation and donated to Marine Conservation programmes, making this race also

a charity event.

With the participation of some of the fastest vessels in the world, crewed by renowned

international sailing names, the trophy awarded prizes of over 30,000€, with no less

than 16,000€ to the winner.

Luís Fráguas

Marc Bow

Luís Fráguas

a competition like this in Portugal. We

all want to feel safe after this pandemic

and we have to feel safe again and have

a normal life”.

Yoann Richomme, on the other hand,

chose to stress the extreme importance of

returning to the sea after the confinement:

“We can no longer live like this, we must

return to normality. We’ve been through a

crisis and I think we shouldn’t stop living

after this. We have a club, a sponsor, an

organisation working to put this big event

in the water, and that is a sign that things

are under control and in some ways, we

can go back to living a normal life”.

THE MOST ANTICIPATED MOMENT

On June 27th the most awaited moment

for crews and the organization arrived:

everything was in place for the first edition

of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy.

In the fleet, with no less than 56 registered

vessels, the two VO65s that would run the

longest distances stood out: the Mirpuri

Foundation - Racing for the Planet and

the Sisi - The Austrian Race Project.

The first had on board the Portuguese

Olympians, and CNC sailors, Bernardo

Freitas and Frederico Pinheiro de Melo, the

two-time Volvo Ocean Race winner Charles

Caudrelier, and skipper Yoann Richomme,

who was very pleased with the crew he had

at his disposal: “We are eager to get back

in the water. We would like to thank the

Mirpuri Foundation for organising this

trophy in such a short time. The competition

promises to de difficult”.

The weather forecasts were encouraging,

with the wind blowing from the North quadrant

on both days - on Saturday between

10 and 17 knots, and on Sunday between

16 and 26 knots, with strong gusts.

In times of pandemic, safety and public

health were key elements for holding this

sustainable and medically controlled regatta,

so all stakeholders were submitted

to the Covid-19 test, just as the standards

issued by the Directorate General of Health

were fully and scrupulously fulfilled.

Finally, given the starting signal, and

representing Clube Naval de Cascais, the

Mirpuri Foundation - Racing For The

Planet stood out and was, as expected,

the winner of the first race of the Mirpuri

Foundation Sailing Trophy, which con-

20

Hippocampus


Luís Fráguas Luís Fráguas

Marc Bow

nected Cascais to Sesimbra. The VO65

outperformed Paulo Mirpuri’s Green Eyes,

with boat captain and master deck António

Fontes in charge of operations, and

Sisi - The Austrian Ocean Race Project

of Gerwin Jansen.

The sailing conditions were almost perfect

and, about this triumph, Bernardo Freitas,

participant in the last edition of the Volvo

Ocean Race, aboard the Turn the Tide on

Plastic, the Mirpuri Foundation vessel, stated:

“It was fun. We had a longer course,

but the conditions were spectacular. The

crew is new, but everything flowed on

board. We are quite confident and if there

is no bad luck, I believe we can win the

trophy”. Frederico Pinheiro de Melo, his

team-mate at Turn the Tide on Plastic, also

stated: “We had a less successful start, but

then everything went well. Tomorrow, as

CARLOS CARREIRAS

Presidentof the Municipal

Council of Cascais

SOURCE OF PRIDE

Luís Fráguas

Due to the excepcional character of this

first edition, even worldwide, the Mirpuri

Foundation Sailing Trophy deserved some

comments from Carlos Carreiras, Mayor of

Cascais - where the event had its beginning

and also its end. The mayor highlighted

the importance of the initiative both for

the sailing world and for the council, and

even for the country.

“Cascais was the stage for the world’s

first regatta held in times of pandemic,

the Mirpuri Foundation Sailing Trophy,

organized in partnership with Clube Naval

de Cascais and with the support of the

Municipal Council of Cascais. These are

unique times, of a new “normality”, that

we all have to live, that we all have to get

used to. Never before have health and

public health problems assumed such importance

and caused so much mobilisation

of governments, municipalities, national

and international authorities at a global

level. Between Cascais and Sesimbra, in

last weekend in June, more than fifty crews

showed that it is possible to overcome

the difficulties. For this reason alone, the

Municipal Council of Cascais is proud to

have been present at such an event.

This race was an act of affirmation. It met

all health safety criteria, including the use of

state-of-the-art Covid-19 tests, with results

in less than fifteen minutes. Furthermore,

the criteria defined by the organisers were

based on solidarity and the sustainability

of the oceans. In Cascais, environmental

issues are on the agenda. The ocean is one

of our gateways and, through it, Portugal

has opened up to the world, which is why

this race, in this difficult context, has taken

on enormous importance and deserved

our solidarity and support”.

Clube Naval de CASCAIS 21


Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy

5 questions to…

PAULO MIRPURI President of the Mirpuri Foundation

1 - When and how was the idea for the

Mirpuri Foundation Sailing Trophy born?

The Mirpuri Foundation Sailing Trophy is an

environmental trophy dedicated to coastal

ocean regattas, whose first edition took place

in Portugal, with Cascais, and its beautiful bay,

as the starting point of the first regatta, and the

arrival of the second, as opposed to Sesimbra,

on the also beautiful coast of Arrábida, another

magnificent place to sail in our country.

This event, initially proposed for 2022, but the

realisation during this year was decided in a

short space of time, playing to its advantage the

effects of the Covid-19 pandemic, had several

goals. The first was to enable the sailing community

to return to the sea, and to contribute to the

transition from confinement to normal life. But

this had to be done in a responsible manner, and

the Mirpuri Foundation wanted to participate in

this effort to show the sporting community that

this was possible, and to show the world that a

return to normality could be a reality.

The second goal was to take different types of

vessels to sea, in different classes - from very

fast boats, such as the VO65, to cruise boats,

passing the classics and others. Thus making

the event very interesting also from the audience

perspective.

But above all, we wanted to show our audience

how to combat one crisis without creating another,

particularly in environmental terms. To raise

awareness that the pandemic also had a cost

to the planet in this aspect, because numerous

plastic elements had to be used, which now

need to be recycled.

2 - What is your assessment of this first

edition?

The outcome is magnificent. The first edition of

the Mirpuri Foundation Sailing Trophy was the

first international sailing trophy to be held around

the world after the mandatory confinement due

to the pandemic, and it was felt that more than

five dozen crews were eager to return to sea.

It was a remarkable success.

And it was also a real pleasure to see so many

vessels back at sea, in an event with full health

control, for the first time after the pandemic. All

the participants in the event underwent medical

examinations, which even included serological

tests for Coranavirus, thus reaching other of our

main goals. Moreover, the Mirpuri Foundation

- Racing for the Planet won unequivocally, so

it could not have been better.

3 - What were the main organisational

obstacles to be overcome?

I believe the greatest concern was health, moving

from phase 1 to phase 2 of the pandemic

in a socially responsible way. Therefore, we

created a specialized team, formed by doctors,

some of whom were epidemiologists, and other

health professionals, who followed closely and

continuously the evolution of the pandemic, from

the announcement of the trophy to its realization,

not only in Portugal and in the Cascais region,

but also worldwide, since we had numerous

guests from outside the country.

Their tasks also included applying the right

measures at the right time, which could range

from disinfecting the boats before, and between

races, as well as the facilities that would be used

before and after the event, to perform medical

check-ups for all participants in the event. All

measures were adjusted to the degree of

evolution of the pandemic at the time of the

trophy. In the end, everyone was assured that

their environment was safe, as well as everyone

around them in good health.

4 - What are the prospects and ambitions

for the future of the trophy?

To further increase its prestige at national and

international level, as well as to ensure that it will

contribute to raising awareness on a planetary

scale of environmental problems, including

those related to the oceans.

Sailing is a sport in which boats move exclusively

through the wind, so it is an excellent platform to

get this message across, and our strong investment

in this area over the last years is also due to

the fact that this is an excellent communication

tool for our environmental campaigns. And we

also believe that by bringing more people into

sailing, each of these new sailors, who typically

start in the sport between 6 and 9 years of age,

become true ambassadors of the seas.

It is also a fundamental complement to other

initiatives that we carry out, such as baptising

each boat in the training classes of Clube Naval

de Cascais, whose sailing school is sponsored

by the Mirpuri Foundation, with the name of

a fish or a marine species that is in danger of

extinction. And this alone illustrates how our

children gain awareness through sport that

such fish and marine species may no longer

exist when they become adults, if their parents

do nothing to avoid it. It is a kind of ‘counter-

-pressure’ of children on adults that is very

interesting in many ways, including for marine

conservation. Basically, the Mirpuri Foundation

Sailing Trophy is the confirmation that in

the future we will continue to use the sailing

platform as a communication tool, all over the

world, and especially in Portugal, to develop

our main mission - the preservation of the seas,

therefore, the conservation of the planet.

5 - How important is the partnership with

Clube Naval de Cascais to carry out such

an initiative?

Determining. The Mirpuri Foundation has

proudly been for six years, one of the main

sponsors of the Clube Naval de Cascais, especially

its sailing school, where the investment

is not only for the sports, but also for the

training of sustainable sailors for the future.

This important alliance has made it possible to

alert both the members of the CNC, and the

Cascais community itself, to environmental

issues in general, and those related to the

sea in particular.

This important alliance led the CNC to present

the Mirpuri Foundation with some ideas for

the creation of a new annual trophy, and this

is exactly what happened. A perpetual trophy

of unquestionable reputation for the world of

sailing that retains the name and values of

the Mirpuri Foundation at the CNCascais for

generations to come.

The commitment of the CNC was therefore

essential for the realization of the Mirpuri

Foundation Sailing Trophy. Its role was fundamental

to bring the sailors back to the sea,

benefiting from the confidence gained in this

chapter when the deconfinement began, and

the rules it implemented in this matter, in an

extremely professional way, so that everything

was done with the highest security and with

all confidence.

22

Hippocampus


it’s going to be at windward, the other

boats may be closer, but we are confident”.

In ORC A, the leadership belonged to

Miguel Bunte Graça’s Rational - German

Kitchens, of CNCascais, followed by Jorge

Queiroga’s Vértigo, of Clube de Vela do

Tejo, and Carlos Morgado’s Porto Caro

Dos, representative of Sporting Clube de

Aveiro.

For their part, the Elixir/D-Loft, by Luís

Raposo Veríssimo, of the Marina Yacht

Club de Albufeira, led in ORC B, with

the Syone, by Nuno Neves, of the Clube

de Vela do Tejo, and the Bamak, by Rodrigo

Vargas-Zuñiga, of the Clube Naval

de Lisboa, occupying the second and third

positions, respectively.

Also representing Clube Naval de Lisboa,

Puki, by Carlos Bleck, was first in the

Classics, followed by BBM, by Bernardino

Moreira, of the National Cruise Association,

and the representative of CNCascais,

Sea Lion, by Manuel Champalimaud.

In NHC, the leader was Rational - German

Kitchens, by Miguel Bunte Graça, in

second was Vértigo, by Jorge Queiroga, and

Elixir/D-Loft, by Luís Raposo Veríssimo,

occupied the third position.

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

STRENGTH DEMONSTRATION

The second and final race of the Mirpuri

Foundation Sailing Trophy began at 11am

on Sunday, connecting Sesimbra to Cascais.

The wind conditions were almost perfect

again, and the Mirpuri Foundation - Racing

For The Planet, captained by skipper Yoann

Richomme, representing Clube naval de

Cascais, confirmed the favouritism and

added another victory in the race that

linked Sesimbra to Cascais. “Everything

went well. We had a strong start and a

strong first bow. We led from the first

buoy and then enjoyed the teamwork.

We have a fantastic crew, we didn’t have

any problems and we are happy”, stated

Bernardo Freitas, one of the two national

Olympians, along with Frederico Pinheiro

de Melo, on board the winning vessel.

With this result, the Mirpuri Foundation

- Racing For The Planet was the expected,

and fair, big winner of the Mirpuri Foundation

Sailing Trophy: the VO65 65 was

the first in real time in both coastal races,

and won the perpetual trophy designed

for the event. The second, in real time, to

Luís Fráguas

cut the finish line in Cascais was Green

Eyes, by Paulo Mirpuri, with CNCascais

sailor António Fontes, who was in the last

edition of the Volvo Ocean Race, describing

the Mirpuri Foundation Sailing Trophy

in this way: “It was fun. Today we were

expecting more wind, but it didn’t happen”.

Closing the podium in real time

was Gerwin Jansen’s Sissi - The Austrian

Ocean Project from Porto Piccolo.

As for the remaining classes, in ORC A,

triumph of Rational - German Kitchens,

by Miguel Bunte Graça, from CNCascais,

followed by Super Açor Xis, by Gonçalo Vaz

Botelho, representing the Vila Franca do

Campo Naval Club, and Pede Mar, by Rui

Rijo Ferreira, from the Almada Nautical

Club. Representing the Marina Yacht Club

of Albufeira, Elixir/D-Loft, commanded by

Luís Raposo Veríssimo, was first in ORC

B, with Syone, by Nuno Neves, of Clube de

Vela Tejo, and Bamak, by Rodrigo Vargas-

-Zuñiga, of Clube Naval de Lisboa, taking

the second and third positions.

Also representing Clube Naval de Lisboa,

Puki, by Carlos Bleck, won in the Classics,

followed by Sea Lion, by Manuel Carlos de

Mello Champalimaud, of Clube Naval de

Cascais, and BBM, by Bernardino Moreira,

of Associação Nacional de Cruzeiros. In

NHC, the win was taken by Rational -

German Kitchens, by Miguel Bunte Graça,

representing Clube Naval de Cascais, with

Malouane, by Vincent Labedan, from

Club de Voile de Vaux Sur Seine, securing

second place, and Timeriesci, by Afonso

Domingos, from the International Marina

Club of Vilamoura, taking third place.

Clube Naval de CASCAIS 23


REGATAS

Campeonato Nacional de SB20

REGRESSO EM FORÇA

Depois de três meses sem que fossem

disputadas competições de vela em Portugal,

foi o Clube Naval de Cascais que organizou o

primeiro campeonato nacional da modalidade,

dedicado à Classe SB20, a qual deu, desde

logo, mostras de uma invejável vitalidade

Luís Fráguas

Luís Fráguas

A

“omnipresente” pandemia da Covid-19

obrigou a que, durante nada menos

do que três meses, estivesse suspenso em

Portugal o calendário desportivo da vela.

Por via do confinamento, e à semelhança

do que aconteceu, aliás, com todas as outras

modalidades, diversas provas foram canceladas

ou adiadas, e a incerteza pairou durante

bastante tempo sobre o sector.

Com o regresso à já célebre “nova” (ou

possível…) normalidade, coube ao Clube

Naval de Cascais a responsabilidade de

organizar o primeiro campeonato nacional

de vela realizado em território nacional

após o desconfinamento. O Campeonato

Nacional da Classe SB20 contou com 29

barcos inscritos, e o apoio da Vista Alegre e

da Clarins Portugal, com a frota portuguesa

Luís Fráguas

desta classe a dar mostras de que continua

de boa saúde, mesmo depois do período de

confinamento.

As quase três dezenas de inscritos tiveram,

no primeiro dia, de esperar em terra pelo

vento, acabando por só ser possível dar início

à regata de estreia deste campeonato por volta

das 14h00. A espera compensou, já que a

frota foi recebida no campo de regatas da

24

Hippocampus


Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Guia com ventos do quadrante de noroeste

e uma intensidade média de 16 nós.

Nesta primeira regata, a vitória foi para o

barco Puss/Puss SailCascais, de Vasco Serpa,

acompanhado de Pedro Costa Alemão e

Joaquim Moreira. Na segunda regata do

dia, o primeiro lugar coube à equipa Youth

Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,

de Henrique Brites, com Bernardo Torres

Pego, Luis Pinheiro e Rafael Rodrigues. É

Clube Naval de CASCAIS 25


Regatas Campeonato Nacional de SB20

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

Luís Fráguas

de realçar a prestação desta jovem equipa

no primeiro dia de regatas, pois, para além

da vitória na segunda regata, conquistou

o segundo posto nas outras duas que se

realizaram, assim acabando por ocupar o

primeiro lugar da classificação geral no final

do primeiro dia de prova. No segundo posto

ficou a equipa campeã nacional em título,

Dom Pedro Hotels, composta por José Paulo

Ramada, Fausto Neves, António Pereira e

Miguel Leal Faria, fechando o pódio, após

o primeiro dia de regatas, o Patris Finance,

de Vasco Passanha com Zilas Nascimento,

Diana Neves e Sebastião Ramirez.

No segundo dia do Campeonato Nacional

da Classe SB20 de 2020, a frota completou as

três regatas previstas. Depois de saírem para

o mar, para iniciar a competição no campo

de regatas da Guia, o nevoeiro instalou-

-se neste local e forçou os concorrentes a

movimentarem-se para o campo da Baía

de Cascais por razões de segurança. Já com

o vento estabelecido dentro da baía, mas a

variar de direcção entre Oeste e Noroeste,

com cerca de 12 nós de intensidade, a frota

começou a disputar a primeira regata do dia,

mais uma vez, por volta das 14h30.

26

Hippocampus


A nível desportivo, a homogeneidade da

frota revelou-se impressionante: depois de seis

regatas disputadas no decurso dos primeiros

dois dias do campeonato, registavam-se nada

menos do que seis vencedores diferentes. Os

benjamins da classe SB20, no barco Youth

Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,

mantinham-se na liderança do campeonato,

pois a equipa de Henrique Brites

continuava a dar cartas e a mostrar que a

regularidade compensa. À segunda posição

da classificação geral ascendia o Puss Puss/

SailCascais, capitaneado por Vasco Serpa,

com o lugar mais baixo do pódio, no fim

do segundo dia de campeonato, e depois

de uma excelente prestação, a ser pertença

do Madeira Island, de John Tavares, com

Hélder Basílio e Tiago Leal.

TERMINAR EM GRANDE

Para terminar o campeonato, os concorrentes

regressaram ao campo de regatas da Guia,

que é “só” um dos locais mais conhecidos e

apreciados do mundo pelos amantes da vela.

A tradição manteve-se, as condições não

desiludiram, muito pelo contrário, voltando

a ser semelhantes às do primeiro dia, embora

com uma intensidade de vento mais ligeira,

que se ficava pelos 12 nós.

Todos os lugares do pódio estiveram em

aberto durante este último dia do campeonato,

conhecendo, mesmo, alterações significativas

com o evoluir da prova. A equipa

Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,

de Henrique Brites, Bernardo Torres

Pego, Luis Pinheiro e Rafael Rodrigues, viu,

momentaneamente, a vitória a querer a fugir-

-lhe por entre os dedos, quando terminou

a primeira regata do dia na décima terceira

posição. Também por isso, a confirmação

do novo Campeão Nacional somente ficou

definida na última regata, tudo se decidindo

entre a Youth Team Portugal e a Puss Puss

SailCascais, de Vasco Serpa, Joaquim Moreira

e Pedro Costa Alemão.

As duas equipas estavam separadas apenas

por dois pontos e a disputa foi acérrima e

digna de nota, tendo a jovem equipa levado

a melhor, terminando a derradeira regata

do evento no segundo lugar, enquanto os

‘séniores’ não iam além do sexto posto. A

este propósito, Vasco Serpa, ainda a quente,

referia: “Na última regata, não conseguimos

largar tão bem e os erros em alta

competição pagam-se caros”.

Anna Zykova Anna Zykova

Cascais SB20 Summer Regatta

PONTO DE PARTIDA

Ainda antes da realização do Campeonato Nacional da classe, a emblemática frota de

SB20 regressou ao mar a 27 de Junho, para disputar a Cascais SB20 Summer Regatta,

campeonato que contou com o apoio da Clarins e da Vista Alegre! Os dezanove barcos

inscritos foram acolhidos com condições espectaculares – vento a soprar com uma

intensidade de 10 a 13 nós a partir do quadrante Norte, na Baía de Cascais, onde foram

completadas as três regatas previstas para o primeiro dia de prova.

O Another Affair, de Miguel e Francisco Oliveira, capitaneado por Tiago Morais, terminou

o primeiro dia do campeonato na terceira posição, com o segundo posto a caber ao Roff

– Meritis, de Filipe Silva, com Pedro Pinto e Hugo Mastbaum. Já na liderança da tabela

classificativa, com duas vitórias, estava o Dom Pedro Hotels, de José Paulo Ramada,

com Gonçalo Almeida Ribeiro, António Pereira e Miguel Leal Faria.

Clube Naval de CASCAIS 27


Regatas Campeonato Nacional de SB20

O final da Cascais SB20 Summer Regatta ficou marcado por outro magnífico dia de vela. A

frota completou as três regatas previstas no campo da Guia, com condições constantes de

vento, que soprou do quadrante Noroeste, com 8 a 15 nós de intensidade. O Roff-Meritis,

de Hugo Mastbaum, com Pedro Pinto e Filipe Silva, caiu um lugar na classificação geral,

terminando o campeonato na terceira posição. Já o Another Affair, de Miguel Oliveira,

com Francisco Oliveira e Tiago Morais, fechou o último dia de prova com uma vitória

na segunda regata, assim subindo ao segundo posto da classificação geral. Os grandes

vencedores foram José Paulo Ramada, António Pereira, Gonçalo Ribeiro e Miguel Leal

Faria, a bordo do Dom Pedro Hotels: à semelhança do que havia sucedido no primeiro

dia de competição, esta tripulação venceu duas das três regatas disputadas.

Luís Fráguas

Anna Zykova

Anna Zykova

Anna Zykova

Anna Zykova

Anna Zykova

Anna Zykova

Luís Fráguas

Anna Zykova

Anna Zykova

A Youth Team Portugal – 98.1 Radio

Marginal sagrava-se, assim, como a nova

campeã nacional de SB20, batendo-se exemplarmente

até ao fim com o barco Puss Puss

– SailCascais. Henrique Brites comentava:

“Na primeira regata, cometemos alguns

erros básicos e vimos que a equipa do

Vasco Serpa estava a andar muito bem.

Havia alguma pressão a bordo depois da

primeira regata do dia, mas conseguimos

limpar a cabeça e, a seguir, fazer duas

boas regatas”.

O Dom Pedro Hotels, de José Paulo Ramada,

com Fausto Neves, Miguel Leal Faria e António

Pereira, regressou ao pódio, graças ao terceiro

lugar final, despedindo-se deste campeonato com

uma vitória na última regata. José Paulo Ramada

analisava assim a prestação da equipa: “Tivemos

um bom primeiro dia de campeonato, mas, no

segundo dia, o campo de regatas do interior

da Baía de Cascais não nos ajudou, e caímos

alguns lugares na classificação. Para terminar

o campeonato, fizemos um bom terceiro dia

de regatas e conseguimos recuperar o pódio.

Dou os parabéns à equipa do Vasco Serpa, pela

segunda posição da geral. E quero realçar a

excelente prestação da equipa do Henrique

Brites, que teve um óptimo desempenho neste

campeonato, sendo os seus membros os novos,

e justos, campeões nacionais”.

28

Hippocampus



Regattas SB20 National Championship

Strong return

After three months without sailing competitions in Portugal, Clube

Naval de Cascais organised the first Sailing National Championship,

dedicated to the SB20 Class, which showed an enviable vitality

The Covid-19 pandemic forced the suspension

of the sailing sports calendar in

Portugal for no less than three months. Due

to the confinement, as has happened for every

other sport, several events were cancelled or

postponed, and uncertainty hovered over the

sector for some time.

Returning to the “new” (or possible…)

normal, Clube Naval de Cascais was responsible

for organising the first Sailing National

Championship in Portugal after the deconfinement.

The SB20 National Championship

counted on 29 vessels and the support of

Vista Alegre and Clarins Portugal, and the

Portuguese fleet showed great health even

after the confinement period.

On the first day, the nearly thirty vessels

had to wait onshore for the wind, and it was

only possible to start the opening race of the

championship around 2PM. It was worth

waiting since the fleet was received at the

regatta field of Guia with northwest wind at

an average intensity of 16 knots.

During this first race, the victory went to the

vessel Puss/Puss SailCascais of Vasco Serpa

with Pedro Costa Alemão and Joaquim Moreira.

The winner of the second race was the

Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal

of Henrique Brites with Bernardo Torres Pego,

Luis Pinheiro and Rafael Rodrigues. The

performance of this young team needs to be

highlighted because, aside from winning this

second race, finished in second place in the

other two races of the day, finishing in first

place at the end of the first day. In second

came the current national champion team,

Dom Pedro Hotels, of José Paulo Ramada,

Fausto Neves, António Pereira and Miguel

Leal Faria, and closing the podium on the

first day of regattas was Patris Financia of

Vasco Passanha with Zilas Nascimento, Diana

Neves and Sebastião Ramirez.

On the second day of the 2020 SB20 National

Championship, the fleet completed the

three expected races. After leaving to the sea

Luís Fráguas

to start the competition at the regatta field

of Guia, the fog settled at the location and

forced the contestants to move to the regatta

field of the Bay of Cascais for safety reasons.

Wind the wind established in the bay, varying

from West to Northwest at near 12 knots of

intensity, the fleet started to dispute the first

race of the day at around 2:30PM.

The consistency of the fleet was impressive:

after six races in the first two days of the

championship, there no less than six different

winners. The youngsters of the SB20 class,

on the vessel Youth Team Portugal 98.1

Radio Marginal, maintained the lead of the

championship, the team of Henrique Brites

continued to dominate and demonstrate that

consistency pays off. Puss Puss/Sail Cascais

led by Vasco Serpa rose to the second position

and in the last place of the podium at the end

of the second day of competition was Madeira

Island of John Tavares with Hélder Basílio

and Tiago Leal.

FINISHING BIG

To finish the championship, the participants

returned to the field of regattas of Guia,

one of the bets known and appreciated

in the world by the lovers of sailing. The

tradition was kept, the conditions did not

disappoint, on the contrary, similar to the

30

Hippocampus


first day, although with a lighter intensity,

that remained at 12 knots.

All the places on the podium were in

the open during this last day of the championship,

even having significant changes as

the event evolve. The Youth Team Portugal

– 98.1 Radio Comercial of Henrique Brites,

Bernardo Torres Pego, Luis Pinheiro and

Rafael Rodrigues saw, for a moment, their

victory slipping away when they finished

in thirteenth on the first race of the day.

Also for this reason, the confirmation of the

new National Champion was only defined

in the last race, decided between Youth

Team Portugal and Puss Puss/Sail Cascais

of Vasco Serpa, Joaquim Moreira and Pedro

Costa Alemão.

The two teams were only separated by two

points and the dispute was fierce and notable,

with the young team prevailing, finishing

the last race of the event in second, as the

‘seniors’ did not rise above sixth position.

In this regard, Vasco Serpa, in the moment,

commented: “In the last race we were

not able to start so well and mistakes in

top-level competition pay a high price”.

Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal

became the new SB20 national champion

admirably fighting until the end with Puss

Puss/Sail Cascais. Henrique Brites commented:

“During the first race, we made

some basic mistakes and saw the team of

Vasco Serpa doing really well. There was

some pression on board after the first race

of the day but we were able to clear our

heads and make two good races after”.

Dom Pedro Hotels of José Paulo Ramada

with Fausto Neves, Miguel Leal Faria and

António Pereira returned to the podium, with

a third place, leaving the championship with

a win in the last race. José Paulo Ramada

analysed the performance of the team: “We

had a good first day of the championship

but, on the second day, the regatta field of

the Bay of Cascais did not help us and we

fell some places in the ranking. To finish

the championship, we did a good third

day of races and were able to return to the

podium. Congratulations to the team of

Vasco Serpa for the second position. And

I also want to highlight the excellent participation

of Henrique Brites’ team, who

had a fantastic performance during this

championship, with its members being

the new, and fair, national champions”.

Anna Zykova

Anna Zykova

Cascais SB20 Summer Regatta

STARTING POINT

Even before the National Championship of the class, the emblematic SB20 fleet returned

to the sea on June 27th to dispute the Cascais SB20 Summer Regatta, a championship

that counted on the support of Clarins and Vista Alegre! The 19 enrolled vessels were

welcomed with spectacular weather conditions – wind blowing at 10 to 13 knots from

North, in the Bay of Cascais, where the three planned regattas were held in the first

day of the event.

Another Affair, of Miguel and Francisco Oliveira, led by Tiago Morais, finished the first

day in third place, in second came Roff – Meritis of Filipe Silva, with Pedro Pinto and

Hugo Mastbaum. Leading the ranking, with two wins, was Dom Pedro Hotels of José

Paulo Ramada, with Gonçalo Almeida Ribeiro, António Pereira a Miguel Leal Faria.

The end of Cascais SB20 Summer Regatta was marked by another magnificent day of

sailing. The fleet completed the three planned regattas in the field of Guia. With constand

wind conditions, blowing from northwest at 8 to 15 knots. Roff-Meritis of Hugo

Mastbaum, with Pedro Pinto and Filipe Silva, dropped one place in the classification,

finishing the championship in third place. While Another Affair of Miguel Oliveira, with

Francisco Oliveira and Tiago Morais, closed the last day of the event with a win in the

second regatta, rising to the second place in the overall classification. The great winner

were José Paulo Ramada, António Pereira, Gonçalo Ribeiro and Miguel Leal Faria on

board of Dom Pedro Hotels: as it happened in the first day of competition, this crew

won two of three disputed races.

Clube Naval de CASCAIS 31


Clube Regatas virtuais CNC April Big Wednesday

Ajuste à realidade

A pandemia da Covid-19 alterou radicalmente, e durante largo tempo, os hábitos

de todos. No Clube Naval de Cascais, e dada a impossibilidade de realizar regatas

no mar, a solução temporária para manter os velejadores no activo passou pela

criação de um campeonato de provas virtuais esailing, o CNC April Big Wednesday.

Um rotundo sucesso

32

Hippocampus


adesão por parte dos seus destinatários:

um campeonato de esailing, ou regatas

virtuais, realizado às quartas-feiras, e

por isso baptizado como CNC April Big

Wednesday.

Ou seja, durante o mês de Abril último,

as quartas-feiras dos sócios do CNCascais

passaram a ter um outro colorido, graças

à realização dessa competição de regatas

virtuais. A de estreia contou logo com

a participação de nada menos do que

quarenta e cinco sócios do Clube Naval

de Cascais, que assim viveram um dia

de quarentena, decididamente, diferente

dos demais.

A primeira prova do campeonato CNC

April Big Wednesday foi composta por

cinco regatas e uma medal race. Para a

regata final foram apurados os dez melhores

velejadores do evento, sendo que,

antes do sinal de largada, tudo podia

acontecer, já que o primeiro e o décimo

jogadores estavam separados por apenas

5 pontos. A grande vitória foi para Pedro

Ferraz da Costa, seguido de Afonso Prieto

e, no lugar mais baixo do pódio, de Jorge

de Herédia.

Não é por ser, hoje, afirmação recorrente

e lugar comum, que é menos

verdade que a pandemia da Covid-19

mudou o mundo. E mais ainda enquanto

vigoraram medidas mais drásticas de

combate à doença, como o confinamento

ou a quarentena. O mundo praticamente

parou, e os sócios e atletas do Clube Naval

de Cascais não constituíram, naturalmente,

excepção à regra – desde logo ficando

impedidos de participar nas sempre

muito disputadas regatas organizadas pelo

CNC – “tão só” porque não foi possível,

por óbvios motivos, que as mesmas se

realizassem.

Mas o Clube Naval de Cascais tudo fez

para manter os seus velejadores no activo,

e este pudessem manter contacto próximo

com a sua modalidade favorita. Para tal,

houve que ter redobrado empenho, capacidade

criativa e alguma imaginação. Mas

nem por isso deixou de haver solução.

De recurso, é certo, porque a possível,

mas que mereceu uma extraordinária

ABRIL REGATAS MIL!

Era bom de ver que, graças a esta iniciativa,

estava criado um novo adágio, pelo

menos para as hostes do CNC: em abril,

regatas mil! Mais uma quarta-feira, mais

uma edição, a segunda, do campeonato

de esailing dos sócios do CNC. Depois

do sucesso da primeira prova do CNC

April Big Wednesday, na segunda semana

foi possível juntar qualquer coisa como 49

sócios no mar virtual para competir.

A disputa pelo lugar mais alto do pódio

teve lugar até ao último segundo, entre

Jorge de Herédia e Henrique Brites. Dois

jogadores que disputaram a Medal Race

com uma última popa imprópria para

cardíacos. O veterano Jorge de Herédia

levou a melhor sobre o benjamim Henrique

Brites, tornando-se, assim, no vencedor da

segunda edição da April Big Wednesday,

naturalmente seguido de Henrique Brites

na classificação geral, com o velejador da

classe Laser Radial, Bernardo Loureiro, a

fechar o pódio.

Terceira edição do CNC April Big Wednesday,

terceiro vencedor diferente. Os

sócios do Clube Naval de Cascais não

Clube Naval de CASCAIS 33


Clube Regatas virtuais CNC April Big Wednesday

desarmavam no seu empenho de brilhar no

campeonato de regatas virtuais. a homogeneidade

dos velejadores era impressionante

e, de semana para semana. a luta pelo pódio

continua sempre a ser decidida na Medal

Race. Nesta terceira edição, o grande vencedor

foi Henrique Brites, seguido de Pedro

Ferraz da Costa. Em terceiro lugar ficou o

nosso estreante na esailing, e vencedor em

título da última Dragon Gold Cup, Pedro

Rebelo de Andrade.

Abril chegava ao fim, o desconfinamento

era, cada vez mais, uma realidade e, deste

modo, terminava, igualmente, o primeiro

troféu de regatas virtuais do CNC. Ao

longo das quatro edições da CNC April Big

Wednesday, foi possível juntar 64 sócios do

CNCascais com os mais distintos níveis de

vela, desde Campeões do Mundo a velejadores

das escolas das mais diversas classes, dos

Optimist aos SB20, passando pelas pranchas,

pelos Lasers, pelos 420, pelos Moth, pelos

Dragões e pelos cruzeiros. Mais uma vez no

seguimento de uma acesa luta, na derradeira

edição do CNC April Big Wednesday o

pódio foi composto por Jorge de Herédia

no lugar de topo. seguido de Pedro Rebelo

de Andrade e de Gustavo Lima.

Assim, e depois de disputadas 24 regatas

ao longo de quatro semanas, o grande vencedor

final do CNC April Big Wednesday

foi Jorge de Herédia, seguido de Henrique

Brites e de Pedro Ferraz da Costa.

Agora, já é, felizmente, possível velejar

no mar, mas nada impede que alguns dos

participantes no troféu tenham ficado

adeptos também das regatas disputadas

em modo hi-tech, indubitavelmente uma

forma interessante de manter a ligação

à vela quando, por este ou por aquele

motivo, não é possível fazê-lo da forma

ideal: presencial e fisicamente!

34

Hippocampus



Club Virtual Regattas CNC April Big Wednesday

Adjustment

to reality

Not for being a cliché is it less true

that the Covid-19 pandemic changed

the world. And even more true while

the tougher measures were in force, as the

confinement and the quarantine. The world

practically stopped and the members and

athletes of Clube Naval de Cascais were

not an exception – since the beginning

they were not allowed to participate in

the very disputed regattas organised by

CNC – “only” because it was not possible

to hold them, for obvious reasons.

But Clube Naval de Cascais did anything

possible to keep their sailors active and

maintaining close contact with their favourite

sport. For this purpose, an increased

commitment, creative capacity and some

imagination was needed. But there was a

solution. A second-best solution that still

deserved an extraordinary accession from

its recipients: an e-sailing championship, or

virtual regattas, held on Wednesdays and

hence baptised CNC April Big Wednesday.

During last April, the Wednesdays of the

members of CNCascais had a new flavour

thanks to these virtual regattas. The

premiere counted on the participation of

forty-five members of the club, that lived

a quarantine day definitely different from

the rest.

36

Hippocampus


The Covid-19 pandemic radically altered, and for a long

period, everyone’s habits. At Clube Naval de Cascais,

and without the possibility to hold regattas at sea,

the temporary solution to keep sailors active was creating

a championship of virtual e-sailing races, the CNC April

Big Wednesday. A resounding success

The first event of the CNC April Big

Wednesday consisted on five regattas and a

medal race. For the final regatta passed the

best ten sailors of the event, and before the

starting signal anything could happen since

the first and tenth players were separated

only by 5 points. The great victory was

taken by Pedro Ferraz da Costa, followed

by Afonso Prieto and, closing the podium,

Jorge de Herédia.

APRIL SHOWER REGATTAS!

It was great seeing that thanks to this initiative

a new saying, at least for the hosts of

the CNC: April Shower Regattas! Another

Wednesday, another edition, the second of

the e-sailing championship for the members

of CNC. After the success of the first event

of CNC April Big Wednesday, during the

second week it was possible to gather 49

members in the virtual see to compete.

The dispute for the highest place in the

podium was tight until the last second,

between Jorge de Herédia and Henrique

Brites. Two players that disputed the Medal

Race with a last stern unfit for people

with heart problems. The veteran Jorge

de Herédia prevailed over the youngster

Henrique Brites, thereby becoming the

winner of the second edition of April Big

Wednesday, naturally followed by Henrique

Brites in the general ranking, with Laser

Radial sailor, Bernardo Loureiro, closing

the podium.

Third edition of CNC April Big Wednesday,

a third different winner. The members

of Clube Naval de Cascais did not defuse

their effort to shine in the virtual regattas

championship. The consistency of the

sailors was impressive and, from week to

week, the fight for the podium continued

to be decided in the Medal Race. During

this third edition, the great winner

was Henrique Brites, followed by Pedro

Ferraz da Costa. In third place came our

e-sailing debutant, and current winner of

the last Dragon Gold Cup, Pedro Rebelo

de Andrade.

April was coming to an end, the deconfinement

was more and more a reality and,

in this way, also finished the first virtual

regattas trophy of the CNC. Over the four

editions of the CNC April Big Wednesday,

it was possible to gather 64 members of

CNCascais with different sailing levels,

from World Champions to academy sailors

of different classes, from Optimist to SB20,

to boards, Lasers, 420, Moth, Dragons

and cruise. Once again after an intense

dispute, in the last edition of CNC April

Big Wednesday the podium was formed by

Jorge Herédia on top, followed by Pedro

Rebelo de Andrade and Gustavo Lima.

Thus, and after 24 regattas over the course

of four weeks, the great final winner of the

CNC April Big Wednesday was Jorge de

Herédia, followed by Henrique Brites and

Pedro Ferraz da Costa. Now, fortunately,

it is possible to sail the sea, but nothing

prevents that some of the participants have

become fans of the regattas disputed in

high-tech, unquestionably an interesting

way to maintain a connection to sailing

when for this or that reason it is not possible

to do it in the ideal way: live and in

person!

Clube Naval de CASCAIS 37


Momento Royal Clipper ao largo de Cascais

PRIVILÉGIO RARO

Rumando a Portugal para uma escala técnica, o Royal Clipper, o maior

veleiro do mundo do seu género, foi “apanhado” pela Covid-19, fundeou

ao largo de Cascais e acampanhou os cascaleneses durante a pandemia.

Oportunidade soberana para apreciar a rara beleza deste navio com 440 pés,

42 velas e cinco mastros, o principal com 52 metros de altura

38

Hippocampus


Caprichos do destino, aquele que é considerado o

maior veleiro do mundo no seu género (e, por muitos,

também o mais belo) fez companhia aos cascalenses

durante o confinamento a que os portugueses estiveram

obrigados devido à pandemia da Covid-19. Rumando ao

nosso país para uma escala técnica, que previa uma série

de intervenções de manutenção e reparação, o célebre

Royal Clipper acabou por ser obrigado a estar fundeado

ao largo de Cascais durante esse período, adornando

com a sua beleza única o horizonte cascalense.

E mesmo que não fossem as melhores (sobretudo, para

quem ficou a bordo) as razões para a sua permanência

em águas de Cascais, nem por isso deixou de ser um

privilégio poder apreciar, dia após dia, a soberba aparência

exterior deste navio tão único quanto irresistível.

Trata-se de um clipper com nada menos do que 440 pés

(qualquer coisa como quase 134 metros…) de comprimento,

16 m de boca, 5061 toneladas, cinco mastros

e 42 velas (que garantem uma área vélica de cerca de

meio hectare, ou seja, 5000 m2!), tendo capacidade

para transportar até 227 passageiros, acompanhados

de uma tripulação com 106 membros – 20 dos quais

têm como tarefa manobrar as velas. O mastro principal,

com 52 metros de altura, conta, inclusivamente,

com uma secção superior articulada com 6 metros

de extensão, que pode ser “dobrada” para permitir a

passagem da embarcação, por exemplo, sob pontes ou

linhas eléctricas.

Detentor do recorde do Guiness para o maior navio

de cinco mastros do mundo, a construção do Royal

Clipper teve como inspiração o Preussen, a estrela

maior da célebre família Flying P-Line, da germânica

F. Laeisz, sedeada em Hamburgo, do início do século

XX. Foi o maior veleiro alguma vez construído na sua

época, e cuja carreira teve um triste final quando, em

1910, no Canal da Mancha, colidiu com um navio a

Clube Naval de CASCAIS 39


Momento Royal Clipper ao largo de Cascais

vapor que o levou a embater no rochedo

perto de Dover.

Construído nos estaleiros da Merwede, em

Roterdão, Holanda, o Royal Clipper fez a sua

viagem inaugural em 2000, e foi o primeiro

veleiro de cinco mastros a ser construído

desde o Preussen, em 1902. Cumpre com os

mais elevados padrões de segurança a nível

mundial, e os seus interiores, bem ao estilo

da época de Eduardo VII, são da autoria do

designer britânico, Donald Starkey, criador

da decoração de muitos dos mais admirados

mega-iates do mundo.

VIAJAR AO MAIS ALTO NÍVEL

Com um convés a descoberto com “tão só”

1800 m2 e três piscinas (uma delas com

fundo em vidro, situada sobre o restaurante

principal do navio, com três pisos), o Royal

40

Hippocampus


Clube Naval de CASCAIS 41


Momento Royal Clipper ao largo de Cascais

APESAR DA SUA CONCEPÇÃO CLÁSSICA,

O ROYAL CLIPPER CUMPRE COM AS MAIS

EXIGENTES NORMAS DE SEGURANÇA E OFERECE

TODAS AS COMODIDADES A BORDO

42

Hippocampus


Clipper, não obstante a sua concepção

clássica, conta com as mais modernas mordomias,

como bares, biblioteca com acesso

Wi-Fi à Internet ou SPA. As acomodações

incluem dois camarotes de luxo, 14 suites,

duas cabines, 90 camarotes duplos exteriores

e seis camarotes duplos interiores, todos

com casa de banho privativa. Não existindo

discotecas a bordo, é de referir que o bar

está aberto até que os passageiros assim o

pretendam, sendo, mesmo, permitido dormir

no deck principal, sob o firmamento,

nas noites mais quentes.

A bordo, os passageiros são convidados

a participar não só em aulas de nós de

marinharia, ministradas por experientes

membros da tripulação, como na própria

tarefa de içar e arrear as velas – sendo até

possível subir aos mastros sempre que as

condições climatéricas o permitam. De

recordar que o manobrar das velas é um

processo totalmente mecânico, desprovido

de operações computorizadas, e, as mais

das vezes, totalmente manual, embora

existam alguns guinchos eléctricos. Os

passageiros podem, igualmente, visitar a

ponte de comando do navio, e aí conversar

com o Comandante e restantes membros

da tripulação, a não ser quando em decurso

está uma manobra mais complexa.

Outro dos atributos do Royal Clipper é a

sua dotação de equipamentos para desportos

náuticos, possíveis de utilizar quando

o navio está ancorado. Aqui se incluindo

caiaques, pequenas embarcações à vela, e

equipamento de windsurf e de apneia. Nas

paragens em terra, é, igualmente, possível

agendar mergulhos com garrafa, disponibilizados

por fornecedores locais.

Por norma, o Royal Clipper navega nos

mares das Caraíbas durante o Inverno,

e pelo Mediterrâneo no Verão – a que

se juntam algumas incursões pela Ásia.

O navio é propriedade da Star Clippers,

fundada, em 1989, pelo empresário sueco,

e especialista em barcos clássicos, Mikael

Krafft, e juntou-se, em 2000, ao Star Flyer,

de 1991, e ao Star Clipper, de 1992 – duas

escunas gémeas de quatro mastros com

360 pés de comprimento. Em construção

está o Flying Clipper, uma quase réplica

do France II, de 1911, o maior veleiro de

velas quadradas alguma vez construído, e

que terá 35 velas, com mais de 6350 m2 de

área vélica, e capacidade para transportar

300 passageiros.

Clube Naval de CASCAIS 43


Moment Royal Clipper off the coast of Cascais

Rare privilege

Roaming towards Portugal for a technical scale, the Royal Clipper, the largest

sailboat of its kind in the world, was “caught” by the Covid-19 pandemic and was

anchored in Cascais during that time. A spectacular opportunity to appreciate the

beauty of this 440 feet ship, with 42 sails and 5 masts, the main of 52 meters high

Fate decided the sailboat considered to

be the largest of its kind in the world

(and by many also the most beautiful)

would keep company to the people of Cascais

during great part of the confinement

that the Portuguese people were forced to

due to the Covid-19 pandemic.

Roaming towards our country for a

technical scale that expected several interventions

of maintenance and repair,

the famous Royal Clipper was forced

to be anchored in Cascais during this

period, adorning with its unique beauty

the horizon of Cascais.

Although its stay in the waters of Cascais

was not for the best reasons (especially

for those on board), it was nonetheless a

privilege to be able to appreciate, day by

day, the superb exterior appearance of this

vessel as unique as irresistible. It is a 400

feet (almost 134 meters) long clipper, with

a 16 meter beam, 5061 tons, five masts and

42 sails (that certify a sailing area of nearly

half a hectare, or 5000 squared meters!),

with the capacity to transport up to 227

passengers, accompanied by a crew of 106

members - 20 of which have the ask of

handling the sails.

The main mast, of 52 meters high, even

has an upper articulated section with a

6-meter extension, that can be “folded” to

allow the vessel to pass, for example, under

bridges or electrical lines.

Guiness-record holder of the largest five-

-mast vessel in the world, the creation of the

Royal Clipper was inspired by the Preus-

44

Hippocampus


Clube Naval de CASCAIS 45


Moment Royal Clipper off the coast of Cascais

sen, the biggest start of the famous Flying

P-Line family of the German F. Laeisz,

based in Hamburg, from the beginning

of last century.

It was the largest vessel ever built in its

time, and its career had an unhappy end,

when in 1919 at the English Channel,

collided with a steamboat and clashed into

the rock near Dover.

Built in the shipyards of Merwede, Rotterdam,

The Netherlands, the Royal Clipper

took its maiden trip in 2000 and was the

first five-mast sailboat to be built since the

Preussen in 1902.

The vessel meets the highest worldwide

safety standards, and its interiors, in the

style of the time of Edward VII, from the

British designer Donald Starkey, creator of

the decoration of many of the most admired

mega-yachts in the world.

TRAVEL AT THE HIGHEST LEVEL

With an open deck of “just” 1800 square

meters and three pools (one of them with

a glass bottom, located below the main

restaurant of the ship, with three levels),

the Royal Clipper, although its classic

conception, counts on the most modern

amenities, such as bars, a library with Wi-

-Fi or a SPA. The accommodations include

two luxury cabins, 14 suites, two cabins,

90 exterior double cabins and six interior

double cabins, all with a private bathroom.

Without nightclubs on board, it should

be noted that the bar stays open as late as

the passengers want, and it is even allowed

to sleep on the main deck, under the stars,

on warm nights.

On board, the passengers are invited to

participate not only in knot-tying classes,

given by expert members of the crew, but

also the task of raising the sails – and even

mast-climbing when the weather conditions

allow it. It is worth remembering that the

manoeuvre of the sails is a completely

mechanical process, without any computerised

operations, and most time totally

manual, although there are some electrical

winches. Passengers can visit the ship’s

navigation bridge and talk to the Captain

and other crew members, except during a

more complex manoeuvre.

Another of the great attributes of the Royal

Clipper is being equipped with water sports

gear, available when the ship is anchored.

These include kayaks, small sailing vessels,

and windsurf and snorkeling gear. During

onshore stops, it is also possible to schedule

scuba diving sessions, made available by

local providers.

Usually, the Royal Clipper sails the waters

of the Caribbean during winter and the

Mediterranean during Summer – plus some

incursions through Asia. The vessel is property

of Star clippers, founded in 1989 by

Swedish entrepreneur and expert in classic

vessels, Mikael Krafft, and joined in 2000

the Start Flyer of 1991 and the Star Clipper

of 1992, two twins schooners of 360 feet

long with four masts. Under constructions

is the Flying Clipper, a near replica of the

France II of 1911, the largest square rig

sailing ship ever built – it will be powered

by 35 sails totalling more than 6350 square

meters and carry 300 passengers.

46

Hippocampus


Clube Naval de CASCAIS 47


Grande Entrevista Carlos Carreiras

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS

SELECÇÃO NACIONAL

NO COMBATE

À PANDEMIA

Numa época em que a Covid-19 entrou, de rompante, na vida de todos,

em todo o mundo, o tema não podia deixar de estar na ordem do dia.

E mesmo que as dúvidas em relação ao fenómeno ainda sejam mais

do que as certezas, a verdade é que o combate à propagação da doença

tem assumido diferentes formas, com distintos níveis de eficácia. Neste

particular, Cascais tem estado em destaque pelos melhores motivos,

pelo que ninguém melhor do que Carlos Carreiras, Presidente da Câmara

Municipal de Cascais, para explicar, em entrevista à Hippocampus,

a estratégia que levou aos resultados alcançados

Oano de 2020 vai, seguramente, ficar

para sempre na memória de todos

os seres humanos que o viveram. Subitamente,

o mundo parou, e, entre vários

outros, conceitos como pandemia, Covid-19,

SARS-Cov-2, quarentena, confinamento,

isolamento, distanciamento social, uso de

máscara, estado de emergência ou estado

de calamidade entraram para o léxico quotidiano

de todos nós. O mesmo se podendo

afirmar relativamente a assintomático, grupo

de risco, teste serológico, epidemiologia,

virologia ou Equipamento de Protecção

Individual. E ao já célebre “novo normal”.

Dúvidas não restarão de que o combate

à Covid-19, assim como à sua propagação,

tornou-se prioridade absoluta para (quase…)

todos. Mas, neste domínio, nem as estratégias

foram todas iguais, nem os resultados

que as mesmas permitiram alcançar foram

equiparáveis. E ainda que as incertezas

relativamente à doença e sua disseminação

ainda sejam inúmeras, é já possível afirmar

que medidas há que são mais eficazes nesta

incomensurável demanda de preservar a

saúde pública. Cascais tem sido (bom)

exemplo disso mesmo.

E se é comum dizer-se que é nas situações

de crise que as lideranças se revelam, não

há como negar que a Câmara Municipal

48

Hippocampus


de Cascais tem assumido um papel de vanguarda

no combate e na gestão das situações

relacionadas com a Covid-19. Em entrevista

à Hippocampus, Carlos Carreiras faz o relato

de algumas das medidas mais emblemáticas

deste combate “contra um inimigo invisível”.

Algumas das acções desencadeadas pelo

município mereceram, inclusivamente,

ampla cobertura na imprensa internacional

de referência. Mas Carlos Carreiras afirma

com serenidade que “não está numa competição”

e, citando o Papa Francisco, recorda

e sustenta que “estamos todos no mesmo

barco”. Vai ainda mais longe o autarca, e

defende uma ampla coligação nacional.

Não uma coligação partidária, mas de

vontades, de competências e de capacidade

de realização. Tudo para conhecer em

pormenor em entrevista à revista do Clube

Naval de Cascais.

Paulatinamente,

a já célebere “máscara”

entrou no quotidiano

de largos milhões de seres

humanos em todo o mundo

como forma de previnir

a propagação da doença

Clube Naval de CASCAIS 49


Grande entrevista Carlos Carreiras

Hippocampus - Cascais tem-se evidenciado

na luta contra a crise sanitária,

numa perspetiva proactiva. Quando

é que teve a noção que esta crise iria

assumir contornos tão gravosos como

aqueles de que hoje temos conhecimento?

“ESTA É UMA GUERRA DE CONTORNOS

ABSOLUTAMENTE NOVOS. TEMOS UM INIMIGO

SILENCIOSO E COBARDE, QUE ATACA

OS MAIS FRACOS”

Carlos Carreiras – Ninguém estava preparado

para enfrentar uma situação destas.

Confesso que eu próprio, como a maioria

dos portugueses e dos europeus, no início,

quando as notícias começaram a surgir,

sempre equacionámos esta situação como

sendo um surto epidémico localizado, e

que estava a suceder lá longe, na Ásia, no

extremo oriente, e que dificilmente chegaria

até nós. Houve, a nível geral, uma

atitude que subvalorizou a perigosidade

desta situação.

H – Mas, entretanto, a situação evoluiu…

CC – Evoluiu de uma forma extraordinariamente

acelerada. O novo Coronavírus

foi identificado a 7 de Janeiro de 2020, na

China. Contudo, foi a 31 de Dezembro que

a China reportou à OMS (Organização

Mundial de Saúde) vários casos de doentes

com pneumonia de causa desconhecida, em

trabalhadores e frequentadores do mercado

de peixe, mariscos vivos e aves, na cidade

de Wuhan, província de Hubei.

Tudo nos parecia distante, e, devido ao

pouco conhecimento deste vírus, associámo-lo

a situações pouco letais. Somente

a 28 de Fevereiro de 2020 a OMS considerou

este vírus como de elevado risco de

transmissão a nível planetário.

Sabemos, agora, que a primeira morte

deste surto sucedeu aqui ao lado, em Espanha,

no dia 13 de Fevereiro; contudo, só

foi anunciada como uma morte relacionada

com a Covid-19 depois de França, a 15

do mesmo mês, ter assumido a primeira

morte europeia. Se refiro este facto é para

que se perceba que até muito tarde – percebemos,

depois, demasiado tarde… – é

que nos apercebemos da perigosidade deste

surto. A morte em Espanha foi anunciada

pelas autoridades de saúde do país vizinho

como tendo sido uma morte devido a uma

pneumonia de origem desconhecida. Veio,

depois, a confirmar-se que já era a Covid-19.

Esse cidadão espanhol, de 69 anos, não

sofria de nenhuma doença, das que também

associamos aos grupos de risco, (diabetes,

doenças cardíacas, hipertensão, etc.), mas

tinha a particularidade de ter efectuado

uma viagem ao Nepal.

50

Hippocampus


“NO COMBATE À PANDEMIA”

H – Tudo muito distante e ainda pouco

definido

CC – Sem dúvida. Mas rapidamente se

tornou numa escalada imparável. Com

os primeiros mortos a surgirem em Itália,

no final de Fevereiro, o que obrigou, pela

primeira vez a nível europeu, o governo italiano

a reunir de emergência para analisar

a situação. Se refiro estes dados, que hoje

temos presentes, é porque foi também nessa

altura que, a nível da equipa que lidero

na Câmara, começámos a estar alerta e

a delinear estratégias que nos pudessem

defender. E nisso talvez estivéssemos mais

atentos que as autoridades nacionais,

porque Cascais é um concelho aberto,

com inúmeras nacionalidades residentes,

cerca de 120 nacionalidades, com estreitos

contactos exteriores, com turismo, etc.

Mas era tudo muito novo e totalmente

desconhecido.

Em primeiro lugar, houve que analisar

e procurar informação fidedigna sobre

esta nova realidade. Sem alarmismos,

mas também sem minimizar nenhuma

situação, iniciámos o nosso combate a

este vírus. Recordo isto porque fomos,

e, incrivelmente, ainda somos criticados

por termos sido os primeiros a encarar

com seriedade esta situação, e a tomar

medidas que alguns achavam exageradas.

Foi aí que definimos que tínhamos de

estar preparados para o pior, esperando o

melhor. Ouvimos e aconselhámo-nos com

quem sabe. Temos essa prática na Câmara

de Cascais. No plano de saúde, ouvimos

médicos e especialistas em epidemiologia;

no plano estratégico, ouvimos militares.

H – Militares?

CC – Sim, militares, estamos em guerra!

Esta é uma guerra de contornos absolutamente

novos. Temos um inimigo silencioso

e cobarde, que ataca os mais fracos.

Os militares, a nível de estratégia e de

organização estratégica, têm muito que

ensinar ao conjunto da sociedade – e esses

ensinamentos foram essenciais para Cascais.

De um dia para o outro, sem nenhuma

preparação, tivemos que tomar um conjunto

de medidas, até então impensáveis mesmo

nos piores cenários dos filmes de ficção

científica. Um vírus sem rosto e, às vezes,

sem sintomas, instalou-se no nosso seio e

começou a sua labuta letal.

Numa guerra como esta, não há rendição.

Quem perde, morre! O inimigo instala-se

dentro de nós e, muitas vezes, sem sabermos

estamos a propagá-lo entre os nossos, que,

na maioria das situações, são os nossos

mais queridos: pais, avós ou os amigos

mais chegados.

Neste combate, em que fomos totalmente

surpreendidos, a capacidade de adaptação

rápida foi a nossa forma de resistência.

Quanto maior o problema, mais serenidade

temos de ter para o enfrentar. Serenidade e

celeridade nas decisões. O pior erro numa

situação destas seria não decidir.

O apoio social, nomeadamente às entidades e organizações que servem os mais

carenciados, foi desde o início da crise sanitária uma constante no município de Cascais

Clube Naval de CASCAIS 51


Grande entrevista Carlos Carreiras

em férias no norte de Itália. Nessa altura,

em Cascais, já tínhamos adoptado um Plano

de Contingência, com regras definidas, e

colocámos em teletrabalho grande parte

dos nossos trabalhadores, mantendo apenas

os serviços essenciais, como transportes,

limpeza urbana, Polícia Municipal e alguns

outros, de manutenção do território e de

apoio às pessoas.

O COVID BUS é um autocarro-laboratório para recolha de análises destinadas aos residentes

com mobilidade reduzida e maior dificulade de acesso aos meios digitais

A rede de dispensadores automáticos de máscaras conta já com 400 pontos. O concelho

criou, ainda, um centro de testes à Covid-19, no Centro de Congressos do Estoril

H – Foi nesse momento que começou a

tomar as primeiras medidas?

CC – Com as notícias a surgirem cada vez

mais perto de nós, cada vez mais ameaçadoras

para a saúde dos nossos cidadãos,

para os nossos munícipes, não esperámos

de braços cruzados que as autoridades

de saúde, que também andavam a tentar

perceber o que se passava, nos viessem

dizer o que devíamos fazer. Nós, em Cascais,

temos já uma tradição de não deixar

esperar que aconteça, tentamos sempre

antecipar as situações agindo.

Noutras áreas da acção, não optamos por

dizer que tal ou tal situação só diz respeito

ao estado central. Obviamente, respeitando

a lei e a definição de competências. Já noutras

áreas, e, sobretudo, noutras situações,

tomamos a iniciativa. É assim na Educação

e na Saúde. E, numa situação com esta,

seria quase criminoso ficarmos à espera no

nosso canto sem agir. Os primeiros casos

detectados em Portugal foram no dia 2 de

Março. Um médico de 60 anos, que esteve

H – Mas, a nível nacional, as medidas

de contingência começaram mais tarde.

CC – Portugal foi, a par da Áustria e da

República Checa, dos primeiros países a

tomar medidas preventivas. E isso, hoje,

confirma-se que foi fundamental.

É um facto curioso, porque, agora, surgem

alguns comportamentos de risco,

como as festas com excessivo número de

pessoas, ou concentrações de jovens, a que

se associam o aumento de novos casos,

principalmente na Região de Lisboa e Vale

do Tejo. Mas, há meses atrás, a opinião

pública, o sentimento generalizado dos

portugueses, terá sido determinante para

que, a nível nacional, as medidas de contingência

fossem adoptadas pelo Governo.

O mesmo não sucedeu em Itália e Espanha,

e isso levou a que, nesses países,

a situação assumisse proporções muito

dramáticas e um elevado, e quase incontrolado,

número de mortos, bem como à

quase ruptura dos respectivos sistemas de

saúde pública. Essa antecipação, nomeadamente

no encerramento dos estabelecimentos

de ensino, já estava na cabeça

dos portugueses ainda antes das primeiras

medidas de confinamento do Governo.

O encerramento dos estabelecimentos

de ensino é decretado a 16 de Março, e

o Estado de Emergência a 19 de Março.

Cascais, no âmbito das suas competências,

já tinha decretado limites a espaços públicos

municipais e, mercê de investimentos

acertados feitos anteriormente, conseguiu

sem sobressaltos colocar grande parte da

força laboral, cerca de 600 trabalhadores,

em teletrabalho.

Nessa ocasião, já tínhamos igualmente

definido medidas restritivas e, reconheço,

impopulares, mas essenciais, face às circunstâncias.

Começámos, desde logo, um

programa de restrições, e complementámos

com os acessos aos transportes públicos

feitos pela porta de trás, e a criação de

52

Hippocampus


“NO COMBATE À PANDEMIA”

espaço protectores dos motoristas; com a

higienização de espaços públicos – como

papeleiras, contentores, ilhas ecológicas,

abrigos de paragens de autocarros e os autocarros.

E muitas outras medidas: como,

a partir de 16 de Março – antes, ainda,

da declaração do Estado de Emergência, o

encerramento da marina e do aeródromo

de Cascais/Tires. Na altura, houve quem

não nos poupasse nas críticas; contudo,

hoje não restam dúvidas de que foram

medidas acertadas.

H – Cascais confinou mais cedo?

CC – Como já referi, somos uma comunidade

aberta, com ampla circulação de

pessoas, portanto, temos uma sensibilidade

provavelmente mais atenta a estes problemas.

E, da análise que fizemos, dentro das

nossas capacidades legais, antecipámos

algumas medidas, que depois vieram a

ser adoptadas a nível nacional. Costumo

sublinhar que fechámos mais cedo e, posteriormente,

desconfinámos mais tarde.

Creio que isso foi determinante para salvar

algumas vidas.

H – Mas, entretanto, houve outras situações

em que a Câmara de Cascais se

antecipou…

CC – É verdade. Procurámos, nesta situação

de crise sanitária, como depois nas consequências

da mesma, estar um passo à frente.

H – Um passo à frente? Quer explicitar?

CC – Em primeiro lugar, gostaria que

ficasse muito claro que, na Câmara de

Cascais, não temos, nesta como noutras

situações, mas muito menos nesta, nenhum

intuito competitivo, nem mentalidade de

paróquia. Não competimos, cooperamos.

Não se trata de nenhum campeonato

intermunicipal ou nacional. Se, noutros

contextos, isso já seria condenável, neste,

em que lidamos com situações dramáticas

de vidas humanas, seria profundamente

chocante.

Estivemos alerta e somos sensíveis, em virtude

da nossa tipologia de munícipes; gente

com identidade muito determinada, mas

sempre aberta ao exterior. Isso levou-nos a

olhar para fora e, até, a analisarmos os erros

dos outros países. Ver, olhar, reparar e agir.

Por exemplo, quando digo que estivemos,

estamos e procuraremos estar um passo à

frente, é porque a nossa organização e a

nossa noção de democracia não se encerra

em gabinetes. É feita por pessoas. Como

diz o nosso slogan, “Tudo começa nas

pessoas”. Temos uma democracia parti-

Clube Naval de CASCAIS 53


Grande entrevista Carlos Carreiras

cipativa, em que o melhor exemplo são

os nossos orçamentos participativos, cujo

valor, inédito a nível nacional, ultrapassa os

10 milhões de euros. Esta realidade está no

nosso código de conduta, no nosso ADN,

na nossa identidade.

Por isso, sabemos antecipar situações.

Neste surto pandémico, fruto, também,

do nosso trabalho e dos nossos contactos

externos, fomos os primeiros a fazer encomendas

dos chamados EPIs (Equipamento

de Proteção Individual) – máscaras, fatos

de protecção, luvas protectoras, viseiras e

outros.

Qual o objectivo? Proteger quem nos

protege. Na primeira fase de confinamento,

com o surgimento dos primeiros casos de

infecção, ninguém sabia como a situação

ia evoluir no dia seguinte. Estávamos

numa situação totalmente desconhecida.

Ninguém tinha previsto a necessidade de

equipamentos de protecção para aqueles

que tinham de estar na linha da frente

deste combate. Primeiro, a tratar e cuidar;

depois, a proteger os cidadãos. Tivemos

que proteger os que nos protegem! Fruto

dessa política de antecipação, Cascais foi

a primeira instituição, a nível nacional, a

actuar, ainda antes de o Governo da República

trazer este tipo de equipamentos de

protecção para Portugal, numa altura que

estes não existiam no mercado.

H – Refere-se a material adquirido à

China…

CC - Exactamente. O primeiro avião a

aterrar em Portugal com materiais de

protecção foi o avião fretado pela Câmara

de Cascais. A disponibilização destes

equipamentos, que fornecemos aos que nos

protegem (médicos, enfermeiros, auxiliares

de enfermagem, polícias, bombeiros,

pessoal da protecção civil, profissionais e

cuidadores dos lares), permitiu que estes

pudessem continuar com segurança a

proteger os nossos cidadãos e a evitar

baixas por contaminação. Desta forma,

assegurámos que estes profissionais, com

condições já muito duras de actuação neste

contexto, continuassem a prestar o seu

inigualável contributo em prol da saúde

e da segurança dos cidadãos. Se há heróis

nesta guerra, e nestas batalhas que temos

travado, estes profissionais foram-no.

Merecem todo o nosso reconhecimento, e

mereceriam, até, outro tipo de incentivos,

desde logo porque esta guerra está longe

de terminar.

H – Nessa situação, Cascais foi uma

espécie de ilha?

CC – Longe disso. Percebo a sua pergunta,

mas não fomos, nem somos, uma ilha. A

prova disso é que, logo com a chegada deste

material, não só o disponibilizámos para

sectores profissionais que são tutelados,

no plano funcional e administrativo, pelo

estado central. Uma vez mais, não olhámos

para o nosso umbigo, e dotámos de meios e

equipamentos aqueles sectores da sociedade

que, pela sua natureza, neste combate, estão

na linha da frente.

54

Hippocampus


“NO COMBATE À PANDEMIA”

H – Mas, depois, houve mais carregamentos

deste tipo de materiais…

CC- É verdade. A Câmara de Cascais, antes

da chegada de outros carregamentos, estes já

encomendados pelos municípios da AML

(Área Metropolitana de Lisboa), cedeu para

outras autarquias da região de Lisboa parte do

seu primeiro carregamento. Estávamos num

período extremamente difícil, onde nem sequer

havia a disponibilidade destes equipamentos no

mercado. Fizemo-lo de forma solidária porque,

conforme disse, não somos uma ilha, e porque

não temos uma visão fechada.

H – E, nessa altura, as poucas máscaras

que existiam no mercado eram caras….

CC – Essa foi outra situação igualmente

importante. Vários sectores, que não os

retalhistas, aproveitaram esta situação para

especular e obterem lucros excessivos, para

não dizer chocantes, face à situação que se

vivia. Foi então que lançámos um programa

de máscaras acessíveis.

H – Máscaras gratuitas?

CC – Não propriamente, embora também

fizéssemos, e ainda façamos, a distribuição

de máscaras gratuitas.

H – Então, a Câmara de Cascais passou

a vender máscaras?

CC – Não, não somos vendedores de máscaras.

Uma vez mais, recusámos o populismo

e o facilitismo. Poderíamos distribuir,

pelo correio, máscaras gratuitas, como

muitos o fizeram, e outros queriam que o

fizéssemos, criticando esta nossa estratégia.

Do meu ponto de vista, teria sido um erro.

Desde logo, porque não tínhamos a certeza

de que essa distribuição por via postal fosse

eficaz, porque há muitos cidadãos que têm

em Cascais a sua segunda residência. Depois,

porque não seriam distribuídas pelos

que mais necessitavam. Iriamos massificar

uma distribuição de forma acéfala, sem

objetivos nem estratégia.

H – Como procederam então?

CC – Convém aqui recordar que estávamos

num período de confinamento, sob

estado de emergência. O objectivo não

era que as pessoas saíssem de casa. Mas

havia em cada família quem tivesse de

sair, ou porque trabalhavam em sectores

essenciais, ou porque teriam de assegurar

as compras, seja de farmácia ou de bens de

higiene e alimentares, ou porque tinham

necessidade de prestar auxílio a familiares

ou amigos em situação de risco, que tinham

confinamento obrigatório.

Face a esta situação, agimos em várias

frentes. A primeira das quais foi quebrar

o ciclo de preços especulativos, e, desta

forma, regular o mercado. Depois, na lógica

do envolvimento dos cidadãos, dentro dos

nossos princípios democráticos, associando

a sociedade civil. Assim, estabelecemos um

preço unitário por máscara de 70 cêntimos

– recordo que as que existiam atingiam

valores de 2 e mais euros por unidade.

Seguidamente, fizemos a distribuição experimental

de máscaras pelas nossas IPSS

(Instituições Particulares de Solidariedade

Social), que são 17 – e, face ao sucesso desta

medida, alargámos este programa a todo o

movimento associativo do concelho.

Ao todo, tivemos a adesão de mais de 90

associações de carácter social, recreativo e

A distribuição de álcool gel e o programa de caixas solidárias, destinadas a acudir às situações de pessoas com grave redução de rendimentos

Cascais não perdeu tempo, e esteve na vanguarda, a nível nacional, na aquisição de Equipamento de Protecção Individual

Clube Naval de CASCAIS 55


Grande entrevista Carlos Carreiras

Nenhum esforço é demasiado no combate à pandemia, que tambem passou pela desinfecção das próprias ruas do concelho

cultural, possibilitando uma distribuição

por todos os lugares do concelho. Definimos,

então, que, por semana, cada família

teria direito a três máscaras ao preço de

70 cêntimos cada, e que esse valor, nos

termos de uma doação, reverteria para as

instituições aderentes a este projecto que

procederam à sua distribuição. Desta forma,

garantimos, até hoje, mais de meio milhão

de euros, que, nesta fase, foram essenciais

para a prossecução das atividades destas

instituições e, até, para pagamento de

salários aos seus colaboradores.

H – Mas, nessa ocasião, não existia a

obrigatoriedade do uso de máscaras, por

isso, Cascais adiantou-se nessa matéria às

próprias autoridades de saúde nacionais?

CC – Obviamente que não irei entrar

em polémicas, até porque essa situação

já se encontra ultrapassada e, hoje, o uso

de máscaras é obrigatório em muitos locais,

como zonas comerciais, restaurantes,

transportes colectivos, etc. Mas aproveito

para acrescentar que o nosso programa de

máscaras acessíveis evoluiu, e tudo indica

que vai continuar a evoluir, até porque não

temos a certeza do tempo que vamos ter

até existir uma vacina ou medicamentação

confiável. O vírus vai continuar por cá.

Hoje, Cascais adquiriu a capacidade de

produzir até 5 milhões de máscaras por

mês. São as máscaras “made in Cascais”,

que têm um custo unitário de 25 cêntimos.

Seria incomportável estar a importar mais

máscaras, e, no período de desconfinamento,

tornou-se imperioso o uso deste

equipamento. Por isso, comprámos duas

máquinas e obtivemos matéria-prima,

dando trabalho a 25 pessoas que estavam

em situação de desemprego, e temos a nossa

própria produção de máscaras, e alargámos

a rede de distribuição com a colocação

por todo o território do concelho de 400

dispensadores automáticos de máscaras.

Um cidadão coloca um euro e obtém

quatro máscaras devidamente embaladas,

com instruções de utilização correcta. E

continuamos com a distribuição, através

dos nossos jovens voluntários, de máscaras

gratuitas nos transportes colectivos do

concelho, sejam rodoviários ou ferroviários,

e também por sectores da população mais

fragilizada, seja do ponto de vista de saúde,

seja do ponto de vista de rendimentos.

H – Mas o combate à pandemia não vive

só de máscaras. Que mais medidas tomou

a Câmara de Cascais?

CC – Sem dúvida que não vive só de máscaras.

No período de desconfinamento,

com a reposição de uma nova normalidade,

a confiança dos cidadãos tornou-se num

elemento fundamental. Iniciámos no dia

20 de Maio uma mega-operação de testes

gratuitos a toda a população de Cascais. São

testes com alta fiabilidade e muito sensíveis

à existência de anti-corpos.

É um projecto que nos orgulha. É pioneiro

a nível mundial, e já mereceu amplas

referências na imprensa internacional.

Conta com o apoio da Fundação Claude

e Sofia Marion, Estoril Santo e A.Santo,

bem como, com a parceria da Roche Diagnósticos,

Germano de Sousa e Joaquim

Chaves. O conhecimento é chave para

encontrarmos soluções para diminuir o

contágio.

O objectivo é atingir os 5 mil testes semanais,

capacidade máxima dos laboratórios

nesta fase. Trata-se de uma operação de

grande envergadura, que exige logística

pesada e complexa. Esta limitação de 5000

testes semanais obriga a que a operação se

desenvolva nos próximos meses, o que vai

permitir, também, conhecer a evolução

da pandemia na população de Cascais.

Neste momento, já realizámos mais de

20 mil testes e temos já agendados outros

tantos. Dos resultados obtidos detectámos

56

Hippocampus


“NO COMBATE À PANDEMIA”

LOGO A PARTIR DE MAIO, CASCAIS DEU INÍCIO

A UM PROGRAMA DE TESTES GRATUITOS A TODA

A POPULAÇÃO DO CONCELHO, ALTAMENTE FIÁVEIS

E MUITO SENSÍVEIS À PRESENÇA DE ANTI-CORPOS

que 2,3% da população já teve contacto

com o vírus.

Avançámos, igualmente, com outra medida

inovadora, o autocarro-laboratório, o

COVID BUS. Trata-se de um autocarro-

-laboratório, criado em parceria com a

Salvador Caetano, e que está a circular no

concelho para recolha local de análises destinadas

à realização de testes aos residentes

com mobilidade mais reduzida e menor

capacidade de acesso aos meios digitais.

O autocarro vai percorrer 42 bairros do

concelho, onde quem quiser poderá fazer

o teste gratuitamente, mediante uma inscrição

prévia. No autocarro, poderão ser

feitos até 120 testes serológicos por dia.

Esta pandemia está a ter efeitos sociais e

económicos devastadores. Nesse sentido,

e mais recentemente, estamos atentos às

necessidades das populações mais necessitadas.

Cascais volta a destacar-se no

apoio às populações, com a ajuda de 300

jovens voluntários. “Estamos aqui para

si” é o nome desta iniciativa que presta

um conjunto de apoios às populações dos

bairros, com o apoio das Associações de

Moradores e com a colaboração de 300

jovens voluntários.

Como disse o Papa Francisco, estamos

todos no mesmo barco nesta pandemia; e,

em Cascais, fazemos nossas as palavras do

Papa e não deixamos ninguém para trás.

H – No plano económico, que acções

pode a Câmara desenvolver sobre os terríveis

efeitos da pandemia da Covid-19?

CC – São efeitos devastadores. Ainda

recentemente, a União Europeia reviu

em baixa a recessão e colocou Portugal

numa situação muito negativa. Temos

esperança, e alguma confiança, que essas

previsões não se confirmem. A cada um de

nós cabe um papel activo na recuperação

económica e no combate aos efeitos sociais

que já afectam muitas famílias. Neste

campo, temos um programa de caixas

solidárias, que visa, precisamente, acudir a

situações mais dramáticas de pessoas com

grave baixa de rendimentos, fornecendo

alimentos e artigos de higiene. Uma ideia

criada pelo munícipe Nuno Botelho, que

começou por colocar uma caixa no Jardim

Vasco da Gama, em Sassoeiros, Carcavelos,

para ajudar as pessoas mais carenciadas.

Pegámos na ideia e alargámos o seu

âmbito. A Câmara Municipal de Cascais

está a instalar por todo o concelho 200

unidades fabricadas pelos carpinteiros

do município. Junto aos supermercados

estão já a ser colocadas “Casas Solidárias”,

para acolher os contributos das empresas

e cidadãos que poderão ir alimentando

as “Caixas Solidárias”. Quando for às

compras, deixe o que puder. Os jovens dos

Programas Municipais de Voluntariado

“Cascais Jovem” ajudam a encaminhar os

produtos, e estamos a reforçar e a lançar

novos programas de apoio alimentar.

Mas a situação de maior gravidade decorrente

desta guerra de combate à pandemia

é a situação económica. Portugal tem

uma economia sustentada, nos últimos

anos, pelas exportações e pelo turismo.

As exportações representaram antes desta

crise cerca de 47% do PIB, o sector do turismo

mostra alguns passos de uma ténue

recuperação, mas dependendo muito de

situações externas. Por isso, é importante

apostar firmemente no investimento e no

investimento externo. Cascais tem uma

tipologia de residentes onde existem muitos

empresários e muitos investidores.

Voltando a antecipar, criámos a Cascais

Invest, uma associação liderada pelo

presidente da CIP, o engenheiro António

Saraiva, que é, em Portugal, uma das

pessoas que melhor conhece os processos

e as oportunidades de investimento.

Desta associação faz parte, entre outros

intervenientes, a SBE Nova (School of

Business and Economics), cujo mérito

internacional é uma realidade. Temos

entre nós gente com capacidade de investimento,

e temos massa crítica e quadros

de formação universitária de qualidade.

Uma liderança vê-se nas situações que

são difíceis, pela capacidade de inovação

e de adaptação. Em Cascais é isso que

tentamos fazer.

Na apresentação da Cascais Invest, tivemos

connosco o senhor ministro da

Economia, Siza Vieira, e é nesse sentido

que orientamos a nossa política. Defendemos

uma coligação nacional. Não uma

coligação partidária tradicional, mas uma

coligação de instituições, com papéis bem

definidos e complementares: autarquias, o

poder local e as instituições públicas, como

o Governo central, e instituições privadas

do sector empresarial. Nesta situação de

crise, não temos clubes: jogamos todos

pela selecção nacional, mas, ao mesmo

tempo, também é uma coligação de vontades,

de competências e de capacidade

de realização.

Clube Naval de CASCAIS 57


Great interview Carlos Carreiras

PRESIDENT OF THE MUNICIPAL COUNCIL OF CASCAIS

The National Team

fighting the pandemic

58

Hippocampus


In a time when Covid-19 entered, suddenly, in everyone’s life, around the world, the

subject had to be on the agenda. And even when the doubts about the phenomenon

are greater than the certainties, the truth is that the fight against the spread of the

disease assumes different methods, with different levels of effectiveness. In this

regard, Cascais has been highlighted for the best reasons, wherefore no one better

than Carlos Carreiras, the President of the Municipal Council of Cascais, to explain

in an interview to Hippocampus, the strategy that led to the achieved results

Clube Naval de CASCAIS 59


Great interview Carlos Carreiras

The year of 2020 will certainly be forever

on the memory of every person who

lived it. Suddenly, the world stopped and,

amongst others, concepts such as pandemic,

Covid-19, SARS-Cov-2, quarantine,

confinement, isolation, social distancing,

use of mask, state of emergency or state of

calamity were added to the daily lexicon

of all of us. The same might be said for

asymptomatic, high risk group, serological

test, epidemiology, virology or personal

protective equipment. And to the already

renowned “new normal”.

There cannot be any doubts that the fight

against Covid-19, as well as its spread,

became an absolute priority for (almost...)

everyone. But in this regard, not all strategies

were the same, not the obtained results were

equivalent. And although the uncertainties

regarding the disease and its spread are many,

it is possible to affirm that some measures are

more efficient in this immeasurable demand

of preserving public health. Cascais has been

(a good) example of this.

And if it is common to say that it is in a

crisis that leadership is revealed, there is

no denying that the Municipal Council of

Cascais has assumed a lead role in the fight

and management of situations related with

Covid-19. In an interview with Hippocampus,

Carlos Carreiras gives a debriefing of

some of the more emblematic measures of

this fight “against an invisible enemy”.

Some of the actions triggered by the council

deserved, inclusively, a broad coverage

in renowned international press. Although

Carlos Carreiras calmly affirms, he is “not

in a competition” and, quoting Pope Francis,

recalls and sustains that “we are all on the

same boat”. The mayor goes even further

and defends a wide national coalition. Not

a partisan coalition, but a one of wills,

competencies and capacities. In full detail

in the interview to the magazine of Clube

Naval de Cascais.

Hippocampus – Cascais has evidenced

itself in the fight against the sanitary

crisis in a proactive approach. When did

you know that this crisis would assume

such a worrying shape as we have now

knowledge?

Carlos Carreiras – No one was prepared to

face such a situation. I admit that, as most

of Portuguese and Europeans, at the beginning

when the news began to emerge, we

addressed the situation as a located epidemic

outbreak occurring far away in Asia, in the

Far East, which would not reach us. There

was, in general, an attitude that underestimated

the dangerousness of this situation.

H – But, in the meanwhile, the situation

evolved...

CC – It evolved in an extremely accelerated

fashion. The new Coronavirus was identified

on January 7th of 2020 in China. However,

it was on December 31st that China reported

to WHO (World Health Organisation)

several cases of patients with pneumonia

of unknown cause, in workers and clients

of the fish, live seafood and birds’ market

in the city of Wuhan, province of Hubei.

Everything seemed distant to us and, due

to the lack of knowledge about the virus,

we associated it to less lethal situations.

Only on February 28th 2020 the WHO

considered this virus as high transmission

on a global scale.

We now know that the first death of this

outbreak took place nearby, in Spain, on

February 13th; however, it was only announced

later as a Covid-19 related death after

France, on the 15th of the same month,

assumed the first European death. If I

mentioned this fact is to portrait that much

later – afterwards, we realised that too late...

– we did understand the dangerousness

of this outbreak. The death in Spain was

announced by local health authorities as a

death by pneumonia due to unknown cause.

60

Hippocampus


It was later confirmed that it was due to

Covid-19. This Spanish citizen of 69 years of

age was not suffering from any disease that

we associate to risk groups (diabetes, heart

conditions, hypertension, etc.) but had the

particularity of having travelled to Nepal.

H – All so distant and still vague

CC – Absolutely. But quickly turned into an

unstoppable escalation. With the first deceased

occurring in Italy in late February, requiring

for the first time in Europe, the Italian

government to call an emergency meeting

to analyse the situation. I am mentioning

these details that we now have knowledge

of is because it was also then that, regarding

the team that I lead in the council, that we

began to be alert and to outline strategies

that would be able to protect us. And in this

regard, we probably were more aware than

the national authorities, because Cascais is

an open council, with several resident nationalities,

around 120, with close contacts

abroad, with tourism, etc. But everything

was new and completely unknown.

First, we had to analyse and gather accurate

information about this new reality. In

a non-alarmist manner but also without

minimising any situation, we started our

fight against this virus. I am recalling this

because we were, and still are, criticised for

being the first to face this situation seriously

and to take action that some considered excessive.

It was then that we decided we had

to be prepared for the worst, expecting the

best. We listened and sought advice from

the experts. We have this practise at the

Council of Cascais. In the health aspect,

we listened to doctors and specialists in

epidemiology; in the strategic aspect, we

listened to the military.

H – Military?

CC – Yes, militaries, we are at war! This is

a war of completely new shapes. We have a

silent and coward enemy, that attacks the

weak. The military, at a strategic and organization

level, has a lot to teach to society

– and that knowledge was key to Cascais.

Overnight, without any kind of preparation,

we had to take a series of measures, until

then unimaginable even in the worst-case

scenarios of sci-fi movies. A virus without

a face and, at times, without symptoms,

settled in and began its lethal toil.

In a war like this there is no surrender.

Who loses, dies! The enemy settles insides

us and, oftentimes, without knowing we are

spreading it in most cases amongst our loved

ones: parents, grandparents or close friends.

In this fight, in which we were completely

surprised, the ability to adapt fast was our

way of resistance. The greater the problem,

the calmer we need to be to face it. Serenity

and celerity in the decisions. The worst

mistake in a situation like this would be

not to decide.

H – Was it at this point that you started

to take the first measures?

CC – With news occurring closer to us, more

threatening to the health of our citizens, for

our residents, we did not stand still for the

health authorities, who were also trying to

understand what was happening, to come

tell us what to do. We, in Cascais, have a

tradition of not waiting for something to

happen, we try to anticipate the situations

by taking action.

In other areas of action, we did not opt to

say that such or such situation was only a

matter of the central government. Obviously,

respecting the law and the definitions

of jurisdiction. In other areas and, mainly

in other situation, we took the initiative.

It was the case of Education and Health.

And, in a situation like this, it would be

Clube Naval de CASCAIS 61


Great interview Carlos Carreiras

almost criminal to wait to take action. The

first cases detected in Portugal were on

March 2nd. A 60-year-old doctor who had

been on vacation in northern Italy. At that

time, in Cascais, we had already adopted a

Contingency Plan, with well-defined rules,

and we placed in remote working most of

our employees, keeping only the essential

services such as transportation, street cleaning,

Municipal Police and some others of

territory maintenance and citizen support.

H – But, at a national level, the contingency

measures started later on.

CC – Portugal was, along with Austria and

the Czech Republic, one of the first countries

to take preventive measures. And that, today,

proves to have been key.

It is a curious fact because now some risk

behaviours occur, such as parties with an

excessive number of attendees, or social

gatherings of young people, to which the

increase of new cases is associated, mainly

in the Region of Lisbon and Vale do Tejo.

But months ago, the public opinion, the

widespread feeling of the Portuguese, was

determining at a national level for the contingency

measures to be adopted by the

Government.

The same did not happen in Italy and

Spain, and that resulted in the situation

taking very dramatic proportions in these

countries and a high, almost out of control,

number of deaths, as well as almost

collapsing the respective public health

systems. This anticipation, closing educational

facilities, was already in the minds

of the Portuguese even before the first

measures of confinement established by the

Government. The closing of educational

facilities was announced on March 16th

and the State of Emergency on March

19th. Cascais, in the framework of its

jurisdiction, had already declared limits

to municipal public spaces and, thanks to

previous appropriate investments, was able

to smoothly place most of its work force,

around 600 employees, working remotely.

At the time, we also had already defined

restrictive measures and, I acknowledge,

unpopular but essential due to the circumstances.

We soon started a program of

restrictions, and we complemented it with

the access to public transportation only

through the back door and the creation

of a protective space for the drivers; the

sanitation of public areas – such as bins,

containers, “ecological islands”, bus stops

and buses. And many other measures: for

example, since March 16th, even before the

declaration of the State of Emergency, the

closure of the marina and the aerodrome

of Cascais/Tires. At the time, some did not

restrain from criticise us; however, today

there is no doubt that these were the right

measures.

H – Cascais confined earlier?

CC – As I mentioned, we are an open

community, with a wide circulation of

people, therefore, we have a sensitivity probably

more concerned for these issues. And,

from the analysis we made, within our legal

capacities we anticipated some measures

that were later adopted at a national level.

I usually stress that we closed earlier and,

afterwards, deconfined later. I believe that

was determining to save some lives.

62

Hippocampus


H – But, in the meanwhile, there were

other situations in which the Council of

Cascais was one step ahead...

CC – That is correct. We sought to be one

step ahead in this sanitary crisis and its

consequences.

H – A step ahead? Would you like to

specify?

CC – First of all, I want to make clear that

in the Council of Cascais we do not have

in any situation any competitive intent or a

parish mentality, let alone in a situation such

as this. This is not a municipal or national

championship. If in other contexts that

would be unacceptable, in this one, dealing

with dramatic situations of human lives,

would be deeply shocking.

We were alert and we are sensitive, in virtue

of our resident typology; people with a very

determined identity but always opened to

the outside. That led us to look abroad and

even analyse the mistakes of other countries.

Watch, observe, amend and act.

For example, when I say we were, are and

will be trying to be a step ahead, is because

our organisation and our notion of democracy

is not closed in offices. It is made by

people. As our slogan says, “Everything

starts with people”. We have a participative

democracy, which best example are our

participative budgets, whose value exceeds

10 million euros, unprecedent at a national

level. This reality is in our code of conduct,

in our DNA, in our identity.

For this reason, we know how to anticipate

situations. In this pandemic outbreak, also

as a result of our labour and our external

contacts, we were the first to order the

so-called PPEs (Personal Protective Equipment)

– masks, protective suits, protective

gloves, visors and more.

What is the goal? To protect those who

protect us. During the first phase of confinement,

with the first cases of infection

occurring, no one knew how the situation

would evolve on the next day. We were in

a completely unknown situation. Nobody

had predicted the need for protective equipment

for those who had to be on the first

line of this fight. First, healing and caring;

second, protecting the citizens. We had to

protect those who protect us! As a result

of this anticipation policy, Cascais was the

first institution at a national level to take

action, even before the Government had

brought this kind of protective equipment

to Portugal, at a time when these were not

available on the market.

H – You are referring to equipment obtained

from China...

CC – Exactly. The first plane to land Portugal

with protective equipment was the

plane chartered by the Council of Cascais.

Making available this equipment, that we

provided to those who protect us (doctors,

nurses, nursing assistants, police, firefighters,

civil protection, professionals and carers of

nursing homes), allowed these workers to

continue protecting and serving our citizens

in safety and avoid infection leaves.

In this way, we made sure that these professionals,

in conditions that were already

very harsh in this context, were able to keep

making their unique contribution on the

behalf of health and safety of the citizens. If

there are heroes in this war, and these battles

we have been fighting, they are these professionals.

They deserve all our recognition

and even deserve other incentives, since this

war is far from being over.

H – In that situation, was Cascais like

an island?

CC – Far from it. I understand your question,

but we were not, we are not, an island.

An example of this was when the protective

equipment first arrived, we not only made

it available for professional sectors that are

under the functional and administrative

jurisdiction of the central state. Once again,

we did not indulge in navel-gazing, and

provided with means and equipment those

sectors of our society that, by its nature, in

this combat are in the front line.

H – But, later, there were more shipments

of this kind of materials...

CC – That is correct. The Council of Cascais,

before the arrival in Lisbon of other

shipments, these ordered by the councils

of the MAL (Metropolitan Area of Lisbon),

ceded to other autarchies of the region of

Lisbon a part of its shipment. We were in an

extremely difficult period, when this equipment

was not available on the market. We

did it in solidarity because, as I mentioned,

we are not an island, and because we do not

have a closed vision.

H – And, at the time, the few masks

available on the market were expensive...

CC – This was an equally important situation.

Several sectors, apart from retailers,

took advantage of this situation to speculate

and obtain excessive profits, not to say

appalling, with the situation at that time.

It was then that we launched a programme

of affordable masks.

H – Free masks?

CC – Not exactly, although we did distribute

free masks, and still do.

H – So the Council of Cascais started

selling Masks?

CC – No, we are not mask dealers. Once

again, we refused the populism and facilitation.

We could have distributed by mail,

free masks, as many did, and some wanted

us to, criticising out strategy. From my

point of view, it would have been a mistake.

First, because we were not sure that

this mail distribution would be effective,

many citizens have their second residence in

Cascais. Second, because they would not be

distributed amongst those who needed them

the most. We would mass distribute in an

unreasonable way, without goals or strategy.

H – How did you proceed then?

CC – It should be recalled that we were in a

confinement period, in a state of emergency.

The goal wasn’t that people left their homes.

But there was in every family someone who

had to leave, because they worked in essential

sectors, because they had to assure the

shopping of pharmacy, hygiene or grocery

goods, or because they had to assist to family

or friends in high risk situations who had a

mandatory confinement.

Clube Naval de CASCAIS 63


Great interview Carlos Carreiras

Accordingly, we acted in a number of

fronts. The first of which was to break

the speculative prices and, consequently,

regulate the market. Afterwards, in the

logic of citizen involvement, within our

democratic principles, associating the civil

society. Thus, we established a unitary price

per mask of 70 cents – I would like to point

out that the existing were being sold for

more than 2 euros per unit. Hereinafter, we

did an experimental distribution of mask

around our PSSI (Private Social Solidarity

Institutions), a total of 17 – and, due to the

success of this measure, we extended the

programme to every associative movement

in the council.

Altogether, more than 90 social, recreational

and cultural groups joined the programme,

allowing a distribution around

the entire council. We then defined that

weekly, every family would get three masks

at the price of 70 cents per unit and that

this value would revert as a donation to the

institutions supporting this project and the

distribution of the masks. In this way, we

guaranteed, until today, more than half a

million euros, that were essential at this

stage to prosecution of the activities of

these institutions and even to the payment

of staff salaries.

H – But at the time the use of masks was

not mandatory, so Cascais was a step

ahead of the national health authorities

in this matter?

CC – Naturally, I will not engage in polemics,

especially because that situation

has been overcome and today the use of

mask is mandatory in many places, such

as shopping areas, restaurants, public

transportation, etc.

I would like to add that our programme

of accessible mask has evolved, and seemingly

it will continue to evolve, because we

do not know how long it will take until a

reliable vaccine or a drug exists. The virus

will be around.

Today, Cascais has que capacity to manufacture

up to 5 million masks a month.

These are the “made in Cascais” masks,

with a cost of 25 cents per unit. It would

have been impossible to keep importing

more masks and, during the confinement

period, the use of this equipment became

imperative. For this reason, we purchased

to machines and raw material, employing

25 people who were out of a job, we have

our own production of masks, and we

extended our distribution network by

placing all over the council’s territory 400

automatic mask dispensers.

The citizen introduces one euro and

obtains four properly packaged masks,

with appropriate use instructions. And

we keep distributing, through our young

voluntaries, masks at public transportations

of the municipality, both road and rail,

and also to the more fragile sectors of the

population, being from the health or from

the income point of view.

H – But the fight against the pandemic

is not only about masks. What other

measures did the Council of Cascais take?

CC – It absolutely is not only about masks.

During the deconfinement period, with the

return to a new normal, the trust of the citizens

became a key element. We started on

May 20th a major operation of free testing

for the entire population of Cascais. These

are high reliability tests and very sensitive

to the existence of antibodies.

The is a project we take pride on. It is

pioneer on a global scale and has been

widely mentioned in international press. It

counts on the support of the Claude and

Sofia Marion Foundation, Estoril Santos

e A.Santo, as well as the partnership with

Roche Diagnósticos, Germano de Sousa

and Joaquim Chaves. Knowledge is key to

find solutions to reduce contagion.

64

Hippocampus


The goal is to reach 5 thousand tests a week,

the maximum capacity of the laboratories at

this point. It is a large-scale operation, that

requires heavy and complex logistics. This

limitation of 5000 weekly tests requires

that the operations evolves in the following

months, what will also allow knowing the

evolution of the pandemic on the population

of Cascais

Now, we have completed more than 20

thousand tests and have more scheduled.

From the results, we detected that 2,3%

of the population has been in contact with

the virus.

We carried out another innovative measure,

the lab-bus, the COVID BUS. It is a

laboratory-bus created in partnership with

Salvador Caetano, that is circulating around

the council to collect locally the analyses

destined to test residents with reduced

mobility and less access to digital means.

The bus will go through the 42 neighbourhoods

of the council, where everyone who

wishes may take the test at no charge, by

previous registration. At the bus, up to 120

serological tests can be performed per day.

This pandemic is having devastating social

and economic effects. For that matter, and

more recently, we are alert to the necessities

of the population in need.

Cascais stands out again in the support of

the population, with the help of 300 young

volunteers. “We are here for you” is the name

of this initiative that provides support to the

population of social neighbourhoods, with

the support of the Resident Associations and

the collaboration of 300 young volunteers.

As Pope Francis said, we are all on the same

boat in this pandemic; and, in Cascais, we

make the Pope’s words our own and leave

no one behind.

H – In the economic aspect, what actions

was the Council able to develop regarding

the terrible consequences of the Covid-19

pandemic?

CC – These are devastating consequences.

Recently, the European Union lowered its

estimate of the recession and placed Portugal

in a very negative situation. We have hope,

and are confident, that these predictions will

not be confirmed. It is up to each one of us to

have an active role in the economic recovery

and in fighting the social consequences that

already affect many families.

In this field, we have the solidary boxes programme,

that aims to assist more dramatic

situations of people with very low income,

providing food and hygiene goods. An idea

created by a resident, Nuno Botelho, who

started placing a box at the Vasco da Gama

park, in Sassoeiros, Carcavelos, to help the

most impoverished people.

We took the idea and extended its scope.

The Municipal Council of Cascais is installing

throughout the country 200 units

built by the carpenters of the municipality.

Next to supermarkets are being placed “Solidary

Houses”, to receive the contributions

of companies and citizens that will feed the

“Solidary Boxes”. When you go shopping,

leave what you can. The young people of

the “Cascais Jovem” Municipality Voluntary

Programmes help forward the products and

we are reinforcing and creating new food

support programmes.

But the most serious consequence of this

war on the pandemic is the economic situation.

Portugal, in the recent years, has

an economy based on exports and tourism.

Exports before the crisis represented around

47% of the country’s GDP, the tourism

sector shows a subtle improvement but

depending a lot on external situations.

Therefore, it is important to firmly develop

investment and external investment. Cascais

has a typology of residents formed by many

entrepreneurs and many investors.

Once again anticipating, we created Cascais

invest, an association led by the President of

CIP, Engineer António Saraiva, one of the

people in Portugal who better knows the

processes and opportunities of investment.

It is a member of this organisation, amongst

many other, the SBE Nova (School of Business

and Economics), whose international

merit is a reality. We have among us people

with investment capacity, and we have critical

mass and staff of qualified university

training. Leadership is shown in difficult

situations, by the capacity to innovate and

adapt. That is what we try to do in Cascais.

At the presentation of Cascais Invest,

we had with us the Minister of Economy,

Siza Vieira, and it is in this direction that

we direct our policy. We defend a national

coalition. Not a traditional party coalition,

but a coalition of institutions, with well defined

and complementary roles: autarchies,

local power and public institutions, like the

central Government, and private institutions

of the business sector. In this crisis situation,

we have no club: we all play for the national

team but at the same time it is also a coalition

of wills, skills and achievement capacity.

Clube Naval de CASCAIS 65


Clube CNC com presença reforçada nas redes sociais

Sempre em contacto

Transformar uma dificuldade numa oportunidade. Ou como o Clube

Naval de Cascais não deixou de comunicar com os seus sócios e adeptos

durante a pandemia e o confinamento. Uma das principais soluções?

O reforço da sua presença nas inevitáveis redes sociais, nomeadamente

no Facebook e no Instagram. Naturalmente, para manter no futuro

Éponto assente que a pandemia da

Covid-19 veio alterar, em muito, muitos

dos hábitos que todos tínhamos por

garantidos até ao surgimento da doença.

O Clube Naval de Cascais, os seus sócios

e todos aqueles que acompanham as suas

actividades não constituíram, obviamente,

excepção.

Mas, em situações mais extremas e inesperadas,

nada melhor do que transformar uma

dificuldade numa oportunidade, enquanto

forma de contornar, quando não eliminar,

as dificuldades mais inesperadas. E foi com

base nesse raciocínio que o CNCascais,

para manter contacto permanente com os

seus seguidores, decidiu tornar ainda mais

marcante a sua presença num dos canais de

comunicação, hoje em dia, mais eficazes e,

até, preferidos por boa parte da população,

as omnipresentes redes sociais.

66

Hippocampus


Clube Naval de CASCAIS 67


Clube CNC com presença reforçada nas redes sociais

APOSTA GANHA

E em boa hora o fez, a avaliar pelo invejável número

de “gostos”, partilhas e comentários, entre outras

interacções, que mereceram as publicações do CNC

durante este período, mormente os depoimentos dos

seus velejadores. Na página de Facebook como no

Instagram.

Entre as muitas publicações efectuadas, destaque para

a especialmente criada para dar a conhecer ao sócios do

CNC, nomeadamente através do Facebook, a listagem

de clubes correspondentes. Nada menos do que vinte e

três, em que estes podem usufruir de diversas vantagens,

devidamente elencadas, caso a caso, noutras tantas

publicações especificamente dedicadas a esse efeito.

Uma estratégia a manter e, até, reforçar no futuro!

68

Hippocampus


REDES SOCIAIS:

APOSTA FORTE

DO CNCASCAIS

Não é de hoje que o Clube Naval de

Cascais marca presença nas redes sociais

mais determinantes da actualidade. A

sua actividade, nesta matéria, pode ser

acompanhada quer no Facebook em

https://www.facebook.com/CNCascais,

quer no Instragam em @cncascais.

Estas são, indubitavelmente, ferramentas

de inestimável valia para manter o

contacto entre a instituição e todos os

que pretendem acompanhar as suas

actividades. Anúncios de regatas realizadas

pelo próprio CNC, e respectivas

classificações; notícias relativas à participação

de atletas do clube noutras

provas, realizadas tanto em Portugal

como além-fronteiras; tudo o resto que

esteja relacionado com a actividade do

CNCascais, e ainda informação útil relativa

a diversas temáticas de interesse

para os seus associados – praticamente

tudo o que diga respeito à vida do clube

pode ser encontrado nestes suportes.

Não deixe, pois, de seguir-nos de perto

e em permanência!

Clube Naval de CASCAIS 69


Club CNC with strong social media presence

Always in touch

Turn a difficulty into an opportunity. Or how Clube Naval de Cascais

did not stop communicating with its members and supporters during the

pandemic and confinement. One of the main solutions? Reinforcing its

presence on the inevitable social networks, namely on Facebook

and Instagram. Naturally, to keep in the future

It is clear that the Covid-19 pandemic

dramatically changed the habits we all

had until the disease emerged. Clube

Naval de Cascais, its members and all

those who follow its activities are obviously

not an exception.

But in more extreme and unexpected

situations, nothing better than to turn a

difficulty into an opportunity as a way

to circumvent, or even eliminate, the

most unexpected hardships. And it was

based on that reasoning that Clube Naval

de Cascais, in order to stay in constant

touch with its followers, decided to turn

its presence even stronger in one of nowadays

more efficient communication

channels, and even preferred by great

part of the population, the omnipresent

social media. Like Facebook and Instagram,

in the present case.

70

Hippocampus


Clube Naval de CASCAIS 71


Clube CNC with strong social media presence

WINNING BET

And in due time, considering the enviable amount

of “likes”, shares and comments, among other

interactions, received by the posts of the CNC

during this period, more importantly the statements

of its sailors. On the Facebook page as

well as on Instagram. Amongst the many publications,

a highlight to the list of correspondent

clubs especially created to introduce them to the

members of the CNC, in particular through

Facebook. No less than 23, where the members

can benefit from numerous advantages, properly

listed, case by case, on many other publications

specifically dedicated to this purpose. A strategy

to maintain, and even reinforce, in the future!

72

Hippocampus


SOCIAL MEDIA:

STRONG

INVESTMENT

BY CNCASCAIS

For some time now that the CNC has

been present on the most determining

social networks of today. Its activity,

in this area, can be followed on Facebook

at https://www.facebook.

com/CNCascais, on Instagram on

@cncascais. These are, indubitably,

tools of inestimable value to maintain

the contact between the institution

and all those who want to keep track

of its activities. Announcements of

races carried out by CNC and their

rankings; news about the participation

of the club’s athletes in other races,

carried out in Portugal and abroad;

everything else related with the activity

of CNCascais and also useful

information on several subjects of

interest to the members – virtually

everything regarding the life of the

club can be found on these networks.

Be sure to follow us closely and permanently!

Clube Naval de CASCAIS 73


Entrevista Miguel Horta e Costa

LIGAÇÃO UMBILICAL

Comodoro do Clube Naval de Cascais ao longo dos últimos quinze anos,

Miguel Horta e Costa não hesita em eleger essa como uma das funções

que mais prazer lhe deu desempenhar, não obstante o seu invejável

currículo. Em tempo de sucessão no cargo, o “obrigatório” balanço

de alguém que mantém com o CNC uma ligação muito estreita

Desde sempre profundamente ligado

ao mar e à região de Cascais, onde

cresceu e viveu, Miguel Horta e Costa é

um gestor de reconhecidas competências,

patentes no seu vasto e (muito) preenchido

percurso profissional. Ao longo dos últimos

quinze anos, ocupou o lugar de Comodoro

do Clube Naval de Cascais, período durante

o qual participou nalguns dos mais altos

e mais memoráveis momentos da história

do clube, ao qual irá estar, para sempre,

umbilicalmente ligado.

Agora, é tempo de abraçar novos desafios.

Nomeadamente no plano pessoal e familiar.

Não sem antes fazer um balanço de década

e meia ao serviço do CNC, num cargo que,

assumidamente, destaca ter sido daqueles

que maior prazer lhe deu desempenhar.

Fotos: JOÃO ALCOBIA

Hippocampus- Foram quinze anos de

Miguel Horta e Costa enquanto Comodoro

do Clube Naval de Cascais. E se

não foram muitos os que desempenharam

esta função ao longo dos 82 anos

de história do CNC, a lista é composta

por insignes figuras. Não podíamos, por

isso, deixar de começar por perguntar-

-lhe que balanço faz dessa sua década e

meia no lugar

Miguel Horta e Costa - Para mim, foi

uma experiência riquíssima. Eu ainda há

tempos dizia ao Gonçalo Esteves, o nosso

Presidente, que, olhando para trás nesta fase

da minha vida, que é um pouco o Outono

da minha vida, e pensando em todos os

cargos que nos últimos anos tenho desempenhado,

este, de Comodoro do CNC,

foi, sem dúvida, aquele que mais prazer

me deu – primeiro, porque eu, realmente,

tenho desde sempre uma grande paixão

pelo mar; depois, porque Cascais e Estoril

têm a ver com toda a minha vida.

Desde os cinco anos de idade, em que

vim viver para o Estoril, toda a minha vida

foi aqui, portanto, estou profundamente

ligado ao Estoril e a Cascais. Foi aqui que

eu vivi e cresci, digamos, que criei amizades

que ainda hoje perduram, e algumas delas

fortalecidas com os anos. Fiz toda a escola

secundária num colégio aqui no Estoril,

o Colégio João de Deus, do qual tenho

uma memória extraordinária, e, por isso,

este cargo de Comodoro do CNC foi, por

estas razões de base, um cargo que me deu

o maior prazer.

Mas, também, naturalmente, porque, ao

longo destes quinze anos, vivi toda uma

série de eventos e participações no clube.

O CNC teve, ao longo desta década e meia

em que fui Comodoro, uma actividade desportiva

realmente brilhantíssima, intensa,

extremamente bem sucedida em termos

de resultados desportivos; e, também, de

resultados para o próprio CNC, uma vez

que o clube tem defendido as suas cores em

troféus internacionais, e designadamente

nos Jogos Olímpicos – as nossas participações

nos Jogos Olímpicos têm sido sempre

74

Hippocampus


de referência, e, assim sendo, por todas

estas razões, e também pelas pessoas que

ao longo destes anos conheci e com quem

convivi, foram enriquecimentos que nunca

esquecerei!

H - Nesse contexto, e tendo em conta

esse resumo, que não é pouco sumarento,

ainda assim, consegue identificar aqueles

que são os momentos altos deste seu

consulado, chamemos-lhe assim? Aqueles

que não vai esquecer de forma alguma,

os que mais o marcaram e ficarão, em

definitivo, no seu álbum de memórias?

MHC – Eu começaria por fazer duas

referências. Uma, as comemorações dos 75

anos do CNC, em que tive oportunidade de

participar na cerimónia de condecoração do

clube como membro honorário da Ordem

Nacional do Infante D. Henrique, que foi

um momento muito importante para o

clube, para os seus sócios. Uma ordem à

qual, pessoalmente, estou ligado, uma vez

que também sou Grã-Cruz da Ordem do

Infante D. Henrique. Foi, efectivamente,

um momento de referência para mim.

E, mais recentemente, quando dos 80 anos

do CNC, outra condecoração não menos

importante. Se a primeira foi conferida pelo

Presidente da República de então, o Prof.

Cavaco Silva, esta segunda foi atribuída

pelo actual Presidente da República, o

Prof. Marcelo Rebelo de Sousa – a Ordem

da Instrução Pública. Este foi outro momento

também muito importante, que vivi

com muita intensidade e do qual retenho

momentos inesquecíveis, e que foram para

mim um privilégio e uma grande honra.

Para lá disso, naturalmente, vivi a participação

do clube em grandes provas aqui

nesta nossa maravilhosa Baía de Cascais,

que é, de facto, um campo de regatas excepcional,

hoje em dia famoso em todo o

mundo. Troféus aqui disputados, só para

referir alguns, para não ser exaustivo: logo

em 2007, o Campeonato Mundial da ISAF,

que foi um momento muito importante

para o CNC, estava eu há pouco tempo

como Comodoro. Depois, outros se foram

seguindo, provas mais regulares, como o

Troféu Sua Majestade o Rei Juan Carlos I

de Espanha, da classe Dragão, que é hoje

grade one em Portugal, e que se tem vindo

a repetir todos os anos com imenso brilho.

E provas que são realmente extraordinárias

em termos de espectáculo, inclusivamente,

como sejam as Super Series dos TP 52,

dos RC 44 e de outras classes. E, ainda,

aquelas provas a que o calendário náutico

e desportivo do clube já habituou os seus

sócios e o país, como sejam as Winter series,

o troféu Quebramar, todos esses troféus

que sempre me fizeram viver de uma forma

muito intensa a vida do clube.

E não quero deixar de referir, uma vez

que estou também a fazer um pouco de

resumo, dois aspectos que, para mim, são

muito marcantes daquilo que é a imagem, o

ADN, do CNC. O primeiro são as escolas

de vela, que são realmente extraordinárias

em termos de número de participantes, de

jovens que aqui vêm dar os seus primeiros

passos na vela, actualmente patrocinada

pela Mirpuri Foundation, que é, hoje,

uma fundação com uma imagem ligada à

sustentabilidade do planeta brilhantíssima.

E, também, a Vela Adaptada, que é outra

iniciativa do CNC, liderada pelo Charles

Lindley, que tem sido, sem dúvida, um

valor acrescentado extraordinário para a

imagem do clube, pelo espírito, por aquilo

que representa, pelos seus efeitos, pelos seus

resultados – é, inequivocamente, digna de

todo o mérito.

H - E quanto ao clube ele próprio? Embora

exista uma total independência do

cargo, não restam dúvidas de que foram

quinze anos a acompanhar direcções.

E, assim sendo, em que áreas, em que

vertentes, é que o Comodoro destes últimos

quinze anos considera que o clube

progrediu mais, mais evoluiu?

MHC - Penso que o CNC progrediu de

uma forma quase transversal em relação às

suas diferentes vertentes, e de uma forma

contínua. Quando iniciei o meu primeiro

mandato de Comodoro, estas instalações

não existiam; as instalações do clube eram

um barracão aqui na zona, onde estão agora

todas as embarcações nos seus atrelados.

Estávamos numa fase de trabalhos, e o

clube veio, depois, a ter estas instalações,

que eu considero magníficas, beneficiando,

naturalmente, de toda esta frente de mar,

este water front que é, realmente, único.

Estas instalações foram um momento

importante, e que exigiram muito esforço

e dedicação às diferentes direcções que

nelas se envolveram. A primeira direcção

tinha como presidente o Miguel Magalhães.

Depois, vivi a sua sucessão para o

José Cândido Sottomayor Matoso, outro

velejador de referência, uma figura ímpar

do clube. E, finalmente, esta direcção,

presidida pelo Gonçalo Esteves.

Todas elas tiveram muito mérito nas

iniciativas que levaram a cabo, e nas diferentes

decisões que foram tomando, quer

na área da infraestrutura do clube, quer dos

seus meios, aproveitando, muitas vezes, os

troféus internacionais para ir reforçando o

património desportivo do clube. E também

foram dando ao clube um cunho cada vez

mais competitivo, mais de envolvimento

na competição da vela. E, hoje, o CNC

pode orgulhar-se de ter um calendário

de provas espalhadas por todo o ano que

são, efectivamente, apanágio da liderança

que o clube indiscutivelmente assume na

vela nacional. Aliás, por alguma razão, ao

longo destes últimos anos, o CNC tem

atraído sectores de todo o mundo que

vêm não só competir nas nossas provas,

mas, inclusivamente, vêm deixando os seus

barcos e embarcações no clube, vivendo

intensamente a vida do mesmo.

H - Alguns até vêm cá especificamente

para treinar, para se preparem para

grandes provas mundiais. Nomes de

referência e embarcações de referência

vêm aqui, não há regatas, mas eles vêm

cá para treinar e se preparem, e é aqui

que se baseiam…

MHC -Exacto! Essa vida desportiva que

o clube tem vindo a intensificar cada vez

mais tem-se, também, reflectido na sua

Clube Naval de CASCAIS 75


Entrevista Miguel Horta e Costa

imagem. O CNC, hoje, tem uma presença

extremamente meritória e destacada em

organizações internacionais. Cito-lhe uma,

que é o Internacional Council of Yatch

Clubs, em que o clube participa e de que já

foi o anfitrião, aqui, de uma grande reunião

do ICOYC, e isso é um sinal do prestígio

que o CNC tem averbado ao longo de

todos estes anos.

Outro aspecto que me parece igualmente

digno de referência: quando iniciei as minhas

funções como Comodoro, tenho ideia

que o CNC só tinha como correspondente

o Iate Clube do Rio de Janeiro. Hoje, penso

que estamos, claramente, a caminho das 25

referências. Todos clubes extremamente importantes,

com uma imagem de referência

na vela, indiscutível em todo o mundo. Dois

ou três que vivi e participei intensamente

nessas jornadas, no estabelecimento do

acordo de correspondência: o Yacht Club

de Monaco e o Royal Hong Kong Yatch

Club. Presentemente, o CNC orgulha-se de

ter correspondências com aqueles que são os

clubes da vanguarda da vela mundial. Isso

só é possível pelo prestígio que, ao longo

dos anos, estas direcções têm imprimido à

vida do Clube Naval de Cascais.

H - Insistindo um pouco nesse ponto, até

pela sua vida e percurso profissionais,

pela sua experiência invejável na gestão

e direcção de empresas, inclusive a nível

governativo, de instituições que ganharam

significativa presença internacional

quanto passou pela respectiva liderança:

de que forma é que olha para essa vertente

internacional do CNC? Tem sido uma

estratégia positiva?

MHC - Muito positiva e muito bem-

-sucedida. Não escondo que para isso

contribuíram, também, sócios de referência

do clube. E o primeiro que referiria, desde

já, é o Dr. Patrick Monteiro de Barros,

Comodoro Honorário do CNC – que

foi, aliás, o grande responsável por eu lhe

ter sucedido enquanto Comodoro. Uma

referência internacional da vela, e que, no

fundo, empresta o seu prestígio pessoal ao

clube, e tem sido, indubitavelmente, um

embaixador excepcional do Clube Naval

de Cascais por todo o mundo. Aliás, para

lá dos muitíssimos troféus que conquistou

ao longo da sua vida de velejador, e das

participações em Jogos Olímpicos, recentemente,

tem tido grande sucesso também

na classe dos 6 metros, designadamente no

prémio Príncipe das Astúrias, em Espanha.

É, de facto, um velejador praticamente

intemporal.

Mas, para lá dele, outros sócios que deram

o seu nome ao clube e que hoje estão

na memória de todos: os irmãos Bello, os

irmãos Quina, e, mais recentemente, os

nossos presidentes e membros das direcções,

todos com participações internacionais.

Quer o Miguel Magalhães, quer o José Sotto

Mayor Matoso, quer o Gonçalo Esteves,

são hoje referências da vela de Portugal,

mas com participações extremamente

importantes em termos internacionais – e,

daí, também o seu interesse em projectar o

clube internacionalmente. E têm-no feito

com indiscutível sucesso.

H - Então considera que é boa a imagem

que o clube tem fora de portas?

MHC - Diria que dificilmente poderia ser

76

Hippocampus


“O CNC TEVE, AO LONGO DESTA DÉCADA E MEIA

EM QUE FUI COMODORO, UMA ACTIVIDADE

DESPORTIVA REALMENTE BRILHANTÍSSIMA,

INTENSA E EXTREMAMENTE BEM SUCEDIDA”

melhor. É evidente que, para isso, contribuíram

a qualidade dos nossos velejadores,

pois temos hoje atletas de indiscutível qualidade,

com invejável palmarés, inclusive

com participações olímpicas, ou seja, são

velejadores de nomeada indiscutível.

Mas há outros aspectos que contribuíram

para tudo isto. E há um aspecto,

neste particular, que não posso deixar de

referir, porque merece, inequivocamente,

um aplauso de todos: o contributo que a

autarquia, que a Câmara Municipal de Cascais,

tem dado, estimulando, promovendo

e apoiando o desenvolvimento da vela e,

naturalmente, também o desenvolvimento

do Clube Naval de Cascais. Eu penso que

quer o Presidente, o Dr. Carlos Carreiras,

quer o Vice-Presidente, o Engº. Miguel

Pinto Luz, têm sido dois extraordinários

entusiastas da vela e da náutica de recreio,

elegendo o mar como um desígnio estratégico

da própria autarquia. O mar, como o

Parque Natural em que estamos inseridos,

são, para a Câmara Municipal de Cascais,

um dos grandes desígnios estratégicos. E

isso reflecte-se no desenvolvimento e, até,

na projecção internacional que o clube

tem tido.

H - Assim sendo, como considera ter

evoluído a importância que o clube

tem, tanto para a região como para os

munícipes? Há uma série de actividades

que o clube desenvolve que não são

exclusivamente para os seus sócios ou

para os atletas, certo? Há uma série de

beneficiários da existência do clube e

das suas actividades que vão para além

dos “meros” membros do CNC

MHC – Exacto! E assim deve ser. Quer

dizer, no fundo, este é um clube de portas

abertas, e, por isso, está completamente

inserido na vida municipal – e muitos

dos seus eventos são abertos à juventude,

que aqui vem participar e beneficiar das

condições que o CNC oferece, como estar

situado nesta frente mar da Baía de Cascais.

Há uma interligação muito estreita entre

o clube e a autarquia, entre o clube e as

gentes de Cascais.

As gentes de Cascais, mesmo aqueles que

não são sócios do CNC, sentem o mesmo

como seu, não é? O clube é deles também. E

eu penso que isso se deve ao espírito que as

direcções têm imprimido à sua acção, mas

também ao espírito da Câmara Municipal

de Cascais, a autarquia tem feito exactamente

isso, articulando a vida desportiva

do clube com a vida da autarquia, como

as Festas do Mar e outros eventos. E, deste

modo, há aqui uma simbiose muito feliz

entre o clube e as gentes de Cascais.

H - Nesta fase única que estamos a atravessar,

não restarão hoje muitas dúvidas

de que Cascais se comportou face a esta

pandemia, de uma forma genérica, e por

razões distintas, como poucos concelhos

em Portugal. E o CNC também: não será

por acaso que foi justamente em Portugal

e no CNC que ocorreu a primeira regata

a nível internacional após a pandemia.

Considera que os sócios e a população

têm noção desse desempenho, tanto

da autarquia como do CNC, diferente

da maioria dos seus congéneres a nível

nacional e não só?

MHC - Começaria por dizer que estou

certo de que a autarquia e as gentes de

Cascais, do município, têm, hoje, orgulho

na forma como a Câmara Municipal de

Cascais conduziu o combate à pandemia no

seu concelho. Eu penso que foi um exemplo

a nível nacional, e não podem ter mais

mérito os dirigentes autárquicos, por todas

as iniciativas que tomaram e que foram, e

são, realmente inéditas no nosso país.

Talvez seja de um conhecimento mais

restrito o que o clube fez. Admito que

munícipes mais atentos, que conhecem

um pouco a vida desportiva, a vida do

clube, se tenham apercebido disso – mas

não é, realmente, do conhecimento geral.

Eu tenho para mim que a vida tem que

continuar, oxalá esta pandemia passe

tão cedo quanto possível. Admito que a

médio prazo teremos vacinas, todos os

Clube Naval de CASCAIS 77


Entrevista Miguel Horta e Costa

UM PERCURSO INVEJÁVEL

Pai de dois filhos e avô de cinco netos,

Miguel Horta e Costa é um dos mais conhecidos

e reputados gestores portugueses.

Licenciado em Economia pela Universidade

de Lisboa (I.S.C.E.F.), e com pós-graduações

em Organização e Gestão de Empresas pelo

Management College (BPO – Universidade

de Birmingham) e pela Universidade de

Navarra (AESE/IESE), iniciou o seu percurso

profissional nos CTT – Correios e Telecomunicações

de Portugal, em 1972, empresa

em que assumiu vários cargos de direcção,

nomeadamente o Director Geral dos Correios,

para que foi nomeado em 1981.

No ano seguinte assume o cargo de Presidente

do Conselho de Administração da

Companhia Portuguesa Rádio Marconi,

S.A., regressando aos CTT e TLP em 1984,

enquanto Vice-Presidente do Conselho de

Administração, até à sua nomeação, em

Agosto 1987, para Secretário de Estado do

Comércio Externo do XI Governo da República

Portuguesa, função que desempenhou até

Abril de 1990 – depois de ter sido, em 1976,

e durante oito meses, Adjunto do Secretário

de Estado das Finanças de então, Prof. Dr.

António Sousa Franco.

No seu percurso profissional incluem-se,

ainda, entre outros, os cargos de Administrador

Executivo do Banco Espírito Santo

e Comercial de Lisboa (1990-1992); Vice-

-Presidente da AIP – Associação Industrial

Portuguesa (1991-1994); Presidente e

Membro do Conselho de Administração da

SIBS – Sociedade Interbancária de Serviços

(1991-1995); Vice-Presidente Executivo do

Conselho de Administração do Banco ESSI,

S.A. (1992-1994); Presidente do Conselho

de Administração da Euroges Factoring, S.A.

(1991-2002); Administrador Não Executivo

da PGA – Portugália Airlines (1993-2007);

Administrador Não Executivo da Telefonica,

S.A. (1998-2006); Administrador Executivo

da SIC – Sociedade Independente de Comunicação,

S.A. (1998-2002); Administrador Não

Executivo do BES Investimento, S.A. (1999-

2002); Administrador Não Executivo do Banco

Espírito Santo, S.A. (2005-2008); Presidente

Executivo e Presidente do Conselho de Administração

da Portugal Telecom Internacional,

S.A. (1998-2000); Presidente Executivo da

Portugal Telecom, SGPS, S.A. (2002-2006,

sendo Vice-Presidente do Grupo PT desde

1995 até à sua nomeação para Presidente da

Comissão Executiva do Conselho de Administração);

Presidente da Câmara de Comércio

Luso-Ucraniana (2011-2017); Presidente Executivo

da CIPE – Confederação Internacional

dos Empresários Portugueses (2006-2015);

Administrador do Boston Communications

Group (2006-2007); Comissário-Geral de

Portugal para o Ano de Portugal no Brasil e do

Brasil em Portugal (2012-2013, por Resolução

do Conselho Ministros de 22 de Dezembro de

2011); Vice-Presidente Executivo do Conselho

de Administração do BESI, S.A. (2006-2015);

Vice-Presidente Executivo do Conselho

de Administração do Haitong Bank, S.A.

(2015-2016); Membro do Advisory Board do

Haitong Bank, S.A. (2016- 2017); Presidente

do Conselho de Curadores da Fundação Luso-

-Brasileira desde Maio de 2014; Presidente

do Conselho de Administração da Fundação

Luso-Brasileira (2009-2014). Vice-Presidente

do Conselho de Administração da Fundação

Luso-Brasileira (2003-2009); Administrador

da Fundação Batalha de Aljubarrota desde a

sua fundação; Administrador da Fundação D.

Manuel II desde 2013; Membro da Direcção

78

Hippocampus


Foto: CNC

da CCIP – Câmara de Comércio e Indústria

Portuguesa desde 2010; Presidente Executivo

da Associação Prémio Infante D. Henrique

desde Dezembro de 2002 (The Duke of

Edimburgh´s Award em Portugal).

Ao mesmo tempo, Miguel Horta e Costa foi

nomeado pelo Presidente da República de El

Salvador, Dr. Armando Calderon Sol, Cônsul

Geral Honorário em Portugal; foi Vice-Presidente

do ACP – Automóvel Club de Portugal

(2006-2015); foi eleito Vice-Presidente dos

Alumni do ISEG (Universidade de Lisboa)

em 2014; foi Comodoro do Cube Naval de

Cascais (2005-2020); foi condecorado por

Sua Excelência o Presidente da República,

Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, com a

Grã-Cruz da Ordem Nacional do Infante D.

Henrique, a 10 de Junho de 2014; em Junho

de 2014 recebeu a “Freedom of the City of

London” pelo Lord Mayor; em Outubro de

2013 recebeu o Prémio Dário Moreira de

Castro Alves pela Câmara de Comércio e

Indústria Luso-Brasileira; em 2005 recebe

o reconhecimento como Personalidade

Empresarial Luso-Brasileira– 2005 pela

ADBV; em 2003 foi homenageado como

“Personalidade do Ano 2003” pela Câmara

Portuguesa de Comércio e Indústria de

São Paulo no Brasil, na presença de Sua

Excelência o Presidente da República,

Dr. Jorge Sampaio; em 2003 recebeu o

“Prémio ao Empresário Português do Ano

2003” pela Câmara de Comércio e Indústria

Luso-Espanhola.

Miguel Horta e Costa foi condecorado

com as Grã-Cruzes das Ordens de Mérito

Civil de Espanha, e de Mérito de Itália e

do Luxemburgo; foi condecorado com a

Grã-Cruz de Mérito Melitense da Ordem

Soberana Militar de Malta; foi condecorado

como Grande Oficial da Ordem Nacional do

Mérito de França. E é também: Comendador

da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição

de Vila Viçosa; Cavaleiro Grã-Gruz

de Honra e Devoção da Ordem Soberana

Militar de Malta (tendo sido Vice-Presidente

da Associação Portuguesa de 2005 a 2012,

e Embaixador da Ordem em Cabo Verde de

2004 a 2011); Cavaleiro Grã-Cruz de Justiça

da Ordem Constantiniana de S. Jorge, e

seu delegado em Portugal; e Comendador

da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro

de Jerusalém.

A condecoração do CNC como membro honorário da Ordem Nacional do Infante D. Henrique

foi dos momentos mais altos para Miguel Horta e Costa enquanto seu Comodoro

sinais são nesse sentido, podendo começar

a criar-se um caminho e um fim

para esta terrível pandemia, que tem

sido devastadora em termos de saúde

pública e de consequências para os

nossos concidadãos, mas também para

a economia, porque os efeitos desta

paragem do país têm sido dramáticos.

Espero que estas boas notícias que

recentemente tivemos, deste plano de

recuperação económica que está a ser

analisado a nível nacional, com o apoio

das verbas que vêm da União Europeia,

tenham os esperados frutos. Penso que

é um “balão de oxigénio”, digamos

assim, do qual o país muito precisava.

Eu tenho aqui uma posição optimista,

apesar de todas estas nuvens negras que

temos tido da pandemia. A vida tem

de continuar, e eu penso que o clube

esteve muito bem também.

H - E quanto ao futuro, numa panorâmica

mais abrangente? Não

propriamente o pós-pandemia, que é

algo que ainda ninguém descortinou

quando e como vai acontecer, mas

qual será o caminho que o clube

deveria seguir no futuro? E, já agora,

quais os seus próprios planos para o

futuro, nomeadamente nesta área,

mas não só?

MHC - Eu julgo que o caminho que

o clube tem trilhado é um caminho de

sucessos. E, portanto, o que eu diria é

que me parece que é de perseguir esse

caminho. E se há algo a que eu tenho assistido,

e com que me tenho regozijado,

gostado de ver e de viver, é o espírito

de união, de profunda amizade, que

eu sinto entre os sócios que lideram a

vida do clube. Aqui, há, realmente, um

espírito de amizade, de cumplicidade,

de envolvimento, de dedicação que são

notáveis – no fundo, são os melhores

ingredientes para o sucesso do clube.

Uma liderança forte torna o clube

também mais forte. Creio que o caminho

que tem sido trilhado deve

prosseguir, deve continuar, e oxalá que

alguns estrangulamentos e problemas

que esta situação tem causado venham

a desvanecer-se a pouco a pouco com

o tempo.

Em relação a mim, e como disse no

início, sinto-me hoje a viver, com muito

gosto, o Outono da minha vida. Ainda

estou activo, participo ainda em várias

instituições, e estou, até, como deve ser

evidente, relativamente activo – não

propriamente como executivo, porque

isso já teve o seu tempo. Mas, por outro

lado, sinto que há ainda muita coisa que

quero fazer, que quero conhecer. Tive

que interromper algumas viagens que

vinha fazendo, pelas dificuldades de

viajar que a pandemia trouxe, mas quero

também participar um pouco mais na

vida dos meus netos, isso é uma coisa

que também me atrai e eu penso que

é para aí que irei, progressivamente,

apontando.

Clube Naval de CASCAIS 79


Interview Miguel Horta e Costa

Umbilical connection

Commodore of Clube Naval de Cascais over the past fifteen years, Miguel Horta e

Costa does not hesitate to point this as one of the roles he has been most pleased

to perform, despite his enviable resume. In times of succession in the position, the

“mandatory” input of someone who maintains with the CNC a very close connection

Miguel Horta e Costa, a manager of

reknowned skills, evident in his vast

and (very) fullfilled professional career, has

always been deeply connected to the sea and

the region of Cascais, where he grew up and

lived. Over the past fifteen years, he has held

the position of Commodore of Clube Naval de

Cascais, a period during which he participated

in some of the highest and most memorable

moments in the history of the club, to which

he will be, forever, umbilically connected.

Now is time to embrace new challenges.

Particularly on a personal and family level. Not

without first taking stock of a decade and a

half at the service of CNC, in a position that,

clearly, stands out as being one that gave him

greatest pleasure.

Hippocampus - It was fifteen years of

Miguel Horta e Costa as Commodore of

Clube Naval de Cascais. And if not many

have performed this function throughout

the 82 years of CNC’s history, the list is made

up of distinguished figures. We couldn’t,

therefore, fail to start by asking you what

balance you make of this decade and a half...

Miguel Horta e Costa - For me, it was a very

rich experience. Not long ago, I told Gonçalo

Esteves, our President, that looking back on this

phase of my life, which is kind of an autumn,

and thinking about all the positions I have held

in recent years, this one, as Commodore of the

CNC, was undoubtedly the one that gave me

the most pleasure - first, because I really have

always had a great passion for the sea; then,

because Cascais and Estoril are connected

with my whole life.

Since I was five years old, when I came to

live in Estoril, my whole life has been here, so

I am deeply attached to Estoril and Cascais.

It was here that I lived and grew up, let’s say,

that I created friendships that still last today,

and some of them strengthened over the

years. I did my entire secondary school in a

school here in Estoril, Colégio João de Deus,

of which I have great memories, and so this

position of CNC Commodore was, for these

fundamental reasons, a position that gave me

the greatest pleasure.

But also, of course, because over these fifteen

years I have experienced a whole series of events

and participations in the club. Throughout

this decade and a half in which I was Commodore,

the CNC has had a really brilliant,

intense and extremely successful sporting

activity in terms of sporting results; and also

results for the CNC itself, since the club has

defended its colours in international trophies,

and particularly in the Olympic Games - our

participations in the Olympic Games have

always been outstanding, and so, for all these

reasons, and also because of the people I have

met over these years and with whom I have

lived, they have been enrichments that I do

not forget!

H - In that context, and considering that

summary which is not too succinct, can

you still identify those who are the highlights

of this consulate of yours, let us call it

that? Those that you will not forget in any

way, those that have marked you the most

and will remain, most definitely, in your

memory album?

MHC - I would start by making two references.

One, the celebrations of the 75th

anniversary of the CNC, in which I had the

opportunity to participate in the ceremony of

the club’s award as an honorary member of the

National Order of Infante D. Henrique, which

was a very important moment for the club,

and for its members. An order to which I am

personally connected, since I am also a Grand

Cross of the Order of Infante D. Henrique.

It was indeed a moment of reference for me.

And more recently, at the 80th anniversary

of the CNC, another no less important award.

If the first was conferred by the then President

80

Hippocampus


of the Republic, Prof. Cavaco Silva, the second

was attributed by the current President of the

Republic, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa - the

Order of Public Instruction. This was another

very important moment, which I experienced

with great intensity and from which I hold

unforgettable moments, that were a privilege

and a great honour for me.

Apart from that, of course, I have experienced

the club’s participation in great races here in

our wonderful Cascais Bay, which is indeed

an exceptional race course, now famous all

over the world. Trophies disputed here, just

to mention a few, and not to be exhaustive:

in 2007, the ISAF World Championship, a

very important moment for the CNC, I had

been recently appointed as Commodore. Then

others followed, more regular races, like the

Trophy His Majesty King Juan Carlos I of

Spain, from the Dragon class, which is today

grade one in Portugal, and which has been

repeated every year with immense brilliance.

And races that are really extraordinary even

in terms of spectacle, such as the Super Series

of TP 52, RC 44 and other classes. And, also,

those events that the nautical and sportive

calendar of the club has already accustomed its

members and the country, such as the Winter

series, the Quebramar trophy, all those trophies

that have always made me live the life of the

club in a very intense way.

And I don’t want to forget to mention, since

I am also doing a bit of summarising, two

aspects that, for me, are very striking of what

the image, the DNA, of the CNC is. The first

are the sailing schools, which are really extraordinary

in terms of the number of participants,

of young people who come here to take their

first steps in sailing, currently sponsored by

the Mirpuri Foundation, which is today a

foundation with a brilliant image linked to

the sustainability of the planet. And, also, Vela

Adaptada – Adapted Sailing, which is another

CNC initiative, led by Charles Lindley, which

has undoubtedly been an extraordinary added

value to the club’s image, for the spirit, for what

it represents, for its effects, for its results - is

undoubtedly worthy of all merit.

H - What about the club itself? Although

there is total independence of the position,

there is no doubt that it has been fifteen

years following directions. And, therefore,

in which areas, in which aspects, does the

Commodore of these past fifteen years

consider that the club has progressed more,

has evolved more?

MHC - I believe the CNC has progressed

in an almost transversal way regarding its

different aspects, and in a continuous way.

When I started my first term as a Commodore,

these facilities did not exist; the facilities of the

club were a shed here in the area, where all the

vessels are now in their trailers. We were at a

work stage, and the club then came to have

these facilities, which I think are magnificent,

benefiting, of course, from this whole seafront,

this waterfront which is really unique.

These facilities were an important moment,

and they required a lot of effort and dedication

to the different managements that were

involved in them. The first management

had Miguel Magalhães as its president. Then

succeeded José Cândido Sottomayor Matoso,

another reference sailor, a unique figure of

the club. And finally, this board, chaired by

Gonçalo Esteves.

They all had a lot of merit in the initiatives

they carried out, and in the different decisions

they took, both in the the club’s infrastructure

and its resources, often taking advantage of

international trophies to strengthen the club’s

sporting patrimony. And they also gave the

club an increasingly competitive mark, of more

involvement in sailing competition. And today,

the CNC can be proud of having a calendar of

events spread throughout the year that are, in

fact, the leadership that the club unquestionably

assumes in national sailing. In fact, for some

reason, over the last few years, the CNC has

attracted sectors from all over the world that

come not only to compete in our races, but

have even been leaving their boats and vessels

at the club, living the life of the club intensely.

H - Some even come here specifically to

train, to prepare for great world events.

Reference names and reference vessels come

here, there are no races or events, but they

come here to train and this is where they

are based...

MHC - That’s right! This sporting life that

the club has been intensifying more and

more has also been reflected in its image. The

CNC, today, has an extremely meritorious

and outstanding presence in international

organizations. I would like to mention one,

the International Council of Yatch Clubs, in

which the club participates and has already

hosted a great meeting of the ICOYC here, and

this is a sign of the prestige that the CNC has

registered throughout all these years.

Another aspect that I consider to be equally

worthy of reference: when I started my functions

as Commodore, I believe the CNC only had the

Iate Clube do Rio de Janeiro as its correspondent.

Today, I think we are clearly on our way

to 25 references. All extremely important clubs,

with a reference image in sailing undeniable

all over the world. Two or three that I lived

and participated intensely in the processes, in

establishing the correspondence agreement: the

Yacht Club de Monaco and the Royal Hong

Kong Yatch Club. Today, the CNC is proud

to have correspondences with those who are

the vanguard sailing clubs in the world. This is

only possible because of the prestige that, over

the years, these managements have imprinted

on the life of Clube Naval de Cascais.

H - Insisting a bit more on this aspect, considering

your life and professional career,

your enviable experience in management

and direction of companies, including at

governmental level, of institutions that have

gained significant international presence

when you were part of their respective

leadership: how do you look at this international

aspect of the CNC? Has it been a

positive strategy?

MHC - Very positive and very successful.

I make no secret of the fact that not only

reference members of the club contributed

to this. And the first one I would mention

is Dr Patrick Monteiro de Barros, Honorary

Commodore of the CNC - who was, actually,

largely responsible for my succession as Commodore.

An international sailing reference,

and who, at heart, lends his personal prestige

to the club, and has undoubtedly been an

exceptional ambassador for Clube Naval de

Cascais throughout the world. In addition

to the many trophies he has won throughout

his life as a sailor, and his participation in the

Olympic Games, he recently has also been

very successful in the 6-metre class, namely

in the Prince of Asturias in Spain. He is, in

fact, a virtually timeless sailor.

But besides him, other members who gave

their name to the club and who today are in

the memory of everyone: the Bello brothers,

the Quina brothers, and more recently, our

presidents and board members, all with international

participations. Miguel Magalhães,

José Sotto Mayor Matoso and Gonçalo Esteves

Clube Naval de CASCAIS 81


Interview Miguel Horta e Costa

are currently sailing references in Portugal,

but with extremely important participations

in international terms - and hence also their

interest in projecting the club internationally.

And they have done so with unquestionable

success.

H - So you think the club has a good the

image abroad?

MHC - I would say it could hardly be better.

It is clear that the quality of our sailors contributed

to this, because today we have athletes of

unquestionable quality, with enviable acclaim,

even with Olympic participation, meaning,

they are sailors of unquestionable nomination.

But there are other aspects that have contributed

to all this. And there is one aspect, in

this regard, that I must mention, because it

clearly deserves applause from everyone: the

contribution that the council, the Municipal

Council of Cascais, has made, stimulating,

promoting and supporting the development

of sailing and, of course, also the development

of Clube Naval de Cascais. I think that both

the President, Dr Carlos Carreiras, and the

Vice-President, Eng. Miguel Pinto Luz, have

been two extraordinary enthusiasts of sailing

and recreational boating, electing the sea as a

strategic goal of the council itself. The sea, as

the Natural Park in which we are inserted, is,

for the Municipal Council of Cascais, one of

the great strategic plans. And this is reflected

in the development and even the international

projection that the club has had.

H - So, how do you think the importance

of the club has evolved, both for the region

and for its people? There are a series of

activities that the club develops that are

not exclusively for its members or for the

athletes, right? There are several beneficiaries

of the club’s existence and its activities

that go beyond the members...

MHC - Exactly! And so it should be. I

mean, deep down, this is an open-door club,

and therefore it is completely inserted in the

municipal life - and many of its events are

open to young people, who come here to

participate and benefit from the conditions

that the CNC offers, such as being located on

this seafront of the Bay of Cascais. There is a

very close interconnection between the club

and the municipality, between the club and

the people of Cascais.

The people of Cascais, even those who are not

members of the CNC, feel it as theirs, right?

It’s their club too. And I think this is due to the

spirit that the management has imprinted on

their action, but also to the spirit of the Municipal

Council of Cascais, the municipality has

done exactly that, articulating the sporting life

of the club with the life of the municipality, like

Festas do Mar and other events. And, in this

way, there is a very happy symbiosis between

the club and the people of Cascais.

H - In this unique phase that we are going

through, there are no doubt today that

Cascais has behaved in the face of this pandemic,

in a generic way, and for different

reasons, like few municipalities in Portugal.

And the CNC as well: it is not by chance

that it was precisely in Portugal and at the

CNC that the first international race took

place after the pandemic. Do you think

that the members and the population have

knowledge of this performance, both of the

council and of the CNC, which is different

from most of its counterparts at a national

level and beyond?

MHC - I would like to start by saying that I

am sure that the municipality and the people

of Cascais are proud of the way in which the

Municipal Council of Cascais has led the fight

against the pandemic in their municipality. I

think that it has been an example at a national

level, and local leaders cannot have more merit

for all the initiatives they have taken, which

are unprecedented in our country.

Maybe it’s of more restricted knowledge

what the club has done. I recognise that, more

attentive citizens who know a bit about sporting

life, about the life of the club, have realised

this - but it is not really common knowledge.

I believe that life has to go on, hopefully this

pandemic will pass as soon as possible. That

in the medium term we will have vaccines, all

the signs point in that direction, and a path

and an end can begin to be created for this

terrible pandemic, which has been devastating

in terms of public health and consequences for

our fellow citizens, but also for the economy,

because the effects of the country’s halt have

been dramatic.

I hope the good news we have had recently,

from this economic recovery plan that is being

examined at national level, with the support

of funds coming from the European Union,

will bear the expected results. I think it is

an oxygen balloon’, so to speak, the country

desperately needed. I take an optimistic view

here, despite all these dark clouds we have had

from the pandemic. Life has to go on, and I

think the club did very well too.

H And regarding the future, in a more

comprehensive overview? Not specifically

the post-Pandemic, which is something that

no one has yet figured out when and how it

will happen, but what path should the club

follow in the future? And, also, what are

your own plans for the future, especially

in this area, but exclusively?

MHC - I think the path the club has been

walking is a path of success. And therefore,

what I would say is that seems to me the path

to be pursued. And if there is something that

I have seen, and that I have enjoyed, enjoyed

seeing and living, is the spirit of unity, of deep

friendship, that I feel among the members who

lead the life of the club. Here, there is indeed

a spirit of friendship, of complicity, of involvement,

of dedication that are remarkable - in

the end, they are the best ingredients for the

success of the club.

A strong leadership makes the club stronger

too. I think the road that has been taken must

continue, and I hope that some of the struggles

and problems this situation has caused will

gradually fade over time.

As for me, and as I said at the beginning, I

feel like I am currently living the autumn of

my life. I am still active, I still participate in

various institutions, and I am even, of course,

relatively active - not exactly as an executive,

because that has had its time. But, on the other

hand, I feel that there is still a lot I want to do,

that I want to know. I had to interrupt some

trips that I had been making, because of the

difficulties of travelling that the pandemic

brought, but I also want to participate a little

more in the lives of my grandchildren, that is

something that also appeals to me and I think

that is where I will progressively point to.

82

Hippocampus


AN ENVIABLE JOURNEY

A father of two and grandfather of five,

Miguel Horta e Costa is one of Portugal’s best-

-known and reputed managers. He graduated

in Economics from the University of Lisbon

(I.S.C.E.F.) and has post-graduate degrees in

Business Organisation and Management from

the Management College (BPO - University

of Birmingham) and the University of Navarra

(AESE/IESE). He began his professional career

at CTT - Correios e Telecomunicações

de Portugal, in 1972, a company in which

he held different management positions,

including General Manager, to which he was

appointed in 1981.

In the following year he assumed the position

of President of the Board of Directors

of Companhia Portuguesa Rádio Marconi,

S.A., later returning to CTT and TLP in 1984,

as Vice-President of the Board of Directors,

until his appointment, in August 1987, as

Secretary of State for Foreign Trade of the XI

Government of the Portuguese Republic, a

position he held until April 1990 - after having

been for eight months during 1976, Assistant

to the then Secretary of State for Finance, Dr

António Sousa Franco.

His professional career also includes, among

others, positions as Executive Director of

Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa

(1990-1992); Vice-President of AIP - Associação

Industrial Portuguesa (1991-1994); President

and Member of the Board of Directors of

SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços

(1991-1995); Executive Vice-President of

the Board of Directors of Banco ESSI, S.A.

(1992-1994); President of the Board of Directors

of Euroges Factoring, S.A. (1991-2002);

Non-Executive Director of PGA - Portugália

Airlines (1993-2007); Non-Executive Director

of Telefonica, S.A. (1998-2006); Executive

Director of SIC - Sociedade Independente

de Comunicação, S.A. (1998-2002); Non-

-Executive Director of BES Investimento,

S.A. (1999-2002); Non-Executive Director

of Banco Espírito Santo, S.A. (2005-2008);

Chief Executive Officer and President of the

Board of Directors of Portugal Telecom Internacional,

S.A. (1998-2000); Chief Executive

Officer of Portugal Telecom, SGPS, S.A.

(2002-2006, having been Vice- President of

the PT Group from 1995 until his appointment

as President of the Executive Committee

of the Board of Directors); President of the

Portuguese-Ukrainian Chamber of Commerce

(2011-2017); Executive President

of CIPE - Confederação Internacional dos

Empresários Portugueses (2006-2015);

Director of Boston Communications Group

(2006-2007); General- President of Portugal

for the Year of Portugal in Brazil and of Brazil

in Portugal (2012-2013, by Resolution of the

Council of Ministers of 22 December 2011);

Executive Vice-President of the Board of Directors

of BESI, S.A. (2006-2015); Executive

Vice-President of the Board of Directors of

Haitong Bank, S.A. (2015-2016); Member

of the Advisory Board of Haitong Bank,

S.A. (2016- 2017); President of the Board of

Trustees of Fundação Luso-Brasileira since

May 2014; President of the Board of Directors

of Fundação Luso-Brasileira (2009-2014).

Vice-President of the Board of Directors of

the Luso-Brazilian Foundation (2003-2009);

Director of the Batalha de Aljubarrota Foundation

since its creation; Director of the D.

Manuel II Foundation since 2013; Member

of the Board of CCIP - Portuguese Chamber

of Commerce and Industry since 2010; Executive

President of the Infante D. Henrique

Prize Association since December 2002 (The

Duke of Edimburgh’s Award in Portugal).

At the same time, Miguel Horta e Costa was

appointed by the President of the Republic of

El Salvador, Doctor Armando Calderon Sol,

Honorary Consul General in Portugal; he was

Vice-President of ACP - Automóvel Club de

Portugal (2006-2015); he was elected Vice-

-President of the Alumni of ISEG (University

of Lisbon) in 2014; he was Commodore of

Clube Naval de Cascais (2005-2020); he was

decorated by His Excellency the President

of the Republic, Doctor Aníbal Cavaco Silva,

with the Grand Cross of the National Order

of Infante D. Henrique, on June 10th 2014;

in June 2014 he received the “Freedom of

the City of London” from the Lord Mayor; in

October 2013 he received the Dário Moreira

de Castro Alves Award from the Portuguese-

-Brazilian Chamber of Commerce and Industry;

in 2005 he received the recognition as

a Portuguese-Brazilian Business Personality

- 2005 from ADBV; in 2003 he was honoured

as “Personality of the Year 2003” by the Portuguese

Chamber of Commerce and Industry

of São Paulo in Brazil, in the presence of His

Excellency the President of the Republic,

Dr Jorge Sampaio; in 2003 he was awarded

the “Prize to the Portuguese Entrepreneur of

the Year 2003” by the Portuguese-Spanish

Chamber of Commerce and Industry.

Miguel Horta e Costa was condecorated with

the Grand Cross of the Orders of Civil Merit

of Spain, and Merit of Italy and Luxembourg;

he was decorated with the Grand Cross of

Melitense Merit of the Sovereign Military

Order of Malta; he was decorated as Grand

Officer of the National Order of Merit in

France. He is also: Commander of the Real

Ordem de Nossa Senhora da Conceição de

Vila Viçosa; Knight Grand Cross of Honour

and Devotion of the Sovereign Military Order

of Malta (having been Vice-President of the

Portuguese Association from 2005 to 2012,

and Ambassador of the Order in Cape Verde

from 2004 to 2011); Knight Grand Cross of

Justice of the Ordem Constantina de S. Jorge,

and its delegate in Portugal; Commander of

the Order of Cavalry of the Holy Sepulchre

of Jerusalem.

Clube Naval de CASCAIS 83


Clube 52 Super Series 2021 confirmadas para Cascais

Regresso anunciado

Como se previa, em 2021, está de regresso a Cascais, e ao calendário

desportivo do CNC, o mais prestigiado e importante circuito

de monocascos do mundo: as 52 Super Series. De 12-17 de Julho,

as águas cascalenses têm a honra de voltar a acolher o sempre muito

aguardado Rolex TP52 World Championship

84

Hippocampus


Éde há muito (re)conhecida a preferência

da maioria dos grandes velejadores do

mundo que passam pelo mar de Cascais por

disputar nas suas águas as regatas oceânicas

em que marcam presença. Algo que, ao longo

dos anos, tem sido especialmente notório

no caso das 52 Super Series, com toda a

justiça considerado como o mais importante

circuito de monocascos do mundo.

Após o interregno de 2020, a espectacular

competição, protagonizada pelos altamente

performantes TP52, que a bordo têm sempre

alguns dos mais prestigiados e laureados

nomes da vela, está de regresso a águas

cascalenses, e logo para disputar uma das

mais importantes provas do calendário.

Assim, de 12 a 17 de Julho do próximo

ano, será em Cascais que se realizará a terceira

ronda do campeonato, o Rolex TP52

World Championship, mais uma soberba

oportunidade para ver evoluir os que são

considerados como os “Fórmula 1” dos

mares, tripulados por alguns dos melhores

velejadores da actualidade.

Esta será a segunda vez que o Campeonato do

Mundo do circuito se disputará em território

luso, e ainda estarão frescos na memória de

todos os magníficos momentos proporcionados

pela última passagem do mesmo pelo

nosso país. As fantásticas condições, de vento

e de mar, garantiram uma acérrima luta pela

vitória até final, com o Quantum Racing a

levar a melhor, mas por apenas três pontos de

vantagem, sobre o Azzurra.

Também valerá a pena recordar o quão

estreita, antiga e profícua é a ligação entre os

TP52 e o Clube Naval de Cascais. Esta é uma

etapa especialmente apreciada pelas equipas

que disputam o circuito, cujos membros

Clube Naval de CASCAIS 85


Club 52 Supers Series 2021 confirmadas para Cascais

nunca cessam de enaltecer factores como

as magníficas e desafiantes condições dos

campos de regatas cascalenses para a prática

da vela, inclusivamente ao mais alto nível; a

arte de bem receber que caracteriza Portugal

e marca todas as organizações do CNC; ou a

invejável gastronomia lusitana. Predicados que

fazem sempre da passagem por Cascais um

dos pontos altos da época das 52 Super Series,

a que se junta a extrema competitividade do

campeonato, por norma, ainda mais notável

na ronda portuguesa.

Esta é, pois, mais uma oportunidade imperdível

para assistir, ao vivo e a cores, a um dos

mais aguerridos circuitos de vela da actualidade,

e para ver em acção alguns dos melhores velejadores

do mundo. Em que as grandes estrelas

também são os magníficos monocascos capazes

de superar os 20 nós quando a velejar com vento

pela popa, e em que içar o balão no topo do

mastro com 22 metros de altura demora, em

média, dois a três segundos, o que diz bem das

capacidades tanto destas embarcações como

de quem as tripula.

CALENDÁRIO PRATICAMENTE

DEFINIDO

Para além do Rolex TP52 World Championship,

a realizar em Cascais, o calendário

de 2021 das 52 Super Series contará com

mais quatro etapas, duas agendadas para

antes da ronda lusa, as outras duas a levar a

cabo após a passagem do circuito pelo nosso

país. Todas a realizar ou no Mediterrâneo

Ocidental, ou na costa atlântica ibérica –

duas delas inéditas –, no que promete ser um

ano emocionante e altamente competitivo.

86

Hippocampus


A temporada terá início de 3 a 8 de Maio,

em Saint Tropez, considerada a jóia da coroa

da Riviera francesa. Local que as 52 Super

Series visitam pela primeira vez, embora a

maioria dos velejadores que participam no

campeonato tenha já aí disputada diversas

regatas, nesta e noutras classes, já que não é

raro ver os TP52 a participar na Les Voiles

de Saint Tropez, a clássica regata de Outono

levada a cabo em águas gaulesas. Sendo que,

em plena Primavera, Saint Tropez promete

oferecer condições de prova bastante desafiantes,

que podem variar entre ligeiras brisas

marítimas e o forte vento Mistral de Norte.

Segunda etapa do circuito, segunda novidade.

A frota dos TP52 rumará, então, a

norte para, entre 5 e 10 de Junho, disputar

a ronda de Baiona, a conhecida localidade

costeira da Galiza, situada na região de

Pontevedra, a sudoeste da capital Vigo. É

esperado um caloroso acolhimento às 52

Super Series por parte das gentes locais, que

há vários anos vêm lutando para que as suas

águas acolham o prestigiado campeonato de

monococascos, as mesmas em que tantos

velejadores de offshore e oceânicos espanhóis

de topo evoluem regularmente.

Especialmente feliz estará Victor Mariño,

bi-campeão mundial a bordo do Platton,

pelo facto de as 52 Super Series visitarem a

sua região natal, ou não fosse um natural de

Vigo. Também o CNCascais se orgulha de

ter um seu clube correspondente a organizar

esta etapa do circuito: o Monte Real Clube

de Yates de Baiona!

Depois, e como já referido, será tempo de

levar a cabo o Rolex TP52 World Championship,

em meados de Julho, em Cascais,

a que se seguirá a quarta etapa do circuito,

na inevitável baía de Palma de Maiorca

– local que, um pouco à semelhança da

ronda portuguesa, constitui uma espécie

de “namoro eterno” com as 52 Super Serie.

Puerto Portals irá receber a competição de 23

a 28 de Agosto, encerrando-se o calendário

com uma quinta jornada, ainda com data

e local a definir.

A propósito da edição de 2021 das 52 Super

Series, Agustin Zulueta, CEO do circuito,

refere: “Não há como contornar o facto

de o ano de 2020 ter sido muito limitado,

pelas razões de todos conhecidas, pelo

que tudo fizemos para oferecer aos nossos

armadores, às nossas tripulações e aos

nossos muitos adeptos a soberba oportunidade

de se nos juntarem em locais que

são novos para nós, mas que cumprem na

plenitude os nossos princípios basilares

de visitarmos novos locais, sem deixar de

marcar presença naqueles que são, já, os

nossos favoritos”.

Por seu turno, Rob Weiland, responsável

máximo da classe TP52, afirma: “Seja qual

for o padrão de avaliação, é impossível

não enaltecer um circuito que passa por

Saint Tropez, Baiona, Cascais e Puerto

Portals – em termos tanto de vela, como

da vertente social, para mais quando

decidimos limitar-nos ao Mediterrâneo

Ocidental e à Costa Atlântica Ibérica.

Espero que, em 2021, possamos, enfim,

ter a oportunidade de realizar a regata

comemorativa do 20º aniversário da

Classe TP52, pois são muitos os que

anseiam por esta regata e pela oportunidade

de ver mais de duas dezenas de

TP52 a velejar juntos – faremos tudo o

que estiver ao nosso alcance para que tal

seja possível”.

Clube Naval de CASCAIS 87


Club 52 Super Series 2021 confirmed for Cascais

Announced return

As expected, it will return to Cascais and to the sports calendar

of the CNC in 2021, the most prestigious and most important single-haul

circuit in the world: the 52 Super Series. From July 12th to the 17th

the waters of Cascais will have the honour to host once again

the Rolex TP52 World Championship

It has been known for long the preference

of the majority of the greatest sailors in

the world who have passed through the

waters of Cascais to dispute races in its

ocean waters. Something that through the

years has been particularly marked in the

case of the 52 Super Series, in all fairness

considered the most important single-hull

circuit in the world.

After the interregnum of 2020, the spectacular

competition starring the highly

prestigious TP52, that always have on board

some of the most prestigious and awarded

names in sailing, is back to the waters of

Cascais to dispute one of the most important

races of the calendar. Thus, from July 12th

to the 17th of next year, will be disputed in

Cascais the third round of the championship,

the Rolex TP52 World Championship, yet

another superb opportunity to watch develop

those considered the “Formula 1” of the seas,

manned by some of the best sailors of today.

This will be the second time the World

Championship of the circuit will be disputed

in Portuguese territory and are still

fresh in everyone’s memory the magnificent

moments provided by its last presence in

our country. The fantastic wind and sea

conditions assured a fierce fight for the final

victory, with Quantum Racing prevailing

but only by three points over Azzurra.

It is also worth remembering how close,

long and fruitful the connection between

the TP52 and Clube Naval de Cascais is.

This is a stage particularly appreciated by

the teams that dispute the championship,

whose members never cease to praise factors

such as thew magnificent and challenging

conditions for sailing of the regatta fields of

Cascais, even at the highest level; the art of

hospitality that characterises Portugal and

marks all CNC events; or the enviable Portuguese

gastronomy. Attributes that always

make passing by Cascais one of the highlights

of the 52 Super Series season, adding

the extreme competitiveness, usually even

more remarkable in the Portuguese round.

Therefore, this is another unique opportunity

to watch live one of the most disputed

sailing circuits of today, and to see in action

some of the best sailors in the world. The

starts are also the magnificent single-hauls,

capable of reaching over 20 knots when

sailing full speed and hoisting the mainsail

88

Hippocampus


up the 22-meter-high mast takes, in average,

two to three seconds, which speaks well of

the skills of these vessels and their crews.

CALENDAR ALMOST DEFINED

Apart from the Rolex TP52 World Championship

to be held in Cascais, the 2021

calendar of the 52 Super Series will count on

four other stages, two schedules before the

Portuguese round, the other two will take

place after passing by our country.

All of them held either on the Mediterranean

Sea or on the Iberian Atlantic Coast

– two of them unprecedented – in a year

that promises to be exciting and highly

competitive.

The season will begin from May 3rd to the

8th in Saint Tropez, considered the Crown

Jewel of the French Riviera. A location visited

for the first time by the 52 Super Series,

although most sailors participating in the

Championship have disputed here several

races, in this class and others, since it is not

unusual to see TP52 participating in Les

Voiles de Saint Tropez, the classic autumn

regatta held in French waters.

Given that in the middle of Spring, Saint

Tropez promises to offer fairly challenging

racing conditions, that can vary from slight

sea breezes to strong mistral wind from the

north.

Second stage of the circuit, second novelty.

The TP52 fleet will then sail north to dispute

between June 5th and the 10th the Baiona

round, the well-known coastal town of

Galicia, located in the region of Pontevedra,

southeast of the capital city of Vigo.

A warm welcoming to the 52 super Series

is expected by locals, who for several years

have been fighting to host the prestigious

single-haul championship in their waters,

the same in which many Spanish offshore

and ocean top sailors regularly flourish.

Victor Mariño, two-time world winner on

board of Platton, must be particularly happy

that the 52 Super Series will visit his home

town, having been born in Vigo. The CNC

is also proud of having a correspondent club

organising this stage of the circuit: the Monte

Real Clube de Yates de Baiona!

Afterwards, as previously mentioned, the

Rolex TP52 World Championship will

roam in mid-July to Cascais, followed by

the fourth stage of the circuit at the inevitable

bay of Palma de Majorca – a place, as

for the Portuguese round, that represents

a sort of “everlasting affair” with the 52

Super Series. Puerto Portals will host the

competition from August 23rd to the 28th,

and the calendar will close with a fifth

round with date and place still pending

confirmation.

Regarding the 2021 edition of the 52

Super Series, Agustin Zulueta, CEO of the

circuit, states: “It is not possible to deny

the fact that the year of 2020 was very

limited, for the reasons we all know, so

we did everything we could to offer our

shipowners, our crews and our many supporters

the superb opportunity to join us

in places that are new to us but fully meet

our fundamental principles of visiting

new locations, but still being present at

those who already are our favourites”.

In its turn, Rob Weiland, the person responsible

for the TP52 Class, affirms: “Regardless

of the assessment criteria, it is impossible

to not praise a circuit that passed by

Saint-Tropez, Baiona, Cascais and Puerto

Portals – both in terms of sailing and of

social aspect, moreover when we decided

stay in the Occidental Mediterranean and

the Iberian Atlantic Coast. I hope that in

2021 we can at last have the opportunity

to hold the commemorative regatta of

the TP52 Super Series’ 20th anniversary,

because there are many looking forward

to this race and to the opportunity to see

more than two dozens of TP52 sailing

together – we will do everything in our

power to make this possible”.

Clube Naval de CASCAIS 89


Clube Cursos de Verão 2020

Fórmula de sucesso

Dúvidas ainda houvesse, a Escola de Vela Mirpuri Foundation,

do Clube Naval de Cascais, é mesmo um dos seus sectores

fundamentais. E os Cursos de Verão deste atípico 2020

provaram isso mesmo, através de uma adesão absolutamente

extraordinária, que voltou a garantir-lhes um invejável êxito

Oano de 2020 está a ser, sem dúvida,

um ano atípico. Mas, como Glenia

Santiago uma vez disse, e muito bem, “A

vida é como velejar: você vai ajustando as

velas conforme as necessidades”. E foi precisamente

isso que a formação do Clube Naval de

Cascais decidiu fazer para garantir a melhor

experiência para os seus alunos durante este

Verão. A Escola de Vela Mirpuri Foundation,

certificada pela Federação Portuguesa de

Vela como Escola de Vela Gold, vai de vento

em popa nas suas actividades, e com muitas

expectativas positivas para a época desportiva

de 2020-2021.

Este ano, mesmo com os inesperados acontecimentos

de todos bem conhecidos, o Clube

Naval de Cascais, um dos clubes náutico mais

inovadores do país, iniciou as inscrições para

a sua Escola de Vela em Junho, e de imediato

se deu conta da grande adesão e interesse na

participação das crianças, jovens e adultos nos

seus Cursos de Verão. Mesmo com algumas

restrições, e com as mudanças na forma como

certas coisas passaram a ter que ser efectuadas,

a Escola de Vela do CNCascais está sempre

a melhorar aquilo que faz. Continuando o

CNC, enquanto clube, a proporcionar dias

fantásticos, com muita actividade, diversão

e aprendizagem para todas as faixas etárias,

levando sempre em conta as necessidades

individuais e o bem-estar colectivo.

Ainda que atrás de máscaras, a equipa de

profissionais do CNC continua a trabalhar

para gerar alegria através de aulas inesquecíveis,

marcando da melhor forma o Verão e a vida

dos alunos. Até meados de Agosto de 2020,

a Escola de Vela Mirpuri Foundation logrou

receber a inscrição de mais de 500 participantes

(entre crianças, jovens e adultos) durante todos

os dias, na sua maioria de segunda a sexta-feira,

para aprenderem a velejar e a experimentar

barcos de diversas classes, sempre com muita

diversão. Nos dias de muito vento, ou com

pouco vento, também são utilizados os caiaques

e o standup paddle como boas ferramentas para

90

Hippocampus


o desenvolvimento de uma melhor adaptação

aquática para as actividades náuticas.

EQUIPA A PRECEITO

Para elaborar e desenvolver boas actividades

para todos os alunos, a Escola de Vela Mirpuri

Foundation contou com uma equipa

de onze treinadores especializados em vela,

coordenados pela professora e treinadora

Fernanda Hoffmann, os quais assumiram

a responsabilidade de receber alunos com

idades entre os seis e os oitenta anos, de

diferentes nacionalidades e com gostos bem

diferenciados. Uma equipa que aplicou, ainda,

um eficaz plano de contingência, para que

todas as actividades fossem levadas a cabo

de acordo com as determinações das autoridades

de saúde, por forma a minimizar o

risco de contágio e a garantir a indispensável

segurança de todos os participantes, durante

todos os cursos.

Nesses cursos, em que o objectivo principal é

o conceito de vela para todos, com segurança

e muita diversão, muitas crianças, jovens e

adultos apaixonaram-se pelo mar, fortaleceram

os valores educacionais e as competências

técnicas da modalidade. Nos Cursos de Verão

da Escola de Vela Mirpuri Foundation, do

Clube Naval de Cascais, não é preciso ter

experiência da modalidade, já que todos os

Clube Naval de CASCAIS 91


Clube Cursos de Verão 2020

alunos recebem a aprendizagem do conteúdo

básico da vela, através de um ambiente lúdico

e que marca a tradição do desporto em Portugal,

nomeadamente da vela, há mais de 82

anos, –com a melhor estrutura de Portugal

em barcos e materiais náuticos, nossa sede e

duas rampas de fácil acesso ao mar.

Todas as aulas começam pela manhã, às

10h00, contando com um intervalo em terra,

na hora de almoço, depois regressando às

actividades no mar até as 17h. Vale a pena

recordar que são utilizados pelos alunos barcos

de diferentes classes, como sejam Optimist,

Laser Pico, Sunfish, Raquero, Sprinto ou

Laser Bahia – além do windsurf, para todas

as faixas etárias. Cada grupo de oito alunos

é acompanhado por um barco de apoio com

um treinador, para garantir a orientação e a

segurança no mar. Em terra, todos os novos

velejadores recebem um manual de actividades

da Fundación Ecomar, parceira do Clube

Naval de Cascais. O diário de bordo, um

guia para conhecer, desfrutar e respeitar o

mar, manual que é utilizado para aprender

a navegar, e para reter algumas lições sobre

o meio ambiente.

Mais uma vez este ano, a Escola de Vela

Mirpuri Foundation constituiu um enorme

sucesso, não restando dúvidas de que os Cursos

de Verão do Clube Naval de Cascais são

um óptimo programa para as férias – porque

os alunos estão sempre ao ar livre, próximos ao

mar, com elevado grau de socialização, muita

alegria e diversas actividades náuticas. Sendo

possíveis iniciativas para toda a família, de

forma conjunta ou distribuída por diferentes

grupos, são, assim, alcançadas várias gerações,

em que avôs, pais, tios e netos partilham a

mesma paixão e o mesmo gosto pelo mar.

A principal componente das actividades

náuticas desenvolvidas durante os Cursos

de Verão é a vertente lúdica, para que todos

gostem de velejar. Durante o tempo da

pandemia, todos os alunos inscritos foram

recebidos numa única porta de entrada,

para aferir a temperatura; houve uma grande

preocupação em manter-se o distanciamento

físico; foi obrigatório o uso de máscaras em

terra; e esteve sempre à disposição pelo cais e

em todas as instalações do clube o álcool gel.

Como não podia deixar de ser, todos os dias,

após as actividades, todo o material utilizado

foi lavado e desinfectado.

Toda a equipa do Clube Naval de Cascais,

mormente a mais directamente ligada à for-

92

Hippocampus


mação, desenvolve um eficiente programa

de trabalho, boa parte dele menos visível,

da promoção e divulgação dos cursos, ao

primeiro contacto com os pais e encarregados

de educação, passando pelas inscrições, pela

preparação dos barcos, pelos cuidados com

a alimentação, pela manutenção de todos os

materiais e botes, pela constituição das turmas

e pelo atendimento de todas as solicitações.

Mas a retribuição não é pequena, e a mais

substantiva acontece quando os alunos decidem

que querem continuar a velejar, seja

na perspectiva do lazer, ou para fazer parte

da equipa de competição que representa o

Clube Naval de Cascais, a nível nacional e

internacional. A grande conquista acontece

quando a modalidade da vela atravessa várias

gerações e aproxima tantas pessoas de várias

nacionalidades na lindíssima Baía de Cascais.

O REGRESSO

Quem esteve de regresso a Cascais, e ao CNC, para mais uma sessão de preparação,

foram as Campeãs Olímpicas e Mundiais de 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze.

Já no passado Outono, as duas estrelas brasileiras da vela tinham estado no Centro

de Alto Rendimento de Vela de Cascais, e agora começar a cumprir a promessa então

feita de regressarem, e por muitas vezes!

Mais uma vez, tiraram pleno partido das excelentes condições de Cascais para a

prática da Vela, assim como da qualidade das instalações do CNC para acolher os

velejadores que o visitam com o propósito de treinar e evoluir na modalidade. Inclusive

nos estranhos tempos que hoje se vivem, já que na sede do clube são rigorosa

e escrupulosamente cumpridos todos os preceitos e normas emitidos pelas diversas

autoridades de saúde. Esse será, porventura, mais um argumento que contribuirá para

que voltem mais uma vez, e em breve - sabendo que no Clube Naval de Cascais serão

sempre muito bem-vindas.

O CERNE DA QUESTÃO

O Clube Naval de Cascais tem a noção de

que a sua Escola de Vela é o coração do clube.

É aí que se inicia a formação dos futuros velejadores

e a integração entre as famílias. Por

isso, o CNC tanto investe nesta área e conta

com o apoio permanente dos seus parceiros,

casos da Câmara Municipal de Cascais e da

Mirpuri Foundation – seja na aquisição de

barcos de diferentes classes, ou de botes para

o apoio as aulas; seja em parcerias, como a

Laser Performance, que ofereceu ao CNC seis

barcos da Classe Sunfish durante os Cursos

de Verão. A classe indicada para a iniciação

à vela, ainda recente em Portugal, mas muito

popular em toda a América Latina e já com

muitos anos de história.

Importante, ainda, lembrar que, durante

todo o ano, a Escola de Vela Mirpuri

Foundation não cessa de promover o desenvolvimento

da modalidade, com cursos

também no Outono, no Inverno e na

Primavera, que podem decorrer nos fins-

-de-semana, ao Sábado ou no Domingo.

As turmas são separadas em diferentes

níveis de idade e conhecimento, desde a

iniciação ao aperfeiçoamento, para que o

caminho seja um percurso seguro e com

grandes bordos positivos até o nível da pré-

-competição. Depois de aprovado pela nossa

equipa técnica, o aluno poderá fazer parte

da Equipa da Competição do CNCascais

nas classes Optimist, Laser ou 420.

De momento, o maior desafio da Escola

de Vela Mirpuri Foundation é aumentar a

entrada de alunos nas suas bases, oferecer

a todos a oportunidade de estar no mar,

construir memórias afectivas no CNC e

em várias gerações, para fazer a história

da vela em Portugal. Neste Verão, foram

muitos os momentos inesquecíveis, para

alunos de tantas nacionalidades, e também

muitas incertezas e expectativas,

mas o CNC espera com todos continuar

a velejar, com a certeza de que muito mais

está para vir.

Por tudo isto, a Escola de Vela Mirpuri

Foundation aguarda por mais um ano de

vela com muito sucesso e bons ventos. O

melhor, mesmo, é juntar-se à equipa do

Clube Naval de Cascais! Para mais informações

contacte escola@cncascais.com e…

seja bem-vindo ao mar!

Clube Naval de CASCAIS 93


Clube Summer Courses 2020

Recipe for Success

If there were still any doubts, the Mirpuri Foundation Sailing School, of Clube

Naval de Cascais, is one of its key sectors. And the Summer Courses of this

atypical 2020 proved that, through an absolutely extraordinary participation,

which once again guaranteed an enviable success

The year 2020 is undoubtedly an atypical

year. But as Glenia Santiago once said,

and rightly so, “Life is like sailing: you adjust

the sails according to your needs”. And

that’s precisely what Clube Naval de Cascais

decided to do to ensure the best experience

for its students this summer. The Mirpuri

Foundation Sailing School, certified by the

Portuguese Sailing Federation as a Gold Sailing

School, is going strong in its activities,

and with many positive expectations for the

2020-2021 sports season.

This year, even with the unexpected events

well known by everyone, Clube Naval de

Cascais, one of the most innovative nautical

clubs in the country, started the registrations

for its Sailing School in June, and immediately

realized the great adhesion and interest

in the participation of children, young

people and adults in its Summer Courses.

Even with some restrictions, and with the

changes in the way certain things now have

to be done, the CNCascais Sailing School

is always improving what it does. As a club,

the CNC continues to provide fantastic days,

with lots of activity, fun and learning for

all age groups, always taking into account

individual needs and collective well-being.

Although behind masks, the CNC team of

professionals continues to work to generate

joy through unforgettable classes, marking

in the best way the summer and the students’

lives. Until mid August 2020, the Mirpuri

Foundation Sailing School managed to

receive more than 500 participants (among

children, young people and adults) every day,

mostly from Monday to Friday, to learn how

to sail and try out different classes, always

with lots of fun. On windy days, or with little

wind, kayaks and stand-up paddle are also

used as great tools for developing a better

aquatic adaptation for nautical activities.

TEAM OF EXPERTS

In order to elaborate and develop good activities

for all students, the Mirpuri Foundation

Sailing School had a team of eleven coaches

specialized in sailing, coordinated by the

teacher and coach Fernanda Hoffmann, who

took the responsibility of receiving students

between the ages of six and eighty, from different

nationalities and with very different

interests. A team that also implemented an

effective contingency plan, so that all activities

were carried out in accordance with

the determinations of health authorities, in

order to minimize the risk of contagion and

to guarantee the indispensable safety of all

participants, during all courses.

In these programmes, where the main goal

is the concept of sailing for all, with safety

and lots of fun, many children, young people

and adults have fallen in love with the sea,

strengthened the educational values and

technical skills of the sport. In the Summer

Programmes of the Mirpuri Foundation

Sailing School, of Clube Naval de Cascais, it

is not necessary to have previous experience,

since all students learn a basic content of

sailing, through a playful environment

and that marks the tradition of sports in

Portugal, in particular of sailing, with more

than 82 years, - with the best structure of

Portugal in boats and nautical materials,

our headquarters and two ramps of easy

access to the sea.

All classes start in the morning, at 10 AM,

with a break on land, at lunchtime, then

returning to sea activities until 5 PM. It is

worth remembering that boats from different

classes are used by students, such as Optimist,

Laser Pico, Sunfish, Raquero, Sprinto

or Laser Bahia - besides windsurfing, for all

age groups. Each group of eight students

is accompanied by a support boat with a

coach, to ensure orientation and safety at sea.

On land, all new sailors receive an activity

manual from Fundación Ecomar, a partner

of Clube Naval de Cascais. The logbook,

a guide to get to know, enjoy and respect

the sea, is used to learn how to sail, and to

retain some lessons about the environment.

Once again this year, the Mirpuri Foundation

Sailing School was a huge success,

94

Hippocampus


there is no doubt that the Clube Naval de

Cascais Summer Programmes are a great

holiday programme - because the students

are always outdoors, close to the sea, with

a great amount of socialization, a lot of joy

and several nautical activities. As initiatives

are for the whole family, in a joint way or

distributed among different groups, several

generations are reached, in which grandparents,

parents, uncles and grandchildren

share the same passion and the same love

for the sea.

The main component of the nautical

activities developed during the Summer

Programmes is the recreational aspect, so

that everyone enjoys sailing. During the time

of the pandemic, all the students enrolled

were received in a single doorway, to check

the temperature; there was a great concern

in maintaining physical distance; it was

mandatory to wear masks on the ground;

and alcohol gel was always available by the

pier and in all the facilities of the club. As it

could not be otherwise, every day after the

activities, all the material used was washed

and disinfected.

The entire team of Clube Naval de Cascais,

especially the one most directly involved

in training, developed an efficient work

program, much of it less visible, from the

promotion and publicity of the courses, to

the first contact with parents and guardians,

through registration, preparation of boats,

concerns regarding food, maintenance of all

materials and boats, the creation of classes

and answering all requests. But the retribution

is not small, and the most substantial

happens when the students decide that

they want to continue sailing, either for

leisure or to be part of the competition team

that represents Clube Naval de Cascais, at

national and international level. The great

achievement happens when sailing crosses

several generations and brings together so

many people of several nationalities in the

beautiful Bay of Cascais.

THE HEART OF THE MATTER

Clube Naval de Cascais knows that the

Sailing School is the heart of the club. This

is where the training of future sailors and the

integration between families begins. That is

why the CNC invests so much in this area

and counts on the permanent support of its

partners, such as the Municipal Council of

THE RETURN

The 49er FX Olympic and World Champions, Martine Grael and Kahena Kunze were

back in Cascais, and to the CNC, for another preparation session. Last autumn, the

two Brazilian sailing stars had been to the Cascais High Performance Sailing Centre,

and now they are beginning to fulfil their promise to return, and quite often!

Once again, they took full advantage of the excellent conditions in Cascais for the

practice of sailing, as well as the quality of the CNC facilities to welcome the sailors

who visit it for the purpose of training and evolving in the sport. Even in the strange

times that we live today, since at the club’s headquarters all the precepts and rules

issued by the various health authorities are rigorously and scrupulously complied with.

This is perhaps another argument that will contribute to their return once again, and

soon - knowing that at Clube Naval de Cascais they will always be very welcome.

Cascais and the Mirpuri Foundation - either

in the acquisition of vessels from different

classes, or boats to support the classes; or

in partnerships, such as Laser Performance,

that offered the CNC six vessels from the

Sunfish Class during the Summer Courses.

The class appropriate for the initiation to

sailing, still recent in Portugal, but very

popular in all Latin America and already

with many years of history.

It is also important to remember that,

throughout the year, the Mirpuri Foundation

Sailing School does not stop promoting

the development of the sport, with courses

also during autumn, winter and spring,

which take place on weekends, Saturdays

or Sundays. The classes are separated at

different levels of age and knowledge, from

initiation to improvement, so that the path

is safe and with great positive edges until the

pre-competition level. After being approved

by our technical team, the student can join

the CNCascais Competition Team in the

Optimist, Laser or 420 classes.

At the moment, the biggest challenge of

the Mirpuri Foundation Sailing School is to

increase the entry of students in its bases, to

offer everyone the opportunity to be at sea,

to build affective memories at the CNC and

in many generations, to make the history

of sailing in Portugal. This summer, there

were many unforgettable moments, for

students of so many nationalities, and also

many uncertainties and expectations, but

the CNC hopes to continue sailing with

everyone, with the certainty that much

more is to come.

For all this, the Mirpuri Foundation Sailing

School awaits another year of sailing with

great success and good winds. The best

thing, indeed, is to join the team of Clube

Naval de Cascais! For more information

contact escola@cncascais.com and... welcome

to the sea!

Clube Naval de CASCAIS 95


Clubes Correspondentes Yacht Club Punta del Este

Relação especial

Um dos mais reputados clubes náuticos da América do Sul, o Yacht Club

Punta del Este é o mais recente membro da lista de Clubes Correspondentes

do Clube Naval de Cascais e, também, o seu “afilhado” na adesão do clube

uruguaio ao ICOYC – International Council of Yacht Clubs

96

Hippocampus


OYacht Club Punta del Este é,

por direito e mérito próprios,

um dos mais reputados clubes náuticos

do continente americano, em geral,

e, em particular, da América do Sul.

Autoridade Nacional no Uruguai da

Union Internationale Motonautique, é,

também, um congénere com o qual o

Clube Naval de Cascais estabeleceu um

relacionamento muito especial, ou não

lhe tivesse cabido, em conjunto com o

Real Club Náutico de Barcelona, ser o

patrocinador (e principal promotor, na

pessoa de Gonçalo Esteves, Presidente do

CNC) da respectiva adesão ao ICOYC

(International Council of Yacht Club).

Graças ao que passou a ser o primeiro, e

único, clube sul-americano a fazer parte

desta prestigiada instituição que reúne

alguns dos melhores clubes deste género

a nível mundial – que o CNCascais,

naturalmente, também integra, e cuja

convenção internacional teve a honra

de acolher e organizar, em Cascais, no

final de 2018.

Esta é, igualmente, a mais recente instituição

a integrar a lista de clubes correspondentes

do Clube Naval de Cascais,

graças a um protocolo firmado já este

ano, ao abrigo do qual foi estabelecido

um acordo de reciprocidade que permite

que os que sócios de ambas os clubes os

possam utilizar de forma equivalente

quando em visita aos mesmos. A par do

Clube Naval de Cascais, o Yacht Club

Punta del Este tem estabelecidos convénios

de reciprocidade com vários outros

clubes náuticos de inequívoca reputação,

casos, entre outros, do Yacht Club de Monaco;

do Royal Thames Yacht Club; do

Real Club Náutico de Barcelona; do Key

Biscane Yacht Club; do St. Petersburg

Yacht Club; do Norddeutscher Regatta

Verein; do Royal Cape Yacht Club; do

Yacht Club de France; do Yacht Club

Italiano; do Yacht Club Porto Rotondo;

e do Yacht Club Costa Smeralda.

INVEJÁVEIS PERGAMINHOS

Fundado a 14 de Fevereiro do já longínquo

ano de 1924, o Yacht Club Punta del

Este está sedeado na cidade com o mesmo

nome, situada na península sudoeste do

Uruguai, região afamada pelas suas costas

banhadas pelo Oceano Atlântico, que a

tornam num destino de eleição para navegadores

de todo o mundo – além de ser

uma popular e reputada estância balnear,

não raro apelidada como o “Mónaco da

América do Sul”. Localizado à entrada

do porto da cidade, na rua nº13, naquele

que é, reconhecidamente, um centro de

intensa atividade náutica e social, em

especial durante os meses da época alta,

Clube Naval de CASCAIS 97


Clubes Correspondentes Yacht Club Punta del Este

no Verão do hemisfério sul, a sua sede

conta com excelentes instalações, tendo

sido originalmente erigida em 1946, e

remodelada em 1980 e 1985.

O restaurante instalado nesta sede

principal é reconhecido pela sua magnifica

gastronomia contando com amplos

salões e uma varanda que oferece aos seus

visitantes uma das melhores vistas sobre

o Porto de Punta del Este, oferecendo

um requintado e exclusivo serviço aos

sócios e seus convidados. Em Março do

ano transacto, foi mesmo premiado pela

prestigiada revista gastronómica britânica

LUXlife Magazine ao integrar a sua lista

de Food&Drink Awards 2019.

Ao longo de todo o ano, realizam-se,

aqui, diversos eventos culturais e sociais,

nomeadamente o ciclo de conferências

do Yacht Club Punta del Este, de elevado

nível intelectual, assim como exposições

de conhecidos artistas da região. Também

tem servido para apresentações de livros,

mostras e provas de vinhos e de caviar,

jantares e festas temáticas, entre muitos

outros eventos,

Também situadas sobre o porto, o Yacht

Club Punta del Este conta com umas

segundas instalações, baptizadas com o

nome de Yateste, onde se encontra um

restaurante menos formal, que serve não

só a típica parrilla uruguaia como comida

rápida. É neste edifício que se encontram,

de igual modo, as salas de aulas da escola

de vela, a biblioteca do clube, quartos

para pernoita de sócios, ou membros

de clubes correspondentes, vestuários,

camaratas para atletas a participar em

eventos de competição e um ginásio com

os mais modernos equipamentos

DEDICAÇÃO À VELA

Ao longo dos seus já 96 anos de história,

o Yacht Club Punta del Este tem sido um

dos principais impulsionadores do desenvolvimento

da vela no Uruguai, e, também,

uma grande escola de formação, com os

seus velejadores a representarem, com brio

e resultados de relevo, o clube tanto em

importantes campeonatos internacionais

como, inclusivamente nos Jogos Olímpicos.

A sua escola de vela de Optimist

funciona durante todo o ano, e conta com

mais de 100 jovens velejadores, distribuídos

por classes quer de aprendizagem, quer de

98

Hippocampus


nível mais avançado, como sejam as de

pré-competição e de competição.

Não menos importante, a decisão do

Yacht Club Punta del Este de implementar

um programa de estágios de vela gratuitos

para crianças de escolas públicas e privadas

da região. Iniciativa que foi acolhida

com tal entusiasmo por tantos dos seus

destinatários, que boa parte deles passou

a integrar a tempo inteiro a escola de vela

do clube, no que tem constituído um importante

desenvolvimento da modalidade

no Uruguai.

Devido à sua invejável localização estratégica,

com condições climatéricas que

fazem de Punta del Este um excelente local

para a realização de regatas, as suas águas

têm sido, e continuam a ser, um lugar

preferencial para a realização de alguns

dos mais importantes eventos náuticos a

nível mundial. Não espantará, por isso, que

a vasta experiência do Yacht Club Punta

del Este na organização deste género de

evento, em conjunto com o notável leque

de serviços que oferece, lhe tenham permitido

ser anfitrião, entre outras, de provas

como: Clipper Round the World Yacht

Race; Regata BOC Around Alone; Velux

5 Oceans; Soling World Championship;

Vaurien World Championship; Regata

Whitbread; Regata Cape Town-Punta

del Este; Regata Buenos Aires-Mar del

Plata-Punta del Este; ou South American

Laser Center Class. Ao mesmo tempo,

coube-lhe organizar inúmeros campeonatos

sul-americanos de Optimist, e todos

os anos acolhe, por exemplo, o Rolex

Circuito Atlântico e a Semana de Barcos

Clássicos.

Clube Naval de CASCAIS 99


Correspondent Clubs Yacht Club Punta del Este

A special relationship

One of the most reputable sailing clubs in South America, the Yacht Club

Punta del Este is the most recent member of the list of Correspondent Clubs

of Clube Naval de Cascais and also its “godchild” in the Uruguayan club’s

admission to the International Council of Yacht Clubs

Yacht Club Punta del Este is, in their

own right and merit, one of the most

reputed sailing clubs of the American continent

in general and in South America in

particular. National Authority in Uruguay

of the Union Internationale Motonautique,

is also a correspondent with whom Clube

Naval de Cascais established a very special

relation when along with Real Club Náutico

de Barcelona sponsored (and was the

key promoter, in the person of Gonçalo

Esteves, President of the CNC) its admission

to ICOYC (International Council of

Yacht Club). Thanks to what has become

the first, and only, South-American club to

be part of this prestigious institution that

gathers some of the best clubs of its kind

worldwide – which naturally the CNC is

also a member of and had the honour to host

the international convention in Cascais at

the end of 2018. This is also the most recent

institution to join the correspondent clubs

list of Clube Naval de Cascais, thanks to a

protocol signed this year, under which was

established a deal of reciprocity that allows

members of both clubs to use them in an

equivalent manner when visiting. Yacht

Club Punta del Este also has reciprocity

agreements established with many other

sailing clubs of distinct reputation, such as

the Yacht Club de Monaco; Royal Thames

Yacht Club; Real Club Náutico de Barcelona;

Key Biscane Yacht Club; St. Petersburg Yacht

Club; Norddeutscher Regatta Verein; Royal

Cape Yacht Club; Yacht Club de France;

Yacht Club Italiano; Yacht Club Porto

Rotondo; and Yacht Club Costa Smeralda.

ENVIABLE ACHIEVEMENTS

Founded on February 14th in the year of

1924, the Yacht Club Punta del Este is based

in the city with the same name, located in

the southwest peninsula of Uruguay, a region

known for its Atlantic coast, making it a

destiny of choice to many sailors around

100

Hippocampus


the world – besides being a popular and

reputed seaside resort, also known as the

”Monaco of South America”. Located at

the entrance of the peer of the city, on

13th street, in a famous centre of intense

sailing in social activity, especially during

the months of peak season, the summer

of the South hemisphere, its headquarters

count on excellent facilities, originally built

in 1946, and remodelled in 1980 and 1985.

The restaurant installed in this main

headquarters is known for its magnificent

gastronomy, with large rooms and a balcony

that offers its visitors one of the best views

over the Peer of Punta del Este, offering

an exquisite and exclusive service to its

members and guests. In March of last year,

it was awarded by the prestigious British

gastronomic magazine LUXlife Magazine

by integrating its list of 2019 Food&Drink

Awards.

During the course of the year, several cultural

and social events are held here, such

as the Yacht Club Punta del Este cycle of

conferences, of high intellectual level, as well

as exhibitions of well-known local artists. It

has also hosted book presentations, wine and

caviar tastings, dinners and theme parties,

among many other events.

Also located over the peer, Yacht Club

Punta del Este counts on a second location,

baptized Yateste, where a less formal restaurant

is established, that not only serves the

traditional Uruguayan Parrilla but also fast

food. In this building are also the classrooms

of sailing, the club’s library, bedrooms for the

members, or correspondent club’s members,

changing rooms, dormitories for the athletes

participating in competitions and a gym

with state-of-the-art equipment.

DEDICATION TO SAILING

During its 96 years of history, Yacht Club

Punta del Este has been on the main promotors

of the development of sailing in

Uruguay as well as a great training school,

with its sailors representing the club, with

honour and great results, both in important

international championships as in the

Olympic Games.

Their Optimist Sailing School works

during the whole year and counts on more

than 100 young sailors, distributed by

learning levels, more advanced level and

pre-competition and competition.

No less important was the decision of Yacht

Club Punta del Este of implementing a free

sailing traineeship programme for kids of

public and private schools of the region.

An initiative welcomed with enthusiasm by

many that started to integrate full-time the

club’s sailing school, which resulted in an

important growth of the sport in Uruguay.

Due to its enviable strategic location, with

weather conditions that make Punta del Este

an excellent place for regattas, its waters have

been, and continued to be, a prime location

to host some of the most important sailing

events in the world. For this reason, it will

not come as a surprise that the extensive

experience of Yacht Club Punta del Este

in organising this type of event, together

with the wide range of services it offers,

had allowed it to host, among others, events

such as: Clipper Round the World Yacht

Race; BOC Around Alone Regatta; Velux

5 Oceans; Soling World Championship;

Vaurien World Championship; Whitbread

Regatta; Cape Town-Punta del Este Regatta;

Buenos Aires-Mar del Plata-Punta del Este

Regatta; or South American Laser Center

Class.

At the same time, the club organised several

South-American Optimist championships.

And every year it hosts, for example, the

Rolex Atlantic Circuit and the Classic

Vessels Week.

Clube Naval de CASCAIS 101


Clubes Correspondentes KSSS - Royal Swedish Yacht Club

Comunhão de princípios

Um dos mais antigos clubes náuticos do mundo, o KSSS – Royal Swedish

Yacht Club é, também, clube correspondente do Clube Naval de Cascais.

Um acordo de reciprocidade assente na partilha de valores essenciais,

com inequívocas vantagens para os sócios de ambas as instituições

102

Hippocampus


Foi a 15 de Maio de 1830 que seis

proeminentes cidadãos suecos, e o seu

primeiro Comodoro, Johan Claes Fleming,

fundaram em Estocolmo o Kungl Svenska

Segel Sallskapet (KSSS), ou Royal Swedish

Yacht Club. Tão só um dos mais antigos

clubes náuticos do mundo (é o sexto mais

antigo a nível mundial, e o segundo fora do

Reino Unido), e, hoje, clube correspondente

do Clube Naval de Cascais, o que permite

que os sócios de ambas as partes os possam

utilizar de forma equivalente quando em

visita aos mesmos.

Uma instituição com invejáveis pergaminhos

no mundo da vela, actualmente

com mais de 5200 membros activos, 40%

dos quais jovens. Nos seus primórdios, o

KSSS só aceitava membros que fossem

proprietários de uma embarcação com,

pelo menos, 30 toneladas e que estivesse

bem mantida; e, nesses tempos, as suas

actividades decorriam nas imediações da

capital da Suécia, tendo sempre como epílogo

fantásticos jantares, que incluíam, não

só, as inevitáveis vitualhas, como discursos

e, até, sessões de canto e fogo de artifício.

Apesar de o Rei Óscar II ter sido membro

do KSSS durante vários anos, apenas

em 1978 concedeu à instituição o título

de Real Clube. Poucos anos mais tarde,

o mesmo monarca concederia permissão

para o KSSS utilizar como sede uma casa

existente na ilha de Kastellholmen, mas

Clube Naval de CASCAIS 103


Clubes Correspondentes KSSS - Royal Swedish Yacht Club

de forma partilhada com o Royal Scating

Club: o KSSS da mesma fazia uso no Verão;

o Royal Scating Club tinha o respectivo

direito de ocupação no Inverno.

NOBRES PERGAMINHOS

Os primeiros veleiros do KSSS a participar

em eventos internacionais foram as escunas

Sverige (Suécia) e Aurora Borealis (Aurora

Boreal). Ambas tiveram como inspiração

uma embarcação semelhante da época,

de seu nome America, vencedora, a 22 de

Agosto de 1851, da grande regata levada a

cabo em Cowes, ao largo do sul de Inglaterra,

batendo as embarcações locais na

primeira vez que o Royal Yacht Squadron

convidou os melhores clubes náuticos do

mundo a participar num evento que, cinco

anos volvidos, se tornaria num troféu perpétuo,

hoje mundialmente conhecido como

America’s Cup.

No seu primeiro confronto com o America,

o Sverige perdeu, alegadamente, devido

a uma tripulação pouco competente, mas

não deixou, depois, de vencer inúmeras

regatas, nomeadamente a do Royal Cork

Yacht Club, em que levou a melhor sobre

o Gitana e o Isadora – mesmo que, a 19 de

Agosto de 1953, tenha sido desqualificado

por, entretanto, ter sido vendido a um

cavalheiro inglês que não era membro de

um clube náutico real! Já o Aurora Borealis

estreou-se a 26 de Julho de 1953 na Queen’s

Cup, numa competição sem handicaps,

e, não obstante alguns problemas graves,

acabou por sagrar-se vencedor da prova,

sendo apelidado como a “maravilha sueca”

pelos jornais de então.

Tudo isto aconteceu há mais de 165

anos, 25 anos após a fundação do KSSS,

mas já então a vocação desportiva do

clube era evidente, a mesma que ainda

hoje norteia boa parte da sua actividade.

Desde 1909, o clube sueco tem participado

em praticamente todas as regatas

olímpicas, com um impressionante registo

de quatro medalhas de ouro, cinco

medalhas de prata e três medalhas de

bronze conquistadas pelos seus atletas – ao

mesmo tempo que as suas embarcações

e velejadores participaram em eventos

de grande relevo internacional, como a

America’s Cup, a Whitbread, The World

Race, Volvo Ocean Race ou a Bermuda

Race, e saindo vencedor da Fastnet Race

e de várias outras importantes regatas ao

longo dos tempos.

A par destas conquistas, o KSSS tem contado

entre os seus membros com diversos

importantes fabricantes de barcos e de velas,

assim como com criativos e inventivos

velejadores amadores, que garantiram o

seu lugar nos anais da história – do KSSS

e da própria vela. Exemplo disso mesmo,

o avô de Patrik Salén, actual Comodoro

do clube: Sven Salén de seu nome, foi o

inventor da genoa quando a competir a

bordo do May-Be, na classe de 6 metros,

em Génova, em 1927 (daí o nome desta

vela, o da cidade italiana capital da Liguria),

criação que muito contribuiu,

também, para a sua vitória, nesse mesmo

ano, com o mesmo barco, na Gold Cup

disputada em Long Island, nos EUA.

TRADIÇÃO COM OS OLHOS POSTOS

NO FUTURO

Presentemente, e mais conhecida prova realizada

pelo KSSS é a regata offshore Gotland

Runt (The Round Gotland Race), levada

a cabo pela primeira vez em 1937, depois

de vários armadores oriundos de diversos

pontos do báltico terem sido convocados

para se reunirem em Farosund, na Ilha de

Gotland, para decidir acerca do percurso da

competição e respectivas regras. Desde então,

a The Round Gotland Race tem crescido ao

ponto de ter-se tornado na maior regata anual

disputada ao largo do mundo, com mais de

250 embarcações a percorrerem as 360 milhas

náuticas que compõem o percurso ao longo de

vários dias. Actualmente, tem início no centro

de Estocolmo, ruma através do desafiante

arquipélago com o mesmo nome em direcção

104

Hippocampus


a Sandhamn (o mais popular porto sueco),

dirige-se ao largo, para contornar Gotland,

e regressa a Sandhamn, onde está localizada

a linha de chegada.

As actividades dedicadas aos mais jovens

são, há muito, outros dos pontos fulcrais

da missão do KSSS: o centenário Comité

da Juventude foi originalmente criado no já

longínquo ano de 1909, registando, desde

logo, um notável desenvolvimento. Hoje, o

clube organiza nada menos do que uma dezena

de acampamentos anuais especialmente

dedicados aos mais jovens, Langholmen,

Lökholmen e Klockis, os quais esgotam

muito antes da respectiva data de realização,

e estão a cargo de jovens sócios, com idades

compreendidas entre os dezassete e os trinta

anos, responsáveis por todas as actividades

levadas a cabo nas ilhas onde os mesmos

se realizam, da cozinha à formação, e que

acabam por ser importantes modelos a seguir

pelas crianças.

Nesses estágios, assim como noutras actividades

de treino e formação, participam

todos os anos mais de mil jovens velejadores,

sendo o KSSS possuidor de praticamente

duas centenas de embarcações de vários tipos,

que servem de suporte a estas iniciativas. A

sua principal ambição é, ao mesmo tempo,

despertar nos mais jovens um interesse pela

vela que perdure durante toda a sua vida,

e dar-lhes a conhecer tudo o que importa

saber sobre a modalidade, tanto no plano

técnico, como no que respeita a valores

como a amizade, o trabalho em equipa e a

árdua tarefa que é ser um velejador de nível

mundial.

O KSSS conta com uma organização bastante

peculiar, com doze comités, cerca de

400 voluntários não remunerados e instalações

unicamente destinadas à gestão de todos

os eventos. Como sinal do envolvimento de

todos, e da qualidade do trabalho realizado,

é da tradição entregar aos participantes nas

diversas atividades insígnias de diferentes

valores no Encontro Anual do KSSS, realizado

na Primavera.

O KSSS está, ainda, activamente envolvido

na protecção do meio ambiente, e, especialmente,

na preservação do Mar Báltico,

com todos os desafios ambientais que este

apresenta. Nas suas actividades é sempre

destacada a importância de estar em harmonia

com a natureza em todas as iniciativas

realizadas. Tudo para que uma história com

mais de 190 anos possa prolongar-se por

muitos mais séculos.

Clube Naval de CASCAIS 105


Correspondent Clubs KSSS - Royal Swedish Yacht Club

Communion of principles

One of the most important sailing clubs in the world, the KSSS – Royal

Swedish Yacht Club is also a correspondent club of Club Naval de Cascais.

A reciprocity agreement based on the sharing key values, with clear

advantages for the members of both institutions

On May 15th of 1830 six outstanding

Swedish citizens, and its first commodore,

Johan Claes Fleming, founded

in Stockholm the Kungl Svenska Segel

Sallskapet (KSSS), or Royal Swedish Yacht

Club. One of the oldest yacht clubs in the

world (the sixth in the world and second

outside the United Kingdom) and today

a correspondent club of Clube Naval de

Cascais, allowing members of both parts

an equivalent use of the clubs when visiting.

An institution with enviable achievements

in the sailing world, currently with more

than 5200 active members, 40% of which

are young people. At an early stage, KSSS

only accepted members who owned a vessel

with at least 30 tons and was well maintained;

and, at the time, its activities were held

in the surroundings of the Swedish capital,

always followed by fantastic dinners that

included not only the mandatory edibles

but also speeches and even singing sessions

and fireworks.

Although King Oscar II was a member of

KSSS for many years, it was only in 1978

that he granted the institution the title of

Royal Club. A few years later, the monarch

granted permission for the KSSS to use as

headquarters a house in the island of Kastellholmen,

shared with the Royal Scating

Club: KSSS used it during summer; Royal

Scating Club had the same right during

winter.

GRAND ACHIEVEMENTS

The first vessels of the KSSS to participate

in international events the schooners Sverige

(Sweden) and Aurora Borealis. Both had

as inspiration a similar vessel of that time,

named America, who won on August 22nd

of 1851 the great regatta held in the Cape of

Cowes, along the south of England, beating

local vessels in the first time the Royal Yacht

Squadron invited the best sailing clubs in the

world to participate in an event that, after

106

Hippocampus


five years, would become an eternal trophy,

now widely known as America’s Cup.

On its first encounter with the America,

Sverige lost, allegedly due to the lack of

competency of its crew, but later won several

regattas, in particular the Royal Cork Yacht

Club, where it prevailed over Gitana and

Isadora – although on August 19th 1953 it

was disqualified for having been sold to an

English gentleman who was not a member

of a Royal Yacht Club! The Aurora Borealis

debuted on July 26th 1953 in the Queen’s

Cup, a competition without handicaps,

and although after some serious problems,

became the winner of the event, having

been called as the “Swedish Wonder” by

the newspapers at the time.

All this happened over 165 years ago, 25

years after the KSSS foundation, but even

then, the club’s sport-orientation was clear,

the same that still guides a great part of its

activity. Since 1909, the Swedish club has

participated in almost every Olympic regatta,

with an impressive record of four golden

medals, five silver medals and three bronze

medals conquered by its athletes – while

its vessels and sailors participated in major

international events, such as the America’s

Cup, The World Race, Volvo Ocean Race

or Bermuda, and winning the Fastnet Race

and many other important regattas through

the years.

Apart from these accomplishments, the

KSSS has counted among its members on

several important vessel and sails manufacturers,

as well as creative and inventive amateur

sailors, that granted their place in the annals

of history – of KSSS and of sailing itself. A

prime example, the grandfather of Patrik

Salén, current Commodore of the club:

Sven Salén was the inventor of the genoa

when competing on board of the May-Be,

in 6-meter class, in 1927 in Genoa(hence

the name of this sail, the same as the Italian

capital of Liguria), a creation that also

contributed a lot to his victory that same

year with the same vessel in the Golf Cup

disputed in Lon Island, USA.

TRADITION WITH EYES ON THE

FUTURE

Presently, the most popular event hosted

by KSSS is the offshore regatta Gotland

Runt (The Round Gotland Race), carried

out for the first time in 1937, after several

shipowners from several parts of the Baltic

were invited to gather in Farosund, in the

Island of Gotland, to decide on the route

of the competition and its rules. Since then,

The Round Gotland Race has grown to

the point of becoming the largest annual

regatta disputed over the world, with more

than 250 vessels covering over several days

the 360 nautical miles that form the route.

Currently, is starts in Stockholm, moving

through the challenging archipelago with

the same name towards Sandhamn (the

most popular Swedish peer), moving around

Gotland and returning to Sandhamn where

the finish line is located.

The activities dedicated to the young

have been for long another focal point of

the mission of KSSS: the centennial Youth

Committee was originally created in 1909,

registering from the beginning a remarkable

development. Currently, the club organises

Patrik Salen, Commodore of the KSSS,

the Royal Swedish Yacht Club, one of the

oldest yacht clubs in the world

ten annual camps especially dedicated to

young people, and are in the hands of the

young members, with ages between 17 and

30 years-old, responsible for all the activities

carried out in the islands where the activities

are carried out, from cooking to training,

and end up being important models for the

children to follow.

In these camps, as well as other training

and formation activities, participate every

year more than a thousand young sailors,

as the KSSS own more than two hundred

vessels of different types, that support these

initiatives. The main ambition is to also stimulate

in the children an interest in sailing

that lasts their whole lives, and teach them

all there is to know about the sport, both in

the technical field as regarding the values of

friendship, teamwork and the difficult task

that is being a world-class sailor.

The KSSS counts on a peculiar organisation,

with twelve committees, around 400

non-paid volunteers and facilities exclusively

dedicated to the management of all the

events. As a sign of everyone’s development,

and the quality of the work carried out, it

is tradition to award the participants of the

different activities, insignias of different

values at the Annual Meeting during Spring.

KSSS is also actively involved in the protection

of the environment and, in particular,

the preservation of the Baltic Sea, with all

the environmental challenges it presents.

In its activities is always highlighted the

importance of being in harmony with nature

during every activity carried out. All in

behalf of extending an activity with more

than 190 years for many more centuries.

Clube Naval de CASCAIS 107


Resultados regatas CNC 2018/2019

Abril 2020

Clube Naval de Cascais April Big Wednesday

Rank SailNumber Club Skipper R1 R2 R3 R4 Total Nett

1st White Shark_2 CNCascais Jorge de Herédia 3.0 1.0 (4.0) 1.0 9.0 5.0

2nd POR4678 CNCascais Henrique Brites (7.0) 2.0 1.0 4.0 14.0 7.0

3rd PedroFCosta CNCascais Pedro Ferraz da Costa 1.0 9.0 2.0 (19.0) 31.0 12.0

4th 5Rings CNCascais Gustavo Lima 5.0 6.0 (8.0) 3.0 22.0 14.0

5th A_Prieto CNCascais Afonso Prieto 2.0 (10.0) 10.0 7.0 29.0 19.0

6th LPG_POR CNCascais Lourenço Pinto Gonçalves 8.0 5.0 (29.0) 6.0 48.0 19.0

7th Bernardo Loureiro CNCascais Bernardo Loureiro 13.0 3.0 7.0 (31.0) 54.0 23.0

8th Gui2319 CNCascais Guilherme Gomes 4.0 12.0 (23.0) 13.0 52.0 29.0

9th Tiago Santos CNCascais Tiago Santos (65.0 DNC) 7.0 12.0 10.0 94.0 29.0

10th Catch Mim CNCascais Nuno Mayer Jardim 12.0 (23.0) 11.0 9.0 55.0 32.0

11th Pkemp CNCascais Phillip Kemp Lekszycki 16.0 (40.0) 6.0 12.0 74.0 34.0

12th ManuCruz CNCascais Manuel Cruz 14.0 (19.0) 13.0 15.0 61.0 42.0

13th POR12 CNCascais Rui Borges de Sousa (22.0) 21.0 14.0 11.0 68.0 46.0

14th Berecling CNCascais Rafael Rodrigues 29.0 (46.0) 18.0 5.0 98.0 52.0

15th PandaPor CNCascais Gonçalo Castro Nunes 10.0 18.0 (65.0 DNC) 25.0 118.0 53.0

16th Cai-Agua CNCascais Francisco Cai-Água 15.0 20.0 (32.0) 18.0 85.0 53.0

17th Pedro Garcia CNCascais Pedro Garcia 18.0 13.0 (24.0) 24.0 79.0 55.0

18th Dr Drake Ramoray CNCascais Pedro Cruz 9.0 14.0 33.0 (65.0 DNC) 121.0 56.0

19th Zilas Dunke CNCascais Zilas Dunke 17.0 (25.0) 19.0 20.0 81.0 56.0

20th Lacerda CNCascais Frederico Lacerda 19.0 (37.0) 26.0 14.0 96.0 59.0

21st SARGO CNCascais Gonçalo Gonçalves (36.0) 22.0 15.0 22.0 95.0 59.0

22nd Pedro RA CNCascais Pedro Rebelo de Andrade (65.0 DNC) 65.0 DNC 3.0 2.0 135.0 70.0

23rd FicaEmCasa! CNCascais Inês Gouveia 32.0 (33.0) 21.0 17.0 103.0 70.0

24th JLima CNCascais Jorge Lima (65.0 DNC) 39.0 16.0 16.0 136.0 71.0

25th Yess Too CNCascais Ricardo P F Schedel 6.0 (65.0 DNC) 5.0 65.0 DNC 141.0 76.0

26th AFS CNCascais António Freitas da Silva 21.0 28.0 27.0 (65.0 DNC) 141.0 76.0

27th carinhas_a CNCascais Andre Carinhas (35.0) 26.0 30.0 21.0 112.0 77.0

28th Max De Groot CNCascais Max de Groot (65.0 DNC) 4.0 9.0 65.0 DNC 143.0 78.0

29th ALIVE CNCascais Diogo Machado Pinto 24.0 (29.0) 25.0 29.0 107.0 78.0

30th Contrabandista CNCascais Patrick Lindley 30.0 (65.0 DNC) 20.0 30.0 145.0 80.0

31st Prieto97 CNCascais João Prieto (65.0 DNC) 8.0 65.0 DNC 8.0 146.0 81.0

32nd CHINA62 CNCascais Fernando Passeiro (39.0) 36.0 22.0 26.0 123.0 84.0

33rd SPUZY CNCascais Bernardo Pereira Coutinho 20.0 16.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 166.0 101.0

34th GBarreto CNCascais Goncalo Barreto (65.0 DNC) 17.0 65.0 DNC 23.0 170.0 105.0

35th RCST CNCascais António Mello 33.0 15.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 178.0 113.0

36th JesusMaria CNCascais Manuel Macedo 25.0 27.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 182.0 117.0

37th Nieto CNCascais Pedro Nieto (65.0 DNC) 24.0 34.0 65.0 DNC 188.0 123.0

38th Joni Mello CNCascais João Mello 27.0 34.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 191.0 126.0

39th ESP2890 CNCascais Valério Conceição (65.0 DNC) 65.0 DNC 35.0 27.0 192.0 127.0

40th POR198787 CNCascais Martim Mello 34.0 32.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 196.0 131.0

41st Bravo3652 CNCascais Antonio Barros 40.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 28.0 198.0 133.0

42nd POR33 CNCascais Carlos Azevedo 37.0 31.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 198.0 133.0

43rd Cunha_Nico CNCascais Daniel Marques da Cunha (65.0 DNC) 43.0 31.0 65.0 DNC 204.0 139.0

44th MrSinBin CNCascais Martin Estlander (65.0 DNC) 42.0 65.0 DNC 32.0 204.0 139.0

45th Tomas barreto CNCascais Tomas Barreto (65.0 DNC) 11.0 65.0 DNC 65.0 DNC 206.0 141.0

46th FazmeumBIC CNCascais Diogo Pereira 11.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 206.0 141.0

47th Dalton CNCascais António Mello 42.0 38.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 210.0 145.0

48th Bernardo Pego CNCascais Bernardo Torres Pego (65.0 DNC) 65.0 DNC 17.0 65.0 DNC 212.0 147.0

49th MADA1 CNCascais Jorge Camilo 38.0 47.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 215.0 150.0

50th Miccoli CNCascais Miguel Matos Rosa 23.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 218.0 153.0

51st Talha-Mar CNCascais Antonio Azevedo Coutinho 44.0 44.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 218.0 153.0

52nd GRibeirinho CNCascais Goncalo Ribeirinho dos Santos 26.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 221.0 156.0

53rd JMV CNCascais José Vozone (65.0 DNC) 65.0 DNC 28.0 65.0 DNC 223.0 158.0

54th Mlopes CNCascais Margarida Lopes 28.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 223.0 158.0

55th Peter Kemp CNCascais Peter Lekszycki (65.0 DNC) 30.0 65.0 DNC 65.0 DNC 225.0 160.0

56th POR191192 CNCascais Francisco Reis Ferreira Teixeira 31.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 226.0 161.0

57th Boudie2731 CNCascais Boudie (65.0 DNC) 35.0 65.0 DNC 65.0 DNC 230.0 165.0

58th Tom Hagen CNCascais Miguel Matos Rosa (65.0 DNC) 41.0 65.0 DNC 65.0 DNC 236.0 171.0

59th srfteixeira CNCascais Simão Teixeira 41.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 236.0 171.0

60th miguelcruz CNCascais Miguel Cruz 43.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 238.0 173.0

61st Mamilles CNCascais Afonso de Mello (65.0 DNC) 45.0 65.0 DNC 65.0 DNC 240.0 175.0

62nd Mmatosrosa CNCascais Mário Matos Rosa 45.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 240.0 175.0

63rd AC188089 CNCascais Afonso Cruz (65.0 DNC) 48.0 65.0 DNC 65.0 DNC 243.0 178.0

64th martimmastbaum CNCascais Martim Mastbaum (65.0 DNC) 49.0 65.0 DNC 65.0 DNC 244.0 179.0

108

Hippocampus


Junho 2020

MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY

CAS-SES – ORC A Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 11:05:00 14:40:17 3:35:17 3:57:47 1.0

2 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 11:05:00 14:52:47 3:47:47 3:59:49 2.0

3 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 11:05:00 14:58:55 3:53:55 4:01:16 3.0

4 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 11:05:00 14:53:11 3:48:11 4:04:01 4.0

5 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 11:05:00 14:56:00 3:51:00 4:04:39 5.0

6 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 11:05:00 14:22:04 3:17:04 4:11:20 6.0

7 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 11:05:00 15:03:24 3:58:24 4:12:37 7.0

8 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 11:05:00 15:01:37 3:56:37 4:19:48 8.0

SES-CAS – ORC A Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 11:05:00 15:32:29 4:27:29 4:46:03 1.0

2 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 11:05:00 15:26:22 4:21:22 4:48:41 2.0

3 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 11:05:00 15:48:26 4:43:26 5:00:20 3.0

4 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 11:05:00 15:49:55 4:44:55 5:01:45 4.0

5 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 11:05:00 15:02:19 3:57:19 5:02:40 5.0

6 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 11:05:00 15:41:13 4:36:13 5:03:17 6.0

7 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 11:05:00 16:02:08 4:57:08 5:06:28 7.0

8 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 11:05:00 16:05:52 5:00:52 5:16:45 8.0

Combined – ORC A Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 7:56:39 8:46:28 1.0

2 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 8:15:40 8:50:04 2.0

3 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 8:35:55 9:06:24 3.0

4 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 8:51:03 9:07:43 4.0

5 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 8:41:50 9:12:56 5.0

6 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 7:14:23 9:14:01 6.0

7 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 8:48:39 9:16:34 7.0

8 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 8:32:50 9:23:05 8.0

CAS-SES – ORC B Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 11:05:00 15:00:26 3:55:26 3:53:41 1.0

2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 11:05:00 15:11:17 4:06:17 3:57:38 2.0

3 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 11:05:00 15:08:09 4:03:09 3:59:54 3.0

4 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 11:05:00 15:10:53 4:05:53 4:02:38 4.0

5 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 11:05:00 14:43:13 3:38:13 4:03:34 5.0

6 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 11:05:00 15:08:32 4:03:32 4:06:01 6.0

7 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 11:05:00 15:29:54 4:24:54 4:06:33 7.0

8 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 11:05:00 15:42:41 4:37:41 4:09:42 8.0

9 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 11:05:00 15:51:30 4:46:30 4:32:28 9.0

10 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 11:05:00 15:58:35 4:53:35 4:45:13 10.0

11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 11:05:00 DNF 12.0

SES-CAS – ORC B Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 11:05:00 16:07:31 5:02:31 5:00:17 1.0

2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 11:05:00 16:28:04 5:23:04 5:11:44 2.0

3 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 11:05:00 16:28:43 5:23:43 5:14:29 3.0

4 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 11:05:00 16:18:54 5:13:54 5:17:06 4.0

5 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 11:05:00 16:32:01 5:27:01 5:22:38 5.0

6 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 11:05:00 17:07:48 6:02:48 5:26:14 6.0

7 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 11:05:00 17:00:51 5:55:51 5:31:11 7.0

8 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 11:05:00 16:50:40 5:45:40 5:41:06 8.0

9 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 11:05:00 17:08:32 6:03:32 5:45:43 9.0

10 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 11:05:00 16:20:03 5:15:03 5:51:40 10.0

11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 11:05:00 DNC 12.0

Combined – ORC B Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 8:57:57 8:53:58 1.0

2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 9:29:21 9:09:22 2.0

3 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 9:30:10 9:22:32 3.0

4 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 9:17:26 9:23:07 4.0

5 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 10:40:29 9:35:55 5.0

6 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 10:20:45 9:37:44 6.0

7 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 9:51:33 9:43:44 7.0

8 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 8:53:16 9:55:14 8.0

9 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 10:17:18 9:59:42 9.0

10 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 10:50:02 10:18:11 10.0

11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 DNF 12.0

Clube Naval de CASCAIS 109


Resultados regatas CNC 2018/2019

MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY

CAS-SES – NHC

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 14:40:17 3:35:17 3:50:47 1.0

2 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 15:00:26 3:55:26 3:51:12 2.5

2 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 14:52:47 3:47:47 3:51:12 2.5

4 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 14:59:13 3:54:13 3:53:31 4.0

5 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 14:49:24 3:44:24 3:56:45 5.0

6 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 15:08:09 4:03:09 3:58:17 6.0

7 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 15:11:17 4:06:17 3:59:08 7.0

8 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 15:26:19 4:21:19 3:59:22 8.0

9 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 14:56:00 3:51:00 4:00:14 9.0

10 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 14:47:19 3:42:19 4:00:19 10.0

11 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 14:50:39 3:45:39 4:01:40 11.0

12 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 15:05:39 4:00:39 4:03:47 12.0

13 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 14:53:11 3:48:11 4:05:32 13.0

14 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 14:58:55 3:53:55 4:07:29 14.0

15 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 15:10:53 4:05:53 4:08:50 15.0

16 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 15:08:32 4:03:32 4:09:37 16.0

17 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 14:42:13 3:37:13 4:10:27 17.0

18 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 15:03:24 3:58:24 4:12:14 18.0

19 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 15:17:37 4:12:37 4:15:54 19.0

20 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 14:22:04 3:17:04 4:16:58 20.0

21 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 15:27:58 4:22:58 4:18:14 21.0

22 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 15:29:54 4:24:54 4:20:08 22.0

23 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 15:52:40 4:47:40 4:20:55 23.0

24 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 15:23:53 4:18:53 4:22:15 24.0

25 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo 15:58:09 4:53:09 4:25:18 25.0

26 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 15:12:55 4:07:55 4:26:46 26.0

27 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 15:42:41 4:37:41 4:27:25 27.0

28 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra 15:29:40 4:24:40 4:28:54 28.0

29 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 15:01:37 3:56:37 4:29:16 29.0

30 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 15:43:48 4:38:48 4:29:36 30.0

31 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 13:50:57 2:45:57 4:29:40 31.0

32 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 15:47:40 4:42:40 4:31:05 32.0

33 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 15:32:56 4:27:56 4:31:57 33.0

34 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços 15:53:07 4:48:07 4:36:18 34.0

35 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 15:51:30 4:46:30 4:38:11 35.0

36 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 16:05:39 5:00:39 4:40:12 36.0

37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais 15:58:53 4:53:53 4:43:01 37.0

38 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 15:58:35 4:53:35 4:45:04 38.0

39 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 14:09:06 3:04:06 4:52:54 39.0

40 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA 16:39:01 5:34:01 5:04:37 40.0

41 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais 15:45:03 4:40:03 5:12:49 41.0

42 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 14:21:02 3:16:02 5:18:33 42.0

43 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town 16:46:27 5:41:27 5:27:27 43.0

44 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado 15:50:13 4:45:13 6:01:56 44.0

45 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa 15:41:40 4:36:40 6:37:51 45.0

46 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNF 48.0

46 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNF 48.0

SES-CAS – NHC Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 15:26:22 4:21:22 4:40:11 1.0

2 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 15:51:06 4:46:06 4:45:15 2.0

3 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 15:29:24 4:24:24 4:45:49 3.0

4 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 15:32:29 4:27:29 4:47:49 4.0

5 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 15:39:40 4:34:40 4:49:46 5.0

6 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 15:35:37 4:30:37 4:49:50 6.0

7 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 14:04:49 2:59:49 4:52:12 7.0

8 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 15:49:55 4:44:55 4:56:19 8.0

9 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 16:07:31 5:02:31 4:57:04 9.0

10 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 15:48:26 4:43:26 4:59:52 10.0

11 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 16:05:52 5:00:52 5:05:23 11.0

12 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 15:02:19 3:57:19 5:09:28 12.0

13 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 14:19:44 3:14:44 5:09:49 13.0

14 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 16:28:04 5:23:04 5:13:42 14.0

15 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 15:41:13 4:36:13 5:14:20 15.5

15 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 16:28:43 5:23:43 5:14:20 15.5

17 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 16:02:08 4:57:08 5:14:22 17.0

18 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 16:20:06 5:15:06 5:19:12 18.0

19 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 16:20:16 5:15:16 5:19:22 19.0

20 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 14:21:53 3:16:53 5:19:56 20.0

21 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 16:32:01 5:27:01 5:20:29 21.0

22 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 16:18:54 5:13:54 5:21:45 22.0

23 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 16:59:52 5:54:52 5:21:52 23.0

24 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 16:15:16 5:10:16 5:33:51 24.0

25 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 16:45:05 5:40:05 5:33:58 25.0

26 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 17:06:15 6:01:15 5:46:26 26.0

27 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 17:07:48 6:02:48 5:49:23 27.0

28 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 17:00:51 5:55:51 5:49:27 28.0

29 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 16:50:40 5:45:40 5:49:49 29.0

30 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 16:51:29 5:46:29 5:50:59 30.0

31 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 17:08:32 6:03:32 5:52:59 31.0

110

Hippocampus


Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

32 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 17:30:37 6:25:37 5:53:13 32.0

33 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 17:33:03 6:28:03 6:01:40 33.0

34 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 16:20:03 5:15:03 6:03:15 34.0

35 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 17:39:22 6:34:22 6:21:21 35.0

36 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 17:23:56 6:18:56 6:24:37 36.0

37 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo DNF 48.0

37 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra DNF 48.0

37 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços DNF 48.0

37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais DNF 48.0

37 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA DNF 48.0

37 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais DNC 48.0

37 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town DNF 48.0

37 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado DNF 48.0

37 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa DNF 48.0

37 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNC 48.0

37 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNC 48.0

Combined – NHC Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 7:56:39 8:30:58 1.0

2 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 8:40:19 8:38:45 2.0

3 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 8:06:43 8:46:08 3.0

4 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 8:19:04 8:46:31 4.0

5 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 8:57:57 8:48:16 5.0

6 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 8:16:16 8:51:30 6.0

7 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 8:15:40 8:53:20 7.0

8 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 8:35:55 8:56:33 8.0

9 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 8:48:39 8:56:35 9.0

10 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 8:41:50 9:12:06 10.0

11 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 9:29:21 9:12:50 11.0

12 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 9:30:10 9:18:46 12.0

13 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 8:51:03 9:21:51 13.0

14 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 5:45:46 9:21:52 14.0

15 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 7:14:23 9:26:26 15.0

16 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 9:17:26 9:31:22 16.0

17 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 9:27:43 9:35:06 17.0

18 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 9:34:09 9:41:37 18.0

19 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 10:42:32 9:42:47 19.0

20 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 8:32:50 9:43:36 20.0

21 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 10:03:03 9:52:12 21.0

22 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 10:46:56 9:52:35 22.0

23 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 9:47:08 9:54:46 23.0

24 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 9:51:33 9:58:39 24.0

25 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 10:17:18 9:59:24 25.0

26 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 9:18:11 10:00:36 26.0

27 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 6:18:50 10:02:43 27.0

28 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 10:20:45 10:09:35 28.0

29 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 8:52:16 10:13:42 29.0

30 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 10:40:29 10:16:47 30.0

31 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 10:43:55 10:17:31 31.0

32 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 10:50:02 10:31:11 32.0

33 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 6:32:55 10:38:29 33.0

34 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 11:28:42 10:41:52 34.0

35 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 11:13:10 10:50:57 35.0

36 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 10:46:52 10:56:34 36.0

37 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo DNF 48.0

37 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra DNF 48.0

37 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços DNF 48.0

37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais DNF 48.0

37 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA DNF 48.0

37 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais DNC 48.0

37 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town DNF 48.0

37 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado 15:50:13 DNF 48.0

37 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa DNF 48.0

37 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNF 48.0

37 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNF 48.0

Clube Naval de CASCAIS 111


Resultados regatas CNC 2018/2019

MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY

CAS-SES – VOR 65 Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 11:05:00 15:34:06 4:29:06 4:29:06 1.0

2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 11:05:00 16:35:52 5:30:52 5:30:52 2.0

SES-CAS – VOR 65 Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 11:05:00 15:05:00 4:00:00 4:00:00 1.0

2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 11:05:00 15:26:57 4:21:57 4:21:57 2.0

Combined – VOR 65 Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points

1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 8:29:06 8:29:06 1.0

2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 9:52:49 9:52:49 2.0

MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY

CAS-SES – Classic Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 15:30:14 4:25:14 4:13:16 1.0

2 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 15:33:14 4:28:14 4:20:14 2.0

3 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 15:37:45 4:32:45 4:33:24 3.0

4 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa 16:10:37 5:05:37 4:50:33 4.0

5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais 15:33:29 4:28:29 4:51:20 5.0

6 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 15:51:13 4:46:13 5:01:21 6.0

SES-CAS – Classic Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 15:58:49 4:53:49 4:54:31 1.0

2 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 16:30:45 5:25:45 5:11:04 2.0

3 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 16:44:42 5:39:42 5:29:35 3.0

4 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 16:19:06 5:14:06 5:30:43 4.0

5 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa DNF 7.0

5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais DNC 7.0

Combined – Classic Class

Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points

1 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 9:50:59 9:24:20 1.0

2 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 9:26:34 9:27:56 2.0

3 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 10:07:56 9:49:49 3.0

4 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 10:00:19 10:32:04 4.0

5 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa DNF 7.0

5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais DNC 7.0

112

Hippocampus


Julho

Campeonato Nacional SB20 2020

Sail No Boat Helm Crew Club Points Place R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9

3800 YTP/ 98.1 Marginal/SailCascais Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo Luís Pinheiro , Rafael Rodrigues CNCascais 26 1 2 1 2 3 9 4 13 3 2

3745 Puss Puss/SailCascais Vasco Serpa Joaquim Moreira, Pedro Costa Alemão CNCascais 28 2 1 3 14 4 6 3 4 1 6

3738 Dom Pedro Hotels José Paulo Ramada Fausto Briosa Neves, António Silva Pereira, Miguel Leal de Faria CNC/CDP 35 3 4 6 1 9 8 11 2 4 1

3505 PATRIS Finance Vasco Passanha Zilas Dunke-Nascimento , Diana P. Neves, Frederico Lacerda CNCascais 42 4 6 2 3 12 2 16 5 2 10

3763 Skin in the Game Edward Russo Gilles Favennec, Mikael Mergui Club Nautique Valeriquais 43 5 3 4 5 7 12 6 1 19 5

3615 Madeira Islands John Tavares Helder Basilio, Tiago Leal ANMadeira 45 6 10 7 6 1 4 2 30 11 4

35 Another Affair Miguel Oliveira Tiago Morais, Francisco Oliveira CVAtlantico 50 7 5 5 8 5 14 5 7 8 7

36 Yess too…enty Francisca Barros João Cunha, Ricardo Schedel, António Matos Rosa CWDSailing 66 8 16 21 11 8 3 9 10 6 3

3581 AM RUSARC Diogo Costa Pedro Costa, Diogo Cayolla YCSP/CNC/CWDS 72 9 7 18 4 18 11 1 8 15 8

366 DRADO / ROFF Manuel Marques Pedro Pinto, Hugo Mastbaum ANLisboa 75 10 11 9 15 6 1 7 12 14 16

22 Ladies First/SailCascais Carolina João Joana Azevedo, Zezi Cardoso, Federica Franchi SADafundo 85 11 12 15 13 10 30 18 3 5 9

3558 Guto Pedro Nieto Francisco Neto, Mariana Freitas, Guilherme Gomes CVAtlantico 97 12 8 14 9 13 22 12 15 13 13

3306 BICASCO António Santos Miguel Benedy , Pedro Vilela CVSado 103 13 18 11 10 15 7 21 21 7 14

3438 NACEX Miguel Graça Diogo Machado Pinto, João Ferreira CNCascais 104 14 29 8 18 16 10 8 11 9 24

3516 CHICAS Mariana Lobato Carolina Campos, Mafalda Pires de Lima, Margarida Lopes CNCascais 110 15 13 30 16 2 20 10 17 21 11

3427 LTX Eduardo Cardoso Duarte Pardal Eduardo Marques CNCascais 118 16 9 12 7 19 17 19 30 18 17

8 Mergulhão 2 Manuel Prieto Lourenço Mateus , João Tomás CNCascais 123 17 14 19 30 20 19 15 9 12 15

3506 Volta Vasco Empis Pedro Rebelo de Andrade, João Vidinha ,Vera Rebelo de Andrade CNCascais 126 18 21 20 22 11 15 30 6 10 21

3652 Bravo Paulo Palha André Gonçalves, António Barros, Rita Leal Faria CVAtlantico 136 19 19 13 20 17 25 30 14 16 12

3616 ROFF/Meritis.org Tomás Barreto Martim Mastbaum, Mafalda Gonçalves, Carmo LeCorolle CNCascais 140 20 15 22 19 14 16 14 23 17 23

3637 Contrabandista Patrick Lindley Luís Vasconcelos Dias, Pedro Simões CNCascais 146 21 20 17 21 21 5 22 20 20 25

3710 NO WORRIES Gastão Brun Peter Kemp Lekszycki, André Lekszycki CNCascais 154 22 22 24 12 30 18 13 22 24 19

3101 Casilda Duarte B. Bello Rodrigo Ouro, Beatriz Gago, José Maria Vozone CNCascais 156 23 17 10 25 23 26 17 16 26 22

3411 Quinta dos Murças Diogo Corrêa Mendes José Bello, Nuno Lopes CNCascais 162 24 24 16 23 22 13 24 18 22 28

363 Mussa Sailing Team Francisco Cruz Manuel Cruz, Pedro Garcia, Gonçalo Barreto CNCascais 177 25 27 23 17 28 23 20 24 25 18

3203 Miúdas Sofia Regojo Ana Champalimaud, Maria Anjos CNCascais 186 26 26 26 27 26 21 25 19 23 20

7 Sargo Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares, Miguel Vidinha CNCascais 200 27 23 30 24 25 24 26 25 27 26

372 Vicky Augusto Castelo Branco João Pires, Martim Ruela Figueiredo SADafundo 213,9 28 28 25 26 27 26,5 26,4 26 29 29

537 Old Spice Filipe Aguilar Machado António Ancêde ,Pedro Borges de Araújo CVAtlantico 214 29 25 30 30 24 27 23 30 28 27

SB20 Summer Regatta 2020

Sail No Boat Helm Crew Club Points Place R1 R2 R3 R4 R5 R6

3738 Dom Pedro Hotels José Paulo Ramada Gonçalo Ribeiro, Miguel Leal Faria, António Pereira CDPedro/CNCascais 6 1 1 2 1 1 6 1

35 Another Affair Tiago Morais Miguel Oliveira, Francisco Oliveira CVAtlântico 12 2 3 4 5 2 1 2

3616 ROFF- Meritis .org Filipe Silva Pedro Pinto, Hugo Mastbaum CNCascais 14 3 2 3 2 4 21 3

3505 Patris Finance Vasco Passanha José Camelo, Zilas Dunke-Nascimento, Manuel CNCascais 25 4 4 6 9 21 2 4

3756 PussPuss/Cascais Vasco Serpa Pedro Costa Alemão, Bernardo Loureiro CNCascais 32 5 5 1 10 21 4 12

3438 NACEX Miguel Graça Diogo Machado Pinto, João Ferreira CNCascais 32 6 6 10 3 5 8 10

3800 Youth Team Portugal Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo, Luís Pinheiro, Rafael Rodrigues CNCascais 36 7 21 11 14 3 3 5

3427 LTX Eduardo Cardoso Duarte Pardal, Santiago Sampaio CNCascais 36 8 9 5 8 9 5 11

3652 Bravo Paulo Palha António Barros, André Gonçalves, Piedade Colaço CVAtlântico 38 9 7 9 11 7 7 8

3710 No Worries Gastão Brun André Lekszycki, Pedro Caldas CNCascais 40 10 11 7 4 12 15 6

3558 Guto Pedro Nieto David Aleixo, Guilherme Gomes , Tomás Pires CVAtlântico 47 11 10 12 21 6 12 7

3637 Contrabandista Patrick Lindley Pedro Simões, Luís Vasconcelos Dias CNCascais 54 12 21 16 6 8 10 14

15 WoW /SailCascais Carolina João Federica Franchi, Margarida Lopes, Joana Azevedo SADafundo 54 13 16 8 13 13 11 9

8 Mergulhão 2 André Gray Lourenço Mateus, João Tomás CNCascais 59 14 13 13 15 11 9 13

3521 Santa Maria Luís Rosário Romain Maistre, André Carinhas CNCascais 64 15 8 14 16 10 16 17

7 Sargo Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares, Miguel Vidinha CNCascais 73 16 15 15 7 15 21 21

3101 Casilda Duarte B. Bello Rodrigo Ouro, Nuno Dias CNCascais 75 17 12 21 21 14 13 15

310 Miúdas Sofia Regojo Tiago Marcelino, Ana Champalimaud, Maria Anjos CNCascais 85 18 14 17 12 21 21 21

3411 Quinta dos Murças Diogo Corrêa Mendes José Bello, Ana Costa Santos CNCascais 88 19 21 21 21 16 14 16

372 Vicky Augusto Castelo Branco Michael Del Vecchio Carranza, João Pires, Augusto Castelo Branco Jr. SADafundo/CNCascais 98 20 21 18 17 21 21 21

Clube Naval de CASCAIS 113


Agenda regatas CNC 2020

MÊS / Month DATA / Date CLASSE / Class EVENTO / Event

Agosto/August 21-23 Moth Nacional Moth

23 Moth Nacional Moth - Entrega de Prémios / Prize Giving

28-30 Dragão/Dragon 25º H.M. King Juan Carlos Trophy

30 Dragão/Dragon 25º H.M. King Juan Carlos Trophy - Entrega de Prémios / Prize Giving

28-30 SB20 1st SailCascais Trophy

30 SB20 1st SailCascais Trophy - Entrega de prémios / Prize giving

Setembro/September

Outubro/October

Novembro/November

11-13 Dragão/Dragon Campeonato Nacional de Dragão

11-13 Dragão/Dragon Campeonato Nacional de Dragão - Entrega de Prémios / Prize Giving

03-04 Snipe Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels

04 Snipe Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels - Entrega de prémios / Prize Giving

03-05 Cruzeiros / SB20 Cascais Vela

05 Cruzeiros / SB20 Cascais Vela - Entrega de prémios / Prize giving

09 VA / Para Sailing Encontro Brisa - Brisa Encounter

10 VA / Para Sailing Troféu Brisa - Brisa Trophy

23-25 SB20 WOW - Women on Water

25 SB20 WOW - Women on Water - Entrega de Prémios / Prize Giving

31 SB20 1st SB20 Winter Series 2020/2021

01 SB20 1st SB20 Winter Series 2019/2020 - Entrega de Prémios / Prize Giving

28-29 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta

28-29 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series 2020-2021

29 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta - Entrega de Prémios / Prize Giving

29 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series 2020-2021 - Entrega de Prémios / Prize Giving

114

Hippocampus


cascais.pt

COVID-19

Quer saber se

esteve exposto

ao SARS-CoV2?

TESTES GRATUITOS

PARA TODOS OS

RESIDENTES

MARQUE O SEU

800 203 186

PROTEJA-SE A SI E AOS OUTROS.


Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!