Hippocampus Edição 36
Revista do Clube Naval de Cascais - Edição 36
Revista do Clube Naval de Cascais - Edição 36
- No tags were found...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
SUMÁRIO
10
38
32
48
6 Notícias
10 REGATAS Mirpuri Foundation Sailing Trophy
24 REGATAS Campeonato Nacional de SB20
32 CLUBE Regatas virtuais CNC April Big Wednesday
38 MOMENTO Royal Clipper ao largo de Cascais
48 GRANDE ENTREVISTA Carlos Carreiras
66 CLUBE CNC com presença reforçada nas redes sociais
74 ENTREVISTA Miguel Horta e Costa
84 CLUBE 52 Super Series 2021 confirmadas para Cascais
90 CLUBE Cursos de Verão 2020
96 CLUBES CORRESPONDENTES Iate Clube Punta del Este
102 CLUBES CORRESPONDENTES KSSS
108 Resultados CNC
114 Agenda CNC
66
84
Ficha técnica
Propriedade: Clube Naval de Cascais | Esplanada Príncipe D. Luís Filipe, 2750-411 Cascais
Tel. 214 830 125 | Fax. 214 868 712 | geral@cncascais.com | www.cncascais.com
Conselho Editorial:
Miguel Horta e Costa, José Sotto Mayor Matoso, Gonçalo Esteves,
Francisco Geraldes, Manuel Durães Rocha e Pedro Costa Alemão
Director:
Director-adjunto:
Subdirector:
Vela Adaptada:
Escola de Vela:
Marketing e Comunicação:
Coordenador Desportivo:
Gonçalo Esteves
José Sotto Mayor Matoso
Francisco Geraldes
Charles Lindley
Fernanda Hoffmann
Helena Caiado
Sebastião Osório de Castro
Editor:
Clube Naval de Cascais
Sede e Redacção:
Esplanada Príncipe D. Luís Filipe | 2750-411 Cascais
Edição:
António de Sousa Pereira
Design Gráfico:
Ricardo Macieira Coelho
Impressão: AConsulting, Lda. – Av. de Ceuta, 25 | 2700-188 Amadora (Tel. 915 698 861)
Tiragem:
4000 exemplares
Foto de capa: Marc Bow
Nos termos do previsto pelo art.º 15º da Lei de Imprensa, o Estatuto Editorial da Hippocampus
pode ser econsultado em http://www.cncascais.com/hippocampus
Interdita a reprodução, total ou parcial, de textos e ilustrações, por quaisquer meios, mesmo para fins não comerciais
Depósito legal n.º 285339/08 | Registada na ERC com o n.º 125583 | ISSN 1647-7294 | NIPC 500 065 535
Clube Naval de CASCAIS 3
EDITORIAL
Caros sócios,
Escrevo este editorial a partir da baía do Porto Santo, a onde cheguei há alguns
dias, muito confortavelmente, refira-se, porque a bordo de um magnífico
Lagoon 45 de um sócio do Clube Naval de Cascais. O nosso não é o único
barco aqui ancorado que tem hasteada a bandeira do nosso clube: igualmente,
e pela 12ª vez, o Voador Azul, do nosso sócio Charles Lindley, também aqui
está ancorado. Porém, com uma diferença, que não é, de todo, de somenos:
enquanto que eu naveguei com dois amigos num confortável 45 pés, o Charles,
no seu Voador Azul, com apenas 33 pés, veio em solitário. Nas suas próprias
suas palavras, “quem vem é o barco, não sou eu, ele já sabe o caminho de
memória”. O meu mais sincero respeito para o Charles, não apenas por esta
sua capacidade de viver bem, como de velejar em solitário.
Não deixa de ser curioso o potencial que tem Porto Santo, e o pouco explorado
que ainda está na perspectiva da náutica de recreio. Acredito que, naturalmente,
num curto espaço de tempo, passe Porto Santo a ser um destino marítimo de
recreio por natureza. Estaremos atentos em Cascais, e vejo com satisfação uma
cooperação próxima com o Clube Naval de Porto Santo.
Longe estava eu, desde que escrevi o último editorial, em antecipar pelo que
iríamos passar. A edição anterior da nossa revista foi impressa precisamente na
semana anterior ao confinamento, e, na hora de escrever o editorial da Hippocampus
nº 35, muito distante estava de imaginar o que todos iríamos viver.
O Mundo mudou, Portugal mudou, Cascais mudou – e, claro, também
mudou o Clube Naval de Cascais. Como todos os clubes náuticos do planeta,
o nosso clube teve de fechar portas e de interromper todo o seu funcionamento.
Alguns dos clubes correspondentes do CNCascais não tinham as portas fechadas
desde a Segunda Guerra Mundial; outros, nem mesmo chaves tinham da
porta principal…
Não tivemos outra alternativa se não suspender a 100% a nossa actividade –
escolas de vela, treinos das equipas de competição, regatas, ginásio, restaurante,
bar, etc. Tudo fechado, sendo que somente as novas regatas virtuais puderam
constituir a nossa actividade desportiva durante o tempo do confinamento
obrigatório. Tentámos salvaguardar as condições de todo o nosso pessoal efectivo
da melhor forma possível, mantivemos o cais em funcionamento, tendo a
nossa equipa de marinheiros aproveitado estes meses sem actividade para pintar,
reformar, refazer, adaptar e melhorar parte das nossas instalações e, também, da
nossa frota de barcos. Esta medida permitiu-nos reabrir o clube de “cara lavada”,
tanto em terra como no mar, e, por isso, aqui fica uma mais do que merecida
palavra de apreço para os nossos marinheiros, e, em especial, para o Jorge, pelo
trabalho desenvolvido durante este tempo.
Preparámos a reabertura de forma positiva, tentando tirar o melhor partido
possível da situação vivida a nível mundial. E, por estarmos plenamente conscientes
de que todos iríamos viajar menos este Verão, resolvemos ser mais agressivos
na nossa oferta de Cursos de Verão da Escola de Vela. Como resultado, até à
data em que escrevo este texto, tivemos ocupada nada menos do que 98% da
nossa capacidade instalada nas três vertentes (juventude, Sprinto e Windsurf).
Similarmente, gostaria de expressar aqui uma palavra de apreço também à
nossa equipa residente de marketing e secretaria, que, em conjunto, tudo fez
para divulgar ao máximo a nossa oferta – agradecimento especial à Fernanda
Hoffmann e á sua equipa, pela forma magnífica como organizaram estes cursos.
Foi também durante o confinamento que o nosso sócio José Pujol teve a
generosidade para com o CNC de oferecer um segundo conjunto de litografias
da coleção The America’s Cup, de Tim Thompson, a juntar ao primeiro, que já
nos tinha ofertado em 2019, assim perfazendo um conjunto de doze quadros da
referida série. Estes doze quadros têm a particularidade de terem estado durante
23 anos na parede do bar do restaurante Vela Latina, em Lisboa, e de aí terem
sido apreciados por milhares e milhares de pessoas.
Uma vez mais, o Clube Naval de Cascais esteve na vanguarda das organizações
de regatas em Portugal, com a realização do Mirpuri Foundation Sailing
Trophy. Não posso deixar de assinalar neste editorial a forma como surgiu este
troféu: dias antes do confinamento que todos vivemos, o Dr. Paulo Mirpuri
teve a amabilidade de me convidar para navegar no Green Eyes. Com o Code
Zero em cima, e já perto da bóia de espera, com muito pouco vento, indo já com
11 nós de velocidade, e tendo eu o leme na mão, disse ao Paulo: “agora, com
barcos tão relevantes registados pelo Clube Naval de Cascais, deveríamos
deixar a marca Mirpuri gravada a ouro no universo da vela e do nosso
clube com um trofeu anual tipo off shore”.
A ideia foi aceite. Com a excelência da marca Mirpuri e a competência do CN-
Cascais, mesmo durante o confinamento, e com enormes resistências oriundas
de variadíssimas proveniências, tanto da sociedade civil como das autoridades
governamentais, o Clube Naval de Cascais, juntamente com a vasta equipa da
Mirpuri Foundation, foi capaz de montar este evento. Foi uma organização
fantástica a que resultou da colaboração entre estas duas equipas. Com uma
extraordinária coordenação e com um planeamento magnífico de ambos os
lados, permanentemente apoiada por ambos os presidentes da direcção em
funções e com acompanhamento diário.
Como todos sabemos, as condições para se poder realizar uma prova desportiva
no final do mês de Junho eram, neste insólito ano, completamente desconhecidas.
A necessidade de ter todos os participantes, acompanhantes e staff envolvido
no evento testados para a Covid-19 foi um enorme desafio para a equipa da
Mirpuri Foundation. Foram efectuados praticamente mil testes em três dias,
testes estes que tinham múltiplos objectivos, ou seja, não só indicar que quem
aos mesmos se sujeitava estava, ou não, positivo para a Covid-19, mas também
se tinha imunidade para o mesmo vírus. Para tal, foram utlizadas durante os
três dias duas bases de testes durante doze horas por dia, uma em Lisboa, outra
em Cascais. O resultado foi estupendo: uma frota de cruzeiros como nunca se
viu, aproximadamente 60 barcos na linha de largada e um desconfinamento
náutico absolutamente imprevisível.
Um facto curioso é que, este ano, a regata de cruzeiros com maior relevância no
calendário nacional, o troféu Quebramar, inserido no Cascais Vela, irá celebrar
a sua 20ª edição. E, assim, vinte anos depois da primeira edição desse troféu,
o nosso clube adiciona ao seu calendário mais uma regata, embora com outro
formato, que, tudo indica, também poderá vir a ser uma refêrencia nacional, e
que celebrará a sua 20ª edição no mesmo ano que celebraremos o 40º aniversário
do Troféu Quebramar. Para terminar, gostaria de felicitar os barcos que
representaram o Clube Naval de Cascais, os quais venceram em praticamente
todas as categorias.
No primeiro campeonato nacional após o confinamento, o da Classe SB20,
a nossa classe residente mais importante, contámos com 30 barcos na linha de
largada. Sem a participação de qualquer tripulação estrangeira, o favoritismo
estava nas duas tripulações com mais títulos de Campeão Nacional: as de Vasco
Serpa e de José Paulo Ramada, ambas do nosso clube. Sem qualquer favoritismo
à partida, e sem que nada o fizesse prever, a equipa liderada por Henrique Brites,
com Bernardo Pego, Luís Pinheiro e Rafael Rodrigues, venceu de forma
inquestionável o Campeonato Nacional de SB20 de 2020, tendo conseguido
um primeiro e três segundos lugares nas nove regatas disputadas, assim levando
a melhor no final, com uma vantagem de dois pontos para a equipa de Vasco
Serpa, e de quatro pontos para a equipa de José Paulo Ramada. Para nós, enquanto
clube, é absolutamente extraordinário poder constatar que a equipa da
juventude do CNCascais, com quatro jovens velejadores, todos eles saídos da
nossa Escola de Vela, chega, assim, ao lugar mais alto da classe SB20. Muitos
parabéns aos quatro!
4
Hippocampus
Dear Members,
Iwrite this editorial from the bay of Porto Santo, where I arrived a
few days ago, very comfortably, I should mention, on board of a
magnificent Lagoon 45 of a member of Clube Naval de Cascais. Ours
is not the only vessel anchored here that has the flag of our club: for
the 12th time, the Voador Azul, of our member Charles Lindley, is also
anchored here. However, with one difference, which is not at all minor:
while I sailed with two friends in a comfortable 45 feet, Charles, in his
Voador Azul, with only 33 feet, came by himself. In his own words, “the
boat is coming, not me, he already knows the way”. My most sincere
respect to Charles, not only for his ability to live well, but to sail alone.
The potential of Porto Santo and how little it has been explored in
the perspective of recreational boating are curious. I believe that, naturally,
in a short period of time, Porto Santo will become a maritime
leisure destination by nature. We will be alert in Cascais, and I see
with satisfaction a close cooperation with Clube Naval de Porto Santo.
Since I wrote the last editorial, I was far from imagining what we
would go through. The previous edition of our magazine was printed
precisely the week before the confinement, and at the time of writing
the editorial of Hippocampus nº 35, I was very far away from imagining
what we would experience.
The world has changed, Portugal has changed, Cascais has changed
– and, of course, Clube Naval de Cascais has also changed. Like all
sailing clubs in the world, our club had to close doors and interrupt
all its operations. Some of the corresponding CNCascais clubs had not
had their doors closed since World War II; others, did not even have
keys to the main door...
We had no choice but to completely suspend our activity – sailing
schools, competition teams trainings, regattas, gymnasium, restaurant,
bar, etc. All closed, and only the new virtual races could constitute our
sport activity during the time of mandatory confinement. We tried to
safeguard the conditions of all our effective personnel in the best possible
way, we kept the pier in operation, and our team of sailors took
advantage of these months without activity to paint, remodel, redo,
adapt and improve part of our facilities and also our fleet of boats.
This measure has allowed us to reopen the club with a “fresh face”,
both on land and at sea, and so here is a more than deserved word of
appreciation for our sailors, and especially for Jorge, for the developed
done during this time.
We have prepared the reopening in a positive way, trying to make the
best of the situation lived all over the world. And because we were fully
aware that we would all be travelling less this summer, we decided to be
more aggressive in our offer of summer sailing schools. As a result, up
to the time I write this text, we have taken up no less than 98% of our
installed capacity in the three strands (youth, Sprinto and Windsurf).
Similarly, I would like to express here a word of appreciation also to
our resident marketing and secretarial team, who together have done
everything to put out there what we have to offer – special thanks to
Fernanda Hoffmann and her team, for the magnificent way in which
they have organized these courses.
It was also during the confinement that our partner José Pujol had
the generosity towards the CNC to offer a second set of litographies
from Tim Thompson’s The America’s Cup collection, to be added to
the first he had already offered us in 2019, thus making up a set of
twelve paintings of mentioned series. These twelve paintings have the
particularity of having been for 23 years on the wall of the bar of the
restaurant Vela Latina, in Lisbon, and of having been appreciated there
by thousands and thousands of people.
Once again, Clube Naval de Cascais was at the forefront of the organization
of races in Portugal, with the Mirpuri Foundation Sailing
Trophy. I must point out in this editorial how this trophy came about:
days before the confinement we all lived, Dr. Paulo Mirpuri was kind
enough to invite me to sail on the Green Eyes. With Code Zero on
top, and already near the waiting buoy, with very little wind, already
going with 11 knots of speed, with the helm in my hand, I told Paulo:
“now, with such relevant vessels registered by the Clube Naval de
Cascais, we should leave the Mirpuri mark engraved in gold in the
universe of sailing and our club with an annual offshore trophy”.
The idea was accepted. With the excellence of the Mirpuri brand and
the competence of CNCascais, even during the confinement, and with
great resistance from several partes, both civil society and government
authorities, Clube Naval de Cascais, together with the vast team of the
Mirpuri Foundation, was able to create this event. It was a fantastic
organisation that resulted from the collaboration between these two
teams. With an extraordinary coordination and magnificent planning
on both sides, permanently supported by both presidents of the board
and with daily monitoring.
As we all know, the conditions for a sporting event to be held at the
end of June were, in this unusual year, completely unknown. The need
to have all participants, guests and staff involved in the event tested for
Covid-19 was a huge challenge for the team of the Mirpuri Foundation.
Almost a thousand tests were carried out in three days, tests that had
multiple goals, that is, not only knowing if whoever was subject to them
was positive or not for Covid-19, but also if they had immunity to the
virus. For this purpose, two test bases were used during the three days,
one in Lisbon, the other in Cascais. The result was amazing: a cruise
fleet never seen before, approximately 60 vessels on the starting line
and an absolutely unpredictable nautical deconfinement.
A curious fact is that, this year, the most important cruise regatta in
the national calendar, the Quebramar trophy, part of Cascais Vela, will
celebrate its 20th edition. And so, twenty years after the first edition
of this trophy, our club adds to its calendar another race, although
with another format, which, apparently, could also become a national
reference, and will celebrate its 20th edition in the same year that we
will celebrate the 40th anniversary of the Quebramar Trophy. Finally, I
would like to congratulate the vessels that represented the Clube Naval
de Cascais, for winning in practically all categories.
In the first national championship after the confinement, the SB20
Class, our most important resident class, had 30 vessels on the starting
line. Without the participation of any foreign crews, the favourites were
the two crews with more National Champion titles: Vasco Serpa and
José Paulo Ramada, both from our club. Without any favouritism at the
start, and without anything that could predict it, the team led by Henrique
Brites, with Bernardo Pego, Luís Pinheiro and Rafael Rodrigues,
won the National Championship of SB20 in 2020, having achieved a
first and three second places in the nine races disputed, thus winning
in the end, with a two-point advantage over the team of Vasco Serpa,
and four points over the team of José Paulo Ramada. For us, as a club,
it is absolutely extraordinary to see that the CNCascais youth team,
with four young sailors, all of them from our Sailing School, reached
the highest place in the SB20 class. Congratulations to all four of them!
Clube Naval de CASCAIS 5
NOTÍCIAS
CNC em bom plano na Bacardi Cup
Invitational Regatta 2020
Foi na primeira semana de Março de
2020 que se realizou uma das regatas
mais famosas do mundo, a Bacardi
Cup. Nada menos do que 192 barcos,
distribuídos por sete classes (Star, J70,
Melges 24, Viper 640, VX-One, AV8
e Open Windfoil), encheram a baía
de Biscayne para seis dias de intensas
regatas.
O Clube Naval de Cascais marcou
presença neste prestigiado evento através
dos seus sócios, nomeadamente
nas classes Star e J70. Em Star, John
Harald Orneberg e Afonso Domingos
representaram as cores do CNC,
terminando o campeonato na 29ª
posição da classificação geral. Já em
J70, Bernardo Freitas esteve a bordo do
Columbia, timonado por Nelson Mills
e acompanhado por Stefano Cherin e
Gonçalo Ribeiro – e o Columbia terminou
a 93ª edição da Barcardi Cup
num prestigiante 9º lugar.
Equipa de Optimist
do CNCascais
no Seixal
A equipa de Optimist do Clube Naval de Cascais
rumou à baía do Seixal para disputar a 3ª Prova de
Apuramento Regional de 2020 da Classe Optimist.
Das seis regatas programadas para este campeonato,
apenas se disputaram duas no primeiro
dia, ao passo que no segundo dia não estiveram
reunidas as condições meteorológicas mínimas
para a realização de qualquer regata.
Os membros da equipa do Clube Naval de Cascais
terminaram nas seguintes posições: sexto lugar
para Max de Groot, décimo primeiro posto para
Francisco Uva Sancho, décima quinta posição
para Tiago Santos, trigésimo primeiro lugar para
José Vozone e trigésimo sexto lugar para Boudie
Van Dishoeck.
Ironman de regresso a Cascais
Está confirmado o regresso a Cascais
em 2020 de um dos mais espectaculares
e exigentes eventos desportivos da
actualidade. E logo com uma importante
novidade: o triatlo de distância completa
será adicionado ao já existente no Ironman
70.3 Portugal-Cascais, originalmente
fundado em 2017.
A edição inaugural deste novo formato
terá lugar a 8 de novembro de 2020, com
os atletas que participarem no Ironman
Portugal-Cascais a enfrentarem uma
volta de 3,8 km (2,4 milhas) de natação,
entre a Baía de Cascais e o Estoril, saindo
da água no Clube Naval de Cascais, em
frente à Fortaleza.
Depois da transição para a bicicleta, os
atletas confrontar-se-ão com um percurso
único de ciclismo de 180,2 km (112 milhas),
que os levará pela estrada da Praia
do Guincho até Sintra, e entrando no
Circuito do Estoril. Os atletas terminarão
o segmento de ciclismo com duas voltas
mais curtas em estradas planas, junto ao
Oceano, entre Lisboa e Cascais.
A competição termina com uma maratona
de corrida com 42,2 km (26,2 milhas), a
realizar em três voltas, com início em Cascais
e seguindo a linha costeira pela estrada
do Guincho até ao Cabo Raso e de volta a
Cascais. O Ironman Portugal-Cascais irá
oferecer vagas de qualificação por escalão
para o Campeonato do Mundo Ironman,
a realizar em Kailua-Kona, no Havai.
6
Hippocampus
II Club Race 2020
Realizou-se no passado dia 8 de Março a
segunda Club Race de 2020 do CNC.
Os nossos sócios foram brindados com um
belíssimo dia primaveril, com muito sol
e ventos a variar entre os 6 e os 10 nós de
intensidade, a soprar do quadrante Norte.
Os 28 barcos participantes, distribuídos
por quatro classes, encheram de cor a baía
de Cascais.
Na classe SB20, com dezasseis embarcações
em compita, o barco Irmandade,
de Per Corner, Paul Devine e Gonçalo
Lopes, terminou no lugar mais alto da
classificação geral após as quatro regatas
disputadas. Na segunda posição ficou o
LTX, de Eduardo Cardoso, com Gonçalo
Ribeiro e Manuel Champalimaud, seguido
do Youth Team Portugal, de Henrique
Brites, Bernardo Torres Pego, Tomé Alvim
e Rafael Rodrigues.
Na Classe Laser Radial, o pódio foi
composto por Pedro Garcia, o grande vencedor,
acompanhado de Simão Teixeira,
segundo classificado, e de Manuel Cruz,
na terceira posição. Na Classe Fórmula
Windsurf, a vitória foi para Rui Caldas
Barreiro, seguido de António Castel-
-Branco e, no lugar mais baixo do pódio,
de Carlos Azevedo.
Já na classe cruzeiro, a competir com
o handicap NHC, da Royal Yacht Association,
a vitória acabou por sorrir ao
Cristina A, de Francisco Brito e Abreu,
que, além de ter cruzado a linha de chegada
em primeiro lugar, também venceu
em tempo corrigido o barco clássico Sea
Lion, de Manuel Champalimaud.
Cascais Invest traz novo investimento
para o concelho
ACasa das História Paula Rego foi o
local escolhido para a apresentação,
a 8 de Junho último, pelas 10h00, da
Cascais Invest, a nova agência municipal
que pretende seduzir investimento
nacional e estrangeiro para o concelho
de Cascais. Pedro Siza Vieira, Ministro
de Estado e da Economia, apadrinhou
o lançamento de uma iniciativa que será
liderada por António Saraiva.
Após ter concretizado medidas inovadoras
de combate à pandemia Covid-19, o
município de Cascais prepara uma vasta
operação de captação de investimento
que, segundo o presidente da Câmara
Municipal de Cascais, Carlos Carreiras,
será um instrumento para conter a formação
de duas crises gémeas e exponenciais:
“as pandemias económica e social”.
Nas suas próprias palavras, “Vamos dar
prioridade à frente económica, pois só
com uma economia forte e próspera
conseguiremos uma coesão social”,
sustenta.
António Saraiva, presidente da CIP, foi
a personalidade escolhida para liderar a
Cascais Invest. Uma escolha que Carlos
Carreiras justifica: “O engenheiro António
Saraiva é, no nosso país, um dos
homens que melhor conhece o tecido
económico e empresarial, bem como
todos os processos e oportunidades de
investimento”.
O objectivo da nova Agência Municipal
é claro: “captar para Cascais
investimento nacional e estrangeiro,
replicador de emprego qualificado,
de clusters tecnológicos de ponta e
de prosperidade”, esclareceu ainda o
autarca de Cascais.
Por seu turno, o Ministro da Economia,
Pedro Siza Vieira, frisou, a propósito:
“Nesta altura, em que estamos a encarar
um momento de crise e um momento
de oportunidade de recuperação, Cascais
dotar-se de uma agência com estas
características é muito importante”.
Clube Naval de CASCAIS 7
NOTÍCIAS
EDPCoolJazz
confirma primeiras estrelas para 2021
Gorada que foi, pela pandemia da
Covid-19, a possibilidade de realizar-
-se, como previsto, a edição deste ano do
que é considerado o festival mais cool do
Verão, a organização do EDPCoolJazz
avança já com as datas e as primeiras
confirmações para a sua 17ª edição – a
ter lugar, naturalmente, em 2021, mais
concretamente no mês de Julho, de novo
no Hipódromo Manuel Possolo e no Parque
Marechal Carmona, em Cascais. Os
bilhetes estão já disponíveis para todos
os interessados, da mesma forma que os
emitidos para 2020 não só são válidos
para o próximo ano, como permitem
o respectivo reembolso a quem assim o
deseje, no escrupuloso e integral cumprimento
da Lei 19/2020 de 29 de Maio de
2020, para o efeito aprovada.
Quanto ao EDPCoolJazz 2021, é já certo
que Yann Tiersen actuará a 21 de Julho,
que Lionel Richie subirá ao palco a 25
de Julho, que o dia 27 de Julho estará
reservado às sonoridades contemporâneas
de Neneh Cherry e Kokoroko, e que
Herbie Hancock será a grande estrela
do dia 28 de Julho. Jorge Ben Jor estará
encarregue do último dia do festival, a 31
de Julho. Mais nomes serão brevemente
anunciados.
Os preços para o concerto de Neneh
Cherry e Kokoroko são de €45 (plateia com
marcação), €35 (plateia em pé, bancada
sem marcação) e de €45 (para espectadores
com mobilidade reduzida). Para os
espectáculos de Yann Tiersen e de Herbie
Hancock, os valores variam entre €50 (plateia
Gold), €40 (plateia VIP), €35 (plateia
A e mobilidade reduzida), e €25 (bancada
sem marcação e plateia em pé). No caso
de Jorge Bem Jor, os bilhetes custam €55
para a plateia Gold, €45 para a plateia VIP,
€35 para a plateia A e mobilidade reduzida,
e €25 para a bancada sem marcação
e plateia em pé. Por fim, para a actuação
de Lionel Richie, os preços são de €75
para a plateia Gold, €65 para a plateia
VIP, €55 para a plateia A e mobilidade
reduzida, €45 para a plateia B, e €35 para
a bancada sem marcação e plateia em pé.
Para todos os espectáculos estão ainda
disponíveis Camarotes Corporate, cuja
reserva deverá ser efectuada diretamente
junto da organização (miguelgouveia@
liveexperiences.pt ou +351914862891.
De recordar que o EDPCoolJazz é um
evento musical que junta música, natureza
e património, e cuja primeira edição teve
lugar em 2004, tendo como ponto de
partida a oferta de um evento cultural e
turístico destinado a marcar a diferença.
A consistência do gosto ecléctico, em
conjunto com a vertente “cool”, proporcionada
pela aura do evento. constituem
marcas de registo desde o primeiro ano
em que o festival foi realizado. O Parque
Marechal Carmona e o Hipódromo Manuel
Possolo serão novamente os palcos
desta edição. espaços idílicos, com forte
ligação à cultura, à natureza e ao património
histórico – cenário que se conjuga
na perfeição com o espírito do festival.
Revista Hippocampus estreia-se online
A
“omnipresente” pandemia da Covid-19 alterou,
manifestamente, a vida e os hábitos
de todos. E todos os esforços foram poucos para
conferir à existência de cada qual um mínimo de
normalidade. No caso do Clube Naval de Cascais,
uma das medidas tomadas nesse sentido foi
a disponibilização, pela primeira vez, da revista
Hippocampus na Internet, em formato digital.
Tratou-se da edição nº 35, a que estava em banca
por alturas do confinamento obrigatório, e a
respectiva promoção não deixou de ser efectuada
através de publicações em redes sociais, como
o Facebook ou o Instagram, assim permitindo
que todos pudessem ter acesso a uma publicação
que, por norma, apenas é distribuída ao sócios
do CNCascais. Uma medida que, a avaliar
pelo número de acessos contabilizado, foi um
inequívoco sucesso.
8
Hippocampus
Chegou o momento
de desfrutar...
Descubra o Clarins
Skin Spa em Lisboa
Faça uma visita ao Clarins Skin
Spa em Lisboa, um espaço
dedicado ao bem-estar e à beleza,
pensado para si...
Os tratamentos oferecem resposta
a todas as suas preocupações de
beleza
18 tratamentos exclusivos
Rosto e corpo
2 cabines premium
Quando? De segunda-feira a sábado,
das 10h às 20h
Como? Faça a marcação através do
telefone (213 880 010/ 919 626 862)
ou no balcão Clarins
REGATAS
Mirpuri Foundation Sailing Trophy
NOVA REFERÊNCIA
Foi em Cascais que regressaram
a Portugal, após o confinamento,
as provas desportivas de grande
dimensão internacional. Um verdadeiro
êxito, portanto, a primeira edição
do Mirpuri Foundation Sailing Trophy,
organizado pelo Clube Naval de Cascais
e pela Mirpuri Foundation, e em que
participaram vários nomes de referência
da vela a nível mundial
10
Hippocampus
Marc Bow
Foi no último fim-de-semana de
Junho que teve lugar, entre Cascais
e Sesimbra, a edição inaugural do
Mirpuri Foundation Sailing Trophy,
evento cuja inequívoca importância
ficava, desde logo, assegurada por ser
esta a prova que marcou o regresso da
vela internacional a Portugal após o
confinamento ditado pela pandemia
da Covid-19. Com mais de cinquenta
barcos inscritos, e um prize money partilhado
superior a €30 000, o troféu,
organizado pelo Clube Naval de Cascais
e pela Mirpuri Foundation, com a
colaboração da Câmara Municipal de
Cascais e o apoio do Clube Naval de
Sesimbra e da Marina de Cascais, foi
composto por duas regatas costeiras,
tendo recebido da Sailors For The Sea o
certificado Nível Gold, para uma regata
sustentável e sem plástico.
Ainda antes de ir para o mar, a iniciativa
foi apresentada a propósito do
Dia Mundial do Ambiente, através
de um webinar em que marcaram
presença Paulo Mirpuri (Presidente
da Mirpuri Foundation), Gonçalo
Esteves (Presidente do Clube Naval de
Cascais), Yoann Richomme (skipper da
Mirpuri Foundation Racing Team) e
Frederico Pinheiro de Melo, velejador
olímpico do CNCascais e membro da
tripulação, nesta prova, do Racing for
the Planet, o VO65 que disputará a
próxima edição da The Ocean Race.
Na altura, Paulo Mirpuri destacava:
“Esta regata tem vários objectivos,
e o primeiro é conceder à comunidade
de velejadores a oportunidade
de regressar ao mar. Depois de um
confinamento, na sequência desta
pandemia, devemos fazê-lo de forma
responsável e segura. Queremos
mostrar que é possível voltar à vida
normal de uma forma segura. Nas
equipas teremos médicos e paramédicos,
e o trabalho deles é avaliar a
evolução da pandemia, tomando as
medidas certas e prestando cuidados
médicos a todos os participantes.
Felizmente, em Cascais, temos visto
um progresso positivo, mas o vírus
continua a existir, e temos de ter os
devidos cuidados”.
Quanto a Gonçalo Esteves, começou
por elogiar a capacidade da Mirpuri
Foundation para “utilizar todas estas
novas limitações a seu favor, e não
contra nós, e mostrar ao mundo que
podemos ser pioneiros numa corrida
nestas condições”. Acrescentando:
“Queremos que os velejadores e todos
os participantes apreciem este
regresso ao mar numa regata, para
já pequena, mas que caminhará para
ser um troféu importante em Cascais.
Será uma grande oportunidade para
voltar a competir numa prova que terá
prize-money”.
No que foi acompanhado por Carlos
Carreiras, presidente da Câmara Municipal
de Cascais: “Cascais já nos habituou
a ser o palco de acontecimentos
que marcam a agenda internacional,
e, depois deste período de confinamento,
é com enorme satisfação que
somos anfitriões da primeira edição do
Mirpuri Foundation Sailing Trophy.
Clube Naval de CASCAIS 11
Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
É gratificante que Portugal e Cascais
sejam reconhecidos por receberem em
segurança uma das mais importantes
regatas do mundo, e poder ver ao vivo
os melhores velejadores internacionais”.
Por seu turno, Frederico Pinheiro de
Melo não escondia a sua satisfação por
Portugal acolher uma prova como o
Mirpuri Foundation Sailing Trophy, cujo
valor das inscrições foi suportado pela
Mirpuri Foundation e, posteriormente,
doado a programas de conservação marinha:
“É espectacular ter uma regata
como esta, e um alívio voltar ao mar
e às provas. É uma sorte termos uma
Luís Fráguas
competição destas em Portugal. Todos
queremos sentir-nos seguros, depois
desta pandemia, e temos de voltar
a sentir segurança e a ter uma vida
normal”.
Já Yoann Richomme optava por sublinhar
a extrema importância de voltar ao
mar após o confinamento: “Não podemos
continuar a viver assim, temos de
voltar à normalidade. Passámos por
uma crise e acho que não devemos
deixar de viver depois disto. Temos um
clube, um sponsor, uma organização
a trabalhar para colocar este grande
evento na água, e isso é um sinal que
Mirpuri Foundation Sailing Trophy
OBJECTIVOS (BEM) DEFINIDOS
O objectivo da Mirpuri Foundation Sailing Trophy, segundo a organização, é tornar
esta prova num dos principais eventos de vela no mundo. Logo na primeira edição, foi
garantida a presença de uma frota de mais de 50 barcos, dividida em diversas classes, e
da qual fez parte o Racing For The Planet, o Volvo Ocean 65 que competirá na próxima
edição da The Ocean Race. Organizado pela Mirpuri Foundation e pelo Clube Naval de
Cascais, o Mirpuri Foundation Sailing Trophy contou com duas regatas costeiras, que
ligaram Cascais a Sesimbra no Sábado, percorrendo o percurso inverso no Domingo;
e, acima de tudo, marcou o regresso da vela internacional a Portugal após o período
de confinamento estabelecido em Portugal na sequência da pandemia da Covid-19.
Meta determinante do Mirpuri Foundation Sailing Trophy, implementada já na sua primeira
edição, é, ainda, consciencializar, mas também agir, para a defesa do ambiente
e da natureza. E, por isso, na sua estreia, os custos de inscrição das equipas foram
suportados pela Mirpuri Foundation e doados a programas de conservação marinha,
fazendo desta regata também uma prova de cariz solidário. Contando com a participação
de alguns dos mais rápidos barcos do mundo, tripulados por conceituados nomes da
vela internacional, o troféu atribuiu prémios superiores a €30 000, com nada menos
de €16 000 para o vencedor.
as coisas estão sob controlo e que, de
alguma forma, podemos voltar a viver
uma vida normal”.
O MOMENTO MAIS AGUARDADO
A 27 de Junho chegava, então, o momento
mais esperado por tripulações e organização:
tudo estava a postos para o início da
primeira edição do Mirpuri Foundation
Sailing Trophy. Na frota, com nada menos
do que 56 barcos inscritos, destacavam-se
os dois VO65 que cumpririam percursos
mais longos: o Mirpuri Foundation – Racing
for the Planet e o Sisi – The Austrian
Race Project. O primeiro tinha a bordo
os olímpicos portugueses, e velejadores
do CNC, Bernardo Freitas e Frederico
Pinheiro de Melo; o duas vezes vencedor
da Volvo Ocean Race, Charles Caudrelier;
e o skipper Yoann Richomme, que se mostrava
bastante feliz com a tripulação que
tinha ao seu dispor: “Estamos desejosos
de voltar à água. Queremos agradecer
à Mirpuri Foundation por ter conseguido
organizar este troféu em tão
curto espaço de tempo. A competição
promete ser difícil”.
As previsões meteorológicas eram animadoras,
com o vento a soprar do quadrante
Norte em ambos os dias – no sábado entre
os 10 e os 17 nós, e no Domingo entre
os 16 e os 26 nós, com rajadas fortes.
Em tempo de pandemia, a segurança e
a saúde pública eram elementos-chave
para a realização desta regata sustentável
e com controlo médico, pelo que todos
os intervenientes foram submetidos ao
teste à Covid-19, da mesma forma que as
normas emitidas pela Direção Geral de
Saúde foram integral e escrupulosamente
cumpridas.
Finalmente dado o sinal de largada, e em
representação do Clube Naval de Cascais,
o Mirpuri Foundation – Racing For The
Planet destacou-se e foi, como esperado
à partida, o vencedor da primeira regata
do Mirpuri Foundation Sailing Trophy,
que ligou Cascais a Sesimbra. O VO65
superiorizou-se ao Green Eyes, de Paulo
Mirpuri, com o boat capitain e deck master,
António Fontes, no comando das operações,
e ao Sisi – The Austrian Ocean Race
Project, de Gerwin Jansen.
As condições de vela foram praticamente
12
Hippocampus
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
perfeitas e, a propósito deste triunfo,
Bernardo Freitas, participante na última
edição da Volvo Ocean Race, a bordo
do Turn the Tide on Plastic, barco da
Mirpuri Foundation, afirmava: “Foi
divertido. Tivemos um percurso mais
longo, mas as condições estavam espectaculares.
A tripulação é nova, mas tudo
fluiu a bordo. Estamos bastante confiantes
e, se não houver azares, penso
que conseguiremos vencer o troféu”.
No que era acompanhado por Frederico
Pinheiro de Melo, seu companheiro de
equipa também no Turn the Tide on
Plastic: “Tivemos uma largada menos
conseguida, mas, depois, tudo correu
bem. Amanhã, como vai ser à bolina,
os outros barcos podem conseguir estar
mais próximos, mas estamos com
confiança”.
Em ORC A, a liderança da prova era
pertença do Rational – German Kitchens,
de Miguel Bunte Graça, do CN-
Cascais, seguido do Vértigo, de Jorge
Queiroga, do Clube de Vela do Tejo, e
do Porto Caro Dois, de Carlos Morgado,
representante do Sporting Clube de
Aveiro. Pelo seu lado, o Elixir/D-Loft,
de Luís Raposo Veríssimo, do Marina
Yacht Club de Albufeira, comandava
em ORC B, com o Syone, de Nuno
Neves, do Clube de Vela do Tejo, e
Clube Naval de CASCAIS 13
Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
o Bamak, de Rodrigo Vargas-Zuñiga,
do Clube Naval de Lisboa, a ocuparem
as segunda e terceira posições, respectivamente.
Também em representação do Clube
Naval de Lisboa, o Puki, de Carlos
Bleck, era o primeiro nos Clássicos, seguido
do BBM, de Bernardino Moreira,
da Associação Nacional de Cruzeiros,
e do representante do CNCascais, Sea
Lion, de Manuel Champalimaud. Já
em NHC, o líder era o Rational –
German Kitchens, de Miguel Bunte
Graça, o Vértigo, de Jorge Queiroga,
era segundo, e o Elixir/D-Loft, de Luís
Raposo Veríssimo, ocupava a terceira
posição.
DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA
A segunda e derradeira regata do Mirpuri
Foundation Sailing Trophy teve
início às 11h00 de Domingo, ligando
Sesimbra a Cascais. As condições de
vento voltaram a roçar a perfeição, e o
Mirpuri Foundation – Racing For The
Planet, capitaneado pelo skipper Yoann
Richomme, em representação do Clube
Naval de Cascais, confirmou o favoritismo
e somou nova vitória na regata
que ligou Sesimbra a Cascais. “Correu
tudo bem. Fizemos uma boa largada
e uma primeira bolina forte. Liderámos
desde a primeira bóia e, depois,
desfrutámos do trabalho em equipa.
Temos uma tripulação fantástica, não
tivemos nenhum problema e estamos
satisfeitos”, afirmava, no final, Bernardo
Freitas, um dos dois olímpicos
nacionais, juntamente com Frederico
Pinheiro de Melo, a bordo da embarcação
vencedora.
Com este resultado, o Mirpuri Foundation
– Racing For The Planet era o esperado,
mas não menos justo, grande vencedor
do Mirpuri Foundation Sailing Trophy: o
VO65 65 foi o primeiro em tempo real em
ambas as regatas costeiras, e conquistou o
troféu perpétuo concebido para o evento
pela Leitão&Irmão. O segundo, em tempo
real, a cortar a linha de chegada em Cascais
foi o Green Eyes, de Paulo Mirpuri, com o
velejador do CNCascais, António Fontes,
FOTOS: Luís Fráguas
1º em 45 a 60 pés, 4º em Tempo Real:
Giullietta 2, de Alexandre Kossack
1ª na Divisão Clássicos:
Puki, de Carlos Bleck
1º em NHC mais de 100 pés, 2º em Tempo
Real: Green Eyes, de Paulo Mirpuri
1º em ORC B: Elixir - D-Loft,
de Luis Raposo Verissimo
1º em Tempo Real, 1º em VO65, 1º em NHC
60 a 80 pés: Mirpuri Foundation - Racing
For the Planet, de Yoann Richomme
2º em ORC-B: Bernardo Torres Pego,
em Representação de Nuno Neves
2º na Divisão Clássicos: Sea Lion;
de Manuel Champalimaud
2º em NHC - Malouane,
de Vicent Labedan
2º em ORC A - Super Açor XIS,
de Gonçalo Vaz Botelho
14
Hippocampus
Marc Bow
Luís Fráguas
3º em Tempo Real: Sissi - The Austrian
Ocean Race Project, de Gerwin Jansen
que esteve na última edição da Volvo Ocean
Race, a descrever desta forma o Mirpuri
Foundation Sailing Trophy: “Foi divertido.
Hoje estávamos à espera de mais vento,
mas acabou por não acontecer”. A fechar
o pódio em tempo real ficou o Sissi – The
Austrian Ocean Project, de Gerwin Jansen,
do Porto Piccolo.
Quanto às restantes classes, em ORC A,
triunfo do Rational – German Kitchens,
de Miguel Bunte Graça, do CNCascais,
seguido do Super Açor Xis, de Gonçalo
Vaz Botelho, representando o Clube Naval
de Vila Franca do Campo, e do Pede
Mar, de Rui Rijo Ferreira, do Clube
Náutico de Almada. Em representação
do Marina Yacht Clube Marina de Albufeira,
o Elixir/D-Loft, comandado
por Luís Raposo Veríssimo, foi primeiro
em ORC B, com o Syone, de Nuno Neves,
do Clube de Vela Tejo, e o Bamak,
de Rodrigo Vargas-Zuñiga, do Clube
Naval de Lisboa, a ocuparem as segunda
e terceira posições.
Igualmemente representando o Clube
Naval de Lisboa, o Puki, de Carlos Bleck,
venceu nos Clássicos, seguido do Sea
Lion, de Manuel Carlos de Mello Champalimaud,
do Clube Naval de Cascais,
e do BBM, de Bernardino Moreira,
da Associação Nacional de Cruzeiros.
Em NHC, o triunfo coube ao Rational
– German Kitchens, de Miguel Bunte
Graça, em representação do Clube Naval
de Cascais, com o Malouane, de Vincent
Labedan, do Club de Voile de Vaux Sur
Seine, a garantir o segundo posto, e o Timeriesci,
de Afonso Domingos, do Clube
Internacional da Marina de Vilamoura,
a ocupar a terceira posição.
5º em Tempo Real, 1º em NHC, 1º em ORC A, 1ª em
NHC menos de 45 pés: Rational- German Kitchens
CARLOS CARREIRAS
Presidente
da Câmara Municipal de Cascais
MOTIVO DE ORGULHO
Pelo carácter extraordinário desta sua edição de
estreia, inclusive a nível mundial, o Mirpuri Foundation
Sailing Trophy não podia deixar de merecer
alguns comentários a Carlos Carreiras, Presidente
da Câmara Municipal de Cascais – ou não fosse
em águas cascalenses que o evento teve o seu
início e, também, o seu final. O autarca destacou
a importância da iniciativa tanto para o mundo da
vela, como para o concelho e, até, para o país.
“Cascais foi palco da primeira regata do
mundo realizada em tempos de pandemia,
o Mirpuri Foundation Sailing Trophy, organizado
em parceria com o Clube Naval
de Cascais e com o apoio da Câmara Municipal
de Cascais. São tempos únicos, de
uma nova ‘normalidade’, que todos temos
de viver, a que todos temos de nos habituar.
Nunca, como até hoje, os problemas
sanitários e de saúde pública assumiram
tanta importância e causaram tanta
mobilização de governos, autarquias,
autoridades nacionais e internacionais,
a nível global. Entre Cascais e Sesimbra,
no último fim-de-semana de Junho, mais
de cinquenta tripulações mostraram que
é possível vencer as dificuldades. Só
por isso, a Câmara Municipal de Cascais
orgulha-se de ter estado presente num
evento desta natureza.
Esta regata foi um acto de afirmação.
Obedeceu a todos os critérios de segurança
sanitária, incluindo a utilização de
testes à Covid-19 de última geração, com
resultados em menos de quinze minutos.
Além disso, os critérios definidos pelos
organizadores basearam-se na solidariedade
e na sustentabilidade dos oceanos.
Em Cascais, temos as questões ambientais
na ordem do dia. O oceano é uma das
nossas portas de entrada, e, através dele,
Portugal abriu-se ao mundo, e é por isso
que esta regata, neste difícil contexto,
assumiu uma enorme importância e
mereceu-nos o apoio solidário”.
Clube Naval de CASCAIS 15
Regatas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
5 Perguntas a…
PAULO MIRPURI Presidente da Mirpuri Foundation
1 - Quando e como nasceu a ideia do Mirpuri
Foundation Sailing Trophy?
O Mirpuri Foundation Sailing Trophy é um
troféu ambiental dedicado a regatas oceânicas
costeiras, cuja primeira edição teve lugar em
Portugal, com Cascais, e a sua bela baía, a
ser o local de largada da primeira regata, e de
chegada da segunda, por oposição a Sesimbra,
na também belíssima costa da Arrábida, outro
local magnifico para velejar no nosso país.
Esta prova, inicialmente proposta para 2022,
mas cuja realização já este ano acabou por ser
decidida num curto espaço de tempo, fazendo
jogar a seu favor os efeitos da pandemia da
Covid-19, teve vários objectivos. O primeiro,
permitir à comunidade da vela regressar ao mar,
e contribuir para a transição do confinamento
para a vida normal. Mas era necessário fazê-lo
de forma responsável, e a Mirpuri Foundation
quis participar nesse esforço de mostrar à
comunidade desportiva que tal era possível,
e de mostrar ao mundo que o regresso a essa
normalidade podia ser uma realidade.
O segundo objectivo foi levar para o mar diferentes
tipos de barcos, em distintas classes – de
embarcações muito velozes, como os VO65,
a barcos de cruzeiro, passando pelos clássicos
e outros. Assim tornando o evento muito intersesante
também na perspectiva do público.
Mas, acima de tudo, quisemos mostrar à nossa
audiência como combater uma crise sem criar
outra, nomeadamente em termos ambientais.
Aumentar o grau de sensibilização de que a
pandemia também teve custos para o planeta
neste particular, por ter sido necessário fazer
uso de inúmeros elementos em plástico, que
agora é preciso reciclar.
2 - Que balanço faz desta primeira edição?
O balanço é magnífico. A primeira edição do
Mirpuri Foundation Sailing Trophy foi o primeiro
troféu internacional de vela a ser relizado em
todo mundo após o confinamento obrigatório
devido à pandemia, e sentia-se que as mais de
cinco dezenas de tripulações estavam ansiosas
por regressar ao mar. Foi um êxito notável.
E também foi um verdadeiro prazer ver tantos
barcos de volta ao mar, num evento com total
controlo ao nível sanitário, pela primeira vez
após a pandemia. Todos os participantes no
evento foram sujeitos a exames médicos,
que incluíram, até, testes serológicos ao novo
Coranavírus, alcançando-se, assim, outras das
nossas principais metas. Ainda para mais, o
Mirpuri Foundation – Racing for the Planet
venceu de forma inequívoca, pelo que não
poderia ter sido melhor.
3 - Quais foram os principais obstáculos
que houve que ultrapassar em termos
organizativos?
Creio que a maior preocupação foi a saúde,
passar da fase 1 para a fase 2 da pandemia
de uma forma socialmente responsável. Por
isso, criámos uma equipa especializada, composta
por médicos, alguns dos quais epidemiologistas,
e outros profissionais de saúde,
que, desde logo, acompanhou de perto e em
permanência a evolução da pandemia, desde
o anúncio do troféu até à sua realização, não
só em Portugal e na região de Cascais, mas
também a nível mundial, dado que tivemos
inúmeros convidados oriundos de fora do país.
A sua tarefa incluiu, também, a aplicação das
medidas certas no tempo certo, as quais podiam
ir da desinfecção dos barcos antes das, e
entre as, regatas, assim como das instalações
que iriam ser utilizadas antes e depois da prova,
a check-ups médicos a todos os participantes
no evento. Todas as medidas foram ajustadas
ao grau de evolução da pandemia á data de
realização do troféu. No final, foi garantido
a todos que o ambiente em que estavam
inseridos era seguro, assim como que todos
os que os rodeavam estavam de boa saúde.
4 - Quais as perspectivas e ambições para
o futuro do troféu?
Incrementar ainda mais o seu prestígio a nível
nacional e internacional, assim como garantir
que o mesmo contribuirá para aumentar o grau
de consciência, numa escala planetária, para
os problemas ambientais, nomeadamente os
relacionados com os oceanos.
A vela é uma modalidade em que os barcos se
movem exclusivamente através do vento, pelo
que é um excelente suporte para fazer passar
essa mensagem, e o nosso forte investimento
nesta área, ao longo dos últimos anos, também
se deve ao facto de esta ser uma excelente
ferramenta comunicacional para as nossas
campanhas ambientais. E também acreditamos
que, ao trazermos mais pessoas para a
vela, cada um destes novos velejadores, que,
tipicamente, se iniciam na modalidade entre
os 6 e os 9 anos, tornam-se em verdadeiros
embaixadores dos mares.
É, ainda, um complemento fundamental para
outras iniciativas que levamos a cabo, como,
por exemplo, baptizar cada barco das classes
de formação do Clube Naval de Cascais, cuja
escola de vela é patrocinada pela Mirpuri
Foundation, com um nome de um peixe ou
de uma espécie marinha que está em risco
de extinção. E só isso ilustra a forma como as
Marc Bow
16
Hippocampus
nossas crianças ganham consciência, através
do desporto, de que tais peixes e espécies
marinhas podem já não existir quando se
tornarem adultos, caso os pais não façam
nada para evitá-lo. É uma espécie de “contra-
-pressão” das crianças sobre os adultos que
é muito interessante em diversos aspectos,
incluindo para a conservação marinha. No
fundo, o Mirpuri Foundation Sailing Trophy é a
confirmação de que, no futuro, continuaremos
a utilizar a plataforma da vela como ferramenta
comunicacional, em todo o mundo, e em especial
em Portugal, para desenvolver a nossa
principal missão – a preservação dos mares,
logo, a conservação do planeta.
Luís Fráguas
5 – Qual a importância da parceria com o
Clube Naval de Cascais para levar a cabo
uma iniciativa deste género?
Determinante. A Mirpuri Foundation é, orgulhosamente,
de há seis anos a esta parte, um
dos principais patrocinadores do Clube Naval
de Cascais, mormente da sua escola de vela,
em que a aposta passa não só pela vertente
desportiva, mas também pela formação de
velejadores sustentáveis para o futuro. Esta
importante aliança permitiu alertar tanto os
membros do CNC, como a própria comunidade
de Cascais, para as questões ambientais, em
geral, e para as relacionadas com o mar, em
particular.
Esta importante aliança levou o CNC a apresentar
à Mirpuri Foundation algumas ideias
para a criação de um novo troféu anual, e foi
exactamente o que acabou por acontecer. Um
troféu perpétuo de inequívoca reputação para
o mundo da vela, que retenha o nome e os
valores da Mirpuri Foundation no CNCascais
para as gerações vindouras.
O empenho do CNC foi, pois, essencial para a
realização do Mirpuri Foundation Sailing Trophy.
O seu papel foi fundamental para trazer os velejadores
de volta ao mar, para tal beneficiando
do capital de confiança conquistado nesse
capítulo quando do início do desconfinamento,
e das regras que implementou nesta matéria,
de forma extremamente profissional, para que
tudo fosse feito na maior segurança e com
toda a confiança.
Luís Fráguas
Marc Bow
Clube Naval de CASCAIS 17
Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
Marc Bow
A new benchmark
It was in Cascais that the large international sporting events
returned to Portugal after the confinement. A real success,
therefore, was the first edition of the Mirpuri Foundation
Sailing Trophy, organised by Clube Naval de Cascais
and the Mirpuri Foundation, in which several leading
names in worldwide sailing participated
18
Hippocampus
It was in the last weekend of June that
took place, between Cascais and Sesimbra,
the inaugural edition of the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy, an event whose
unequivocal importance was, from the
beginning, ensured by being the event
that marked the return of international
sailing to Portugal after the confinement
dictated by the Covid-19 pandemic. With
more than fifty registered vessels, and a
shared prize money of more than 30,000€,
the trophy organized by Clube Naval de
Cascais and the Mirpuri Foundation, with
the collaboration of the Municipal Council
of Cascais and the support of Clube Naval
de Sesimbra and the Cascais Marina, was
formed by two coastal regattas, and received
the Gold Level certificate from Sailors
For The Sea, for a sustainable regatta and
plastic-free.
Even before going to sea, the initiative was
presented on the occasion of World Environment
Day, through a webinar attended
by Paulo Mirpuri (President of the Mirpuri
Foundation), Gonçalo Esteves (President of
Clube Naval de Cascais), Yoann Richomme
(skipper of Mirpuri Foundation Racing
Team) and Frederico Pinheiro de Melo,
Olympic sailor of CNCascais and member
of the crew, in this race, of Racing for the
Planet, the VO65 that will compete in the
next edition of The Ocean Race. At the time,
Paulo Mirpuri stressed: “This regatta has
several goals, and the first is to give the
sailing community the opportunity to
return to the sea. After a confinement,
following this pandemic, we must do it
in a responsible and safe way. We want to
demonstrate that it is possible to return
to normal life in a safe way. In the teams
we will have doctors and paramedics,
and their job is to assess the evolution
of the pandemic, taking the right measures
and providing medical care for all
participants. Fortunately, in Cascais, we
have seen positive progress, but the virus
is still there, and we must be careful”.
As for Gonçalo Esteves, he began by praising
the ability of the Mirpuri Foundation to “use
all these new limitations in its favour, and
not against us, and show the world that
we can be pioneers in a race under these
Luís Fráguas
conditions”. Adding: “We want sailors and
all participants to enjoy this return to the
sea in a race, for now small, but that will
turn into an important trophy in Cascais.
It will be a great opportunity to compete
again in a race with prize-money”.
Followed by Carlos Carreiras, Mayor of
Cascais: “Cascais has accustomed us to
being the stage of events that mark the
international calendar, and after this
period of confinement, it is with great
pleasure that we are hosting the first
edition of the Mirpuri Sailing Trophy.
It is gratifying that Portugal and Cascais
are recognized to safely host one of the
most important races in the world, and
to see the best international sailors live”.
For his part, Frederico Pinheiro de Melo
did not hide his satisfaction for Portugal
hosting a race like the Mirpuri Foundation
Sailing Trophy, whose registration fees were
supported by the Mirpuri Foundation and
later donated to marine conservation programs:
“It is spectacular to have a race
like this, and a relief to return to the
sea and the races. We are lucky to have
Clube Naval de CASCAIS 19
Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
Mirpuri Foundation Sailing Trophy
(WELL) DEFINED GOALS
According to the organization, the goal of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy is to
make this event one of the main sailing events in the world. In the first edition, a fleet
of more than 50 vessels was present, divided into several classes, and of which Racing
For The Planet, the Volvo Ocean 65 that will compete in the next edition of The Ocean
Race, was part of. Organized by the Mirpuri Foundation and Clube Naval de Cascais,
the Mirpuri Foundation Sailing Trophy counted on two coastal regattas, connecting
Cascais to Sesimbra on Saturday, and running the opposite course on Sunday, and
above all, marked the return of international sailing to Portugal after the established
period of confinement following the Covid-19 pandemic.
The goal of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy, implemented in its first edition, is
still to raise awareness, but also to act, for the defence of the environment and nature.
Therefore, in its debut, the registration costs of the teams were borne by the Mirpuri
Foundation and donated to Marine Conservation programmes, making this race also
a charity event.
With the participation of some of the fastest vessels in the world, crewed by renowned
international sailing names, the trophy awarded prizes of over 30,000€, with no less
than 16,000€ to the winner.
Luís Fráguas
Marc Bow
Luís Fráguas
a competition like this in Portugal. We
all want to feel safe after this pandemic
and we have to feel safe again and have
a normal life”.
Yoann Richomme, on the other hand,
chose to stress the extreme importance of
returning to the sea after the confinement:
“We can no longer live like this, we must
return to normality. We’ve been through a
crisis and I think we shouldn’t stop living
after this. We have a club, a sponsor, an
organisation working to put this big event
in the water, and that is a sign that things
are under control and in some ways, we
can go back to living a normal life”.
THE MOST ANTICIPATED MOMENT
On June 27th the most awaited moment
for crews and the organization arrived:
everything was in place for the first edition
of the Mirpuri Foundation Sailing Trophy.
In the fleet, with no less than 56 registered
vessels, the two VO65s that would run the
longest distances stood out: the Mirpuri
Foundation - Racing for the Planet and
the Sisi - The Austrian Race Project.
The first had on board the Portuguese
Olympians, and CNC sailors, Bernardo
Freitas and Frederico Pinheiro de Melo, the
two-time Volvo Ocean Race winner Charles
Caudrelier, and skipper Yoann Richomme,
who was very pleased with the crew he had
at his disposal: “We are eager to get back
in the water. We would like to thank the
Mirpuri Foundation for organising this
trophy in such a short time. The competition
promises to de difficult”.
The weather forecasts were encouraging,
with the wind blowing from the North quadrant
on both days - on Saturday between
10 and 17 knots, and on Sunday between
16 and 26 knots, with strong gusts.
In times of pandemic, safety and public
health were key elements for holding this
sustainable and medically controlled regatta,
so all stakeholders were submitted
to the Covid-19 test, just as the standards
issued by the Directorate General of Health
were fully and scrupulously fulfilled.
Finally, given the starting signal, and
representing Clube Naval de Cascais, the
Mirpuri Foundation - Racing For The
Planet stood out and was, as expected,
the winner of the first race of the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy, which con-
20
Hippocampus
Luís Fráguas Luís Fráguas
Marc Bow
nected Cascais to Sesimbra. The VO65
outperformed Paulo Mirpuri’s Green Eyes,
with boat captain and master deck António
Fontes in charge of operations, and
Sisi - The Austrian Ocean Race Project
of Gerwin Jansen.
The sailing conditions were almost perfect
and, about this triumph, Bernardo Freitas,
participant in the last edition of the Volvo
Ocean Race, aboard the Turn the Tide on
Plastic, the Mirpuri Foundation vessel, stated:
“It was fun. We had a longer course,
but the conditions were spectacular. The
crew is new, but everything flowed on
board. We are quite confident and if there
is no bad luck, I believe we can win the
trophy”. Frederico Pinheiro de Melo, his
team-mate at Turn the Tide on Plastic, also
stated: “We had a less successful start, but
then everything went well. Tomorrow, as
CARLOS CARREIRAS
Presidentof the Municipal
Council of Cascais
SOURCE OF PRIDE
Luís Fráguas
Due to the excepcional character of this
first edition, even worldwide, the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy deserved some
comments from Carlos Carreiras, Mayor of
Cascais - where the event had its beginning
and also its end. The mayor highlighted
the importance of the initiative both for
the sailing world and for the council, and
even for the country.
“Cascais was the stage for the world’s
first regatta held in times of pandemic,
the Mirpuri Foundation Sailing Trophy,
organized in partnership with Clube Naval
de Cascais and with the support of the
Municipal Council of Cascais. These are
unique times, of a new “normality”, that
we all have to live, that we all have to get
used to. Never before have health and
public health problems assumed such importance
and caused so much mobilisation
of governments, municipalities, national
and international authorities at a global
level. Between Cascais and Sesimbra, in
last weekend in June, more than fifty crews
showed that it is possible to overcome
the difficulties. For this reason alone, the
Municipal Council of Cascais is proud to
have been present at such an event.
This race was an act of affirmation. It met
all health safety criteria, including the use of
state-of-the-art Covid-19 tests, with results
in less than fifteen minutes. Furthermore,
the criteria defined by the organisers were
based on solidarity and the sustainability
of the oceans. In Cascais, environmental
issues are on the agenda. The ocean is one
of our gateways and, through it, Portugal
has opened up to the world, which is why
this race, in this difficult context, has taken
on enormous importance and deserved
our solidarity and support”.
Clube Naval de CASCAIS 21
Regattas Mirpuri Foundation Sailing Trophy
5 questions to…
PAULO MIRPURI President of the Mirpuri Foundation
1 - When and how was the idea for the
Mirpuri Foundation Sailing Trophy born?
The Mirpuri Foundation Sailing Trophy is an
environmental trophy dedicated to coastal
ocean regattas, whose first edition took place
in Portugal, with Cascais, and its beautiful bay,
as the starting point of the first regatta, and the
arrival of the second, as opposed to Sesimbra,
on the also beautiful coast of Arrábida, another
magnificent place to sail in our country.
This event, initially proposed for 2022, but the
realisation during this year was decided in a
short space of time, playing to its advantage the
effects of the Covid-19 pandemic, had several
goals. The first was to enable the sailing community
to return to the sea, and to contribute to the
transition from confinement to normal life. But
this had to be done in a responsible manner, and
the Mirpuri Foundation wanted to participate in
this effort to show the sporting community that
this was possible, and to show the world that a
return to normality could be a reality.
The second goal was to take different types of
vessels to sea, in different classes - from very
fast boats, such as the VO65, to cruise boats,
passing the classics and others. Thus making
the event very interesting also from the audience
perspective.
But above all, we wanted to show our audience
how to combat one crisis without creating another,
particularly in environmental terms. To raise
awareness that the pandemic also had a cost
to the planet in this aspect, because numerous
plastic elements had to be used, which now
need to be recycled.
2 - What is your assessment of this first
edition?
The outcome is magnificent. The first edition of
the Mirpuri Foundation Sailing Trophy was the
first international sailing trophy to be held around
the world after the mandatory confinement due
to the pandemic, and it was felt that more than
five dozen crews were eager to return to sea.
It was a remarkable success.
And it was also a real pleasure to see so many
vessels back at sea, in an event with full health
control, for the first time after the pandemic. All
the participants in the event underwent medical
examinations, which even included serological
tests for Coranavirus, thus reaching other of our
main goals. Moreover, the Mirpuri Foundation
- Racing for the Planet won unequivocally, so
it could not have been better.
3 - What were the main organisational
obstacles to be overcome?
I believe the greatest concern was health, moving
from phase 1 to phase 2 of the pandemic
in a socially responsible way. Therefore, we
created a specialized team, formed by doctors,
some of whom were epidemiologists, and other
health professionals, who followed closely and
continuously the evolution of the pandemic, from
the announcement of the trophy to its realization,
not only in Portugal and in the Cascais region,
but also worldwide, since we had numerous
guests from outside the country.
Their tasks also included applying the right
measures at the right time, which could range
from disinfecting the boats before, and between
races, as well as the facilities that would be used
before and after the event, to perform medical
check-ups for all participants in the event. All
measures were adjusted to the degree of
evolution of the pandemic at the time of the
trophy. In the end, everyone was assured that
their environment was safe, as well as everyone
around them in good health.
4 - What are the prospects and ambitions
for the future of the trophy?
To further increase its prestige at national and
international level, as well as to ensure that it will
contribute to raising awareness on a planetary
scale of environmental problems, including
those related to the oceans.
Sailing is a sport in which boats move exclusively
through the wind, so it is an excellent platform to
get this message across, and our strong investment
in this area over the last years is also due to
the fact that this is an excellent communication
tool for our environmental campaigns. And we
also believe that by bringing more people into
sailing, each of these new sailors, who typically
start in the sport between 6 and 9 years of age,
become true ambassadors of the seas.
It is also a fundamental complement to other
initiatives that we carry out, such as baptising
each boat in the training classes of Clube Naval
de Cascais, whose sailing school is sponsored
by the Mirpuri Foundation, with the name of
a fish or a marine species that is in danger of
extinction. And this alone illustrates how our
children gain awareness through sport that
such fish and marine species may no longer
exist when they become adults, if their parents
do nothing to avoid it. It is a kind of ‘counter-
-pressure’ of children on adults that is very
interesting in many ways, including for marine
conservation. Basically, the Mirpuri Foundation
Sailing Trophy is the confirmation that in
the future we will continue to use the sailing
platform as a communication tool, all over the
world, and especially in Portugal, to develop
our main mission - the preservation of the seas,
therefore, the conservation of the planet.
5 - How important is the partnership with
Clube Naval de Cascais to carry out such
an initiative?
Determining. The Mirpuri Foundation has
proudly been for six years, one of the main
sponsors of the Clube Naval de Cascais, especially
its sailing school, where the investment
is not only for the sports, but also for the
training of sustainable sailors for the future.
This important alliance has made it possible to
alert both the members of the CNC, and the
Cascais community itself, to environmental
issues in general, and those related to the
sea in particular.
This important alliance led the CNC to present
the Mirpuri Foundation with some ideas for
the creation of a new annual trophy, and this
is exactly what happened. A perpetual trophy
of unquestionable reputation for the world of
sailing that retains the name and values of
the Mirpuri Foundation at the CNCascais for
generations to come.
The commitment of the CNC was therefore
essential for the realization of the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy. Its role was fundamental
to bring the sailors back to the sea,
benefiting from the confidence gained in this
chapter when the deconfinement began, and
the rules it implemented in this matter, in an
extremely professional way, so that everything
was done with the highest security and with
all confidence.
22
Hippocampus
it’s going to be at windward, the other
boats may be closer, but we are confident”.
In ORC A, the leadership belonged to
Miguel Bunte Graça’s Rational - German
Kitchens, of CNCascais, followed by Jorge
Queiroga’s Vértigo, of Clube de Vela do
Tejo, and Carlos Morgado’s Porto Caro
Dos, representative of Sporting Clube de
Aveiro.
For their part, the Elixir/D-Loft, by Luís
Raposo Veríssimo, of the Marina Yacht
Club de Albufeira, led in ORC B, with
the Syone, by Nuno Neves, of the Clube
de Vela do Tejo, and the Bamak, by Rodrigo
Vargas-Zuñiga, of the Clube Naval
de Lisboa, occupying the second and third
positions, respectively.
Also representing Clube Naval de Lisboa,
Puki, by Carlos Bleck, was first in the
Classics, followed by BBM, by Bernardino
Moreira, of the National Cruise Association,
and the representative of CNCascais,
Sea Lion, by Manuel Champalimaud.
In NHC, the leader was Rational - German
Kitchens, by Miguel Bunte Graça, in
second was Vértigo, by Jorge Queiroga, and
Elixir/D-Loft, by Luís Raposo Veríssimo,
occupied the third position.
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
STRENGTH DEMONSTRATION
The second and final race of the Mirpuri
Foundation Sailing Trophy began at 11am
on Sunday, connecting Sesimbra to Cascais.
The wind conditions were almost perfect
again, and the Mirpuri Foundation - Racing
For The Planet, captained by skipper Yoann
Richomme, representing Clube naval de
Cascais, confirmed the favouritism and
added another victory in the race that
linked Sesimbra to Cascais. “Everything
went well. We had a strong start and a
strong first bow. We led from the first
buoy and then enjoyed the teamwork.
We have a fantastic crew, we didn’t have
any problems and we are happy”, stated
Bernardo Freitas, one of the two national
Olympians, along with Frederico Pinheiro
de Melo, on board the winning vessel.
With this result, the Mirpuri Foundation
- Racing For The Planet was the expected,
and fair, big winner of the Mirpuri Foundation
Sailing Trophy: the VO65 65 was
the first in real time in both coastal races,
and won the perpetual trophy designed
for the event. The second, in real time, to
Luís Fráguas
cut the finish line in Cascais was Green
Eyes, by Paulo Mirpuri, with CNCascais
sailor António Fontes, who was in the last
edition of the Volvo Ocean Race, describing
the Mirpuri Foundation Sailing Trophy
in this way: “It was fun. Today we were
expecting more wind, but it didn’t happen”.
Closing the podium in real time
was Gerwin Jansen’s Sissi - The Austrian
Ocean Project from Porto Piccolo.
As for the remaining classes, in ORC A,
triumph of Rational - German Kitchens,
by Miguel Bunte Graça, from CNCascais,
followed by Super Açor Xis, by Gonçalo Vaz
Botelho, representing the Vila Franca do
Campo Naval Club, and Pede Mar, by Rui
Rijo Ferreira, from the Almada Nautical
Club. Representing the Marina Yacht Club
of Albufeira, Elixir/D-Loft, commanded by
Luís Raposo Veríssimo, was first in ORC
B, with Syone, by Nuno Neves, of Clube de
Vela Tejo, and Bamak, by Rodrigo Vargas-
-Zuñiga, of Clube Naval de Lisboa, taking
the second and third positions.
Also representing Clube Naval de Lisboa,
Puki, by Carlos Bleck, won in the Classics,
followed by Sea Lion, by Manuel Carlos de
Mello Champalimaud, of Clube Naval de
Cascais, and BBM, by Bernardino Moreira,
of Associação Nacional de Cruzeiros. In
NHC, the win was taken by Rational -
German Kitchens, by Miguel Bunte Graça,
representing Clube Naval de Cascais, with
Malouane, by Vincent Labedan, from
Club de Voile de Vaux Sur Seine, securing
second place, and Timeriesci, by Afonso
Domingos, from the International Marina
Club of Vilamoura, taking third place.
Clube Naval de CASCAIS 23
REGATAS
Campeonato Nacional de SB20
REGRESSO EM FORÇA
Depois de três meses sem que fossem
disputadas competições de vela em Portugal,
foi o Clube Naval de Cascais que organizou o
primeiro campeonato nacional da modalidade,
dedicado à Classe SB20, a qual deu, desde
logo, mostras de uma invejável vitalidade
Luís Fráguas
Luís Fráguas
A
“omnipresente” pandemia da Covid-19
obrigou a que, durante nada menos
do que três meses, estivesse suspenso em
Portugal o calendário desportivo da vela.
Por via do confinamento, e à semelhança
do que aconteceu, aliás, com todas as outras
modalidades, diversas provas foram canceladas
ou adiadas, e a incerteza pairou durante
bastante tempo sobre o sector.
Com o regresso à já célebre “nova” (ou
possível…) normalidade, coube ao Clube
Naval de Cascais a responsabilidade de
organizar o primeiro campeonato nacional
de vela realizado em território nacional
após o desconfinamento. O Campeonato
Nacional da Classe SB20 contou com 29
barcos inscritos, e o apoio da Vista Alegre e
da Clarins Portugal, com a frota portuguesa
Luís Fráguas
desta classe a dar mostras de que continua
de boa saúde, mesmo depois do período de
confinamento.
As quase três dezenas de inscritos tiveram,
no primeiro dia, de esperar em terra pelo
vento, acabando por só ser possível dar início
à regata de estreia deste campeonato por volta
das 14h00. A espera compensou, já que a
frota foi recebida no campo de regatas da
24
Hippocampus
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Guia com ventos do quadrante de noroeste
e uma intensidade média de 16 nós.
Nesta primeira regata, a vitória foi para o
barco Puss/Puss SailCascais, de Vasco Serpa,
acompanhado de Pedro Costa Alemão e
Joaquim Moreira. Na segunda regata do
dia, o primeiro lugar coube à equipa Youth
Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,
de Henrique Brites, com Bernardo Torres
Pego, Luis Pinheiro e Rafael Rodrigues. É
Clube Naval de CASCAIS 25
Regatas Campeonato Nacional de SB20
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
Luís Fráguas
de realçar a prestação desta jovem equipa
no primeiro dia de regatas, pois, para além
da vitória na segunda regata, conquistou
o segundo posto nas outras duas que se
realizaram, assim acabando por ocupar o
primeiro lugar da classificação geral no final
do primeiro dia de prova. No segundo posto
ficou a equipa campeã nacional em título,
Dom Pedro Hotels, composta por José Paulo
Ramada, Fausto Neves, António Pereira e
Miguel Leal Faria, fechando o pódio, após
o primeiro dia de regatas, o Patris Finance,
de Vasco Passanha com Zilas Nascimento,
Diana Neves e Sebastião Ramirez.
No segundo dia do Campeonato Nacional
da Classe SB20 de 2020, a frota completou as
três regatas previstas. Depois de saírem para
o mar, para iniciar a competição no campo
de regatas da Guia, o nevoeiro instalou-
-se neste local e forçou os concorrentes a
movimentarem-se para o campo da Baía
de Cascais por razões de segurança. Já com
o vento estabelecido dentro da baía, mas a
variar de direcção entre Oeste e Noroeste,
com cerca de 12 nós de intensidade, a frota
começou a disputar a primeira regata do dia,
mais uma vez, por volta das 14h30.
26
Hippocampus
A nível desportivo, a homogeneidade da
frota revelou-se impressionante: depois de seis
regatas disputadas no decurso dos primeiros
dois dias do campeonato, registavam-se nada
menos do que seis vencedores diferentes. Os
benjamins da classe SB20, no barco Youth
Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,
mantinham-se na liderança do campeonato,
pois a equipa de Henrique Brites
continuava a dar cartas e a mostrar que a
regularidade compensa. À segunda posição
da classificação geral ascendia o Puss Puss/
SailCascais, capitaneado por Vasco Serpa,
com o lugar mais baixo do pódio, no fim
do segundo dia de campeonato, e depois
de uma excelente prestação, a ser pertença
do Madeira Island, de John Tavares, com
Hélder Basílio e Tiago Leal.
TERMINAR EM GRANDE
Para terminar o campeonato, os concorrentes
regressaram ao campo de regatas da Guia,
que é “só” um dos locais mais conhecidos e
apreciados do mundo pelos amantes da vela.
A tradição manteve-se, as condições não
desiludiram, muito pelo contrário, voltando
a ser semelhantes às do primeiro dia, embora
com uma intensidade de vento mais ligeira,
que se ficava pelos 12 nós.
Todos os lugares do pódio estiveram em
aberto durante este último dia do campeonato,
conhecendo, mesmo, alterações significativas
com o evoluir da prova. A equipa
Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal,
de Henrique Brites, Bernardo Torres
Pego, Luis Pinheiro e Rafael Rodrigues, viu,
momentaneamente, a vitória a querer a fugir-
-lhe por entre os dedos, quando terminou
a primeira regata do dia na décima terceira
posição. Também por isso, a confirmação
do novo Campeão Nacional somente ficou
definida na última regata, tudo se decidindo
entre a Youth Team Portugal e a Puss Puss
SailCascais, de Vasco Serpa, Joaquim Moreira
e Pedro Costa Alemão.
As duas equipas estavam separadas apenas
por dois pontos e a disputa foi acérrima e
digna de nota, tendo a jovem equipa levado
a melhor, terminando a derradeira regata
do evento no segundo lugar, enquanto os
‘séniores’ não iam além do sexto posto. A
este propósito, Vasco Serpa, ainda a quente,
referia: “Na última regata, não conseguimos
largar tão bem e os erros em alta
competição pagam-se caros”.
Anna Zykova Anna Zykova
Cascais SB20 Summer Regatta
PONTO DE PARTIDA
Ainda antes da realização do Campeonato Nacional da classe, a emblemática frota de
SB20 regressou ao mar a 27 de Junho, para disputar a Cascais SB20 Summer Regatta,
campeonato que contou com o apoio da Clarins e da Vista Alegre! Os dezanove barcos
inscritos foram acolhidos com condições espectaculares – vento a soprar com uma
intensidade de 10 a 13 nós a partir do quadrante Norte, na Baía de Cascais, onde foram
completadas as três regatas previstas para o primeiro dia de prova.
O Another Affair, de Miguel e Francisco Oliveira, capitaneado por Tiago Morais, terminou
o primeiro dia do campeonato na terceira posição, com o segundo posto a caber ao Roff
– Meritis, de Filipe Silva, com Pedro Pinto e Hugo Mastbaum. Já na liderança da tabela
classificativa, com duas vitórias, estava o Dom Pedro Hotels, de José Paulo Ramada,
com Gonçalo Almeida Ribeiro, António Pereira e Miguel Leal Faria.
Clube Naval de CASCAIS 27
Regatas Campeonato Nacional de SB20
O final da Cascais SB20 Summer Regatta ficou marcado por outro magnífico dia de vela. A
frota completou as três regatas previstas no campo da Guia, com condições constantes de
vento, que soprou do quadrante Noroeste, com 8 a 15 nós de intensidade. O Roff-Meritis,
de Hugo Mastbaum, com Pedro Pinto e Filipe Silva, caiu um lugar na classificação geral,
terminando o campeonato na terceira posição. Já o Another Affair, de Miguel Oliveira,
com Francisco Oliveira e Tiago Morais, fechou o último dia de prova com uma vitória
na segunda regata, assim subindo ao segundo posto da classificação geral. Os grandes
vencedores foram José Paulo Ramada, António Pereira, Gonçalo Ribeiro e Miguel Leal
Faria, a bordo do Dom Pedro Hotels: à semelhança do que havia sucedido no primeiro
dia de competição, esta tripulação venceu duas das três regatas disputadas.
Luís Fráguas
Anna Zykova
Anna Zykova
Anna Zykova
Anna Zykova
Anna Zykova
Anna Zykova
Luís Fráguas
Anna Zykova
Anna Zykova
A Youth Team Portugal – 98.1 Radio
Marginal sagrava-se, assim, como a nova
campeã nacional de SB20, batendo-se exemplarmente
até ao fim com o barco Puss Puss
– SailCascais. Henrique Brites comentava:
“Na primeira regata, cometemos alguns
erros básicos e vimos que a equipa do
Vasco Serpa estava a andar muito bem.
Havia alguma pressão a bordo depois da
primeira regata do dia, mas conseguimos
limpar a cabeça e, a seguir, fazer duas
boas regatas”.
O Dom Pedro Hotels, de José Paulo Ramada,
com Fausto Neves, Miguel Leal Faria e António
Pereira, regressou ao pódio, graças ao terceiro
lugar final, despedindo-se deste campeonato com
uma vitória na última regata. José Paulo Ramada
analisava assim a prestação da equipa: “Tivemos
um bom primeiro dia de campeonato, mas, no
segundo dia, o campo de regatas do interior
da Baía de Cascais não nos ajudou, e caímos
alguns lugares na classificação. Para terminar
o campeonato, fizemos um bom terceiro dia
de regatas e conseguimos recuperar o pódio.
Dou os parabéns à equipa do Vasco Serpa, pela
segunda posição da geral. E quero realçar a
excelente prestação da equipa do Henrique
Brites, que teve um óptimo desempenho neste
campeonato, sendo os seus membros os novos,
e justos, campeões nacionais”.
28
Hippocampus
Regattas SB20 National Championship
Strong return
After three months without sailing competitions in Portugal, Clube
Naval de Cascais organised the first Sailing National Championship,
dedicated to the SB20 Class, which showed an enviable vitality
The Covid-19 pandemic forced the suspension
of the sailing sports calendar in
Portugal for no less than three months. Due
to the confinement, as has happened for every
other sport, several events were cancelled or
postponed, and uncertainty hovered over the
sector for some time.
Returning to the “new” (or possible…)
normal, Clube Naval de Cascais was responsible
for organising the first Sailing National
Championship in Portugal after the deconfinement.
The SB20 National Championship
counted on 29 vessels and the support of
Vista Alegre and Clarins Portugal, and the
Portuguese fleet showed great health even
after the confinement period.
On the first day, the nearly thirty vessels
had to wait onshore for the wind, and it was
only possible to start the opening race of the
championship around 2PM. It was worth
waiting since the fleet was received at the
regatta field of Guia with northwest wind at
an average intensity of 16 knots.
During this first race, the victory went to the
vessel Puss/Puss SailCascais of Vasco Serpa
with Pedro Costa Alemão and Joaquim Moreira.
The winner of the second race was the
Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal
of Henrique Brites with Bernardo Torres Pego,
Luis Pinheiro and Rafael Rodrigues. The
performance of this young team needs to be
highlighted because, aside from winning this
second race, finished in second place in the
other two races of the day, finishing in first
place at the end of the first day. In second
came the current national champion team,
Dom Pedro Hotels, of José Paulo Ramada,
Fausto Neves, António Pereira and Miguel
Leal Faria, and closing the podium on the
first day of regattas was Patris Financia of
Vasco Passanha with Zilas Nascimento, Diana
Neves and Sebastião Ramirez.
On the second day of the 2020 SB20 National
Championship, the fleet completed the
three expected races. After leaving to the sea
Luís Fráguas
to start the competition at the regatta field
of Guia, the fog settled at the location and
forced the contestants to move to the regatta
field of the Bay of Cascais for safety reasons.
Wind the wind established in the bay, varying
from West to Northwest at near 12 knots of
intensity, the fleet started to dispute the first
race of the day at around 2:30PM.
The consistency of the fleet was impressive:
after six races in the first two days of the
championship, there no less than six different
winners. The youngsters of the SB20 class,
on the vessel Youth Team Portugal 98.1
Radio Marginal, maintained the lead of the
championship, the team of Henrique Brites
continued to dominate and demonstrate that
consistency pays off. Puss Puss/Sail Cascais
led by Vasco Serpa rose to the second position
and in the last place of the podium at the end
of the second day of competition was Madeira
Island of John Tavares with Hélder Basílio
and Tiago Leal.
FINISHING BIG
To finish the championship, the participants
returned to the field of regattas of Guia,
one of the bets known and appreciated
in the world by the lovers of sailing. The
tradition was kept, the conditions did not
disappoint, on the contrary, similar to the
30
Hippocampus
first day, although with a lighter intensity,
that remained at 12 knots.
All the places on the podium were in
the open during this last day of the championship,
even having significant changes as
the event evolve. The Youth Team Portugal
– 98.1 Radio Comercial of Henrique Brites,
Bernardo Torres Pego, Luis Pinheiro and
Rafael Rodrigues saw, for a moment, their
victory slipping away when they finished
in thirteenth on the first race of the day.
Also for this reason, the confirmation of the
new National Champion was only defined
in the last race, decided between Youth
Team Portugal and Puss Puss/Sail Cascais
of Vasco Serpa, Joaquim Moreira and Pedro
Costa Alemão.
The two teams were only separated by two
points and the dispute was fierce and notable,
with the young team prevailing, finishing
the last race of the event in second, as the
‘seniors’ did not rise above sixth position.
In this regard, Vasco Serpa, in the moment,
commented: “In the last race we were
not able to start so well and mistakes in
top-level competition pay a high price”.
Youth Team Portugal – 98.1 Radio Marginal
became the new SB20 national champion
admirably fighting until the end with Puss
Puss/Sail Cascais. Henrique Brites commented:
“During the first race, we made
some basic mistakes and saw the team of
Vasco Serpa doing really well. There was
some pression on board after the first race
of the day but we were able to clear our
heads and make two good races after”.
Dom Pedro Hotels of José Paulo Ramada
with Fausto Neves, Miguel Leal Faria and
António Pereira returned to the podium, with
a third place, leaving the championship with
a win in the last race. José Paulo Ramada
analysed the performance of the team: “We
had a good first day of the championship
but, on the second day, the regatta field of
the Bay of Cascais did not help us and we
fell some places in the ranking. To finish
the championship, we did a good third
day of races and were able to return to the
podium. Congratulations to the team of
Vasco Serpa for the second position. And
I also want to highlight the excellent participation
of Henrique Brites’ team, who
had a fantastic performance during this
championship, with its members being
the new, and fair, national champions”.
Anna Zykova
Anna Zykova
Cascais SB20 Summer Regatta
STARTING POINT
Even before the National Championship of the class, the emblematic SB20 fleet returned
to the sea on June 27th to dispute the Cascais SB20 Summer Regatta, a championship
that counted on the support of Clarins and Vista Alegre! The 19 enrolled vessels were
welcomed with spectacular weather conditions – wind blowing at 10 to 13 knots from
North, in the Bay of Cascais, where the three planned regattas were held in the first
day of the event.
Another Affair, of Miguel and Francisco Oliveira, led by Tiago Morais, finished the first
day in third place, in second came Roff – Meritis of Filipe Silva, with Pedro Pinto and
Hugo Mastbaum. Leading the ranking, with two wins, was Dom Pedro Hotels of José
Paulo Ramada, with Gonçalo Almeida Ribeiro, António Pereira a Miguel Leal Faria.
The end of Cascais SB20 Summer Regatta was marked by another magnificent day of
sailing. The fleet completed the three planned regattas in the field of Guia. With constand
wind conditions, blowing from northwest at 8 to 15 knots. Roff-Meritis of Hugo
Mastbaum, with Pedro Pinto and Filipe Silva, dropped one place in the classification,
finishing the championship in third place. While Another Affair of Miguel Oliveira, with
Francisco Oliveira and Tiago Morais, closed the last day of the event with a win in the
second regatta, rising to the second place in the overall classification. The great winner
were José Paulo Ramada, António Pereira, Gonçalo Ribeiro and Miguel Leal Faria on
board of Dom Pedro Hotels: as it happened in the first day of competition, this crew
won two of three disputed races.
Clube Naval de CASCAIS 31
Clube Regatas virtuais CNC April Big Wednesday
Ajuste à realidade
A pandemia da Covid-19 alterou radicalmente, e durante largo tempo, os hábitos
de todos. No Clube Naval de Cascais, e dada a impossibilidade de realizar regatas
no mar, a solução temporária para manter os velejadores no activo passou pela
criação de um campeonato de provas virtuais esailing, o CNC April Big Wednesday.
Um rotundo sucesso
32
Hippocampus
adesão por parte dos seus destinatários:
um campeonato de esailing, ou regatas
virtuais, realizado às quartas-feiras, e
por isso baptizado como CNC April Big
Wednesday.
Ou seja, durante o mês de Abril último,
as quartas-feiras dos sócios do CNCascais
passaram a ter um outro colorido, graças
à realização dessa competição de regatas
virtuais. A de estreia contou logo com
a participação de nada menos do que
quarenta e cinco sócios do Clube Naval
de Cascais, que assim viveram um dia
de quarentena, decididamente, diferente
dos demais.
A primeira prova do campeonato CNC
April Big Wednesday foi composta por
cinco regatas e uma medal race. Para a
regata final foram apurados os dez melhores
velejadores do evento, sendo que,
antes do sinal de largada, tudo podia
acontecer, já que o primeiro e o décimo
jogadores estavam separados por apenas
5 pontos. A grande vitória foi para Pedro
Ferraz da Costa, seguido de Afonso Prieto
e, no lugar mais baixo do pódio, de Jorge
de Herédia.
Não é por ser, hoje, afirmação recorrente
e lugar comum, que é menos
verdade que a pandemia da Covid-19
mudou o mundo. E mais ainda enquanto
vigoraram medidas mais drásticas de
combate à doença, como o confinamento
ou a quarentena. O mundo praticamente
parou, e os sócios e atletas do Clube Naval
de Cascais não constituíram, naturalmente,
excepção à regra – desde logo ficando
impedidos de participar nas sempre
muito disputadas regatas organizadas pelo
CNC – “tão só” porque não foi possível,
por óbvios motivos, que as mesmas se
realizassem.
Mas o Clube Naval de Cascais tudo fez
para manter os seus velejadores no activo,
e este pudessem manter contacto próximo
com a sua modalidade favorita. Para tal,
houve que ter redobrado empenho, capacidade
criativa e alguma imaginação. Mas
nem por isso deixou de haver solução.
De recurso, é certo, porque a possível,
mas que mereceu uma extraordinária
ABRIL REGATAS MIL!
Era bom de ver que, graças a esta iniciativa,
estava criado um novo adágio, pelo
menos para as hostes do CNC: em abril,
regatas mil! Mais uma quarta-feira, mais
uma edição, a segunda, do campeonato
de esailing dos sócios do CNC. Depois
do sucesso da primeira prova do CNC
April Big Wednesday, na segunda semana
foi possível juntar qualquer coisa como 49
sócios no mar virtual para competir.
A disputa pelo lugar mais alto do pódio
teve lugar até ao último segundo, entre
Jorge de Herédia e Henrique Brites. Dois
jogadores que disputaram a Medal Race
com uma última popa imprópria para
cardíacos. O veterano Jorge de Herédia
levou a melhor sobre o benjamim Henrique
Brites, tornando-se, assim, no vencedor da
segunda edição da April Big Wednesday,
naturalmente seguido de Henrique Brites
na classificação geral, com o velejador da
classe Laser Radial, Bernardo Loureiro, a
fechar o pódio.
Terceira edição do CNC April Big Wednesday,
terceiro vencedor diferente. Os
sócios do Clube Naval de Cascais não
Clube Naval de CASCAIS 33
Clube Regatas virtuais CNC April Big Wednesday
desarmavam no seu empenho de brilhar no
campeonato de regatas virtuais. a homogeneidade
dos velejadores era impressionante
e, de semana para semana. a luta pelo pódio
continua sempre a ser decidida na Medal
Race. Nesta terceira edição, o grande vencedor
foi Henrique Brites, seguido de Pedro
Ferraz da Costa. Em terceiro lugar ficou o
nosso estreante na esailing, e vencedor em
título da última Dragon Gold Cup, Pedro
Rebelo de Andrade.
Abril chegava ao fim, o desconfinamento
era, cada vez mais, uma realidade e, deste
modo, terminava, igualmente, o primeiro
troféu de regatas virtuais do CNC. Ao
longo das quatro edições da CNC April Big
Wednesday, foi possível juntar 64 sócios do
CNCascais com os mais distintos níveis de
vela, desde Campeões do Mundo a velejadores
das escolas das mais diversas classes, dos
Optimist aos SB20, passando pelas pranchas,
pelos Lasers, pelos 420, pelos Moth, pelos
Dragões e pelos cruzeiros. Mais uma vez no
seguimento de uma acesa luta, na derradeira
edição do CNC April Big Wednesday o
pódio foi composto por Jorge de Herédia
no lugar de topo. seguido de Pedro Rebelo
de Andrade e de Gustavo Lima.
Assim, e depois de disputadas 24 regatas
ao longo de quatro semanas, o grande vencedor
final do CNC April Big Wednesday
foi Jorge de Herédia, seguido de Henrique
Brites e de Pedro Ferraz da Costa.
Agora, já é, felizmente, possível velejar
no mar, mas nada impede que alguns dos
participantes no troféu tenham ficado
adeptos também das regatas disputadas
em modo hi-tech, indubitavelmente uma
forma interessante de manter a ligação
à vela quando, por este ou por aquele
motivo, não é possível fazê-lo da forma
ideal: presencial e fisicamente!
34
Hippocampus
Club Virtual Regattas CNC April Big Wednesday
Adjustment
to reality
Not for being a cliché is it less true
that the Covid-19 pandemic changed
the world. And even more true while
the tougher measures were in force, as the
confinement and the quarantine. The world
practically stopped and the members and
athletes of Clube Naval de Cascais were
not an exception – since the beginning
they were not allowed to participate in
the very disputed regattas organised by
CNC – “only” because it was not possible
to hold them, for obvious reasons.
But Clube Naval de Cascais did anything
possible to keep their sailors active and
maintaining close contact with their favourite
sport. For this purpose, an increased
commitment, creative capacity and some
imagination was needed. But there was a
solution. A second-best solution that still
deserved an extraordinary accession from
its recipients: an e-sailing championship, or
virtual regattas, held on Wednesdays and
hence baptised CNC April Big Wednesday.
During last April, the Wednesdays of the
members of CNCascais had a new flavour
thanks to these virtual regattas. The
premiere counted on the participation of
forty-five members of the club, that lived
a quarantine day definitely different from
the rest.
36
Hippocampus
The Covid-19 pandemic radically altered, and for a long
period, everyone’s habits. At Clube Naval de Cascais,
and without the possibility to hold regattas at sea,
the temporary solution to keep sailors active was creating
a championship of virtual e-sailing races, the CNC April
Big Wednesday. A resounding success
The first event of the CNC April Big
Wednesday consisted on five regattas and a
medal race. For the final regatta passed the
best ten sailors of the event, and before the
starting signal anything could happen since
the first and tenth players were separated
only by 5 points. The great victory was
taken by Pedro Ferraz da Costa, followed
by Afonso Prieto and, closing the podium,
Jorge de Herédia.
APRIL SHOWER REGATTAS!
It was great seeing that thanks to this initiative
a new saying, at least for the hosts of
the CNC: April Shower Regattas! Another
Wednesday, another edition, the second of
the e-sailing championship for the members
of CNC. After the success of the first event
of CNC April Big Wednesday, during the
second week it was possible to gather 49
members in the virtual see to compete.
The dispute for the highest place in the
podium was tight until the last second,
between Jorge de Herédia and Henrique
Brites. Two players that disputed the Medal
Race with a last stern unfit for people
with heart problems. The veteran Jorge
de Herédia prevailed over the youngster
Henrique Brites, thereby becoming the
winner of the second edition of April Big
Wednesday, naturally followed by Henrique
Brites in the general ranking, with Laser
Radial sailor, Bernardo Loureiro, closing
the podium.
Third edition of CNC April Big Wednesday,
a third different winner. The members
of Clube Naval de Cascais did not defuse
their effort to shine in the virtual regattas
championship. The consistency of the
sailors was impressive and, from week to
week, the fight for the podium continued
to be decided in the Medal Race. During
this third edition, the great winner
was Henrique Brites, followed by Pedro
Ferraz da Costa. In third place came our
e-sailing debutant, and current winner of
the last Dragon Gold Cup, Pedro Rebelo
de Andrade.
April was coming to an end, the deconfinement
was more and more a reality and,
in this way, also finished the first virtual
regattas trophy of the CNC. Over the four
editions of the CNC April Big Wednesday,
it was possible to gather 64 members of
CNCascais with different sailing levels,
from World Champions to academy sailors
of different classes, from Optimist to SB20,
to boards, Lasers, 420, Moth, Dragons
and cruise. Once again after an intense
dispute, in the last edition of CNC April
Big Wednesday the podium was formed by
Jorge Herédia on top, followed by Pedro
Rebelo de Andrade and Gustavo Lima.
Thus, and after 24 regattas over the course
of four weeks, the great final winner of the
CNC April Big Wednesday was Jorge de
Herédia, followed by Henrique Brites and
Pedro Ferraz da Costa. Now, fortunately,
it is possible to sail the sea, but nothing
prevents that some of the participants have
become fans of the regattas disputed in
high-tech, unquestionably an interesting
way to maintain a connection to sailing
when for this or that reason it is not possible
to do it in the ideal way: live and in
person!
Clube Naval de CASCAIS 37
Momento Royal Clipper ao largo de Cascais
PRIVILÉGIO RARO
Rumando a Portugal para uma escala técnica, o Royal Clipper, o maior
veleiro do mundo do seu género, foi “apanhado” pela Covid-19, fundeou
ao largo de Cascais e acampanhou os cascaleneses durante a pandemia.
Oportunidade soberana para apreciar a rara beleza deste navio com 440 pés,
42 velas e cinco mastros, o principal com 52 metros de altura
38
Hippocampus
Caprichos do destino, aquele que é considerado o
maior veleiro do mundo no seu género (e, por muitos,
também o mais belo) fez companhia aos cascalenses
durante o confinamento a que os portugueses estiveram
obrigados devido à pandemia da Covid-19. Rumando ao
nosso país para uma escala técnica, que previa uma série
de intervenções de manutenção e reparação, o célebre
Royal Clipper acabou por ser obrigado a estar fundeado
ao largo de Cascais durante esse período, adornando
com a sua beleza única o horizonte cascalense.
E mesmo que não fossem as melhores (sobretudo, para
quem ficou a bordo) as razões para a sua permanência
em águas de Cascais, nem por isso deixou de ser um
privilégio poder apreciar, dia após dia, a soberba aparência
exterior deste navio tão único quanto irresistível.
Trata-se de um clipper com nada menos do que 440 pés
(qualquer coisa como quase 134 metros…) de comprimento,
16 m de boca, 5061 toneladas, cinco mastros
e 42 velas (que garantem uma área vélica de cerca de
meio hectare, ou seja, 5000 m2!), tendo capacidade
para transportar até 227 passageiros, acompanhados
de uma tripulação com 106 membros – 20 dos quais
têm como tarefa manobrar as velas. O mastro principal,
com 52 metros de altura, conta, inclusivamente,
com uma secção superior articulada com 6 metros
de extensão, que pode ser “dobrada” para permitir a
passagem da embarcação, por exemplo, sob pontes ou
linhas eléctricas.
Detentor do recorde do Guiness para o maior navio
de cinco mastros do mundo, a construção do Royal
Clipper teve como inspiração o Preussen, a estrela
maior da célebre família Flying P-Line, da germânica
F. Laeisz, sedeada em Hamburgo, do início do século
XX. Foi o maior veleiro alguma vez construído na sua
época, e cuja carreira teve um triste final quando, em
1910, no Canal da Mancha, colidiu com um navio a
Clube Naval de CASCAIS 39
Momento Royal Clipper ao largo de Cascais
vapor que o levou a embater no rochedo
perto de Dover.
Construído nos estaleiros da Merwede, em
Roterdão, Holanda, o Royal Clipper fez a sua
viagem inaugural em 2000, e foi o primeiro
veleiro de cinco mastros a ser construído
desde o Preussen, em 1902. Cumpre com os
mais elevados padrões de segurança a nível
mundial, e os seus interiores, bem ao estilo
da época de Eduardo VII, são da autoria do
designer britânico, Donald Starkey, criador
da decoração de muitos dos mais admirados
mega-iates do mundo.
VIAJAR AO MAIS ALTO NÍVEL
Com um convés a descoberto com “tão só”
1800 m2 e três piscinas (uma delas com
fundo em vidro, situada sobre o restaurante
principal do navio, com três pisos), o Royal
40
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 41
Momento Royal Clipper ao largo de Cascais
APESAR DA SUA CONCEPÇÃO CLÁSSICA,
O ROYAL CLIPPER CUMPRE COM AS MAIS
EXIGENTES NORMAS DE SEGURANÇA E OFERECE
TODAS AS COMODIDADES A BORDO
42
Hippocampus
Clipper, não obstante a sua concepção
clássica, conta com as mais modernas mordomias,
como bares, biblioteca com acesso
Wi-Fi à Internet ou SPA. As acomodações
incluem dois camarotes de luxo, 14 suites,
duas cabines, 90 camarotes duplos exteriores
e seis camarotes duplos interiores, todos
com casa de banho privativa. Não existindo
discotecas a bordo, é de referir que o bar
está aberto até que os passageiros assim o
pretendam, sendo, mesmo, permitido dormir
no deck principal, sob o firmamento,
nas noites mais quentes.
A bordo, os passageiros são convidados
a participar não só em aulas de nós de
marinharia, ministradas por experientes
membros da tripulação, como na própria
tarefa de içar e arrear as velas – sendo até
possível subir aos mastros sempre que as
condições climatéricas o permitam. De
recordar que o manobrar das velas é um
processo totalmente mecânico, desprovido
de operações computorizadas, e, as mais
das vezes, totalmente manual, embora
existam alguns guinchos eléctricos. Os
passageiros podem, igualmente, visitar a
ponte de comando do navio, e aí conversar
com o Comandante e restantes membros
da tripulação, a não ser quando em decurso
está uma manobra mais complexa.
Outro dos atributos do Royal Clipper é a
sua dotação de equipamentos para desportos
náuticos, possíveis de utilizar quando
o navio está ancorado. Aqui se incluindo
caiaques, pequenas embarcações à vela, e
equipamento de windsurf e de apneia. Nas
paragens em terra, é, igualmente, possível
agendar mergulhos com garrafa, disponibilizados
por fornecedores locais.
Por norma, o Royal Clipper navega nos
mares das Caraíbas durante o Inverno,
e pelo Mediterrâneo no Verão – a que
se juntam algumas incursões pela Ásia.
O navio é propriedade da Star Clippers,
fundada, em 1989, pelo empresário sueco,
e especialista em barcos clássicos, Mikael
Krafft, e juntou-se, em 2000, ao Star Flyer,
de 1991, e ao Star Clipper, de 1992 – duas
escunas gémeas de quatro mastros com
360 pés de comprimento. Em construção
está o Flying Clipper, uma quase réplica
do France II, de 1911, o maior veleiro de
velas quadradas alguma vez construído, e
que terá 35 velas, com mais de 6350 m2 de
área vélica, e capacidade para transportar
300 passageiros.
Clube Naval de CASCAIS 43
Moment Royal Clipper off the coast of Cascais
Rare privilege
Roaming towards Portugal for a technical scale, the Royal Clipper, the largest
sailboat of its kind in the world, was “caught” by the Covid-19 pandemic and was
anchored in Cascais during that time. A spectacular opportunity to appreciate the
beauty of this 440 feet ship, with 42 sails and 5 masts, the main of 52 meters high
Fate decided the sailboat considered to
be the largest of its kind in the world
(and by many also the most beautiful)
would keep company to the people of Cascais
during great part of the confinement
that the Portuguese people were forced to
due to the Covid-19 pandemic.
Roaming towards our country for a
technical scale that expected several interventions
of maintenance and repair,
the famous Royal Clipper was forced
to be anchored in Cascais during this
period, adorning with its unique beauty
the horizon of Cascais.
Although its stay in the waters of Cascais
was not for the best reasons (especially
for those on board), it was nonetheless a
privilege to be able to appreciate, day by
day, the superb exterior appearance of this
vessel as unique as irresistible. It is a 400
feet (almost 134 meters) long clipper, with
a 16 meter beam, 5061 tons, five masts and
42 sails (that certify a sailing area of nearly
half a hectare, or 5000 squared meters!),
with the capacity to transport up to 227
passengers, accompanied by a crew of 106
members - 20 of which have the ask of
handling the sails.
The main mast, of 52 meters high, even
has an upper articulated section with a
6-meter extension, that can be “folded” to
allow the vessel to pass, for example, under
bridges or electrical lines.
Guiness-record holder of the largest five-
-mast vessel in the world, the creation of the
Royal Clipper was inspired by the Preus-
44
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 45
Moment Royal Clipper off the coast of Cascais
sen, the biggest start of the famous Flying
P-Line family of the German F. Laeisz,
based in Hamburg, from the beginning
of last century.
It was the largest vessel ever built in its
time, and its career had an unhappy end,
when in 1919 at the English Channel,
collided with a steamboat and clashed into
the rock near Dover.
Built in the shipyards of Merwede, Rotterdam,
The Netherlands, the Royal Clipper
took its maiden trip in 2000 and was the
first five-mast sailboat to be built since the
Preussen in 1902.
The vessel meets the highest worldwide
safety standards, and its interiors, in the
style of the time of Edward VII, from the
British designer Donald Starkey, creator of
the decoration of many of the most admired
mega-yachts in the world.
TRAVEL AT THE HIGHEST LEVEL
With an open deck of “just” 1800 square
meters and three pools (one of them with
a glass bottom, located below the main
restaurant of the ship, with three levels),
the Royal Clipper, although its classic
conception, counts on the most modern
amenities, such as bars, a library with Wi-
-Fi or a SPA. The accommodations include
two luxury cabins, 14 suites, two cabins,
90 exterior double cabins and six interior
double cabins, all with a private bathroom.
Without nightclubs on board, it should
be noted that the bar stays open as late as
the passengers want, and it is even allowed
to sleep on the main deck, under the stars,
on warm nights.
On board, the passengers are invited to
participate not only in knot-tying classes,
given by expert members of the crew, but
also the task of raising the sails – and even
mast-climbing when the weather conditions
allow it. It is worth remembering that the
manoeuvre of the sails is a completely
mechanical process, without any computerised
operations, and most time totally
manual, although there are some electrical
winches. Passengers can visit the ship’s
navigation bridge and talk to the Captain
and other crew members, except during a
more complex manoeuvre.
Another of the great attributes of the Royal
Clipper is being equipped with water sports
gear, available when the ship is anchored.
These include kayaks, small sailing vessels,
and windsurf and snorkeling gear. During
onshore stops, it is also possible to schedule
scuba diving sessions, made available by
local providers.
Usually, the Royal Clipper sails the waters
of the Caribbean during winter and the
Mediterranean during Summer – plus some
incursions through Asia. The vessel is property
of Star clippers, founded in 1989 by
Swedish entrepreneur and expert in classic
vessels, Mikael Krafft, and joined in 2000
the Start Flyer of 1991 and the Star Clipper
of 1992, two twins schooners of 360 feet
long with four masts. Under constructions
is the Flying Clipper, a near replica of the
France II of 1911, the largest square rig
sailing ship ever built – it will be powered
by 35 sails totalling more than 6350 square
meters and carry 300 passengers.
46
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 47
Grande Entrevista Carlos Carreiras
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS
SELECÇÃO NACIONAL
NO COMBATE
À PANDEMIA
Numa época em que a Covid-19 entrou, de rompante, na vida de todos,
em todo o mundo, o tema não podia deixar de estar na ordem do dia.
E mesmo que as dúvidas em relação ao fenómeno ainda sejam mais
do que as certezas, a verdade é que o combate à propagação da doença
tem assumido diferentes formas, com distintos níveis de eficácia. Neste
particular, Cascais tem estado em destaque pelos melhores motivos,
pelo que ninguém melhor do que Carlos Carreiras, Presidente da Câmara
Municipal de Cascais, para explicar, em entrevista à Hippocampus,
a estratégia que levou aos resultados alcançados
Oano de 2020 vai, seguramente, ficar
para sempre na memória de todos
os seres humanos que o viveram. Subitamente,
o mundo parou, e, entre vários
outros, conceitos como pandemia, Covid-19,
SARS-Cov-2, quarentena, confinamento,
isolamento, distanciamento social, uso de
máscara, estado de emergência ou estado
de calamidade entraram para o léxico quotidiano
de todos nós. O mesmo se podendo
afirmar relativamente a assintomático, grupo
de risco, teste serológico, epidemiologia,
virologia ou Equipamento de Protecção
Individual. E ao já célebre “novo normal”.
Dúvidas não restarão de que o combate
à Covid-19, assim como à sua propagação,
tornou-se prioridade absoluta para (quase…)
todos. Mas, neste domínio, nem as estratégias
foram todas iguais, nem os resultados
que as mesmas permitiram alcançar foram
equiparáveis. E ainda que as incertezas
relativamente à doença e sua disseminação
ainda sejam inúmeras, é já possível afirmar
que medidas há que são mais eficazes nesta
incomensurável demanda de preservar a
saúde pública. Cascais tem sido (bom)
exemplo disso mesmo.
E se é comum dizer-se que é nas situações
de crise que as lideranças se revelam, não
há como negar que a Câmara Municipal
48
Hippocampus
de Cascais tem assumido um papel de vanguarda
no combate e na gestão das situações
relacionadas com a Covid-19. Em entrevista
à Hippocampus, Carlos Carreiras faz o relato
de algumas das medidas mais emblemáticas
deste combate “contra um inimigo invisível”.
Algumas das acções desencadeadas pelo
município mereceram, inclusivamente,
ampla cobertura na imprensa internacional
de referência. Mas Carlos Carreiras afirma
com serenidade que “não está numa competição”
e, citando o Papa Francisco, recorda
e sustenta que “estamos todos no mesmo
barco”. Vai ainda mais longe o autarca, e
defende uma ampla coligação nacional.
Não uma coligação partidária, mas de
vontades, de competências e de capacidade
de realização. Tudo para conhecer em
pormenor em entrevista à revista do Clube
Naval de Cascais.
Paulatinamente,
a já célebere “máscara”
entrou no quotidiano
de largos milhões de seres
humanos em todo o mundo
como forma de previnir
a propagação da doença
Clube Naval de CASCAIS 49
Grande entrevista Carlos Carreiras
Hippocampus - Cascais tem-se evidenciado
na luta contra a crise sanitária,
numa perspetiva proactiva. Quando
é que teve a noção que esta crise iria
assumir contornos tão gravosos como
aqueles de que hoje temos conhecimento?
“ESTA É UMA GUERRA DE CONTORNOS
ABSOLUTAMENTE NOVOS. TEMOS UM INIMIGO
SILENCIOSO E COBARDE, QUE ATACA
OS MAIS FRACOS”
Carlos Carreiras – Ninguém estava preparado
para enfrentar uma situação destas.
Confesso que eu próprio, como a maioria
dos portugueses e dos europeus, no início,
quando as notícias começaram a surgir,
sempre equacionámos esta situação como
sendo um surto epidémico localizado, e
que estava a suceder lá longe, na Ásia, no
extremo oriente, e que dificilmente chegaria
até nós. Houve, a nível geral, uma
atitude que subvalorizou a perigosidade
desta situação.
H – Mas, entretanto, a situação evoluiu…
CC – Evoluiu de uma forma extraordinariamente
acelerada. O novo Coronavírus
foi identificado a 7 de Janeiro de 2020, na
China. Contudo, foi a 31 de Dezembro que
a China reportou à OMS (Organização
Mundial de Saúde) vários casos de doentes
com pneumonia de causa desconhecida, em
trabalhadores e frequentadores do mercado
de peixe, mariscos vivos e aves, na cidade
de Wuhan, província de Hubei.
Tudo nos parecia distante, e, devido ao
pouco conhecimento deste vírus, associámo-lo
a situações pouco letais. Somente
a 28 de Fevereiro de 2020 a OMS considerou
este vírus como de elevado risco de
transmissão a nível planetário.
Sabemos, agora, que a primeira morte
deste surto sucedeu aqui ao lado, em Espanha,
no dia 13 de Fevereiro; contudo, só
foi anunciada como uma morte relacionada
com a Covid-19 depois de França, a 15
do mesmo mês, ter assumido a primeira
morte europeia. Se refiro este facto é para
que se perceba que até muito tarde – percebemos,
depois, demasiado tarde… – é
que nos apercebemos da perigosidade deste
surto. A morte em Espanha foi anunciada
pelas autoridades de saúde do país vizinho
como tendo sido uma morte devido a uma
pneumonia de origem desconhecida. Veio,
depois, a confirmar-se que já era a Covid-19.
Esse cidadão espanhol, de 69 anos, não
sofria de nenhuma doença, das que também
associamos aos grupos de risco, (diabetes,
doenças cardíacas, hipertensão, etc.), mas
tinha a particularidade de ter efectuado
uma viagem ao Nepal.
50
Hippocampus
“NO COMBATE À PANDEMIA”
H – Tudo muito distante e ainda pouco
definido
CC – Sem dúvida. Mas rapidamente se
tornou numa escalada imparável. Com
os primeiros mortos a surgirem em Itália,
no final de Fevereiro, o que obrigou, pela
primeira vez a nível europeu, o governo italiano
a reunir de emergência para analisar
a situação. Se refiro estes dados, que hoje
temos presentes, é porque foi também nessa
altura que, a nível da equipa que lidero
na Câmara, começámos a estar alerta e
a delinear estratégias que nos pudessem
defender. E nisso talvez estivéssemos mais
atentos que as autoridades nacionais,
porque Cascais é um concelho aberto,
com inúmeras nacionalidades residentes,
cerca de 120 nacionalidades, com estreitos
contactos exteriores, com turismo, etc.
Mas era tudo muito novo e totalmente
desconhecido.
Em primeiro lugar, houve que analisar
e procurar informação fidedigna sobre
esta nova realidade. Sem alarmismos,
mas também sem minimizar nenhuma
situação, iniciámos o nosso combate a
este vírus. Recordo isto porque fomos,
e, incrivelmente, ainda somos criticados
por termos sido os primeiros a encarar
com seriedade esta situação, e a tomar
medidas que alguns achavam exageradas.
Foi aí que definimos que tínhamos de
estar preparados para o pior, esperando o
melhor. Ouvimos e aconselhámo-nos com
quem sabe. Temos essa prática na Câmara
de Cascais. No plano de saúde, ouvimos
médicos e especialistas em epidemiologia;
no plano estratégico, ouvimos militares.
H – Militares?
CC – Sim, militares, estamos em guerra!
Esta é uma guerra de contornos absolutamente
novos. Temos um inimigo silencioso
e cobarde, que ataca os mais fracos.
Os militares, a nível de estratégia e de
organização estratégica, têm muito que
ensinar ao conjunto da sociedade – e esses
ensinamentos foram essenciais para Cascais.
De um dia para o outro, sem nenhuma
preparação, tivemos que tomar um conjunto
de medidas, até então impensáveis mesmo
nos piores cenários dos filmes de ficção
científica. Um vírus sem rosto e, às vezes,
sem sintomas, instalou-se no nosso seio e
começou a sua labuta letal.
Numa guerra como esta, não há rendição.
Quem perde, morre! O inimigo instala-se
dentro de nós e, muitas vezes, sem sabermos
estamos a propagá-lo entre os nossos, que,
na maioria das situações, são os nossos
mais queridos: pais, avós ou os amigos
mais chegados.
Neste combate, em que fomos totalmente
surpreendidos, a capacidade de adaptação
rápida foi a nossa forma de resistência.
Quanto maior o problema, mais serenidade
temos de ter para o enfrentar. Serenidade e
celeridade nas decisões. O pior erro numa
situação destas seria não decidir.
O apoio social, nomeadamente às entidades e organizações que servem os mais
carenciados, foi desde o início da crise sanitária uma constante no município de Cascais
Clube Naval de CASCAIS 51
Grande entrevista Carlos Carreiras
em férias no norte de Itália. Nessa altura,
em Cascais, já tínhamos adoptado um Plano
de Contingência, com regras definidas, e
colocámos em teletrabalho grande parte
dos nossos trabalhadores, mantendo apenas
os serviços essenciais, como transportes,
limpeza urbana, Polícia Municipal e alguns
outros, de manutenção do território e de
apoio às pessoas.
O COVID BUS é um autocarro-laboratório para recolha de análises destinadas aos residentes
com mobilidade reduzida e maior dificulade de acesso aos meios digitais
A rede de dispensadores automáticos de máscaras conta já com 400 pontos. O concelho
criou, ainda, um centro de testes à Covid-19, no Centro de Congressos do Estoril
H – Foi nesse momento que começou a
tomar as primeiras medidas?
CC – Com as notícias a surgirem cada vez
mais perto de nós, cada vez mais ameaçadoras
para a saúde dos nossos cidadãos,
para os nossos munícipes, não esperámos
de braços cruzados que as autoridades
de saúde, que também andavam a tentar
perceber o que se passava, nos viessem
dizer o que devíamos fazer. Nós, em Cascais,
temos já uma tradição de não deixar
esperar que aconteça, tentamos sempre
antecipar as situações agindo.
Noutras áreas da acção, não optamos por
dizer que tal ou tal situação só diz respeito
ao estado central. Obviamente, respeitando
a lei e a definição de competências. Já noutras
áreas, e, sobretudo, noutras situações,
tomamos a iniciativa. É assim na Educação
e na Saúde. E, numa situação com esta,
seria quase criminoso ficarmos à espera no
nosso canto sem agir. Os primeiros casos
detectados em Portugal foram no dia 2 de
Março. Um médico de 60 anos, que esteve
H – Mas, a nível nacional, as medidas
de contingência começaram mais tarde.
CC – Portugal foi, a par da Áustria e da
República Checa, dos primeiros países a
tomar medidas preventivas. E isso, hoje,
confirma-se que foi fundamental.
É um facto curioso, porque, agora, surgem
alguns comportamentos de risco,
como as festas com excessivo número de
pessoas, ou concentrações de jovens, a que
se associam o aumento de novos casos,
principalmente na Região de Lisboa e Vale
do Tejo. Mas, há meses atrás, a opinião
pública, o sentimento generalizado dos
portugueses, terá sido determinante para
que, a nível nacional, as medidas de contingência
fossem adoptadas pelo Governo.
O mesmo não sucedeu em Itália e Espanha,
e isso levou a que, nesses países,
a situação assumisse proporções muito
dramáticas e um elevado, e quase incontrolado,
número de mortos, bem como à
quase ruptura dos respectivos sistemas de
saúde pública. Essa antecipação, nomeadamente
no encerramento dos estabelecimentos
de ensino, já estava na cabeça
dos portugueses ainda antes das primeiras
medidas de confinamento do Governo.
O encerramento dos estabelecimentos
de ensino é decretado a 16 de Março, e
o Estado de Emergência a 19 de Março.
Cascais, no âmbito das suas competências,
já tinha decretado limites a espaços públicos
municipais e, mercê de investimentos
acertados feitos anteriormente, conseguiu
sem sobressaltos colocar grande parte da
força laboral, cerca de 600 trabalhadores,
em teletrabalho.
Nessa ocasião, já tínhamos igualmente
definido medidas restritivas e, reconheço,
impopulares, mas essenciais, face às circunstâncias.
Começámos, desde logo, um
programa de restrições, e complementámos
com os acessos aos transportes públicos
feitos pela porta de trás, e a criação de
52
Hippocampus
“NO COMBATE À PANDEMIA”
espaço protectores dos motoristas; com a
higienização de espaços públicos – como
papeleiras, contentores, ilhas ecológicas,
abrigos de paragens de autocarros e os autocarros.
E muitas outras medidas: como,
a partir de 16 de Março – antes, ainda,
da declaração do Estado de Emergência, o
encerramento da marina e do aeródromo
de Cascais/Tires. Na altura, houve quem
não nos poupasse nas críticas; contudo,
hoje não restam dúvidas de que foram
medidas acertadas.
H – Cascais confinou mais cedo?
CC – Como já referi, somos uma comunidade
aberta, com ampla circulação de
pessoas, portanto, temos uma sensibilidade
provavelmente mais atenta a estes problemas.
E, da análise que fizemos, dentro das
nossas capacidades legais, antecipámos
algumas medidas, que depois vieram a
ser adoptadas a nível nacional. Costumo
sublinhar que fechámos mais cedo e, posteriormente,
desconfinámos mais tarde.
Creio que isso foi determinante para salvar
algumas vidas.
H – Mas, entretanto, houve outras situações
em que a Câmara de Cascais se
antecipou…
CC – É verdade. Procurámos, nesta situação
de crise sanitária, como depois nas consequências
da mesma, estar um passo à frente.
H – Um passo à frente? Quer explicitar?
CC – Em primeiro lugar, gostaria que
ficasse muito claro que, na Câmara de
Cascais, não temos, nesta como noutras
situações, mas muito menos nesta, nenhum
intuito competitivo, nem mentalidade de
paróquia. Não competimos, cooperamos.
Não se trata de nenhum campeonato
intermunicipal ou nacional. Se, noutros
contextos, isso já seria condenável, neste,
em que lidamos com situações dramáticas
de vidas humanas, seria profundamente
chocante.
Estivemos alerta e somos sensíveis, em virtude
da nossa tipologia de munícipes; gente
com identidade muito determinada, mas
sempre aberta ao exterior. Isso levou-nos a
olhar para fora e, até, a analisarmos os erros
dos outros países. Ver, olhar, reparar e agir.
Por exemplo, quando digo que estivemos,
estamos e procuraremos estar um passo à
frente, é porque a nossa organização e a
nossa noção de democracia não se encerra
em gabinetes. É feita por pessoas. Como
diz o nosso slogan, “Tudo começa nas
pessoas”. Temos uma democracia parti-
Clube Naval de CASCAIS 53
Grande entrevista Carlos Carreiras
cipativa, em que o melhor exemplo são
os nossos orçamentos participativos, cujo
valor, inédito a nível nacional, ultrapassa os
10 milhões de euros. Esta realidade está no
nosso código de conduta, no nosso ADN,
na nossa identidade.
Por isso, sabemos antecipar situações.
Neste surto pandémico, fruto, também,
do nosso trabalho e dos nossos contactos
externos, fomos os primeiros a fazer encomendas
dos chamados EPIs (Equipamento
de Proteção Individual) – máscaras, fatos
de protecção, luvas protectoras, viseiras e
outros.
Qual o objectivo? Proteger quem nos
protege. Na primeira fase de confinamento,
com o surgimento dos primeiros casos de
infecção, ninguém sabia como a situação
ia evoluir no dia seguinte. Estávamos
numa situação totalmente desconhecida.
Ninguém tinha previsto a necessidade de
equipamentos de protecção para aqueles
que tinham de estar na linha da frente
deste combate. Primeiro, a tratar e cuidar;
depois, a proteger os cidadãos. Tivemos
que proteger os que nos protegem! Fruto
dessa política de antecipação, Cascais foi
a primeira instituição, a nível nacional, a
actuar, ainda antes de o Governo da República
trazer este tipo de equipamentos de
protecção para Portugal, numa altura que
estes não existiam no mercado.
H – Refere-se a material adquirido à
China…
CC - Exactamente. O primeiro avião a
aterrar em Portugal com materiais de
protecção foi o avião fretado pela Câmara
de Cascais. A disponibilização destes
equipamentos, que fornecemos aos que nos
protegem (médicos, enfermeiros, auxiliares
de enfermagem, polícias, bombeiros,
pessoal da protecção civil, profissionais e
cuidadores dos lares), permitiu que estes
pudessem continuar com segurança a
proteger os nossos cidadãos e a evitar
baixas por contaminação. Desta forma,
assegurámos que estes profissionais, com
condições já muito duras de actuação neste
contexto, continuassem a prestar o seu
inigualável contributo em prol da saúde
e da segurança dos cidadãos. Se há heróis
nesta guerra, e nestas batalhas que temos
travado, estes profissionais foram-no.
Merecem todo o nosso reconhecimento, e
mereceriam, até, outro tipo de incentivos,
desde logo porque esta guerra está longe
de terminar.
H – Nessa situação, Cascais foi uma
espécie de ilha?
CC – Longe disso. Percebo a sua pergunta,
mas não fomos, nem somos, uma ilha. A
prova disso é que, logo com a chegada deste
material, não só o disponibilizámos para
sectores profissionais que são tutelados,
no plano funcional e administrativo, pelo
estado central. Uma vez mais, não olhámos
para o nosso umbigo, e dotámos de meios e
equipamentos aqueles sectores da sociedade
que, pela sua natureza, neste combate, estão
na linha da frente.
54
Hippocampus
“NO COMBATE À PANDEMIA”
H – Mas, depois, houve mais carregamentos
deste tipo de materiais…
CC- É verdade. A Câmara de Cascais, antes
da chegada de outros carregamentos, estes já
encomendados pelos municípios da AML
(Área Metropolitana de Lisboa), cedeu para
outras autarquias da região de Lisboa parte do
seu primeiro carregamento. Estávamos num
período extremamente difícil, onde nem sequer
havia a disponibilidade destes equipamentos no
mercado. Fizemo-lo de forma solidária porque,
conforme disse, não somos uma ilha, e porque
não temos uma visão fechada.
H – E, nessa altura, as poucas máscaras
que existiam no mercado eram caras….
CC – Essa foi outra situação igualmente
importante. Vários sectores, que não os
retalhistas, aproveitaram esta situação para
especular e obterem lucros excessivos, para
não dizer chocantes, face à situação que se
vivia. Foi então que lançámos um programa
de máscaras acessíveis.
H – Máscaras gratuitas?
CC – Não propriamente, embora também
fizéssemos, e ainda façamos, a distribuição
de máscaras gratuitas.
H – Então, a Câmara de Cascais passou
a vender máscaras?
CC – Não, não somos vendedores de máscaras.
Uma vez mais, recusámos o populismo
e o facilitismo. Poderíamos distribuir,
pelo correio, máscaras gratuitas, como
muitos o fizeram, e outros queriam que o
fizéssemos, criticando esta nossa estratégia.
Do meu ponto de vista, teria sido um erro.
Desde logo, porque não tínhamos a certeza
de que essa distribuição por via postal fosse
eficaz, porque há muitos cidadãos que têm
em Cascais a sua segunda residência. Depois,
porque não seriam distribuídas pelos
que mais necessitavam. Iriamos massificar
uma distribuição de forma acéfala, sem
objetivos nem estratégia.
H – Como procederam então?
CC – Convém aqui recordar que estávamos
num período de confinamento, sob
estado de emergência. O objectivo não
era que as pessoas saíssem de casa. Mas
havia em cada família quem tivesse de
sair, ou porque trabalhavam em sectores
essenciais, ou porque teriam de assegurar
as compras, seja de farmácia ou de bens de
higiene e alimentares, ou porque tinham
necessidade de prestar auxílio a familiares
ou amigos em situação de risco, que tinham
confinamento obrigatório.
Face a esta situação, agimos em várias
frentes. A primeira das quais foi quebrar
o ciclo de preços especulativos, e, desta
forma, regular o mercado. Depois, na lógica
do envolvimento dos cidadãos, dentro dos
nossos princípios democráticos, associando
a sociedade civil. Assim, estabelecemos um
preço unitário por máscara de 70 cêntimos
– recordo que as que existiam atingiam
valores de 2 e mais euros por unidade.
Seguidamente, fizemos a distribuição experimental
de máscaras pelas nossas IPSS
(Instituições Particulares de Solidariedade
Social), que são 17 – e, face ao sucesso desta
medida, alargámos este programa a todo o
movimento associativo do concelho.
Ao todo, tivemos a adesão de mais de 90
associações de carácter social, recreativo e
A distribuição de álcool gel e o programa de caixas solidárias, destinadas a acudir às situações de pessoas com grave redução de rendimentos
Cascais não perdeu tempo, e esteve na vanguarda, a nível nacional, na aquisição de Equipamento de Protecção Individual
Clube Naval de CASCAIS 55
Grande entrevista Carlos Carreiras
Nenhum esforço é demasiado no combate à pandemia, que tambem passou pela desinfecção das próprias ruas do concelho
cultural, possibilitando uma distribuição
por todos os lugares do concelho. Definimos,
então, que, por semana, cada família
teria direito a três máscaras ao preço de
70 cêntimos cada, e que esse valor, nos
termos de uma doação, reverteria para as
instituições aderentes a este projecto que
procederam à sua distribuição. Desta forma,
garantimos, até hoje, mais de meio milhão
de euros, que, nesta fase, foram essenciais
para a prossecução das atividades destas
instituições e, até, para pagamento de
salários aos seus colaboradores.
H – Mas, nessa ocasião, não existia a
obrigatoriedade do uso de máscaras, por
isso, Cascais adiantou-se nessa matéria às
próprias autoridades de saúde nacionais?
CC – Obviamente que não irei entrar
em polémicas, até porque essa situação
já se encontra ultrapassada e, hoje, o uso
de máscaras é obrigatório em muitos locais,
como zonas comerciais, restaurantes,
transportes colectivos, etc. Mas aproveito
para acrescentar que o nosso programa de
máscaras acessíveis evoluiu, e tudo indica
que vai continuar a evoluir, até porque não
temos a certeza do tempo que vamos ter
até existir uma vacina ou medicamentação
confiável. O vírus vai continuar por cá.
Hoje, Cascais adquiriu a capacidade de
produzir até 5 milhões de máscaras por
mês. São as máscaras “made in Cascais”,
que têm um custo unitário de 25 cêntimos.
Seria incomportável estar a importar mais
máscaras, e, no período de desconfinamento,
tornou-se imperioso o uso deste
equipamento. Por isso, comprámos duas
máquinas e obtivemos matéria-prima,
dando trabalho a 25 pessoas que estavam
em situação de desemprego, e temos a nossa
própria produção de máscaras, e alargámos
a rede de distribuição com a colocação
por todo o território do concelho de 400
dispensadores automáticos de máscaras.
Um cidadão coloca um euro e obtém
quatro máscaras devidamente embaladas,
com instruções de utilização correcta. E
continuamos com a distribuição, através
dos nossos jovens voluntários, de máscaras
gratuitas nos transportes colectivos do
concelho, sejam rodoviários ou ferroviários,
e também por sectores da população mais
fragilizada, seja do ponto de vista de saúde,
seja do ponto de vista de rendimentos.
H – Mas o combate à pandemia não vive
só de máscaras. Que mais medidas tomou
a Câmara de Cascais?
CC – Sem dúvida que não vive só de máscaras.
No período de desconfinamento,
com a reposição de uma nova normalidade,
a confiança dos cidadãos tornou-se num
elemento fundamental. Iniciámos no dia
20 de Maio uma mega-operação de testes
gratuitos a toda a população de Cascais. São
testes com alta fiabilidade e muito sensíveis
à existência de anti-corpos.
É um projecto que nos orgulha. É pioneiro
a nível mundial, e já mereceu amplas
referências na imprensa internacional.
Conta com o apoio da Fundação Claude
e Sofia Marion, Estoril Santo e A.Santo,
bem como, com a parceria da Roche Diagnósticos,
Germano de Sousa e Joaquim
Chaves. O conhecimento é chave para
encontrarmos soluções para diminuir o
contágio.
O objectivo é atingir os 5 mil testes semanais,
capacidade máxima dos laboratórios
nesta fase. Trata-se de uma operação de
grande envergadura, que exige logística
pesada e complexa. Esta limitação de 5000
testes semanais obriga a que a operação se
desenvolva nos próximos meses, o que vai
permitir, também, conhecer a evolução
da pandemia na população de Cascais.
Neste momento, já realizámos mais de
20 mil testes e temos já agendados outros
tantos. Dos resultados obtidos detectámos
56
Hippocampus
“NO COMBATE À PANDEMIA”
LOGO A PARTIR DE MAIO, CASCAIS DEU INÍCIO
A UM PROGRAMA DE TESTES GRATUITOS A TODA
A POPULAÇÃO DO CONCELHO, ALTAMENTE FIÁVEIS
E MUITO SENSÍVEIS À PRESENÇA DE ANTI-CORPOS
que 2,3% da população já teve contacto
com o vírus.
Avançámos, igualmente, com outra medida
inovadora, o autocarro-laboratório, o
COVID BUS. Trata-se de um autocarro-
-laboratório, criado em parceria com a
Salvador Caetano, e que está a circular no
concelho para recolha local de análises destinadas
à realização de testes aos residentes
com mobilidade mais reduzida e menor
capacidade de acesso aos meios digitais.
O autocarro vai percorrer 42 bairros do
concelho, onde quem quiser poderá fazer
o teste gratuitamente, mediante uma inscrição
prévia. No autocarro, poderão ser
feitos até 120 testes serológicos por dia.
Esta pandemia está a ter efeitos sociais e
económicos devastadores. Nesse sentido,
e mais recentemente, estamos atentos às
necessidades das populações mais necessitadas.
Cascais volta a destacar-se no
apoio às populações, com a ajuda de 300
jovens voluntários. “Estamos aqui para
si” é o nome desta iniciativa que presta
um conjunto de apoios às populações dos
bairros, com o apoio das Associações de
Moradores e com a colaboração de 300
jovens voluntários.
Como disse o Papa Francisco, estamos
todos no mesmo barco nesta pandemia; e,
em Cascais, fazemos nossas as palavras do
Papa e não deixamos ninguém para trás.
H – No plano económico, que acções
pode a Câmara desenvolver sobre os terríveis
efeitos da pandemia da Covid-19?
CC – São efeitos devastadores. Ainda
recentemente, a União Europeia reviu
em baixa a recessão e colocou Portugal
numa situação muito negativa. Temos
esperança, e alguma confiança, que essas
previsões não se confirmem. A cada um de
nós cabe um papel activo na recuperação
económica e no combate aos efeitos sociais
que já afectam muitas famílias. Neste
campo, temos um programa de caixas
solidárias, que visa, precisamente, acudir a
situações mais dramáticas de pessoas com
grave baixa de rendimentos, fornecendo
alimentos e artigos de higiene. Uma ideia
criada pelo munícipe Nuno Botelho, que
começou por colocar uma caixa no Jardim
Vasco da Gama, em Sassoeiros, Carcavelos,
para ajudar as pessoas mais carenciadas.
Pegámos na ideia e alargámos o seu
âmbito. A Câmara Municipal de Cascais
está a instalar por todo o concelho 200
unidades fabricadas pelos carpinteiros
do município. Junto aos supermercados
estão já a ser colocadas “Casas Solidárias”,
para acolher os contributos das empresas
e cidadãos que poderão ir alimentando
as “Caixas Solidárias”. Quando for às
compras, deixe o que puder. Os jovens dos
Programas Municipais de Voluntariado
“Cascais Jovem” ajudam a encaminhar os
produtos, e estamos a reforçar e a lançar
novos programas de apoio alimentar.
Mas a situação de maior gravidade decorrente
desta guerra de combate à pandemia
é a situação económica. Portugal tem
uma economia sustentada, nos últimos
anos, pelas exportações e pelo turismo.
As exportações representaram antes desta
crise cerca de 47% do PIB, o sector do turismo
mostra alguns passos de uma ténue
recuperação, mas dependendo muito de
situações externas. Por isso, é importante
apostar firmemente no investimento e no
investimento externo. Cascais tem uma
tipologia de residentes onde existem muitos
empresários e muitos investidores.
Voltando a antecipar, criámos a Cascais
Invest, uma associação liderada pelo
presidente da CIP, o engenheiro António
Saraiva, que é, em Portugal, uma das
pessoas que melhor conhece os processos
e as oportunidades de investimento.
Desta associação faz parte, entre outros
intervenientes, a SBE Nova (School of
Business and Economics), cujo mérito
internacional é uma realidade. Temos
entre nós gente com capacidade de investimento,
e temos massa crítica e quadros
de formação universitária de qualidade.
Uma liderança vê-se nas situações que
são difíceis, pela capacidade de inovação
e de adaptação. Em Cascais é isso que
tentamos fazer.
Na apresentação da Cascais Invest, tivemos
connosco o senhor ministro da
Economia, Siza Vieira, e é nesse sentido
que orientamos a nossa política. Defendemos
uma coligação nacional. Não uma
coligação partidária tradicional, mas uma
coligação de instituições, com papéis bem
definidos e complementares: autarquias, o
poder local e as instituições públicas, como
o Governo central, e instituições privadas
do sector empresarial. Nesta situação de
crise, não temos clubes: jogamos todos
pela selecção nacional, mas, ao mesmo
tempo, também é uma coligação de vontades,
de competências e de capacidade
de realização.
Clube Naval de CASCAIS 57
Great interview Carlos Carreiras
PRESIDENT OF THE MUNICIPAL COUNCIL OF CASCAIS
The National Team
fighting the pandemic
58
Hippocampus
In a time when Covid-19 entered, suddenly, in everyone’s life, around the world, the
subject had to be on the agenda. And even when the doubts about the phenomenon
are greater than the certainties, the truth is that the fight against the spread of the
disease assumes different methods, with different levels of effectiveness. In this
regard, Cascais has been highlighted for the best reasons, wherefore no one better
than Carlos Carreiras, the President of the Municipal Council of Cascais, to explain
in an interview to Hippocampus, the strategy that led to the achieved results
Clube Naval de CASCAIS 59
Great interview Carlos Carreiras
The year of 2020 will certainly be forever
on the memory of every person who
lived it. Suddenly, the world stopped and,
amongst others, concepts such as pandemic,
Covid-19, SARS-Cov-2, quarantine,
confinement, isolation, social distancing,
use of mask, state of emergency or state of
calamity were added to the daily lexicon
of all of us. The same might be said for
asymptomatic, high risk group, serological
test, epidemiology, virology or personal
protective equipment. And to the already
renowned “new normal”.
There cannot be any doubts that the fight
against Covid-19, as well as its spread,
became an absolute priority for (almost...)
everyone. But in this regard, not all strategies
were the same, not the obtained results were
equivalent. And although the uncertainties
regarding the disease and its spread are many,
it is possible to affirm that some measures are
more efficient in this immeasurable demand
of preserving public health. Cascais has been
(a good) example of this.
And if it is common to say that it is in a
crisis that leadership is revealed, there is
no denying that the Municipal Council of
Cascais has assumed a lead role in the fight
and management of situations related with
Covid-19. In an interview with Hippocampus,
Carlos Carreiras gives a debriefing of
some of the more emblematic measures of
this fight “against an invisible enemy”.
Some of the actions triggered by the council
deserved, inclusively, a broad coverage
in renowned international press. Although
Carlos Carreiras calmly affirms, he is “not
in a competition” and, quoting Pope Francis,
recalls and sustains that “we are all on the
same boat”. The mayor goes even further
and defends a wide national coalition. Not
a partisan coalition, but a one of wills,
competencies and capacities. In full detail
in the interview to the magazine of Clube
Naval de Cascais.
Hippocampus – Cascais has evidenced
itself in the fight against the sanitary
crisis in a proactive approach. When did
you know that this crisis would assume
such a worrying shape as we have now
knowledge?
Carlos Carreiras – No one was prepared to
face such a situation. I admit that, as most
of Portuguese and Europeans, at the beginning
when the news began to emerge, we
addressed the situation as a located epidemic
outbreak occurring far away in Asia, in the
Far East, which would not reach us. There
was, in general, an attitude that underestimated
the dangerousness of this situation.
H – But, in the meanwhile, the situation
evolved...
CC – It evolved in an extremely accelerated
fashion. The new Coronavirus was identified
on January 7th of 2020 in China. However,
it was on December 31st that China reported
to WHO (World Health Organisation)
several cases of patients with pneumonia
of unknown cause, in workers and clients
of the fish, live seafood and birds’ market
in the city of Wuhan, province of Hubei.
Everything seemed distant to us and, due
to the lack of knowledge about the virus,
we associated it to less lethal situations.
Only on February 28th 2020 the WHO
considered this virus as high transmission
on a global scale.
We now know that the first death of this
outbreak took place nearby, in Spain, on
February 13th; however, it was only announced
later as a Covid-19 related death after
France, on the 15th of the same month,
assumed the first European death. If I
mentioned this fact is to portrait that much
later – afterwards, we realised that too late...
– we did understand the dangerousness
of this outbreak. The death in Spain was
announced by local health authorities as a
death by pneumonia due to unknown cause.
60
Hippocampus
It was later confirmed that it was due to
Covid-19. This Spanish citizen of 69 years of
age was not suffering from any disease that
we associate to risk groups (diabetes, heart
conditions, hypertension, etc.) but had the
particularity of having travelled to Nepal.
H – All so distant and still vague
CC – Absolutely. But quickly turned into an
unstoppable escalation. With the first deceased
occurring in Italy in late February, requiring
for the first time in Europe, the Italian
government to call an emergency meeting
to analyse the situation. I am mentioning
these details that we now have knowledge
of is because it was also then that, regarding
the team that I lead in the council, that we
began to be alert and to outline strategies
that would be able to protect us. And in this
regard, we probably were more aware than
the national authorities, because Cascais is
an open council, with several resident nationalities,
around 120, with close contacts
abroad, with tourism, etc. But everything
was new and completely unknown.
First, we had to analyse and gather accurate
information about this new reality. In
a non-alarmist manner but also without
minimising any situation, we started our
fight against this virus. I am recalling this
because we were, and still are, criticised for
being the first to face this situation seriously
and to take action that some considered excessive.
It was then that we decided we had
to be prepared for the worst, expecting the
best. We listened and sought advice from
the experts. We have this practise at the
Council of Cascais. In the health aspect,
we listened to doctors and specialists in
epidemiology; in the strategic aspect, we
listened to the military.
H – Military?
CC – Yes, militaries, we are at war! This is
a war of completely new shapes. We have a
silent and coward enemy, that attacks the
weak. The military, at a strategic and organization
level, has a lot to teach to society
– and that knowledge was key to Cascais.
Overnight, without any kind of preparation,
we had to take a series of measures, until
then unimaginable even in the worst-case
scenarios of sci-fi movies. A virus without
a face and, at times, without symptoms,
settled in and began its lethal toil.
In a war like this there is no surrender.
Who loses, dies! The enemy settles insides
us and, oftentimes, without knowing we are
spreading it in most cases amongst our loved
ones: parents, grandparents or close friends.
In this fight, in which we were completely
surprised, the ability to adapt fast was our
way of resistance. The greater the problem,
the calmer we need to be to face it. Serenity
and celerity in the decisions. The worst
mistake in a situation like this would be
not to decide.
H – Was it at this point that you started
to take the first measures?
CC – With news occurring closer to us, more
threatening to the health of our citizens, for
our residents, we did not stand still for the
health authorities, who were also trying to
understand what was happening, to come
tell us what to do. We, in Cascais, have a
tradition of not waiting for something to
happen, we try to anticipate the situations
by taking action.
In other areas of action, we did not opt to
say that such or such situation was only a
matter of the central government. Obviously,
respecting the law and the definitions
of jurisdiction. In other areas and, mainly
in other situation, we took the initiative.
It was the case of Education and Health.
And, in a situation like this, it would be
Clube Naval de CASCAIS 61
Great interview Carlos Carreiras
almost criminal to wait to take action. The
first cases detected in Portugal were on
March 2nd. A 60-year-old doctor who had
been on vacation in northern Italy. At that
time, in Cascais, we had already adopted a
Contingency Plan, with well-defined rules,
and we placed in remote working most of
our employees, keeping only the essential
services such as transportation, street cleaning,
Municipal Police and some others of
territory maintenance and citizen support.
H – But, at a national level, the contingency
measures started later on.
CC – Portugal was, along with Austria and
the Czech Republic, one of the first countries
to take preventive measures. And that, today,
proves to have been key.
It is a curious fact because now some risk
behaviours occur, such as parties with an
excessive number of attendees, or social
gatherings of young people, to which the
increase of new cases is associated, mainly
in the Region of Lisbon and Vale do Tejo.
But months ago, the public opinion, the
widespread feeling of the Portuguese, was
determining at a national level for the contingency
measures to be adopted by the
Government.
The same did not happen in Italy and
Spain, and that resulted in the situation
taking very dramatic proportions in these
countries and a high, almost out of control,
number of deaths, as well as almost
collapsing the respective public health
systems. This anticipation, closing educational
facilities, was already in the minds
of the Portuguese even before the first
measures of confinement established by the
Government. The closing of educational
facilities was announced on March 16th
and the State of Emergency on March
19th. Cascais, in the framework of its
jurisdiction, had already declared limits
to municipal public spaces and, thanks to
previous appropriate investments, was able
to smoothly place most of its work force,
around 600 employees, working remotely.
At the time, we also had already defined
restrictive measures and, I acknowledge,
unpopular but essential due to the circumstances.
We soon started a program of
restrictions, and we complemented it with
the access to public transportation only
through the back door and the creation
of a protective space for the drivers; the
sanitation of public areas – such as bins,
containers, “ecological islands”, bus stops
and buses. And many other measures: for
example, since March 16th, even before the
declaration of the State of Emergency, the
closure of the marina and the aerodrome
of Cascais/Tires. At the time, some did not
restrain from criticise us; however, today
there is no doubt that these were the right
measures.
H – Cascais confined earlier?
CC – As I mentioned, we are an open
community, with a wide circulation of
people, therefore, we have a sensitivity probably
more concerned for these issues. And,
from the analysis we made, within our legal
capacities we anticipated some measures
that were later adopted at a national level.
I usually stress that we closed earlier and,
afterwards, deconfined later. I believe that
was determining to save some lives.
62
Hippocampus
H – But, in the meanwhile, there were
other situations in which the Council of
Cascais was one step ahead...
CC – That is correct. We sought to be one
step ahead in this sanitary crisis and its
consequences.
H – A step ahead? Would you like to
specify?
CC – First of all, I want to make clear that
in the Council of Cascais we do not have
in any situation any competitive intent or a
parish mentality, let alone in a situation such
as this. This is not a municipal or national
championship. If in other contexts that
would be unacceptable, in this one, dealing
with dramatic situations of human lives,
would be deeply shocking.
We were alert and we are sensitive, in virtue
of our resident typology; people with a very
determined identity but always opened to
the outside. That led us to look abroad and
even analyse the mistakes of other countries.
Watch, observe, amend and act.
For example, when I say we were, are and
will be trying to be a step ahead, is because
our organisation and our notion of democracy
is not closed in offices. It is made by
people. As our slogan says, “Everything
starts with people”. We have a participative
democracy, which best example are our
participative budgets, whose value exceeds
10 million euros, unprecedent at a national
level. This reality is in our code of conduct,
in our DNA, in our identity.
For this reason, we know how to anticipate
situations. In this pandemic outbreak, also
as a result of our labour and our external
contacts, we were the first to order the
so-called PPEs (Personal Protective Equipment)
– masks, protective suits, protective
gloves, visors and more.
What is the goal? To protect those who
protect us. During the first phase of confinement,
with the first cases of infection
occurring, no one knew how the situation
would evolve on the next day. We were in
a completely unknown situation. Nobody
had predicted the need for protective equipment
for those who had to be on the first
line of this fight. First, healing and caring;
second, protecting the citizens. We had to
protect those who protect us! As a result
of this anticipation policy, Cascais was the
first institution at a national level to take
action, even before the Government had
brought this kind of protective equipment
to Portugal, at a time when these were not
available on the market.
H – You are referring to equipment obtained
from China...
CC – Exactly. The first plane to land Portugal
with protective equipment was the
plane chartered by the Council of Cascais.
Making available this equipment, that we
provided to those who protect us (doctors,
nurses, nursing assistants, police, firefighters,
civil protection, professionals and carers of
nursing homes), allowed these workers to
continue protecting and serving our citizens
in safety and avoid infection leaves.
In this way, we made sure that these professionals,
in conditions that were already
very harsh in this context, were able to keep
making their unique contribution on the
behalf of health and safety of the citizens. If
there are heroes in this war, and these battles
we have been fighting, they are these professionals.
They deserve all our recognition
and even deserve other incentives, since this
war is far from being over.
H – In that situation, was Cascais like
an island?
CC – Far from it. I understand your question,
but we were not, we are not, an island.
An example of this was when the protective
equipment first arrived, we not only made
it available for professional sectors that are
under the functional and administrative
jurisdiction of the central state. Once again,
we did not indulge in navel-gazing, and
provided with means and equipment those
sectors of our society that, by its nature, in
this combat are in the front line.
H – But, later, there were more shipments
of this kind of materials...
CC – That is correct. The Council of Cascais,
before the arrival in Lisbon of other
shipments, these ordered by the councils
of the MAL (Metropolitan Area of Lisbon),
ceded to other autarchies of the region of
Lisbon a part of its shipment. We were in an
extremely difficult period, when this equipment
was not available on the market. We
did it in solidarity because, as I mentioned,
we are not an island, and because we do not
have a closed vision.
H – And, at the time, the few masks
available on the market were expensive...
CC – This was an equally important situation.
Several sectors, apart from retailers,
took advantage of this situation to speculate
and obtain excessive profits, not to say
appalling, with the situation at that time.
It was then that we launched a programme
of affordable masks.
H – Free masks?
CC – Not exactly, although we did distribute
free masks, and still do.
H – So the Council of Cascais started
selling Masks?
CC – No, we are not mask dealers. Once
again, we refused the populism and facilitation.
We could have distributed by mail,
free masks, as many did, and some wanted
us to, criticising out strategy. From my
point of view, it would have been a mistake.
First, because we were not sure that
this mail distribution would be effective,
many citizens have their second residence in
Cascais. Second, because they would not be
distributed amongst those who needed them
the most. We would mass distribute in an
unreasonable way, without goals or strategy.
H – How did you proceed then?
CC – It should be recalled that we were in a
confinement period, in a state of emergency.
The goal wasn’t that people left their homes.
But there was in every family someone who
had to leave, because they worked in essential
sectors, because they had to assure the
shopping of pharmacy, hygiene or grocery
goods, or because they had to assist to family
or friends in high risk situations who had a
mandatory confinement.
Clube Naval de CASCAIS 63
Great interview Carlos Carreiras
Accordingly, we acted in a number of
fronts. The first of which was to break
the speculative prices and, consequently,
regulate the market. Afterwards, in the
logic of citizen involvement, within our
democratic principles, associating the civil
society. Thus, we established a unitary price
per mask of 70 cents – I would like to point
out that the existing were being sold for
more than 2 euros per unit. Hereinafter, we
did an experimental distribution of mask
around our PSSI (Private Social Solidarity
Institutions), a total of 17 – and, due to the
success of this measure, we extended the
programme to every associative movement
in the council.
Altogether, more than 90 social, recreational
and cultural groups joined the programme,
allowing a distribution around
the entire council. We then defined that
weekly, every family would get three masks
at the price of 70 cents per unit and that
this value would revert as a donation to the
institutions supporting this project and the
distribution of the masks. In this way, we
guaranteed, until today, more than half a
million euros, that were essential at this
stage to prosecution of the activities of
these institutions and even to the payment
of staff salaries.
H – But at the time the use of masks was
not mandatory, so Cascais was a step
ahead of the national health authorities
in this matter?
CC – Naturally, I will not engage in polemics,
especially because that situation
has been overcome and today the use of
mask is mandatory in many places, such
as shopping areas, restaurants, public
transportation, etc.
I would like to add that our programme
of accessible mask has evolved, and seemingly
it will continue to evolve, because we
do not know how long it will take until a
reliable vaccine or a drug exists. The virus
will be around.
Today, Cascais has que capacity to manufacture
up to 5 million masks a month.
These are the “made in Cascais” masks,
with a cost of 25 cents per unit. It would
have been impossible to keep importing
more masks and, during the confinement
period, the use of this equipment became
imperative. For this reason, we purchased
to machines and raw material, employing
25 people who were out of a job, we have
our own production of masks, and we
extended our distribution network by
placing all over the council’s territory 400
automatic mask dispensers.
The citizen introduces one euro and
obtains four properly packaged masks,
with appropriate use instructions. And
we keep distributing, through our young
voluntaries, masks at public transportations
of the municipality, both road and rail,
and also to the more fragile sectors of the
population, being from the health or from
the income point of view.
H – But the fight against the pandemic
is not only about masks. What other
measures did the Council of Cascais take?
CC – It absolutely is not only about masks.
During the deconfinement period, with the
return to a new normal, the trust of the citizens
became a key element. We started on
May 20th a major operation of free testing
for the entire population of Cascais. These
are high reliability tests and very sensitive
to the existence of antibodies.
The is a project we take pride on. It is
pioneer on a global scale and has been
widely mentioned in international press. It
counts on the support of the Claude and
Sofia Marion Foundation, Estoril Santos
e A.Santo, as well as the partnership with
Roche Diagnósticos, Germano de Sousa
and Joaquim Chaves. Knowledge is key to
find solutions to reduce contagion.
64
Hippocampus
The goal is to reach 5 thousand tests a week,
the maximum capacity of the laboratories at
this point. It is a large-scale operation, that
requires heavy and complex logistics. This
limitation of 5000 weekly tests requires
that the operations evolves in the following
months, what will also allow knowing the
evolution of the pandemic on the population
of Cascais
Now, we have completed more than 20
thousand tests and have more scheduled.
From the results, we detected that 2,3%
of the population has been in contact with
the virus.
We carried out another innovative measure,
the lab-bus, the COVID BUS. It is a
laboratory-bus created in partnership with
Salvador Caetano, that is circulating around
the council to collect locally the analyses
destined to test residents with reduced
mobility and less access to digital means.
The bus will go through the 42 neighbourhoods
of the council, where everyone who
wishes may take the test at no charge, by
previous registration. At the bus, up to 120
serological tests can be performed per day.
This pandemic is having devastating social
and economic effects. For that matter, and
more recently, we are alert to the necessities
of the population in need.
Cascais stands out again in the support of
the population, with the help of 300 young
volunteers. “We are here for you” is the name
of this initiative that provides support to the
population of social neighbourhoods, with
the support of the Resident Associations and
the collaboration of 300 young volunteers.
As Pope Francis said, we are all on the same
boat in this pandemic; and, in Cascais, we
make the Pope’s words our own and leave
no one behind.
H – In the economic aspect, what actions
was the Council able to develop regarding
the terrible consequences of the Covid-19
pandemic?
CC – These are devastating consequences.
Recently, the European Union lowered its
estimate of the recession and placed Portugal
in a very negative situation. We have hope,
and are confident, that these predictions will
not be confirmed. It is up to each one of us to
have an active role in the economic recovery
and in fighting the social consequences that
already affect many families.
In this field, we have the solidary boxes programme,
that aims to assist more dramatic
situations of people with very low income,
providing food and hygiene goods. An idea
created by a resident, Nuno Botelho, who
started placing a box at the Vasco da Gama
park, in Sassoeiros, Carcavelos, to help the
most impoverished people.
We took the idea and extended its scope.
The Municipal Council of Cascais is installing
throughout the country 200 units
built by the carpenters of the municipality.
Next to supermarkets are being placed “Solidary
Houses”, to receive the contributions
of companies and citizens that will feed the
“Solidary Boxes”. When you go shopping,
leave what you can. The young people of
the “Cascais Jovem” Municipality Voluntary
Programmes help forward the products and
we are reinforcing and creating new food
support programmes.
But the most serious consequence of this
war on the pandemic is the economic situation.
Portugal, in the recent years, has
an economy based on exports and tourism.
Exports before the crisis represented around
47% of the country’s GDP, the tourism
sector shows a subtle improvement but
depending a lot on external situations.
Therefore, it is important to firmly develop
investment and external investment. Cascais
has a typology of residents formed by many
entrepreneurs and many investors.
Once again anticipating, we created Cascais
invest, an association led by the President of
CIP, Engineer António Saraiva, one of the
people in Portugal who better knows the
processes and opportunities of investment.
It is a member of this organisation, amongst
many other, the SBE Nova (School of Business
and Economics), whose international
merit is a reality. We have among us people
with investment capacity, and we have critical
mass and staff of qualified university
training. Leadership is shown in difficult
situations, by the capacity to innovate and
adapt. That is what we try to do in Cascais.
At the presentation of Cascais Invest,
we had with us the Minister of Economy,
Siza Vieira, and it is in this direction that
we direct our policy. We defend a national
coalition. Not a traditional party coalition,
but a coalition of institutions, with well defined
and complementary roles: autarchies,
local power and public institutions, like the
central Government, and private institutions
of the business sector. In this crisis situation,
we have no club: we all play for the national
team but at the same time it is also a coalition
of wills, skills and achievement capacity.
Clube Naval de CASCAIS 65
Clube CNC com presença reforçada nas redes sociais
Sempre em contacto
Transformar uma dificuldade numa oportunidade. Ou como o Clube
Naval de Cascais não deixou de comunicar com os seus sócios e adeptos
durante a pandemia e o confinamento. Uma das principais soluções?
O reforço da sua presença nas inevitáveis redes sociais, nomeadamente
no Facebook e no Instagram. Naturalmente, para manter no futuro
Éponto assente que a pandemia da
Covid-19 veio alterar, em muito, muitos
dos hábitos que todos tínhamos por
garantidos até ao surgimento da doença.
O Clube Naval de Cascais, os seus sócios
e todos aqueles que acompanham as suas
actividades não constituíram, obviamente,
excepção.
Mas, em situações mais extremas e inesperadas,
nada melhor do que transformar uma
dificuldade numa oportunidade, enquanto
forma de contornar, quando não eliminar,
as dificuldades mais inesperadas. E foi com
base nesse raciocínio que o CNCascais,
para manter contacto permanente com os
seus seguidores, decidiu tornar ainda mais
marcante a sua presença num dos canais de
comunicação, hoje em dia, mais eficazes e,
até, preferidos por boa parte da população,
as omnipresentes redes sociais.
66
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 67
Clube CNC com presença reforçada nas redes sociais
APOSTA GANHA
E em boa hora o fez, a avaliar pelo invejável número
de “gostos”, partilhas e comentários, entre outras
interacções, que mereceram as publicações do CNC
durante este período, mormente os depoimentos dos
seus velejadores. Na página de Facebook como no
Instagram.
Entre as muitas publicações efectuadas, destaque para
a especialmente criada para dar a conhecer ao sócios do
CNC, nomeadamente através do Facebook, a listagem
de clubes correspondentes. Nada menos do que vinte e
três, em que estes podem usufruir de diversas vantagens,
devidamente elencadas, caso a caso, noutras tantas
publicações especificamente dedicadas a esse efeito.
Uma estratégia a manter e, até, reforçar no futuro!
68
Hippocampus
REDES SOCIAIS:
APOSTA FORTE
DO CNCASCAIS
Não é de hoje que o Clube Naval de
Cascais marca presença nas redes sociais
mais determinantes da actualidade. A
sua actividade, nesta matéria, pode ser
acompanhada quer no Facebook em
https://www.facebook.com/CNCascais,
quer no Instragam em @cncascais.
Estas são, indubitavelmente, ferramentas
de inestimável valia para manter o
contacto entre a instituição e todos os
que pretendem acompanhar as suas
actividades. Anúncios de regatas realizadas
pelo próprio CNC, e respectivas
classificações; notícias relativas à participação
de atletas do clube noutras
provas, realizadas tanto em Portugal
como além-fronteiras; tudo o resto que
esteja relacionado com a actividade do
CNCascais, e ainda informação útil relativa
a diversas temáticas de interesse
para os seus associados – praticamente
tudo o que diga respeito à vida do clube
pode ser encontrado nestes suportes.
Não deixe, pois, de seguir-nos de perto
e em permanência!
Clube Naval de CASCAIS 69
Club CNC with strong social media presence
Always in touch
Turn a difficulty into an opportunity. Or how Clube Naval de Cascais
did not stop communicating with its members and supporters during the
pandemic and confinement. One of the main solutions? Reinforcing its
presence on the inevitable social networks, namely on Facebook
and Instagram. Naturally, to keep in the future
It is clear that the Covid-19 pandemic
dramatically changed the habits we all
had until the disease emerged. Clube
Naval de Cascais, its members and all
those who follow its activities are obviously
not an exception.
But in more extreme and unexpected
situations, nothing better than to turn a
difficulty into an opportunity as a way
to circumvent, or even eliminate, the
most unexpected hardships. And it was
based on that reasoning that Clube Naval
de Cascais, in order to stay in constant
touch with its followers, decided to turn
its presence even stronger in one of nowadays
more efficient communication
channels, and even preferred by great
part of the population, the omnipresent
social media. Like Facebook and Instagram,
in the present case.
70
Hippocampus
Clube Naval de CASCAIS 71
Clube CNC with strong social media presence
WINNING BET
And in due time, considering the enviable amount
of “likes”, shares and comments, among other
interactions, received by the posts of the CNC
during this period, more importantly the statements
of its sailors. On the Facebook page as
well as on Instagram. Amongst the many publications,
a highlight to the list of correspondent
clubs especially created to introduce them to the
members of the CNC, in particular through
Facebook. No less than 23, where the members
can benefit from numerous advantages, properly
listed, case by case, on many other publications
specifically dedicated to this purpose. A strategy
to maintain, and even reinforce, in the future!
72
Hippocampus
SOCIAL MEDIA:
STRONG
INVESTMENT
BY CNCASCAIS
For some time now that the CNC has
been present on the most determining
social networks of today. Its activity,
in this area, can be followed on Facebook
at https://www.facebook.
com/CNCascais, on Instagram on
@cncascais. These are, indubitably,
tools of inestimable value to maintain
the contact between the institution
and all those who want to keep track
of its activities. Announcements of
races carried out by CNC and their
rankings; news about the participation
of the club’s athletes in other races,
carried out in Portugal and abroad;
everything else related with the activity
of CNCascais and also useful
information on several subjects of
interest to the members – virtually
everything regarding the life of the
club can be found on these networks.
Be sure to follow us closely and permanently!
Clube Naval de CASCAIS 73
Entrevista Miguel Horta e Costa
LIGAÇÃO UMBILICAL
Comodoro do Clube Naval de Cascais ao longo dos últimos quinze anos,
Miguel Horta e Costa não hesita em eleger essa como uma das funções
que mais prazer lhe deu desempenhar, não obstante o seu invejável
currículo. Em tempo de sucessão no cargo, o “obrigatório” balanço
de alguém que mantém com o CNC uma ligação muito estreita
Desde sempre profundamente ligado
ao mar e à região de Cascais, onde
cresceu e viveu, Miguel Horta e Costa é
um gestor de reconhecidas competências,
patentes no seu vasto e (muito) preenchido
percurso profissional. Ao longo dos últimos
quinze anos, ocupou o lugar de Comodoro
do Clube Naval de Cascais, período durante
o qual participou nalguns dos mais altos
e mais memoráveis momentos da história
do clube, ao qual irá estar, para sempre,
umbilicalmente ligado.
Agora, é tempo de abraçar novos desafios.
Nomeadamente no plano pessoal e familiar.
Não sem antes fazer um balanço de década
e meia ao serviço do CNC, num cargo que,
assumidamente, destaca ter sido daqueles
que maior prazer lhe deu desempenhar.
Fotos: JOÃO ALCOBIA
Hippocampus- Foram quinze anos de
Miguel Horta e Costa enquanto Comodoro
do Clube Naval de Cascais. E se
não foram muitos os que desempenharam
esta função ao longo dos 82 anos
de história do CNC, a lista é composta
por insignes figuras. Não podíamos, por
isso, deixar de começar por perguntar-
-lhe que balanço faz dessa sua década e
meia no lugar
Miguel Horta e Costa - Para mim, foi
uma experiência riquíssima. Eu ainda há
tempos dizia ao Gonçalo Esteves, o nosso
Presidente, que, olhando para trás nesta fase
da minha vida, que é um pouco o Outono
da minha vida, e pensando em todos os
cargos que nos últimos anos tenho desempenhado,
este, de Comodoro do CNC,
foi, sem dúvida, aquele que mais prazer
me deu – primeiro, porque eu, realmente,
tenho desde sempre uma grande paixão
pelo mar; depois, porque Cascais e Estoril
têm a ver com toda a minha vida.
Desde os cinco anos de idade, em que
vim viver para o Estoril, toda a minha vida
foi aqui, portanto, estou profundamente
ligado ao Estoril e a Cascais. Foi aqui que
eu vivi e cresci, digamos, que criei amizades
que ainda hoje perduram, e algumas delas
fortalecidas com os anos. Fiz toda a escola
secundária num colégio aqui no Estoril,
o Colégio João de Deus, do qual tenho
uma memória extraordinária, e, por isso,
este cargo de Comodoro do CNC foi, por
estas razões de base, um cargo que me deu
o maior prazer.
Mas, também, naturalmente, porque, ao
longo destes quinze anos, vivi toda uma
série de eventos e participações no clube.
O CNC teve, ao longo desta década e meia
em que fui Comodoro, uma actividade desportiva
realmente brilhantíssima, intensa,
extremamente bem sucedida em termos
de resultados desportivos; e, também, de
resultados para o próprio CNC, uma vez
que o clube tem defendido as suas cores em
troféus internacionais, e designadamente
nos Jogos Olímpicos – as nossas participações
nos Jogos Olímpicos têm sido sempre
74
Hippocampus
de referência, e, assim sendo, por todas
estas razões, e também pelas pessoas que
ao longo destes anos conheci e com quem
convivi, foram enriquecimentos que nunca
esquecerei!
H - Nesse contexto, e tendo em conta
esse resumo, que não é pouco sumarento,
ainda assim, consegue identificar aqueles
que são os momentos altos deste seu
consulado, chamemos-lhe assim? Aqueles
que não vai esquecer de forma alguma,
os que mais o marcaram e ficarão, em
definitivo, no seu álbum de memórias?
MHC – Eu começaria por fazer duas
referências. Uma, as comemorações dos 75
anos do CNC, em que tive oportunidade de
participar na cerimónia de condecoração do
clube como membro honorário da Ordem
Nacional do Infante D. Henrique, que foi
um momento muito importante para o
clube, para os seus sócios. Uma ordem à
qual, pessoalmente, estou ligado, uma vez
que também sou Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique. Foi, efectivamente,
um momento de referência para mim.
E, mais recentemente, quando dos 80 anos
do CNC, outra condecoração não menos
importante. Se a primeira foi conferida pelo
Presidente da República de então, o Prof.
Cavaco Silva, esta segunda foi atribuída
pelo actual Presidente da República, o
Prof. Marcelo Rebelo de Sousa – a Ordem
da Instrução Pública. Este foi outro momento
também muito importante, que vivi
com muita intensidade e do qual retenho
momentos inesquecíveis, e que foram para
mim um privilégio e uma grande honra.
Para lá disso, naturalmente, vivi a participação
do clube em grandes provas aqui
nesta nossa maravilhosa Baía de Cascais,
que é, de facto, um campo de regatas excepcional,
hoje em dia famoso em todo o
mundo. Troféus aqui disputados, só para
referir alguns, para não ser exaustivo: logo
em 2007, o Campeonato Mundial da ISAF,
que foi um momento muito importante
para o CNC, estava eu há pouco tempo
como Comodoro. Depois, outros se foram
seguindo, provas mais regulares, como o
Troféu Sua Majestade o Rei Juan Carlos I
de Espanha, da classe Dragão, que é hoje
grade one em Portugal, e que se tem vindo
a repetir todos os anos com imenso brilho.
E provas que são realmente extraordinárias
em termos de espectáculo, inclusivamente,
como sejam as Super Series dos TP 52,
dos RC 44 e de outras classes. E, ainda,
aquelas provas a que o calendário náutico
e desportivo do clube já habituou os seus
sócios e o país, como sejam as Winter series,
o troféu Quebramar, todos esses troféus
que sempre me fizeram viver de uma forma
muito intensa a vida do clube.
E não quero deixar de referir, uma vez
que estou também a fazer um pouco de
resumo, dois aspectos que, para mim, são
muito marcantes daquilo que é a imagem, o
ADN, do CNC. O primeiro são as escolas
de vela, que são realmente extraordinárias
em termos de número de participantes, de
jovens que aqui vêm dar os seus primeiros
passos na vela, actualmente patrocinada
pela Mirpuri Foundation, que é, hoje,
uma fundação com uma imagem ligada à
sustentabilidade do planeta brilhantíssima.
E, também, a Vela Adaptada, que é outra
iniciativa do CNC, liderada pelo Charles
Lindley, que tem sido, sem dúvida, um
valor acrescentado extraordinário para a
imagem do clube, pelo espírito, por aquilo
que representa, pelos seus efeitos, pelos seus
resultados – é, inequivocamente, digna de
todo o mérito.
H - E quanto ao clube ele próprio? Embora
exista uma total independência do
cargo, não restam dúvidas de que foram
quinze anos a acompanhar direcções.
E, assim sendo, em que áreas, em que
vertentes, é que o Comodoro destes últimos
quinze anos considera que o clube
progrediu mais, mais evoluiu?
MHC - Penso que o CNC progrediu de
uma forma quase transversal em relação às
suas diferentes vertentes, e de uma forma
contínua. Quando iniciei o meu primeiro
mandato de Comodoro, estas instalações
não existiam; as instalações do clube eram
um barracão aqui na zona, onde estão agora
todas as embarcações nos seus atrelados.
Estávamos numa fase de trabalhos, e o
clube veio, depois, a ter estas instalações,
que eu considero magníficas, beneficiando,
naturalmente, de toda esta frente de mar,
este water front que é, realmente, único.
Estas instalações foram um momento
importante, e que exigiram muito esforço
e dedicação às diferentes direcções que
nelas se envolveram. A primeira direcção
tinha como presidente o Miguel Magalhães.
Depois, vivi a sua sucessão para o
José Cândido Sottomayor Matoso, outro
velejador de referência, uma figura ímpar
do clube. E, finalmente, esta direcção,
presidida pelo Gonçalo Esteves.
Todas elas tiveram muito mérito nas
iniciativas que levaram a cabo, e nas diferentes
decisões que foram tomando, quer
na área da infraestrutura do clube, quer dos
seus meios, aproveitando, muitas vezes, os
troféus internacionais para ir reforçando o
património desportivo do clube. E também
foram dando ao clube um cunho cada vez
mais competitivo, mais de envolvimento
na competição da vela. E, hoje, o CNC
pode orgulhar-se de ter um calendário
de provas espalhadas por todo o ano que
são, efectivamente, apanágio da liderança
que o clube indiscutivelmente assume na
vela nacional. Aliás, por alguma razão, ao
longo destes últimos anos, o CNC tem
atraído sectores de todo o mundo que
vêm não só competir nas nossas provas,
mas, inclusivamente, vêm deixando os seus
barcos e embarcações no clube, vivendo
intensamente a vida do mesmo.
H - Alguns até vêm cá especificamente
para treinar, para se preparem para
grandes provas mundiais. Nomes de
referência e embarcações de referência
vêm aqui, não há regatas, mas eles vêm
cá para treinar e se preparem, e é aqui
que se baseiam…
MHC -Exacto! Essa vida desportiva que
o clube tem vindo a intensificar cada vez
mais tem-se, também, reflectido na sua
Clube Naval de CASCAIS 75
Entrevista Miguel Horta e Costa
imagem. O CNC, hoje, tem uma presença
extremamente meritória e destacada em
organizações internacionais. Cito-lhe uma,
que é o Internacional Council of Yatch
Clubs, em que o clube participa e de que já
foi o anfitrião, aqui, de uma grande reunião
do ICOYC, e isso é um sinal do prestígio
que o CNC tem averbado ao longo de
todos estes anos.
Outro aspecto que me parece igualmente
digno de referência: quando iniciei as minhas
funções como Comodoro, tenho ideia
que o CNC só tinha como correspondente
o Iate Clube do Rio de Janeiro. Hoje, penso
que estamos, claramente, a caminho das 25
referências. Todos clubes extremamente importantes,
com uma imagem de referência
na vela, indiscutível em todo o mundo. Dois
ou três que vivi e participei intensamente
nessas jornadas, no estabelecimento do
acordo de correspondência: o Yacht Club
de Monaco e o Royal Hong Kong Yatch
Club. Presentemente, o CNC orgulha-se de
ter correspondências com aqueles que são os
clubes da vanguarda da vela mundial. Isso
só é possível pelo prestígio que, ao longo
dos anos, estas direcções têm imprimido à
vida do Clube Naval de Cascais.
H - Insistindo um pouco nesse ponto, até
pela sua vida e percurso profissionais,
pela sua experiência invejável na gestão
e direcção de empresas, inclusive a nível
governativo, de instituições que ganharam
significativa presença internacional
quanto passou pela respectiva liderança:
de que forma é que olha para essa vertente
internacional do CNC? Tem sido uma
estratégia positiva?
MHC - Muito positiva e muito bem-
-sucedida. Não escondo que para isso
contribuíram, também, sócios de referência
do clube. E o primeiro que referiria, desde
já, é o Dr. Patrick Monteiro de Barros,
Comodoro Honorário do CNC – que
foi, aliás, o grande responsável por eu lhe
ter sucedido enquanto Comodoro. Uma
referência internacional da vela, e que, no
fundo, empresta o seu prestígio pessoal ao
clube, e tem sido, indubitavelmente, um
embaixador excepcional do Clube Naval
de Cascais por todo o mundo. Aliás, para
lá dos muitíssimos troféus que conquistou
ao longo da sua vida de velejador, e das
participações em Jogos Olímpicos, recentemente,
tem tido grande sucesso também
na classe dos 6 metros, designadamente no
prémio Príncipe das Astúrias, em Espanha.
É, de facto, um velejador praticamente
intemporal.
Mas, para lá dele, outros sócios que deram
o seu nome ao clube e que hoje estão
na memória de todos: os irmãos Bello, os
irmãos Quina, e, mais recentemente, os
nossos presidentes e membros das direcções,
todos com participações internacionais.
Quer o Miguel Magalhães, quer o José Sotto
Mayor Matoso, quer o Gonçalo Esteves,
são hoje referências da vela de Portugal,
mas com participações extremamente
importantes em termos internacionais – e,
daí, também o seu interesse em projectar o
clube internacionalmente. E têm-no feito
com indiscutível sucesso.
H - Então considera que é boa a imagem
que o clube tem fora de portas?
MHC - Diria que dificilmente poderia ser
76
Hippocampus
“O CNC TEVE, AO LONGO DESTA DÉCADA E MEIA
EM QUE FUI COMODORO, UMA ACTIVIDADE
DESPORTIVA REALMENTE BRILHANTÍSSIMA,
INTENSA E EXTREMAMENTE BEM SUCEDIDA”
melhor. É evidente que, para isso, contribuíram
a qualidade dos nossos velejadores,
pois temos hoje atletas de indiscutível qualidade,
com invejável palmarés, inclusive
com participações olímpicas, ou seja, são
velejadores de nomeada indiscutível.
Mas há outros aspectos que contribuíram
para tudo isto. E há um aspecto,
neste particular, que não posso deixar de
referir, porque merece, inequivocamente,
um aplauso de todos: o contributo que a
autarquia, que a Câmara Municipal de Cascais,
tem dado, estimulando, promovendo
e apoiando o desenvolvimento da vela e,
naturalmente, também o desenvolvimento
do Clube Naval de Cascais. Eu penso que
quer o Presidente, o Dr. Carlos Carreiras,
quer o Vice-Presidente, o Engº. Miguel
Pinto Luz, têm sido dois extraordinários
entusiastas da vela e da náutica de recreio,
elegendo o mar como um desígnio estratégico
da própria autarquia. O mar, como o
Parque Natural em que estamos inseridos,
são, para a Câmara Municipal de Cascais,
um dos grandes desígnios estratégicos. E
isso reflecte-se no desenvolvimento e, até,
na projecção internacional que o clube
tem tido.
H - Assim sendo, como considera ter
evoluído a importância que o clube
tem, tanto para a região como para os
munícipes? Há uma série de actividades
que o clube desenvolve que não são
exclusivamente para os seus sócios ou
para os atletas, certo? Há uma série de
beneficiários da existência do clube e
das suas actividades que vão para além
dos “meros” membros do CNC
MHC – Exacto! E assim deve ser. Quer
dizer, no fundo, este é um clube de portas
abertas, e, por isso, está completamente
inserido na vida municipal – e muitos
dos seus eventos são abertos à juventude,
que aqui vem participar e beneficiar das
condições que o CNC oferece, como estar
situado nesta frente mar da Baía de Cascais.
Há uma interligação muito estreita entre
o clube e a autarquia, entre o clube e as
gentes de Cascais.
As gentes de Cascais, mesmo aqueles que
não são sócios do CNC, sentem o mesmo
como seu, não é? O clube é deles também. E
eu penso que isso se deve ao espírito que as
direcções têm imprimido à sua acção, mas
também ao espírito da Câmara Municipal
de Cascais, a autarquia tem feito exactamente
isso, articulando a vida desportiva
do clube com a vida da autarquia, como
as Festas do Mar e outros eventos. E, deste
modo, há aqui uma simbiose muito feliz
entre o clube e as gentes de Cascais.
H - Nesta fase única que estamos a atravessar,
não restarão hoje muitas dúvidas
de que Cascais se comportou face a esta
pandemia, de uma forma genérica, e por
razões distintas, como poucos concelhos
em Portugal. E o CNC também: não será
por acaso que foi justamente em Portugal
e no CNC que ocorreu a primeira regata
a nível internacional após a pandemia.
Considera que os sócios e a população
têm noção desse desempenho, tanto
da autarquia como do CNC, diferente
da maioria dos seus congéneres a nível
nacional e não só?
MHC - Começaria por dizer que estou
certo de que a autarquia e as gentes de
Cascais, do município, têm, hoje, orgulho
na forma como a Câmara Municipal de
Cascais conduziu o combate à pandemia no
seu concelho. Eu penso que foi um exemplo
a nível nacional, e não podem ter mais
mérito os dirigentes autárquicos, por todas
as iniciativas que tomaram e que foram, e
são, realmente inéditas no nosso país.
Talvez seja de um conhecimento mais
restrito o que o clube fez. Admito que
munícipes mais atentos, que conhecem
um pouco a vida desportiva, a vida do
clube, se tenham apercebido disso – mas
não é, realmente, do conhecimento geral.
Eu tenho para mim que a vida tem que
continuar, oxalá esta pandemia passe
tão cedo quanto possível. Admito que a
médio prazo teremos vacinas, todos os
Clube Naval de CASCAIS 77
Entrevista Miguel Horta e Costa
UM PERCURSO INVEJÁVEL
Pai de dois filhos e avô de cinco netos,
Miguel Horta e Costa é um dos mais conhecidos
e reputados gestores portugueses.
Licenciado em Economia pela Universidade
de Lisboa (I.S.C.E.F.), e com pós-graduações
em Organização e Gestão de Empresas pelo
Management College (BPO – Universidade
de Birmingham) e pela Universidade de
Navarra (AESE/IESE), iniciou o seu percurso
profissional nos CTT – Correios e Telecomunicações
de Portugal, em 1972, empresa
em que assumiu vários cargos de direcção,
nomeadamente o Director Geral dos Correios,
para que foi nomeado em 1981.
No ano seguinte assume o cargo de Presidente
do Conselho de Administração da
Companhia Portuguesa Rádio Marconi,
S.A., regressando aos CTT e TLP em 1984,
enquanto Vice-Presidente do Conselho de
Administração, até à sua nomeação, em
Agosto 1987, para Secretário de Estado do
Comércio Externo do XI Governo da República
Portuguesa, função que desempenhou até
Abril de 1990 – depois de ter sido, em 1976,
e durante oito meses, Adjunto do Secretário
de Estado das Finanças de então, Prof. Dr.
António Sousa Franco.
No seu percurso profissional incluem-se,
ainda, entre outros, os cargos de Administrador
Executivo do Banco Espírito Santo
e Comercial de Lisboa (1990-1992); Vice-
-Presidente da AIP – Associação Industrial
Portuguesa (1991-1994); Presidente e
Membro do Conselho de Administração da
SIBS – Sociedade Interbancária de Serviços
(1991-1995); Vice-Presidente Executivo do
Conselho de Administração do Banco ESSI,
S.A. (1992-1994); Presidente do Conselho
de Administração da Euroges Factoring, S.A.
(1991-2002); Administrador Não Executivo
da PGA – Portugália Airlines (1993-2007);
Administrador Não Executivo da Telefonica,
S.A. (1998-2006); Administrador Executivo
da SIC – Sociedade Independente de Comunicação,
S.A. (1998-2002); Administrador Não
Executivo do BES Investimento, S.A. (1999-
2002); Administrador Não Executivo do Banco
Espírito Santo, S.A. (2005-2008); Presidente
Executivo e Presidente do Conselho de Administração
da Portugal Telecom Internacional,
S.A. (1998-2000); Presidente Executivo da
Portugal Telecom, SGPS, S.A. (2002-2006,
sendo Vice-Presidente do Grupo PT desde
1995 até à sua nomeação para Presidente da
Comissão Executiva do Conselho de Administração);
Presidente da Câmara de Comércio
Luso-Ucraniana (2011-2017); Presidente Executivo
da CIPE – Confederação Internacional
dos Empresários Portugueses (2006-2015);
Administrador do Boston Communications
Group (2006-2007); Comissário-Geral de
Portugal para o Ano de Portugal no Brasil e do
Brasil em Portugal (2012-2013, por Resolução
do Conselho Ministros de 22 de Dezembro de
2011); Vice-Presidente Executivo do Conselho
de Administração do BESI, S.A. (2006-2015);
Vice-Presidente Executivo do Conselho
de Administração do Haitong Bank, S.A.
(2015-2016); Membro do Advisory Board do
Haitong Bank, S.A. (2016- 2017); Presidente
do Conselho de Curadores da Fundação Luso-
-Brasileira desde Maio de 2014; Presidente
do Conselho de Administração da Fundação
Luso-Brasileira (2009-2014). Vice-Presidente
do Conselho de Administração da Fundação
Luso-Brasileira (2003-2009); Administrador
da Fundação Batalha de Aljubarrota desde a
sua fundação; Administrador da Fundação D.
Manuel II desde 2013; Membro da Direcção
78
Hippocampus
Foto: CNC
da CCIP – Câmara de Comércio e Indústria
Portuguesa desde 2010; Presidente Executivo
da Associação Prémio Infante D. Henrique
desde Dezembro de 2002 (The Duke of
Edimburgh´s Award em Portugal).
Ao mesmo tempo, Miguel Horta e Costa foi
nomeado pelo Presidente da República de El
Salvador, Dr. Armando Calderon Sol, Cônsul
Geral Honorário em Portugal; foi Vice-Presidente
do ACP – Automóvel Club de Portugal
(2006-2015); foi eleito Vice-Presidente dos
Alumni do ISEG (Universidade de Lisboa)
em 2014; foi Comodoro do Cube Naval de
Cascais (2005-2020); foi condecorado por
Sua Excelência o Presidente da República,
Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, com a
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Infante D.
Henrique, a 10 de Junho de 2014; em Junho
de 2014 recebeu a “Freedom of the City of
London” pelo Lord Mayor; em Outubro de
2013 recebeu o Prémio Dário Moreira de
Castro Alves pela Câmara de Comércio e
Indústria Luso-Brasileira; em 2005 recebe
o reconhecimento como Personalidade
Empresarial Luso-Brasileira– 2005 pela
ADBV; em 2003 foi homenageado como
“Personalidade do Ano 2003” pela Câmara
Portuguesa de Comércio e Indústria de
São Paulo no Brasil, na presença de Sua
Excelência o Presidente da República,
Dr. Jorge Sampaio; em 2003 recebeu o
“Prémio ao Empresário Português do Ano
2003” pela Câmara de Comércio e Indústria
Luso-Espanhola.
Miguel Horta e Costa foi condecorado
com as Grã-Cruzes das Ordens de Mérito
Civil de Espanha, e de Mérito de Itália e
do Luxemburgo; foi condecorado com a
Grã-Cruz de Mérito Melitense da Ordem
Soberana Militar de Malta; foi condecorado
como Grande Oficial da Ordem Nacional do
Mérito de França. E é também: Comendador
da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição
de Vila Viçosa; Cavaleiro Grã-Gruz
de Honra e Devoção da Ordem Soberana
Militar de Malta (tendo sido Vice-Presidente
da Associação Portuguesa de 2005 a 2012,
e Embaixador da Ordem em Cabo Verde de
2004 a 2011); Cavaleiro Grã-Cruz de Justiça
da Ordem Constantiniana de S. Jorge, e
seu delegado em Portugal; e Comendador
da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro
de Jerusalém.
A condecoração do CNC como membro honorário da Ordem Nacional do Infante D. Henrique
foi dos momentos mais altos para Miguel Horta e Costa enquanto seu Comodoro
sinais são nesse sentido, podendo começar
a criar-se um caminho e um fim
para esta terrível pandemia, que tem
sido devastadora em termos de saúde
pública e de consequências para os
nossos concidadãos, mas também para
a economia, porque os efeitos desta
paragem do país têm sido dramáticos.
Espero que estas boas notícias que
recentemente tivemos, deste plano de
recuperação económica que está a ser
analisado a nível nacional, com o apoio
das verbas que vêm da União Europeia,
tenham os esperados frutos. Penso que
é um “balão de oxigénio”, digamos
assim, do qual o país muito precisava.
Eu tenho aqui uma posição optimista,
apesar de todas estas nuvens negras que
temos tido da pandemia. A vida tem
de continuar, e eu penso que o clube
esteve muito bem também.
H - E quanto ao futuro, numa panorâmica
mais abrangente? Não
propriamente o pós-pandemia, que é
algo que ainda ninguém descortinou
quando e como vai acontecer, mas
qual será o caminho que o clube
deveria seguir no futuro? E, já agora,
quais os seus próprios planos para o
futuro, nomeadamente nesta área,
mas não só?
MHC - Eu julgo que o caminho que
o clube tem trilhado é um caminho de
sucessos. E, portanto, o que eu diria é
que me parece que é de perseguir esse
caminho. E se há algo a que eu tenho assistido,
e com que me tenho regozijado,
gostado de ver e de viver, é o espírito
de união, de profunda amizade, que
eu sinto entre os sócios que lideram a
vida do clube. Aqui, há, realmente, um
espírito de amizade, de cumplicidade,
de envolvimento, de dedicação que são
notáveis – no fundo, são os melhores
ingredientes para o sucesso do clube.
Uma liderança forte torna o clube
também mais forte. Creio que o caminho
que tem sido trilhado deve
prosseguir, deve continuar, e oxalá que
alguns estrangulamentos e problemas
que esta situação tem causado venham
a desvanecer-se a pouco a pouco com
o tempo.
Em relação a mim, e como disse no
início, sinto-me hoje a viver, com muito
gosto, o Outono da minha vida. Ainda
estou activo, participo ainda em várias
instituições, e estou, até, como deve ser
evidente, relativamente activo – não
propriamente como executivo, porque
isso já teve o seu tempo. Mas, por outro
lado, sinto que há ainda muita coisa que
quero fazer, que quero conhecer. Tive
que interromper algumas viagens que
vinha fazendo, pelas dificuldades de
viajar que a pandemia trouxe, mas quero
também participar um pouco mais na
vida dos meus netos, isso é uma coisa
que também me atrai e eu penso que
é para aí que irei, progressivamente,
apontando.
Clube Naval de CASCAIS 79
Interview Miguel Horta e Costa
Umbilical connection
Commodore of Clube Naval de Cascais over the past fifteen years, Miguel Horta e
Costa does not hesitate to point this as one of the roles he has been most pleased
to perform, despite his enviable resume. In times of succession in the position, the
“mandatory” input of someone who maintains with the CNC a very close connection
Miguel Horta e Costa, a manager of
reknowned skills, evident in his vast
and (very) fullfilled professional career, has
always been deeply connected to the sea and
the region of Cascais, where he grew up and
lived. Over the past fifteen years, he has held
the position of Commodore of Clube Naval de
Cascais, a period during which he participated
in some of the highest and most memorable
moments in the history of the club, to which
he will be, forever, umbilically connected.
Now is time to embrace new challenges.
Particularly on a personal and family level. Not
without first taking stock of a decade and a
half at the service of CNC, in a position that,
clearly, stands out as being one that gave him
greatest pleasure.
Hippocampus - It was fifteen years of
Miguel Horta e Costa as Commodore of
Clube Naval de Cascais. And if not many
have performed this function throughout
the 82 years of CNC’s history, the list is made
up of distinguished figures. We couldn’t,
therefore, fail to start by asking you what
balance you make of this decade and a half...
Miguel Horta e Costa - For me, it was a very
rich experience. Not long ago, I told Gonçalo
Esteves, our President, that looking back on this
phase of my life, which is kind of an autumn,
and thinking about all the positions I have held
in recent years, this one, as Commodore of the
CNC, was undoubtedly the one that gave me
the most pleasure - first, because I really have
always had a great passion for the sea; then,
because Cascais and Estoril are connected
with my whole life.
Since I was five years old, when I came to
live in Estoril, my whole life has been here, so
I am deeply attached to Estoril and Cascais.
It was here that I lived and grew up, let’s say,
that I created friendships that still last today,
and some of them strengthened over the
years. I did my entire secondary school in a
school here in Estoril, Colégio João de Deus,
of which I have great memories, and so this
position of CNC Commodore was, for these
fundamental reasons, a position that gave me
the greatest pleasure.
But also, of course, because over these fifteen
years I have experienced a whole series of events
and participations in the club. Throughout
this decade and a half in which I was Commodore,
the CNC has had a really brilliant,
intense and extremely successful sporting
activity in terms of sporting results; and also
results for the CNC itself, since the club has
defended its colours in international trophies,
and particularly in the Olympic Games - our
participations in the Olympic Games have
always been outstanding, and so, for all these
reasons, and also because of the people I have
met over these years and with whom I have
lived, they have been enrichments that I do
not forget!
H - In that context, and considering that
summary which is not too succinct, can
you still identify those who are the highlights
of this consulate of yours, let us call it
that? Those that you will not forget in any
way, those that have marked you the most
and will remain, most definitely, in your
memory album?
MHC - I would start by making two references.
One, the celebrations of the 75th
anniversary of the CNC, in which I had the
opportunity to participate in the ceremony of
the club’s award as an honorary member of the
National Order of Infante D. Henrique, which
was a very important moment for the club,
and for its members. An order to which I am
personally connected, since I am also a Grand
Cross of the Order of Infante D. Henrique.
It was indeed a moment of reference for me.
And more recently, at the 80th anniversary
of the CNC, another no less important award.
If the first was conferred by the then President
80
Hippocampus
of the Republic, Prof. Cavaco Silva, the second
was attributed by the current President of the
Republic, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa - the
Order of Public Instruction. This was another
very important moment, which I experienced
with great intensity and from which I hold
unforgettable moments, that were a privilege
and a great honour for me.
Apart from that, of course, I have experienced
the club’s participation in great races here in
our wonderful Cascais Bay, which is indeed
an exceptional race course, now famous all
over the world. Trophies disputed here, just
to mention a few, and not to be exhaustive:
in 2007, the ISAF World Championship, a
very important moment for the CNC, I had
been recently appointed as Commodore. Then
others followed, more regular races, like the
Trophy His Majesty King Juan Carlos I of
Spain, from the Dragon class, which is today
grade one in Portugal, and which has been
repeated every year with immense brilliance.
And races that are really extraordinary even
in terms of spectacle, such as the Super Series
of TP 52, RC 44 and other classes. And, also,
those events that the nautical and sportive
calendar of the club has already accustomed its
members and the country, such as the Winter
series, the Quebramar trophy, all those trophies
that have always made me live the life of the
club in a very intense way.
And I don’t want to forget to mention, since
I am also doing a bit of summarising, two
aspects that, for me, are very striking of what
the image, the DNA, of the CNC is. The first
are the sailing schools, which are really extraordinary
in terms of the number of participants,
of young people who come here to take their
first steps in sailing, currently sponsored by
the Mirpuri Foundation, which is today a
foundation with a brilliant image linked to
the sustainability of the planet. And, also, Vela
Adaptada – Adapted Sailing, which is another
CNC initiative, led by Charles Lindley, which
has undoubtedly been an extraordinary added
value to the club’s image, for the spirit, for what
it represents, for its effects, for its results - is
undoubtedly worthy of all merit.
H - What about the club itself? Although
there is total independence of the position,
there is no doubt that it has been fifteen
years following directions. And, therefore,
in which areas, in which aspects, does the
Commodore of these past fifteen years
consider that the club has progressed more,
has evolved more?
MHC - I believe the CNC has progressed
in an almost transversal way regarding its
different aspects, and in a continuous way.
When I started my first term as a Commodore,
these facilities did not exist; the facilities of the
club were a shed here in the area, where all the
vessels are now in their trailers. We were at a
work stage, and the club then came to have
these facilities, which I think are magnificent,
benefiting, of course, from this whole seafront,
this waterfront which is really unique.
These facilities were an important moment,
and they required a lot of effort and dedication
to the different managements that were
involved in them. The first management
had Miguel Magalhães as its president. Then
succeeded José Cândido Sottomayor Matoso,
another reference sailor, a unique figure of
the club. And finally, this board, chaired by
Gonçalo Esteves.
They all had a lot of merit in the initiatives
they carried out, and in the different decisions
they took, both in the the club’s infrastructure
and its resources, often taking advantage of
international trophies to strengthen the club’s
sporting patrimony. And they also gave the
club an increasingly competitive mark, of more
involvement in sailing competition. And today,
the CNC can be proud of having a calendar of
events spread throughout the year that are, in
fact, the leadership that the club unquestionably
assumes in national sailing. In fact, for some
reason, over the last few years, the CNC has
attracted sectors from all over the world that
come not only to compete in our races, but
have even been leaving their boats and vessels
at the club, living the life of the club intensely.
H - Some even come here specifically to
train, to prepare for great world events.
Reference names and reference vessels come
here, there are no races or events, but they
come here to train and this is where they
are based...
MHC - That’s right! This sporting life that
the club has been intensifying more and
more has also been reflected in its image. The
CNC, today, has an extremely meritorious
and outstanding presence in international
organizations. I would like to mention one,
the International Council of Yatch Clubs, in
which the club participates and has already
hosted a great meeting of the ICOYC here, and
this is a sign of the prestige that the CNC has
registered throughout all these years.
Another aspect that I consider to be equally
worthy of reference: when I started my functions
as Commodore, I believe the CNC only had the
Iate Clube do Rio de Janeiro as its correspondent.
Today, I think we are clearly on our way
to 25 references. All extremely important clubs,
with a reference image in sailing undeniable
all over the world. Two or three that I lived
and participated intensely in the processes, in
establishing the correspondence agreement: the
Yacht Club de Monaco and the Royal Hong
Kong Yatch Club. Today, the CNC is proud
to have correspondences with those who are
the vanguard sailing clubs in the world. This is
only possible because of the prestige that, over
the years, these managements have imprinted
on the life of Clube Naval de Cascais.
H - Insisting a bit more on this aspect, considering
your life and professional career,
your enviable experience in management
and direction of companies, including at
governmental level, of institutions that have
gained significant international presence
when you were part of their respective
leadership: how do you look at this international
aspect of the CNC? Has it been a
positive strategy?
MHC - Very positive and very successful.
I make no secret of the fact that not only
reference members of the club contributed
to this. And the first one I would mention
is Dr Patrick Monteiro de Barros, Honorary
Commodore of the CNC - who was, actually,
largely responsible for my succession as Commodore.
An international sailing reference,
and who, at heart, lends his personal prestige
to the club, and has undoubtedly been an
exceptional ambassador for Clube Naval de
Cascais throughout the world. In addition
to the many trophies he has won throughout
his life as a sailor, and his participation in the
Olympic Games, he recently has also been
very successful in the 6-metre class, namely
in the Prince of Asturias in Spain. He is, in
fact, a virtually timeless sailor.
But besides him, other members who gave
their name to the club and who today are in
the memory of everyone: the Bello brothers,
the Quina brothers, and more recently, our
presidents and board members, all with international
participations. Miguel Magalhães,
José Sotto Mayor Matoso and Gonçalo Esteves
Clube Naval de CASCAIS 81
Interview Miguel Horta e Costa
are currently sailing references in Portugal,
but with extremely important participations
in international terms - and hence also their
interest in projecting the club internationally.
And they have done so with unquestionable
success.
H - So you think the club has a good the
image abroad?
MHC - I would say it could hardly be better.
It is clear that the quality of our sailors contributed
to this, because today we have athletes of
unquestionable quality, with enviable acclaim,
even with Olympic participation, meaning,
they are sailors of unquestionable nomination.
But there are other aspects that have contributed
to all this. And there is one aspect, in
this regard, that I must mention, because it
clearly deserves applause from everyone: the
contribution that the council, the Municipal
Council of Cascais, has made, stimulating,
promoting and supporting the development
of sailing and, of course, also the development
of Clube Naval de Cascais. I think that both
the President, Dr Carlos Carreiras, and the
Vice-President, Eng. Miguel Pinto Luz, have
been two extraordinary enthusiasts of sailing
and recreational boating, electing the sea as a
strategic goal of the council itself. The sea, as
the Natural Park in which we are inserted, is,
for the Municipal Council of Cascais, one of
the great strategic plans. And this is reflected
in the development and even the international
projection that the club has had.
H - So, how do you think the importance
of the club has evolved, both for the region
and for its people? There are a series of
activities that the club develops that are
not exclusively for its members or for the
athletes, right? There are several beneficiaries
of the club’s existence and its activities
that go beyond the members...
MHC - Exactly! And so it should be. I
mean, deep down, this is an open-door club,
and therefore it is completely inserted in the
municipal life - and many of its events are
open to young people, who come here to
participate and benefit from the conditions
that the CNC offers, such as being located on
this seafront of the Bay of Cascais. There is a
very close interconnection between the club
and the municipality, between the club and
the people of Cascais.
The people of Cascais, even those who are not
members of the CNC, feel it as theirs, right?
It’s their club too. And I think this is due to the
spirit that the management has imprinted on
their action, but also to the spirit of the Municipal
Council of Cascais, the municipality has
done exactly that, articulating the sporting life
of the club with the life of the municipality, like
Festas do Mar and other events. And, in this
way, there is a very happy symbiosis between
the club and the people of Cascais.
H - In this unique phase that we are going
through, there are no doubt today that
Cascais has behaved in the face of this pandemic,
in a generic way, and for different
reasons, like few municipalities in Portugal.
And the CNC as well: it is not by chance
that it was precisely in Portugal and at the
CNC that the first international race took
place after the pandemic. Do you think
that the members and the population have
knowledge of this performance, both of the
council and of the CNC, which is different
from most of its counterparts at a national
level and beyond?
MHC - I would like to start by saying that I
am sure that the municipality and the people
of Cascais are proud of the way in which the
Municipal Council of Cascais has led the fight
against the pandemic in their municipality. I
think that it has been an example at a national
level, and local leaders cannot have more merit
for all the initiatives they have taken, which
are unprecedented in our country.
Maybe it’s of more restricted knowledge
what the club has done. I recognise that, more
attentive citizens who know a bit about sporting
life, about the life of the club, have realised
this - but it is not really common knowledge.
I believe that life has to go on, hopefully this
pandemic will pass as soon as possible. That
in the medium term we will have vaccines, all
the signs point in that direction, and a path
and an end can begin to be created for this
terrible pandemic, which has been devastating
in terms of public health and consequences for
our fellow citizens, but also for the economy,
because the effects of the country’s halt have
been dramatic.
I hope the good news we have had recently,
from this economic recovery plan that is being
examined at national level, with the support
of funds coming from the European Union,
will bear the expected results. I think it is
an oxygen balloon’, so to speak, the country
desperately needed. I take an optimistic view
here, despite all these dark clouds we have had
from the pandemic. Life has to go on, and I
think the club did very well too.
H And regarding the future, in a more
comprehensive overview? Not specifically
the post-Pandemic, which is something that
no one has yet figured out when and how it
will happen, but what path should the club
follow in the future? And, also, what are
your own plans for the future, especially
in this area, but exclusively?
MHC - I think the path the club has been
walking is a path of success. And therefore,
what I would say is that seems to me the path
to be pursued. And if there is something that
I have seen, and that I have enjoyed, enjoyed
seeing and living, is the spirit of unity, of deep
friendship, that I feel among the members who
lead the life of the club. Here, there is indeed
a spirit of friendship, of complicity, of involvement,
of dedication that are remarkable - in
the end, they are the best ingredients for the
success of the club.
A strong leadership makes the club stronger
too. I think the road that has been taken must
continue, and I hope that some of the struggles
and problems this situation has caused will
gradually fade over time.
As for me, and as I said at the beginning, I
feel like I am currently living the autumn of
my life. I am still active, I still participate in
various institutions, and I am even, of course,
relatively active - not exactly as an executive,
because that has had its time. But, on the other
hand, I feel that there is still a lot I want to do,
that I want to know. I had to interrupt some
trips that I had been making, because of the
difficulties of travelling that the pandemic
brought, but I also want to participate a little
more in the lives of my grandchildren, that is
something that also appeals to me and I think
that is where I will progressively point to.
82
Hippocampus
AN ENVIABLE JOURNEY
A father of two and grandfather of five,
Miguel Horta e Costa is one of Portugal’s best-
-known and reputed managers. He graduated
in Economics from the University of Lisbon
(I.S.C.E.F.) and has post-graduate degrees in
Business Organisation and Management from
the Management College (BPO - University
of Birmingham) and the University of Navarra
(AESE/IESE). He began his professional career
at CTT - Correios e Telecomunicações
de Portugal, in 1972, a company in which
he held different management positions,
including General Manager, to which he was
appointed in 1981.
In the following year he assumed the position
of President of the Board of Directors
of Companhia Portuguesa Rádio Marconi,
S.A., later returning to CTT and TLP in 1984,
as Vice-President of the Board of Directors,
until his appointment, in August 1987, as
Secretary of State for Foreign Trade of the XI
Government of the Portuguese Republic, a
position he held until April 1990 - after having
been for eight months during 1976, Assistant
to the then Secretary of State for Finance, Dr
António Sousa Franco.
His professional career also includes, among
others, positions as Executive Director of
Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa
(1990-1992); Vice-President of AIP - Associação
Industrial Portuguesa (1991-1994); President
and Member of the Board of Directors of
SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços
(1991-1995); Executive Vice-President of
the Board of Directors of Banco ESSI, S.A.
(1992-1994); President of the Board of Directors
of Euroges Factoring, S.A. (1991-2002);
Non-Executive Director of PGA - Portugália
Airlines (1993-2007); Non-Executive Director
of Telefonica, S.A. (1998-2006); Executive
Director of SIC - Sociedade Independente
de Comunicação, S.A. (1998-2002); Non-
-Executive Director of BES Investimento,
S.A. (1999-2002); Non-Executive Director
of Banco Espírito Santo, S.A. (2005-2008);
Chief Executive Officer and President of the
Board of Directors of Portugal Telecom Internacional,
S.A. (1998-2000); Chief Executive
Officer of Portugal Telecom, SGPS, S.A.
(2002-2006, having been Vice- President of
the PT Group from 1995 until his appointment
as President of the Executive Committee
of the Board of Directors); President of the
Portuguese-Ukrainian Chamber of Commerce
(2011-2017); Executive President
of CIPE - Confederação Internacional dos
Empresários Portugueses (2006-2015);
Director of Boston Communications Group
(2006-2007); General- President of Portugal
for the Year of Portugal in Brazil and of Brazil
in Portugal (2012-2013, by Resolution of the
Council of Ministers of 22 December 2011);
Executive Vice-President of the Board of Directors
of BESI, S.A. (2006-2015); Executive
Vice-President of the Board of Directors of
Haitong Bank, S.A. (2015-2016); Member
of the Advisory Board of Haitong Bank,
S.A. (2016- 2017); President of the Board of
Trustees of Fundação Luso-Brasileira since
May 2014; President of the Board of Directors
of Fundação Luso-Brasileira (2009-2014).
Vice-President of the Board of Directors of
the Luso-Brazilian Foundation (2003-2009);
Director of the Batalha de Aljubarrota Foundation
since its creation; Director of the D.
Manuel II Foundation since 2013; Member
of the Board of CCIP - Portuguese Chamber
of Commerce and Industry since 2010; Executive
President of the Infante D. Henrique
Prize Association since December 2002 (The
Duke of Edimburgh’s Award in Portugal).
At the same time, Miguel Horta e Costa was
appointed by the President of the Republic of
El Salvador, Doctor Armando Calderon Sol,
Honorary Consul General in Portugal; he was
Vice-President of ACP - Automóvel Club de
Portugal (2006-2015); he was elected Vice-
-President of the Alumni of ISEG (University
of Lisbon) in 2014; he was Commodore of
Clube Naval de Cascais (2005-2020); he was
decorated by His Excellency the President
of the Republic, Doctor Aníbal Cavaco Silva,
with the Grand Cross of the National Order
of Infante D. Henrique, on June 10th 2014;
in June 2014 he received the “Freedom of
the City of London” from the Lord Mayor; in
October 2013 he received the Dário Moreira
de Castro Alves Award from the Portuguese-
-Brazilian Chamber of Commerce and Industry;
in 2005 he received the recognition as
a Portuguese-Brazilian Business Personality
- 2005 from ADBV; in 2003 he was honoured
as “Personality of the Year 2003” by the Portuguese
Chamber of Commerce and Industry
of São Paulo in Brazil, in the presence of His
Excellency the President of the Republic,
Dr Jorge Sampaio; in 2003 he was awarded
the “Prize to the Portuguese Entrepreneur of
the Year 2003” by the Portuguese-Spanish
Chamber of Commerce and Industry.
Miguel Horta e Costa was condecorated with
the Grand Cross of the Orders of Civil Merit
of Spain, and Merit of Italy and Luxembourg;
he was decorated with the Grand Cross of
Melitense Merit of the Sovereign Military
Order of Malta; he was decorated as Grand
Officer of the National Order of Merit in
France. He is also: Commander of the Real
Ordem de Nossa Senhora da Conceição de
Vila Viçosa; Knight Grand Cross of Honour
and Devotion of the Sovereign Military Order
of Malta (having been Vice-President of the
Portuguese Association from 2005 to 2012,
and Ambassador of the Order in Cape Verde
from 2004 to 2011); Knight Grand Cross of
Justice of the Ordem Constantina de S. Jorge,
and its delegate in Portugal; Commander of
the Order of Cavalry of the Holy Sepulchre
of Jerusalem.
Clube Naval de CASCAIS 83
Clube 52 Super Series 2021 confirmadas para Cascais
Regresso anunciado
Como se previa, em 2021, está de regresso a Cascais, e ao calendário
desportivo do CNC, o mais prestigiado e importante circuito
de monocascos do mundo: as 52 Super Series. De 12-17 de Julho,
as águas cascalenses têm a honra de voltar a acolher o sempre muito
aguardado Rolex TP52 World Championship
84
Hippocampus
Éde há muito (re)conhecida a preferência
da maioria dos grandes velejadores do
mundo que passam pelo mar de Cascais por
disputar nas suas águas as regatas oceânicas
em que marcam presença. Algo que, ao longo
dos anos, tem sido especialmente notório
no caso das 52 Super Series, com toda a
justiça considerado como o mais importante
circuito de monocascos do mundo.
Após o interregno de 2020, a espectacular
competição, protagonizada pelos altamente
performantes TP52, que a bordo têm sempre
alguns dos mais prestigiados e laureados
nomes da vela, está de regresso a águas
cascalenses, e logo para disputar uma das
mais importantes provas do calendário.
Assim, de 12 a 17 de Julho do próximo
ano, será em Cascais que se realizará a terceira
ronda do campeonato, o Rolex TP52
World Championship, mais uma soberba
oportunidade para ver evoluir os que são
considerados como os “Fórmula 1” dos
mares, tripulados por alguns dos melhores
velejadores da actualidade.
Esta será a segunda vez que o Campeonato do
Mundo do circuito se disputará em território
luso, e ainda estarão frescos na memória de
todos os magníficos momentos proporcionados
pela última passagem do mesmo pelo
nosso país. As fantásticas condições, de vento
e de mar, garantiram uma acérrima luta pela
vitória até final, com o Quantum Racing a
levar a melhor, mas por apenas três pontos de
vantagem, sobre o Azzurra.
Também valerá a pena recordar o quão
estreita, antiga e profícua é a ligação entre os
TP52 e o Clube Naval de Cascais. Esta é uma
etapa especialmente apreciada pelas equipas
que disputam o circuito, cujos membros
Clube Naval de CASCAIS 85
Club 52 Supers Series 2021 confirmadas para Cascais
nunca cessam de enaltecer factores como
as magníficas e desafiantes condições dos
campos de regatas cascalenses para a prática
da vela, inclusivamente ao mais alto nível; a
arte de bem receber que caracteriza Portugal
e marca todas as organizações do CNC; ou a
invejável gastronomia lusitana. Predicados que
fazem sempre da passagem por Cascais um
dos pontos altos da época das 52 Super Series,
a que se junta a extrema competitividade do
campeonato, por norma, ainda mais notável
na ronda portuguesa.
Esta é, pois, mais uma oportunidade imperdível
para assistir, ao vivo e a cores, a um dos
mais aguerridos circuitos de vela da actualidade,
e para ver em acção alguns dos melhores velejadores
do mundo. Em que as grandes estrelas
também são os magníficos monocascos capazes
de superar os 20 nós quando a velejar com vento
pela popa, e em que içar o balão no topo do
mastro com 22 metros de altura demora, em
média, dois a três segundos, o que diz bem das
capacidades tanto destas embarcações como
de quem as tripula.
CALENDÁRIO PRATICAMENTE
DEFINIDO
Para além do Rolex TP52 World Championship,
a realizar em Cascais, o calendário
de 2021 das 52 Super Series contará com
mais quatro etapas, duas agendadas para
antes da ronda lusa, as outras duas a levar a
cabo após a passagem do circuito pelo nosso
país. Todas a realizar ou no Mediterrâneo
Ocidental, ou na costa atlântica ibérica –
duas delas inéditas –, no que promete ser um
ano emocionante e altamente competitivo.
86
Hippocampus
A temporada terá início de 3 a 8 de Maio,
em Saint Tropez, considerada a jóia da coroa
da Riviera francesa. Local que as 52 Super
Series visitam pela primeira vez, embora a
maioria dos velejadores que participam no
campeonato tenha já aí disputada diversas
regatas, nesta e noutras classes, já que não é
raro ver os TP52 a participar na Les Voiles
de Saint Tropez, a clássica regata de Outono
levada a cabo em águas gaulesas. Sendo que,
em plena Primavera, Saint Tropez promete
oferecer condições de prova bastante desafiantes,
que podem variar entre ligeiras brisas
marítimas e o forte vento Mistral de Norte.
Segunda etapa do circuito, segunda novidade.
A frota dos TP52 rumará, então, a
norte para, entre 5 e 10 de Junho, disputar
a ronda de Baiona, a conhecida localidade
costeira da Galiza, situada na região de
Pontevedra, a sudoeste da capital Vigo. É
esperado um caloroso acolhimento às 52
Super Series por parte das gentes locais, que
há vários anos vêm lutando para que as suas
águas acolham o prestigiado campeonato de
monococascos, as mesmas em que tantos
velejadores de offshore e oceânicos espanhóis
de topo evoluem regularmente.
Especialmente feliz estará Victor Mariño,
bi-campeão mundial a bordo do Platton,
pelo facto de as 52 Super Series visitarem a
sua região natal, ou não fosse um natural de
Vigo. Também o CNCascais se orgulha de
ter um seu clube correspondente a organizar
esta etapa do circuito: o Monte Real Clube
de Yates de Baiona!
Depois, e como já referido, será tempo de
levar a cabo o Rolex TP52 World Championship,
em meados de Julho, em Cascais,
a que se seguirá a quarta etapa do circuito,
na inevitável baía de Palma de Maiorca
– local que, um pouco à semelhança da
ronda portuguesa, constitui uma espécie
de “namoro eterno” com as 52 Super Serie.
Puerto Portals irá receber a competição de 23
a 28 de Agosto, encerrando-se o calendário
com uma quinta jornada, ainda com data
e local a definir.
A propósito da edição de 2021 das 52 Super
Series, Agustin Zulueta, CEO do circuito,
refere: “Não há como contornar o facto
de o ano de 2020 ter sido muito limitado,
pelas razões de todos conhecidas, pelo
que tudo fizemos para oferecer aos nossos
armadores, às nossas tripulações e aos
nossos muitos adeptos a soberba oportunidade
de se nos juntarem em locais que
são novos para nós, mas que cumprem na
plenitude os nossos princípios basilares
de visitarmos novos locais, sem deixar de
marcar presença naqueles que são, já, os
nossos favoritos”.
Por seu turno, Rob Weiland, responsável
máximo da classe TP52, afirma: “Seja qual
for o padrão de avaliação, é impossível
não enaltecer um circuito que passa por
Saint Tropez, Baiona, Cascais e Puerto
Portals – em termos tanto de vela, como
da vertente social, para mais quando
decidimos limitar-nos ao Mediterrâneo
Ocidental e à Costa Atlântica Ibérica.
Espero que, em 2021, possamos, enfim,
ter a oportunidade de realizar a regata
comemorativa do 20º aniversário da
Classe TP52, pois são muitos os que
anseiam por esta regata e pela oportunidade
de ver mais de duas dezenas de
TP52 a velejar juntos – faremos tudo o
que estiver ao nosso alcance para que tal
seja possível”.
Clube Naval de CASCAIS 87
Club 52 Super Series 2021 confirmed for Cascais
Announced return
As expected, it will return to Cascais and to the sports calendar
of the CNC in 2021, the most prestigious and most important single-haul
circuit in the world: the 52 Super Series. From July 12th to the 17th
the waters of Cascais will have the honour to host once again
the Rolex TP52 World Championship
It has been known for long the preference
of the majority of the greatest sailors in
the world who have passed through the
waters of Cascais to dispute races in its
ocean waters. Something that through the
years has been particularly marked in the
case of the 52 Super Series, in all fairness
considered the most important single-hull
circuit in the world.
After the interregnum of 2020, the spectacular
competition starring the highly
prestigious TP52, that always have on board
some of the most prestigious and awarded
names in sailing, is back to the waters of
Cascais to dispute one of the most important
races of the calendar. Thus, from July 12th
to the 17th of next year, will be disputed in
Cascais the third round of the championship,
the Rolex TP52 World Championship, yet
another superb opportunity to watch develop
those considered the “Formula 1” of the seas,
manned by some of the best sailors of today.
This will be the second time the World
Championship of the circuit will be disputed
in Portuguese territory and are still
fresh in everyone’s memory the magnificent
moments provided by its last presence in
our country. The fantastic wind and sea
conditions assured a fierce fight for the final
victory, with Quantum Racing prevailing
but only by three points over Azzurra.
It is also worth remembering how close,
long and fruitful the connection between
the TP52 and Clube Naval de Cascais is.
This is a stage particularly appreciated by
the teams that dispute the championship,
whose members never cease to praise factors
such as thew magnificent and challenging
conditions for sailing of the regatta fields of
Cascais, even at the highest level; the art of
hospitality that characterises Portugal and
marks all CNC events; or the enviable Portuguese
gastronomy. Attributes that always
make passing by Cascais one of the highlights
of the 52 Super Series season, adding
the extreme competitiveness, usually even
more remarkable in the Portuguese round.
Therefore, this is another unique opportunity
to watch live one of the most disputed
sailing circuits of today, and to see in action
some of the best sailors in the world. The
starts are also the magnificent single-hauls,
capable of reaching over 20 knots when
sailing full speed and hoisting the mainsail
88
Hippocampus
up the 22-meter-high mast takes, in average,
two to three seconds, which speaks well of
the skills of these vessels and their crews.
CALENDAR ALMOST DEFINED
Apart from the Rolex TP52 World Championship
to be held in Cascais, the 2021
calendar of the 52 Super Series will count on
four other stages, two schedules before the
Portuguese round, the other two will take
place after passing by our country.
All of them held either on the Mediterranean
Sea or on the Iberian Atlantic Coast
– two of them unprecedented – in a year
that promises to be exciting and highly
competitive.
The season will begin from May 3rd to the
8th in Saint Tropez, considered the Crown
Jewel of the French Riviera. A location visited
for the first time by the 52 Super Series,
although most sailors participating in the
Championship have disputed here several
races, in this class and others, since it is not
unusual to see TP52 participating in Les
Voiles de Saint Tropez, the classic autumn
regatta held in French waters.
Given that in the middle of Spring, Saint
Tropez promises to offer fairly challenging
racing conditions, that can vary from slight
sea breezes to strong mistral wind from the
north.
Second stage of the circuit, second novelty.
The TP52 fleet will then sail north to dispute
between June 5th and the 10th the Baiona
round, the well-known coastal town of
Galicia, located in the region of Pontevedra,
southeast of the capital city of Vigo.
A warm welcoming to the 52 super Series
is expected by locals, who for several years
have been fighting to host the prestigious
single-haul championship in their waters,
the same in which many Spanish offshore
and ocean top sailors regularly flourish.
Victor Mariño, two-time world winner on
board of Platton, must be particularly happy
that the 52 Super Series will visit his home
town, having been born in Vigo. The CNC
is also proud of having a correspondent club
organising this stage of the circuit: the Monte
Real Clube de Yates de Baiona!
Afterwards, as previously mentioned, the
Rolex TP52 World Championship will
roam in mid-July to Cascais, followed by
the fourth stage of the circuit at the inevitable
bay of Palma de Majorca – a place, as
for the Portuguese round, that represents
a sort of “everlasting affair” with the 52
Super Series. Puerto Portals will host the
competition from August 23rd to the 28th,
and the calendar will close with a fifth
round with date and place still pending
confirmation.
Regarding the 2021 edition of the 52
Super Series, Agustin Zulueta, CEO of the
circuit, states: “It is not possible to deny
the fact that the year of 2020 was very
limited, for the reasons we all know, so
we did everything we could to offer our
shipowners, our crews and our many supporters
the superb opportunity to join us
in places that are new to us but fully meet
our fundamental principles of visiting
new locations, but still being present at
those who already are our favourites”.
In its turn, Rob Weiland, the person responsible
for the TP52 Class, affirms: “Regardless
of the assessment criteria, it is impossible
to not praise a circuit that passed by
Saint-Tropez, Baiona, Cascais and Puerto
Portals – both in terms of sailing and of
social aspect, moreover when we decided
stay in the Occidental Mediterranean and
the Iberian Atlantic Coast. I hope that in
2021 we can at last have the opportunity
to hold the commemorative regatta of
the TP52 Super Series’ 20th anniversary,
because there are many looking forward
to this race and to the opportunity to see
more than two dozens of TP52 sailing
together – we will do everything in our
power to make this possible”.
Clube Naval de CASCAIS 89
Clube Cursos de Verão 2020
Fórmula de sucesso
Dúvidas ainda houvesse, a Escola de Vela Mirpuri Foundation,
do Clube Naval de Cascais, é mesmo um dos seus sectores
fundamentais. E os Cursos de Verão deste atípico 2020
provaram isso mesmo, através de uma adesão absolutamente
extraordinária, que voltou a garantir-lhes um invejável êxito
Oano de 2020 está a ser, sem dúvida,
um ano atípico. Mas, como Glenia
Santiago uma vez disse, e muito bem, “A
vida é como velejar: você vai ajustando as
velas conforme as necessidades”. E foi precisamente
isso que a formação do Clube Naval de
Cascais decidiu fazer para garantir a melhor
experiência para os seus alunos durante este
Verão. A Escola de Vela Mirpuri Foundation,
certificada pela Federação Portuguesa de
Vela como Escola de Vela Gold, vai de vento
em popa nas suas actividades, e com muitas
expectativas positivas para a época desportiva
de 2020-2021.
Este ano, mesmo com os inesperados acontecimentos
de todos bem conhecidos, o Clube
Naval de Cascais, um dos clubes náutico mais
inovadores do país, iniciou as inscrições para
a sua Escola de Vela em Junho, e de imediato
se deu conta da grande adesão e interesse na
participação das crianças, jovens e adultos nos
seus Cursos de Verão. Mesmo com algumas
restrições, e com as mudanças na forma como
certas coisas passaram a ter que ser efectuadas,
a Escola de Vela do CNCascais está sempre
a melhorar aquilo que faz. Continuando o
CNC, enquanto clube, a proporcionar dias
fantásticos, com muita actividade, diversão
e aprendizagem para todas as faixas etárias,
levando sempre em conta as necessidades
individuais e o bem-estar colectivo.
Ainda que atrás de máscaras, a equipa de
profissionais do CNC continua a trabalhar
para gerar alegria através de aulas inesquecíveis,
marcando da melhor forma o Verão e a vida
dos alunos. Até meados de Agosto de 2020,
a Escola de Vela Mirpuri Foundation logrou
receber a inscrição de mais de 500 participantes
(entre crianças, jovens e adultos) durante todos
os dias, na sua maioria de segunda a sexta-feira,
para aprenderem a velejar e a experimentar
barcos de diversas classes, sempre com muita
diversão. Nos dias de muito vento, ou com
pouco vento, também são utilizados os caiaques
e o standup paddle como boas ferramentas para
90
Hippocampus
o desenvolvimento de uma melhor adaptação
aquática para as actividades náuticas.
EQUIPA A PRECEITO
Para elaborar e desenvolver boas actividades
para todos os alunos, a Escola de Vela Mirpuri
Foundation contou com uma equipa
de onze treinadores especializados em vela,
coordenados pela professora e treinadora
Fernanda Hoffmann, os quais assumiram
a responsabilidade de receber alunos com
idades entre os seis e os oitenta anos, de
diferentes nacionalidades e com gostos bem
diferenciados. Uma equipa que aplicou, ainda,
um eficaz plano de contingência, para que
todas as actividades fossem levadas a cabo
de acordo com as determinações das autoridades
de saúde, por forma a minimizar o
risco de contágio e a garantir a indispensável
segurança de todos os participantes, durante
todos os cursos.
Nesses cursos, em que o objectivo principal é
o conceito de vela para todos, com segurança
e muita diversão, muitas crianças, jovens e
adultos apaixonaram-se pelo mar, fortaleceram
os valores educacionais e as competências
técnicas da modalidade. Nos Cursos de Verão
da Escola de Vela Mirpuri Foundation, do
Clube Naval de Cascais, não é preciso ter
experiência da modalidade, já que todos os
Clube Naval de CASCAIS 91
Clube Cursos de Verão 2020
alunos recebem a aprendizagem do conteúdo
básico da vela, através de um ambiente lúdico
e que marca a tradição do desporto em Portugal,
nomeadamente da vela, há mais de 82
anos, –com a melhor estrutura de Portugal
em barcos e materiais náuticos, nossa sede e
duas rampas de fácil acesso ao mar.
Todas as aulas começam pela manhã, às
10h00, contando com um intervalo em terra,
na hora de almoço, depois regressando às
actividades no mar até as 17h. Vale a pena
recordar que são utilizados pelos alunos barcos
de diferentes classes, como sejam Optimist,
Laser Pico, Sunfish, Raquero, Sprinto ou
Laser Bahia – além do windsurf, para todas
as faixas etárias. Cada grupo de oito alunos
é acompanhado por um barco de apoio com
um treinador, para garantir a orientação e a
segurança no mar. Em terra, todos os novos
velejadores recebem um manual de actividades
da Fundación Ecomar, parceira do Clube
Naval de Cascais. O diário de bordo, um
guia para conhecer, desfrutar e respeitar o
mar, manual que é utilizado para aprender
a navegar, e para reter algumas lições sobre
o meio ambiente.
Mais uma vez este ano, a Escola de Vela
Mirpuri Foundation constituiu um enorme
sucesso, não restando dúvidas de que os Cursos
de Verão do Clube Naval de Cascais são
um óptimo programa para as férias – porque
os alunos estão sempre ao ar livre, próximos ao
mar, com elevado grau de socialização, muita
alegria e diversas actividades náuticas. Sendo
possíveis iniciativas para toda a família, de
forma conjunta ou distribuída por diferentes
grupos, são, assim, alcançadas várias gerações,
em que avôs, pais, tios e netos partilham a
mesma paixão e o mesmo gosto pelo mar.
A principal componente das actividades
náuticas desenvolvidas durante os Cursos
de Verão é a vertente lúdica, para que todos
gostem de velejar. Durante o tempo da
pandemia, todos os alunos inscritos foram
recebidos numa única porta de entrada,
para aferir a temperatura; houve uma grande
preocupação em manter-se o distanciamento
físico; foi obrigatório o uso de máscaras em
terra; e esteve sempre à disposição pelo cais e
em todas as instalações do clube o álcool gel.
Como não podia deixar de ser, todos os dias,
após as actividades, todo o material utilizado
foi lavado e desinfectado.
Toda a equipa do Clube Naval de Cascais,
mormente a mais directamente ligada à for-
92
Hippocampus
mação, desenvolve um eficiente programa
de trabalho, boa parte dele menos visível,
da promoção e divulgação dos cursos, ao
primeiro contacto com os pais e encarregados
de educação, passando pelas inscrições, pela
preparação dos barcos, pelos cuidados com
a alimentação, pela manutenção de todos os
materiais e botes, pela constituição das turmas
e pelo atendimento de todas as solicitações.
Mas a retribuição não é pequena, e a mais
substantiva acontece quando os alunos decidem
que querem continuar a velejar, seja
na perspectiva do lazer, ou para fazer parte
da equipa de competição que representa o
Clube Naval de Cascais, a nível nacional e
internacional. A grande conquista acontece
quando a modalidade da vela atravessa várias
gerações e aproxima tantas pessoas de várias
nacionalidades na lindíssima Baía de Cascais.
O REGRESSO
Quem esteve de regresso a Cascais, e ao CNC, para mais uma sessão de preparação,
foram as Campeãs Olímpicas e Mundiais de 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze.
Já no passado Outono, as duas estrelas brasileiras da vela tinham estado no Centro
de Alto Rendimento de Vela de Cascais, e agora começar a cumprir a promessa então
feita de regressarem, e por muitas vezes!
Mais uma vez, tiraram pleno partido das excelentes condições de Cascais para a
prática da Vela, assim como da qualidade das instalações do CNC para acolher os
velejadores que o visitam com o propósito de treinar e evoluir na modalidade. Inclusive
nos estranhos tempos que hoje se vivem, já que na sede do clube são rigorosa
e escrupulosamente cumpridos todos os preceitos e normas emitidos pelas diversas
autoridades de saúde. Esse será, porventura, mais um argumento que contribuirá para
que voltem mais uma vez, e em breve - sabendo que no Clube Naval de Cascais serão
sempre muito bem-vindas.
O CERNE DA QUESTÃO
O Clube Naval de Cascais tem a noção de
que a sua Escola de Vela é o coração do clube.
É aí que se inicia a formação dos futuros velejadores
e a integração entre as famílias. Por
isso, o CNC tanto investe nesta área e conta
com o apoio permanente dos seus parceiros,
casos da Câmara Municipal de Cascais e da
Mirpuri Foundation – seja na aquisição de
barcos de diferentes classes, ou de botes para
o apoio as aulas; seja em parcerias, como a
Laser Performance, que ofereceu ao CNC seis
barcos da Classe Sunfish durante os Cursos
de Verão. A classe indicada para a iniciação
à vela, ainda recente em Portugal, mas muito
popular em toda a América Latina e já com
muitos anos de história.
Importante, ainda, lembrar que, durante
todo o ano, a Escola de Vela Mirpuri
Foundation não cessa de promover o desenvolvimento
da modalidade, com cursos
também no Outono, no Inverno e na
Primavera, que podem decorrer nos fins-
-de-semana, ao Sábado ou no Domingo.
As turmas são separadas em diferentes
níveis de idade e conhecimento, desde a
iniciação ao aperfeiçoamento, para que o
caminho seja um percurso seguro e com
grandes bordos positivos até o nível da pré-
-competição. Depois de aprovado pela nossa
equipa técnica, o aluno poderá fazer parte
da Equipa da Competição do CNCascais
nas classes Optimist, Laser ou 420.
De momento, o maior desafio da Escola
de Vela Mirpuri Foundation é aumentar a
entrada de alunos nas suas bases, oferecer
a todos a oportunidade de estar no mar,
construir memórias afectivas no CNC e
em várias gerações, para fazer a história
da vela em Portugal. Neste Verão, foram
muitos os momentos inesquecíveis, para
alunos de tantas nacionalidades, e também
muitas incertezas e expectativas,
mas o CNC espera com todos continuar
a velejar, com a certeza de que muito mais
está para vir.
Por tudo isto, a Escola de Vela Mirpuri
Foundation aguarda por mais um ano de
vela com muito sucesso e bons ventos. O
melhor, mesmo, é juntar-se à equipa do
Clube Naval de Cascais! Para mais informações
contacte escola@cncascais.com e…
seja bem-vindo ao mar!
Clube Naval de CASCAIS 93
Clube Summer Courses 2020
Recipe for Success
If there were still any doubts, the Mirpuri Foundation Sailing School, of Clube
Naval de Cascais, is one of its key sectors. And the Summer Courses of this
atypical 2020 proved that, through an absolutely extraordinary participation,
which once again guaranteed an enviable success
The year 2020 is undoubtedly an atypical
year. But as Glenia Santiago once said,
and rightly so, “Life is like sailing: you adjust
the sails according to your needs”. And
that’s precisely what Clube Naval de Cascais
decided to do to ensure the best experience
for its students this summer. The Mirpuri
Foundation Sailing School, certified by the
Portuguese Sailing Federation as a Gold Sailing
School, is going strong in its activities,
and with many positive expectations for the
2020-2021 sports season.
This year, even with the unexpected events
well known by everyone, Clube Naval de
Cascais, one of the most innovative nautical
clubs in the country, started the registrations
for its Sailing School in June, and immediately
realized the great adhesion and interest
in the participation of children, young
people and adults in its Summer Courses.
Even with some restrictions, and with the
changes in the way certain things now have
to be done, the CNCascais Sailing School
is always improving what it does. As a club,
the CNC continues to provide fantastic days,
with lots of activity, fun and learning for
all age groups, always taking into account
individual needs and collective well-being.
Although behind masks, the CNC team of
professionals continues to work to generate
joy through unforgettable classes, marking
in the best way the summer and the students’
lives. Until mid August 2020, the Mirpuri
Foundation Sailing School managed to
receive more than 500 participants (among
children, young people and adults) every day,
mostly from Monday to Friday, to learn how
to sail and try out different classes, always
with lots of fun. On windy days, or with little
wind, kayaks and stand-up paddle are also
used as great tools for developing a better
aquatic adaptation for nautical activities.
TEAM OF EXPERTS
In order to elaborate and develop good activities
for all students, the Mirpuri Foundation
Sailing School had a team of eleven coaches
specialized in sailing, coordinated by the
teacher and coach Fernanda Hoffmann, who
took the responsibility of receiving students
between the ages of six and eighty, from different
nationalities and with very different
interests. A team that also implemented an
effective contingency plan, so that all activities
were carried out in accordance with
the determinations of health authorities, in
order to minimize the risk of contagion and
to guarantee the indispensable safety of all
participants, during all courses.
In these programmes, where the main goal
is the concept of sailing for all, with safety
and lots of fun, many children, young people
and adults have fallen in love with the sea,
strengthened the educational values and
technical skills of the sport. In the Summer
Programmes of the Mirpuri Foundation
Sailing School, of Clube Naval de Cascais, it
is not necessary to have previous experience,
since all students learn a basic content of
sailing, through a playful environment
and that marks the tradition of sports in
Portugal, in particular of sailing, with more
than 82 years, - with the best structure of
Portugal in boats and nautical materials,
our headquarters and two ramps of easy
access to the sea.
All classes start in the morning, at 10 AM,
with a break on land, at lunchtime, then
returning to sea activities until 5 PM. It is
worth remembering that boats from different
classes are used by students, such as Optimist,
Laser Pico, Sunfish, Raquero, Sprinto
or Laser Bahia - besides windsurfing, for all
age groups. Each group of eight students
is accompanied by a support boat with a
coach, to ensure orientation and safety at sea.
On land, all new sailors receive an activity
manual from Fundación Ecomar, a partner
of Clube Naval de Cascais. The logbook,
a guide to get to know, enjoy and respect
the sea, is used to learn how to sail, and to
retain some lessons about the environment.
Once again this year, the Mirpuri Foundation
Sailing School was a huge success,
94
Hippocampus
there is no doubt that the Clube Naval de
Cascais Summer Programmes are a great
holiday programme - because the students
are always outdoors, close to the sea, with
a great amount of socialization, a lot of joy
and several nautical activities. As initiatives
are for the whole family, in a joint way or
distributed among different groups, several
generations are reached, in which grandparents,
parents, uncles and grandchildren
share the same passion and the same love
for the sea.
The main component of the nautical
activities developed during the Summer
Programmes is the recreational aspect, so
that everyone enjoys sailing. During the time
of the pandemic, all the students enrolled
were received in a single doorway, to check
the temperature; there was a great concern
in maintaining physical distance; it was
mandatory to wear masks on the ground;
and alcohol gel was always available by the
pier and in all the facilities of the club. As it
could not be otherwise, every day after the
activities, all the material used was washed
and disinfected.
The entire team of Clube Naval de Cascais,
especially the one most directly involved
in training, developed an efficient work
program, much of it less visible, from the
promotion and publicity of the courses, to
the first contact with parents and guardians,
through registration, preparation of boats,
concerns regarding food, maintenance of all
materials and boats, the creation of classes
and answering all requests. But the retribution
is not small, and the most substantial
happens when the students decide that
they want to continue sailing, either for
leisure or to be part of the competition team
that represents Clube Naval de Cascais, at
national and international level. The great
achievement happens when sailing crosses
several generations and brings together so
many people of several nationalities in the
beautiful Bay of Cascais.
THE HEART OF THE MATTER
Clube Naval de Cascais knows that the
Sailing School is the heart of the club. This
is where the training of future sailors and the
integration between families begins. That is
why the CNC invests so much in this area
and counts on the permanent support of its
partners, such as the Municipal Council of
THE RETURN
The 49er FX Olympic and World Champions, Martine Grael and Kahena Kunze were
back in Cascais, and to the CNC, for another preparation session. Last autumn, the
two Brazilian sailing stars had been to the Cascais High Performance Sailing Centre,
and now they are beginning to fulfil their promise to return, and quite often!
Once again, they took full advantage of the excellent conditions in Cascais for the
practice of sailing, as well as the quality of the CNC facilities to welcome the sailors
who visit it for the purpose of training and evolving in the sport. Even in the strange
times that we live today, since at the club’s headquarters all the precepts and rules
issued by the various health authorities are rigorously and scrupulously complied with.
This is perhaps another argument that will contribute to their return once again, and
soon - knowing that at Clube Naval de Cascais they will always be very welcome.
Cascais and the Mirpuri Foundation - either
in the acquisition of vessels from different
classes, or boats to support the classes; or
in partnerships, such as Laser Performance,
that offered the CNC six vessels from the
Sunfish Class during the Summer Courses.
The class appropriate for the initiation to
sailing, still recent in Portugal, but very
popular in all Latin America and already
with many years of history.
It is also important to remember that,
throughout the year, the Mirpuri Foundation
Sailing School does not stop promoting
the development of the sport, with courses
also during autumn, winter and spring,
which take place on weekends, Saturdays
or Sundays. The classes are separated at
different levels of age and knowledge, from
initiation to improvement, so that the path
is safe and with great positive edges until the
pre-competition level. After being approved
by our technical team, the student can join
the CNCascais Competition Team in the
Optimist, Laser or 420 classes.
At the moment, the biggest challenge of
the Mirpuri Foundation Sailing School is to
increase the entry of students in its bases, to
offer everyone the opportunity to be at sea,
to build affective memories at the CNC and
in many generations, to make the history
of sailing in Portugal. This summer, there
were many unforgettable moments, for
students of so many nationalities, and also
many uncertainties and expectations, but
the CNC hopes to continue sailing with
everyone, with the certainty that much
more is to come.
For all this, the Mirpuri Foundation Sailing
School awaits another year of sailing with
great success and good winds. The best
thing, indeed, is to join the team of Clube
Naval de Cascais! For more information
contact escola@cncascais.com and... welcome
to the sea!
Clube Naval de CASCAIS 95
Clubes Correspondentes Yacht Club Punta del Este
Relação especial
Um dos mais reputados clubes náuticos da América do Sul, o Yacht Club
Punta del Este é o mais recente membro da lista de Clubes Correspondentes
do Clube Naval de Cascais e, também, o seu “afilhado” na adesão do clube
uruguaio ao ICOYC – International Council of Yacht Clubs
96
Hippocampus
OYacht Club Punta del Este é,
por direito e mérito próprios,
um dos mais reputados clubes náuticos
do continente americano, em geral,
e, em particular, da América do Sul.
Autoridade Nacional no Uruguai da
Union Internationale Motonautique, é,
também, um congénere com o qual o
Clube Naval de Cascais estabeleceu um
relacionamento muito especial, ou não
lhe tivesse cabido, em conjunto com o
Real Club Náutico de Barcelona, ser o
patrocinador (e principal promotor, na
pessoa de Gonçalo Esteves, Presidente do
CNC) da respectiva adesão ao ICOYC
(International Council of Yacht Club).
Graças ao que passou a ser o primeiro, e
único, clube sul-americano a fazer parte
desta prestigiada instituição que reúne
alguns dos melhores clubes deste género
a nível mundial – que o CNCascais,
naturalmente, também integra, e cuja
convenção internacional teve a honra
de acolher e organizar, em Cascais, no
final de 2018.
Esta é, igualmente, a mais recente instituição
a integrar a lista de clubes correspondentes
do Clube Naval de Cascais,
graças a um protocolo firmado já este
ano, ao abrigo do qual foi estabelecido
um acordo de reciprocidade que permite
que os que sócios de ambas os clubes os
possam utilizar de forma equivalente
quando em visita aos mesmos. A par do
Clube Naval de Cascais, o Yacht Club
Punta del Este tem estabelecidos convénios
de reciprocidade com vários outros
clubes náuticos de inequívoca reputação,
casos, entre outros, do Yacht Club de Monaco;
do Royal Thames Yacht Club; do
Real Club Náutico de Barcelona; do Key
Biscane Yacht Club; do St. Petersburg
Yacht Club; do Norddeutscher Regatta
Verein; do Royal Cape Yacht Club; do
Yacht Club de France; do Yacht Club
Italiano; do Yacht Club Porto Rotondo;
e do Yacht Club Costa Smeralda.
INVEJÁVEIS PERGAMINHOS
Fundado a 14 de Fevereiro do já longínquo
ano de 1924, o Yacht Club Punta del
Este está sedeado na cidade com o mesmo
nome, situada na península sudoeste do
Uruguai, região afamada pelas suas costas
banhadas pelo Oceano Atlântico, que a
tornam num destino de eleição para navegadores
de todo o mundo – além de ser
uma popular e reputada estância balnear,
não raro apelidada como o “Mónaco da
América do Sul”. Localizado à entrada
do porto da cidade, na rua nº13, naquele
que é, reconhecidamente, um centro de
intensa atividade náutica e social, em
especial durante os meses da época alta,
Clube Naval de CASCAIS 97
Clubes Correspondentes Yacht Club Punta del Este
no Verão do hemisfério sul, a sua sede
conta com excelentes instalações, tendo
sido originalmente erigida em 1946, e
remodelada em 1980 e 1985.
O restaurante instalado nesta sede
principal é reconhecido pela sua magnifica
gastronomia contando com amplos
salões e uma varanda que oferece aos seus
visitantes uma das melhores vistas sobre
o Porto de Punta del Este, oferecendo
um requintado e exclusivo serviço aos
sócios e seus convidados. Em Março do
ano transacto, foi mesmo premiado pela
prestigiada revista gastronómica britânica
LUXlife Magazine ao integrar a sua lista
de Food&Drink Awards 2019.
Ao longo de todo o ano, realizam-se,
aqui, diversos eventos culturais e sociais,
nomeadamente o ciclo de conferências
do Yacht Club Punta del Este, de elevado
nível intelectual, assim como exposições
de conhecidos artistas da região. Também
tem servido para apresentações de livros,
mostras e provas de vinhos e de caviar,
jantares e festas temáticas, entre muitos
outros eventos,
Também situadas sobre o porto, o Yacht
Club Punta del Este conta com umas
segundas instalações, baptizadas com o
nome de Yateste, onde se encontra um
restaurante menos formal, que serve não
só a típica parrilla uruguaia como comida
rápida. É neste edifício que se encontram,
de igual modo, as salas de aulas da escola
de vela, a biblioteca do clube, quartos
para pernoita de sócios, ou membros
de clubes correspondentes, vestuários,
camaratas para atletas a participar em
eventos de competição e um ginásio com
os mais modernos equipamentos
DEDICAÇÃO À VELA
Ao longo dos seus já 96 anos de história,
o Yacht Club Punta del Este tem sido um
dos principais impulsionadores do desenvolvimento
da vela no Uruguai, e, também,
uma grande escola de formação, com os
seus velejadores a representarem, com brio
e resultados de relevo, o clube tanto em
importantes campeonatos internacionais
como, inclusivamente nos Jogos Olímpicos.
A sua escola de vela de Optimist
funciona durante todo o ano, e conta com
mais de 100 jovens velejadores, distribuídos
por classes quer de aprendizagem, quer de
98
Hippocampus
nível mais avançado, como sejam as de
pré-competição e de competição.
Não menos importante, a decisão do
Yacht Club Punta del Este de implementar
um programa de estágios de vela gratuitos
para crianças de escolas públicas e privadas
da região. Iniciativa que foi acolhida
com tal entusiasmo por tantos dos seus
destinatários, que boa parte deles passou
a integrar a tempo inteiro a escola de vela
do clube, no que tem constituído um importante
desenvolvimento da modalidade
no Uruguai.
Devido à sua invejável localização estratégica,
com condições climatéricas que
fazem de Punta del Este um excelente local
para a realização de regatas, as suas águas
têm sido, e continuam a ser, um lugar
preferencial para a realização de alguns
dos mais importantes eventos náuticos a
nível mundial. Não espantará, por isso, que
a vasta experiência do Yacht Club Punta
del Este na organização deste género de
evento, em conjunto com o notável leque
de serviços que oferece, lhe tenham permitido
ser anfitrião, entre outras, de provas
como: Clipper Round the World Yacht
Race; Regata BOC Around Alone; Velux
5 Oceans; Soling World Championship;
Vaurien World Championship; Regata
Whitbread; Regata Cape Town-Punta
del Este; Regata Buenos Aires-Mar del
Plata-Punta del Este; ou South American
Laser Center Class. Ao mesmo tempo,
coube-lhe organizar inúmeros campeonatos
sul-americanos de Optimist, e todos
os anos acolhe, por exemplo, o Rolex
Circuito Atlântico e a Semana de Barcos
Clássicos.
Clube Naval de CASCAIS 99
Correspondent Clubs Yacht Club Punta del Este
A special relationship
One of the most reputable sailing clubs in South America, the Yacht Club
Punta del Este is the most recent member of the list of Correspondent Clubs
of Clube Naval de Cascais and also its “godchild” in the Uruguayan club’s
admission to the International Council of Yacht Clubs
Yacht Club Punta del Este is, in their
own right and merit, one of the most
reputed sailing clubs of the American continent
in general and in South America in
particular. National Authority in Uruguay
of the Union Internationale Motonautique,
is also a correspondent with whom Clube
Naval de Cascais established a very special
relation when along with Real Club Náutico
de Barcelona sponsored (and was the
key promoter, in the person of Gonçalo
Esteves, President of the CNC) its admission
to ICOYC (International Council of
Yacht Club). Thanks to what has become
the first, and only, South-American club to
be part of this prestigious institution that
gathers some of the best clubs of its kind
worldwide – which naturally the CNC is
also a member of and had the honour to host
the international convention in Cascais at
the end of 2018. This is also the most recent
institution to join the correspondent clubs
list of Clube Naval de Cascais, thanks to a
protocol signed this year, under which was
established a deal of reciprocity that allows
members of both clubs to use them in an
equivalent manner when visiting. Yacht
Club Punta del Este also has reciprocity
agreements established with many other
sailing clubs of distinct reputation, such as
the Yacht Club de Monaco; Royal Thames
Yacht Club; Real Club Náutico de Barcelona;
Key Biscane Yacht Club; St. Petersburg Yacht
Club; Norddeutscher Regatta Verein; Royal
Cape Yacht Club; Yacht Club de France;
Yacht Club Italiano; Yacht Club Porto
Rotondo; and Yacht Club Costa Smeralda.
ENVIABLE ACHIEVEMENTS
Founded on February 14th in the year of
1924, the Yacht Club Punta del Este is based
in the city with the same name, located in
the southwest peninsula of Uruguay, a region
known for its Atlantic coast, making it a
destiny of choice to many sailors around
100
Hippocampus
the world – besides being a popular and
reputed seaside resort, also known as the
”Monaco of South America”. Located at
the entrance of the peer of the city, on
13th street, in a famous centre of intense
sailing in social activity, especially during
the months of peak season, the summer
of the South hemisphere, its headquarters
count on excellent facilities, originally built
in 1946, and remodelled in 1980 and 1985.
The restaurant installed in this main
headquarters is known for its magnificent
gastronomy, with large rooms and a balcony
that offers its visitors one of the best views
over the Peer of Punta del Este, offering
an exquisite and exclusive service to its
members and guests. In March of last year,
it was awarded by the prestigious British
gastronomic magazine LUXlife Magazine
by integrating its list of 2019 Food&Drink
Awards.
During the course of the year, several cultural
and social events are held here, such
as the Yacht Club Punta del Este cycle of
conferences, of high intellectual level, as well
as exhibitions of well-known local artists. It
has also hosted book presentations, wine and
caviar tastings, dinners and theme parties,
among many other events.
Also located over the peer, Yacht Club
Punta del Este counts on a second location,
baptized Yateste, where a less formal restaurant
is established, that not only serves the
traditional Uruguayan Parrilla but also fast
food. In this building are also the classrooms
of sailing, the club’s library, bedrooms for the
members, or correspondent club’s members,
changing rooms, dormitories for the athletes
participating in competitions and a gym
with state-of-the-art equipment.
DEDICATION TO SAILING
During its 96 years of history, Yacht Club
Punta del Este has been on the main promotors
of the development of sailing in
Uruguay as well as a great training school,
with its sailors representing the club, with
honour and great results, both in important
international championships as in the
Olympic Games.
Their Optimist Sailing School works
during the whole year and counts on more
than 100 young sailors, distributed by
learning levels, more advanced level and
pre-competition and competition.
No less important was the decision of Yacht
Club Punta del Este of implementing a free
sailing traineeship programme for kids of
public and private schools of the region.
An initiative welcomed with enthusiasm by
many that started to integrate full-time the
club’s sailing school, which resulted in an
important growth of the sport in Uruguay.
Due to its enviable strategic location, with
weather conditions that make Punta del Este
an excellent place for regattas, its waters have
been, and continued to be, a prime location
to host some of the most important sailing
events in the world. For this reason, it will
not come as a surprise that the extensive
experience of Yacht Club Punta del Este
in organising this type of event, together
with the wide range of services it offers,
had allowed it to host, among others, events
such as: Clipper Round the World Yacht
Race; BOC Around Alone Regatta; Velux
5 Oceans; Soling World Championship;
Vaurien World Championship; Whitbread
Regatta; Cape Town-Punta del Este Regatta;
Buenos Aires-Mar del Plata-Punta del Este
Regatta; or South American Laser Center
Class.
At the same time, the club organised several
South-American Optimist championships.
And every year it hosts, for example, the
Rolex Atlantic Circuit and the Classic
Vessels Week.
Clube Naval de CASCAIS 101
Clubes Correspondentes KSSS - Royal Swedish Yacht Club
Comunhão de princípios
Um dos mais antigos clubes náuticos do mundo, o KSSS – Royal Swedish
Yacht Club é, também, clube correspondente do Clube Naval de Cascais.
Um acordo de reciprocidade assente na partilha de valores essenciais,
com inequívocas vantagens para os sócios de ambas as instituições
102
Hippocampus
Foi a 15 de Maio de 1830 que seis
proeminentes cidadãos suecos, e o seu
primeiro Comodoro, Johan Claes Fleming,
fundaram em Estocolmo o Kungl Svenska
Segel Sallskapet (KSSS), ou Royal Swedish
Yacht Club. Tão só um dos mais antigos
clubes náuticos do mundo (é o sexto mais
antigo a nível mundial, e o segundo fora do
Reino Unido), e, hoje, clube correspondente
do Clube Naval de Cascais, o que permite
que os sócios de ambas as partes os possam
utilizar de forma equivalente quando em
visita aos mesmos.
Uma instituição com invejáveis pergaminhos
no mundo da vela, actualmente
com mais de 5200 membros activos, 40%
dos quais jovens. Nos seus primórdios, o
KSSS só aceitava membros que fossem
proprietários de uma embarcação com,
pelo menos, 30 toneladas e que estivesse
bem mantida; e, nesses tempos, as suas
actividades decorriam nas imediações da
capital da Suécia, tendo sempre como epílogo
fantásticos jantares, que incluíam, não
só, as inevitáveis vitualhas, como discursos
e, até, sessões de canto e fogo de artifício.
Apesar de o Rei Óscar II ter sido membro
do KSSS durante vários anos, apenas
em 1978 concedeu à instituição o título
de Real Clube. Poucos anos mais tarde,
o mesmo monarca concederia permissão
para o KSSS utilizar como sede uma casa
existente na ilha de Kastellholmen, mas
Clube Naval de CASCAIS 103
Clubes Correspondentes KSSS - Royal Swedish Yacht Club
de forma partilhada com o Royal Scating
Club: o KSSS da mesma fazia uso no Verão;
o Royal Scating Club tinha o respectivo
direito de ocupação no Inverno.
NOBRES PERGAMINHOS
Os primeiros veleiros do KSSS a participar
em eventos internacionais foram as escunas
Sverige (Suécia) e Aurora Borealis (Aurora
Boreal). Ambas tiveram como inspiração
uma embarcação semelhante da época,
de seu nome America, vencedora, a 22 de
Agosto de 1851, da grande regata levada a
cabo em Cowes, ao largo do sul de Inglaterra,
batendo as embarcações locais na
primeira vez que o Royal Yacht Squadron
convidou os melhores clubes náuticos do
mundo a participar num evento que, cinco
anos volvidos, se tornaria num troféu perpétuo,
hoje mundialmente conhecido como
America’s Cup.
No seu primeiro confronto com o America,
o Sverige perdeu, alegadamente, devido
a uma tripulação pouco competente, mas
não deixou, depois, de vencer inúmeras
regatas, nomeadamente a do Royal Cork
Yacht Club, em que levou a melhor sobre
o Gitana e o Isadora – mesmo que, a 19 de
Agosto de 1953, tenha sido desqualificado
por, entretanto, ter sido vendido a um
cavalheiro inglês que não era membro de
um clube náutico real! Já o Aurora Borealis
estreou-se a 26 de Julho de 1953 na Queen’s
Cup, numa competição sem handicaps,
e, não obstante alguns problemas graves,
acabou por sagrar-se vencedor da prova,
sendo apelidado como a “maravilha sueca”
pelos jornais de então.
Tudo isto aconteceu há mais de 165
anos, 25 anos após a fundação do KSSS,
mas já então a vocação desportiva do
clube era evidente, a mesma que ainda
hoje norteia boa parte da sua actividade.
Desde 1909, o clube sueco tem participado
em praticamente todas as regatas
olímpicas, com um impressionante registo
de quatro medalhas de ouro, cinco
medalhas de prata e três medalhas de
bronze conquistadas pelos seus atletas – ao
mesmo tempo que as suas embarcações
e velejadores participaram em eventos
de grande relevo internacional, como a
America’s Cup, a Whitbread, The World
Race, Volvo Ocean Race ou a Bermuda
Race, e saindo vencedor da Fastnet Race
e de várias outras importantes regatas ao
longo dos tempos.
A par destas conquistas, o KSSS tem contado
entre os seus membros com diversos
importantes fabricantes de barcos e de velas,
assim como com criativos e inventivos
velejadores amadores, que garantiram o
seu lugar nos anais da história – do KSSS
e da própria vela. Exemplo disso mesmo,
o avô de Patrik Salén, actual Comodoro
do clube: Sven Salén de seu nome, foi o
inventor da genoa quando a competir a
bordo do May-Be, na classe de 6 metros,
em Génova, em 1927 (daí o nome desta
vela, o da cidade italiana capital da Liguria),
criação que muito contribuiu,
também, para a sua vitória, nesse mesmo
ano, com o mesmo barco, na Gold Cup
disputada em Long Island, nos EUA.
TRADIÇÃO COM OS OLHOS POSTOS
NO FUTURO
Presentemente, e mais conhecida prova realizada
pelo KSSS é a regata offshore Gotland
Runt (The Round Gotland Race), levada
a cabo pela primeira vez em 1937, depois
de vários armadores oriundos de diversos
pontos do báltico terem sido convocados
para se reunirem em Farosund, na Ilha de
Gotland, para decidir acerca do percurso da
competição e respectivas regras. Desde então,
a The Round Gotland Race tem crescido ao
ponto de ter-se tornado na maior regata anual
disputada ao largo do mundo, com mais de
250 embarcações a percorrerem as 360 milhas
náuticas que compõem o percurso ao longo de
vários dias. Actualmente, tem início no centro
de Estocolmo, ruma através do desafiante
arquipélago com o mesmo nome em direcção
104
Hippocampus
a Sandhamn (o mais popular porto sueco),
dirige-se ao largo, para contornar Gotland,
e regressa a Sandhamn, onde está localizada
a linha de chegada.
As actividades dedicadas aos mais jovens
são, há muito, outros dos pontos fulcrais
da missão do KSSS: o centenário Comité
da Juventude foi originalmente criado no já
longínquo ano de 1909, registando, desde
logo, um notável desenvolvimento. Hoje, o
clube organiza nada menos do que uma dezena
de acampamentos anuais especialmente
dedicados aos mais jovens, Langholmen,
Lökholmen e Klockis, os quais esgotam
muito antes da respectiva data de realização,
e estão a cargo de jovens sócios, com idades
compreendidas entre os dezassete e os trinta
anos, responsáveis por todas as actividades
levadas a cabo nas ilhas onde os mesmos
se realizam, da cozinha à formação, e que
acabam por ser importantes modelos a seguir
pelas crianças.
Nesses estágios, assim como noutras actividades
de treino e formação, participam
todos os anos mais de mil jovens velejadores,
sendo o KSSS possuidor de praticamente
duas centenas de embarcações de vários tipos,
que servem de suporte a estas iniciativas. A
sua principal ambição é, ao mesmo tempo,
despertar nos mais jovens um interesse pela
vela que perdure durante toda a sua vida,
e dar-lhes a conhecer tudo o que importa
saber sobre a modalidade, tanto no plano
técnico, como no que respeita a valores
como a amizade, o trabalho em equipa e a
árdua tarefa que é ser um velejador de nível
mundial.
O KSSS conta com uma organização bastante
peculiar, com doze comités, cerca de
400 voluntários não remunerados e instalações
unicamente destinadas à gestão de todos
os eventos. Como sinal do envolvimento de
todos, e da qualidade do trabalho realizado,
é da tradição entregar aos participantes nas
diversas atividades insígnias de diferentes
valores no Encontro Anual do KSSS, realizado
na Primavera.
O KSSS está, ainda, activamente envolvido
na protecção do meio ambiente, e, especialmente,
na preservação do Mar Báltico,
com todos os desafios ambientais que este
apresenta. Nas suas actividades é sempre
destacada a importância de estar em harmonia
com a natureza em todas as iniciativas
realizadas. Tudo para que uma história com
mais de 190 anos possa prolongar-se por
muitos mais séculos.
Clube Naval de CASCAIS 105
Correspondent Clubs KSSS - Royal Swedish Yacht Club
Communion of principles
One of the most important sailing clubs in the world, the KSSS – Royal
Swedish Yacht Club is also a correspondent club of Club Naval de Cascais.
A reciprocity agreement based on the sharing key values, with clear
advantages for the members of both institutions
On May 15th of 1830 six outstanding
Swedish citizens, and its first commodore,
Johan Claes Fleming, founded
in Stockholm the Kungl Svenska Segel
Sallskapet (KSSS), or Royal Swedish Yacht
Club. One of the oldest yacht clubs in the
world (the sixth in the world and second
outside the United Kingdom) and today
a correspondent club of Clube Naval de
Cascais, allowing members of both parts
an equivalent use of the clubs when visiting.
An institution with enviable achievements
in the sailing world, currently with more
than 5200 active members, 40% of which
are young people. At an early stage, KSSS
only accepted members who owned a vessel
with at least 30 tons and was well maintained;
and, at the time, its activities were held
in the surroundings of the Swedish capital,
always followed by fantastic dinners that
included not only the mandatory edibles
but also speeches and even singing sessions
and fireworks.
Although King Oscar II was a member of
KSSS for many years, it was only in 1978
that he granted the institution the title of
Royal Club. A few years later, the monarch
granted permission for the KSSS to use as
headquarters a house in the island of Kastellholmen,
shared with the Royal Scating
Club: KSSS used it during summer; Royal
Scating Club had the same right during
winter.
GRAND ACHIEVEMENTS
The first vessels of the KSSS to participate
in international events the schooners Sverige
(Sweden) and Aurora Borealis. Both had
as inspiration a similar vessel of that time,
named America, who won on August 22nd
of 1851 the great regatta held in the Cape of
Cowes, along the south of England, beating
local vessels in the first time the Royal Yacht
Squadron invited the best sailing clubs in the
world to participate in an event that, after
106
Hippocampus
five years, would become an eternal trophy,
now widely known as America’s Cup.
On its first encounter with the America,
Sverige lost, allegedly due to the lack of
competency of its crew, but later won several
regattas, in particular the Royal Cork Yacht
Club, where it prevailed over Gitana and
Isadora – although on August 19th 1953 it
was disqualified for having been sold to an
English gentleman who was not a member
of a Royal Yacht Club! The Aurora Borealis
debuted on July 26th 1953 in the Queen’s
Cup, a competition without handicaps,
and although after some serious problems,
became the winner of the event, having
been called as the “Swedish Wonder” by
the newspapers at the time.
All this happened over 165 years ago, 25
years after the KSSS foundation, but even
then, the club’s sport-orientation was clear,
the same that still guides a great part of its
activity. Since 1909, the Swedish club has
participated in almost every Olympic regatta,
with an impressive record of four golden
medals, five silver medals and three bronze
medals conquered by its athletes – while
its vessels and sailors participated in major
international events, such as the America’s
Cup, The World Race, Volvo Ocean Race
or Bermuda, and winning the Fastnet Race
and many other important regattas through
the years.
Apart from these accomplishments, the
KSSS has counted among its members on
several important vessel and sails manufacturers,
as well as creative and inventive amateur
sailors, that granted their place in the annals
of history – of KSSS and of sailing itself. A
prime example, the grandfather of Patrik
Salén, current Commodore of the club:
Sven Salén was the inventor of the genoa
when competing on board of the May-Be,
in 6-meter class, in 1927 in Genoa(hence
the name of this sail, the same as the Italian
capital of Liguria), a creation that also
contributed a lot to his victory that same
year with the same vessel in the Golf Cup
disputed in Lon Island, USA.
TRADITION WITH EYES ON THE
FUTURE
Presently, the most popular event hosted
by KSSS is the offshore regatta Gotland
Runt (The Round Gotland Race), carried
out for the first time in 1937, after several
shipowners from several parts of the Baltic
were invited to gather in Farosund, in the
Island of Gotland, to decide on the route
of the competition and its rules. Since then,
The Round Gotland Race has grown to
the point of becoming the largest annual
regatta disputed over the world, with more
than 250 vessels covering over several days
the 360 nautical miles that form the route.
Currently, is starts in Stockholm, moving
through the challenging archipelago with
the same name towards Sandhamn (the
most popular Swedish peer), moving around
Gotland and returning to Sandhamn where
the finish line is located.
The activities dedicated to the young
have been for long another focal point of
the mission of KSSS: the centennial Youth
Committee was originally created in 1909,
registering from the beginning a remarkable
development. Currently, the club organises
Patrik Salen, Commodore of the KSSS,
the Royal Swedish Yacht Club, one of the
oldest yacht clubs in the world
ten annual camps especially dedicated to
young people, and are in the hands of the
young members, with ages between 17 and
30 years-old, responsible for all the activities
carried out in the islands where the activities
are carried out, from cooking to training,
and end up being important models for the
children to follow.
In these camps, as well as other training
and formation activities, participate every
year more than a thousand young sailors,
as the KSSS own more than two hundred
vessels of different types, that support these
initiatives. The main ambition is to also stimulate
in the children an interest in sailing
that lasts their whole lives, and teach them
all there is to know about the sport, both in
the technical field as regarding the values of
friendship, teamwork and the difficult task
that is being a world-class sailor.
The KSSS counts on a peculiar organisation,
with twelve committees, around 400
non-paid volunteers and facilities exclusively
dedicated to the management of all the
events. As a sign of everyone’s development,
and the quality of the work carried out, it
is tradition to award the participants of the
different activities, insignias of different
values at the Annual Meeting during Spring.
KSSS is also actively involved in the protection
of the environment and, in particular,
the preservation of the Baltic Sea, with all
the environmental challenges it presents.
In its activities is always highlighted the
importance of being in harmony with nature
during every activity carried out. All in
behalf of extending an activity with more
than 190 years for many more centuries.
Clube Naval de CASCAIS 107
Resultados regatas CNC 2018/2019
Abril 2020
Clube Naval de Cascais April Big Wednesday
Rank SailNumber Club Skipper R1 R2 R3 R4 Total Nett
1st White Shark_2 CNCascais Jorge de Herédia 3.0 1.0 (4.0) 1.0 9.0 5.0
2nd POR4678 CNCascais Henrique Brites (7.0) 2.0 1.0 4.0 14.0 7.0
3rd PedroFCosta CNCascais Pedro Ferraz da Costa 1.0 9.0 2.0 (19.0) 31.0 12.0
4th 5Rings CNCascais Gustavo Lima 5.0 6.0 (8.0) 3.0 22.0 14.0
5th A_Prieto CNCascais Afonso Prieto 2.0 (10.0) 10.0 7.0 29.0 19.0
6th LPG_POR CNCascais Lourenço Pinto Gonçalves 8.0 5.0 (29.0) 6.0 48.0 19.0
7th Bernardo Loureiro CNCascais Bernardo Loureiro 13.0 3.0 7.0 (31.0) 54.0 23.0
8th Gui2319 CNCascais Guilherme Gomes 4.0 12.0 (23.0) 13.0 52.0 29.0
9th Tiago Santos CNCascais Tiago Santos (65.0 DNC) 7.0 12.0 10.0 94.0 29.0
10th Catch Mim CNCascais Nuno Mayer Jardim 12.0 (23.0) 11.0 9.0 55.0 32.0
11th Pkemp CNCascais Phillip Kemp Lekszycki 16.0 (40.0) 6.0 12.0 74.0 34.0
12th ManuCruz CNCascais Manuel Cruz 14.0 (19.0) 13.0 15.0 61.0 42.0
13th POR12 CNCascais Rui Borges de Sousa (22.0) 21.0 14.0 11.0 68.0 46.0
14th Berecling CNCascais Rafael Rodrigues 29.0 (46.0) 18.0 5.0 98.0 52.0
15th PandaPor CNCascais Gonçalo Castro Nunes 10.0 18.0 (65.0 DNC) 25.0 118.0 53.0
16th Cai-Agua CNCascais Francisco Cai-Água 15.0 20.0 (32.0) 18.0 85.0 53.0
17th Pedro Garcia CNCascais Pedro Garcia 18.0 13.0 (24.0) 24.0 79.0 55.0
18th Dr Drake Ramoray CNCascais Pedro Cruz 9.0 14.0 33.0 (65.0 DNC) 121.0 56.0
19th Zilas Dunke CNCascais Zilas Dunke 17.0 (25.0) 19.0 20.0 81.0 56.0
20th Lacerda CNCascais Frederico Lacerda 19.0 (37.0) 26.0 14.0 96.0 59.0
21st SARGO CNCascais Gonçalo Gonçalves (36.0) 22.0 15.0 22.0 95.0 59.0
22nd Pedro RA CNCascais Pedro Rebelo de Andrade (65.0 DNC) 65.0 DNC 3.0 2.0 135.0 70.0
23rd FicaEmCasa! CNCascais Inês Gouveia 32.0 (33.0) 21.0 17.0 103.0 70.0
24th JLima CNCascais Jorge Lima (65.0 DNC) 39.0 16.0 16.0 136.0 71.0
25th Yess Too CNCascais Ricardo P F Schedel 6.0 (65.0 DNC) 5.0 65.0 DNC 141.0 76.0
26th AFS CNCascais António Freitas da Silva 21.0 28.0 27.0 (65.0 DNC) 141.0 76.0
27th carinhas_a CNCascais Andre Carinhas (35.0) 26.0 30.0 21.0 112.0 77.0
28th Max De Groot CNCascais Max de Groot (65.0 DNC) 4.0 9.0 65.0 DNC 143.0 78.0
29th ALIVE CNCascais Diogo Machado Pinto 24.0 (29.0) 25.0 29.0 107.0 78.0
30th Contrabandista CNCascais Patrick Lindley 30.0 (65.0 DNC) 20.0 30.0 145.0 80.0
31st Prieto97 CNCascais João Prieto (65.0 DNC) 8.0 65.0 DNC 8.0 146.0 81.0
32nd CHINA62 CNCascais Fernando Passeiro (39.0) 36.0 22.0 26.0 123.0 84.0
33rd SPUZY CNCascais Bernardo Pereira Coutinho 20.0 16.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 166.0 101.0
34th GBarreto CNCascais Goncalo Barreto (65.0 DNC) 17.0 65.0 DNC 23.0 170.0 105.0
35th RCST CNCascais António Mello 33.0 15.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 178.0 113.0
36th JesusMaria CNCascais Manuel Macedo 25.0 27.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 182.0 117.0
37th Nieto CNCascais Pedro Nieto (65.0 DNC) 24.0 34.0 65.0 DNC 188.0 123.0
38th Joni Mello CNCascais João Mello 27.0 34.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 191.0 126.0
39th ESP2890 CNCascais Valério Conceição (65.0 DNC) 65.0 DNC 35.0 27.0 192.0 127.0
40th POR198787 CNCascais Martim Mello 34.0 32.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 196.0 131.0
41st Bravo3652 CNCascais Antonio Barros 40.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 28.0 198.0 133.0
42nd POR33 CNCascais Carlos Azevedo 37.0 31.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 198.0 133.0
43rd Cunha_Nico CNCascais Daniel Marques da Cunha (65.0 DNC) 43.0 31.0 65.0 DNC 204.0 139.0
44th MrSinBin CNCascais Martin Estlander (65.0 DNC) 42.0 65.0 DNC 32.0 204.0 139.0
45th Tomas barreto CNCascais Tomas Barreto (65.0 DNC) 11.0 65.0 DNC 65.0 DNC 206.0 141.0
46th FazmeumBIC CNCascais Diogo Pereira 11.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 206.0 141.0
47th Dalton CNCascais António Mello 42.0 38.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 210.0 145.0
48th Bernardo Pego CNCascais Bernardo Torres Pego (65.0 DNC) 65.0 DNC 17.0 65.0 DNC 212.0 147.0
49th MADA1 CNCascais Jorge Camilo 38.0 47.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 215.0 150.0
50th Miccoli CNCascais Miguel Matos Rosa 23.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 218.0 153.0
51st Talha-Mar CNCascais Antonio Azevedo Coutinho 44.0 44.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 218.0 153.0
52nd GRibeirinho CNCascais Goncalo Ribeirinho dos Santos 26.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 221.0 156.0
53rd JMV CNCascais José Vozone (65.0 DNC) 65.0 DNC 28.0 65.0 DNC 223.0 158.0
54th Mlopes CNCascais Margarida Lopes 28.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 223.0 158.0
55th Peter Kemp CNCascais Peter Lekszycki (65.0 DNC) 30.0 65.0 DNC 65.0 DNC 225.0 160.0
56th POR191192 CNCascais Francisco Reis Ferreira Teixeira 31.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 226.0 161.0
57th Boudie2731 CNCascais Boudie (65.0 DNC) 35.0 65.0 DNC 65.0 DNC 230.0 165.0
58th Tom Hagen CNCascais Miguel Matos Rosa (65.0 DNC) 41.0 65.0 DNC 65.0 DNC 236.0 171.0
59th srfteixeira CNCascais Simão Teixeira 41.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 236.0 171.0
60th miguelcruz CNCascais Miguel Cruz 43.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 238.0 173.0
61st Mamilles CNCascais Afonso de Mello (65.0 DNC) 45.0 65.0 DNC 65.0 DNC 240.0 175.0
62nd Mmatosrosa CNCascais Mário Matos Rosa 45.0 (65.0 DNC) 65.0 DNC 65.0 DNC 240.0 175.0
63rd AC188089 CNCascais Afonso Cruz (65.0 DNC) 48.0 65.0 DNC 65.0 DNC 243.0 178.0
64th martimmastbaum CNCascais Martim Mastbaum (65.0 DNC) 49.0 65.0 DNC 65.0 DNC 244.0 179.0
108
Hippocampus
Junho 2020
MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY
CAS-SES – ORC A Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 11:05:00 14:40:17 3:35:17 3:57:47 1.0
2 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 11:05:00 14:52:47 3:47:47 3:59:49 2.0
3 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 11:05:00 14:58:55 3:53:55 4:01:16 3.0
4 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 11:05:00 14:53:11 3:48:11 4:04:01 4.0
5 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 11:05:00 14:56:00 3:51:00 4:04:39 5.0
6 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 11:05:00 14:22:04 3:17:04 4:11:20 6.0
7 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 11:05:00 15:03:24 3:58:24 4:12:37 7.0
8 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 11:05:00 15:01:37 3:56:37 4:19:48 8.0
SES-CAS – ORC A Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 11:05:00 15:32:29 4:27:29 4:46:03 1.0
2 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 11:05:00 15:26:22 4:21:22 4:48:41 2.0
3 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 11:05:00 15:48:26 4:43:26 5:00:20 3.0
4 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 11:05:00 15:49:55 4:44:55 5:01:45 4.0
5 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 11:05:00 15:02:19 3:57:19 5:02:40 5.0
6 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 11:05:00 15:41:13 4:36:13 5:03:17 6.0
7 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 11:05:00 16:02:08 4:57:08 5:06:28 7.0
8 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 11:05:00 16:05:52 5:00:52 5:16:45 8.0
Combined – ORC A Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Rational - German Kitchens GS44 Race ORC A NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 1.1045 7:56:39 8:46:28 1.0
2 Super Acor Xis X 41 ORC A POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 1.0694 8:15:40 8:50:04 2.0
3 Pede Mar Grand Soleil 43 ORC A GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 1.0591 8:35:55 9:06:24 3.0
4 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 ORC A ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 1.0314 8:51:03 9:07:43 4.0
5 Kali Benneteau First 47.7 ORC A SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 1.0596 8:41:50 9:12:56 5.0
6 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 ORC A POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 1.2754 7:14:23 9:14:01 6.0
7 Vertigo X-Yacths IMX 40 ORC A POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 1.0528 8:48:39 9:16:34 7.0
8 Santa Maria Teresa X 46 ORC A POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 1.0980 8:32:50 9:23:05 8.0
CAS-SES – ORC B Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 11:05:00 15:00:26 3:55:26 3:53:41 1.0
2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 11:05:00 15:11:17 4:06:17 3:57:38 2.0
3 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 11:05:00 15:08:09 4:03:09 3:59:54 3.0
4 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 11:05:00 15:10:53 4:05:53 4:02:38 4.0
5 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 11:05:00 14:43:13 3:38:13 4:03:34 5.0
6 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 11:05:00 15:08:32 4:03:32 4:06:01 6.0
7 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 11:05:00 15:29:54 4:24:54 4:06:33 7.0
8 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 11:05:00 15:42:41 4:37:41 4:09:42 8.0
9 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 11:05:00 15:51:30 4:46:30 4:32:28 9.0
10 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 11:05:00 15:58:35 4:53:35 4:45:13 10.0
11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 11:05:00 DNF 12.0
SES-CAS – ORC B Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 11:05:00 16:07:31 5:02:31 5:00:17 1.0
2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 11:05:00 16:28:04 5:23:04 5:11:44 2.0
3 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 11:05:00 16:28:43 5:23:43 5:14:29 3.0
4 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 11:05:00 16:18:54 5:13:54 5:17:06 4.0
5 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 11:05:00 16:32:01 5:27:01 5:22:38 5.0
6 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 11:05:00 17:07:48 6:02:48 5:26:14 6.0
7 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 11:05:00 17:00:51 5:55:51 5:31:11 7.0
8 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 11:05:00 16:50:40 5:45:40 5:41:06 8.0
9 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 11:05:00 17:08:32 6:03:32 5:45:43 9.0
10 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 11:05:00 16:20:03 5:15:03 5:51:40 10.0
11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 11:05:00 DNC 12.0
Combined – ORC B Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Elixir / D-Loft J99 ORC B NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 0.9926 8:57:57 8:53:58 1.0
2 Syone Benneteau First 34.7 ORC B POR347 Nuno Neves CVTejo 0.9649 9:29:21 9:09:22 2.0
3 Bamak Benneteau First 35 ORC B FRA21716 Rodrigo Vargas-Zúñiga CNLisboa 0.9866 9:30:10 9:22:32 3.0
4 Who’s Next X-35 ORC B NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 1.0102 9:17:26 9:23:07 4.0
5 Django One Benneteau First 31.7 ORC B ESP9148 Jorge Alves CVSado 0.8992 10:40:29 9:35:55 5.0
6 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 ORC B POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 0.9307 10:20:45 9:37:44 6.0
7 Sorcerer Benneteau First 36.7 ORC B POR8888 Teresa Gago CNLisboa 0.9868 9:51:33 9:43:44 7.0
8 Maximus - Bettertech Archambault 34 ORC B NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 1.1162 8:53:16 9:55:14 8.0
9 Vicky Benneteau First 34.7 ORC B POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 0.9715 10:17:18 9:59:42 9.0
10 Alma do Mar Benneteau First 34.7 ORC B POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 0.951 10:50:02 10:18:11 10.0
11 Extreme Benneteau First 40.7 ORC B POR8560 Carlos Azevedo CNCascais 1.0170 DNF 12.0
Clube Naval de CASCAIS 109
Resultados regatas CNC 2018/2019
MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY
CAS-SES – NHC
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 14:40:17 3:35:17 3:50:47 1.0
2 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 15:00:26 3:55:26 3:51:12 2.5
2 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 14:52:47 3:47:47 3:51:12 2.5
4 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 14:59:13 3:54:13 3:53:31 4.0
5 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 14:49:24 3:44:24 3:56:45 5.0
6 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 15:08:09 4:03:09 3:58:17 6.0
7 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 15:11:17 4:06:17 3:59:08 7.0
8 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 15:26:19 4:21:19 3:59:22 8.0
9 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 14:56:00 3:51:00 4:00:14 9.0
10 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 14:47:19 3:42:19 4:00:19 10.0
11 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 14:50:39 3:45:39 4:01:40 11.0
12 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 15:05:39 4:00:39 4:03:47 12.0
13 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 14:53:11 3:48:11 4:05:32 13.0
14 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 14:58:55 3:53:55 4:07:29 14.0
15 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 15:10:53 4:05:53 4:08:50 15.0
16 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 15:08:32 4:03:32 4:09:37 16.0
17 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 14:42:13 3:37:13 4:10:27 17.0
18 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 15:03:24 3:58:24 4:12:14 18.0
19 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 15:17:37 4:12:37 4:15:54 19.0
20 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 14:22:04 3:17:04 4:16:58 20.0
21 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 15:27:58 4:22:58 4:18:14 21.0
22 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 15:29:54 4:24:54 4:20:08 22.0
23 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 15:52:40 4:47:40 4:20:55 23.0
24 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 15:23:53 4:18:53 4:22:15 24.0
25 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo 15:58:09 4:53:09 4:25:18 25.0
26 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 15:12:55 4:07:55 4:26:46 26.0
27 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 15:42:41 4:37:41 4:27:25 27.0
28 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra 15:29:40 4:24:40 4:28:54 28.0
29 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 15:01:37 3:56:37 4:29:16 29.0
30 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 15:43:48 4:38:48 4:29:36 30.0
31 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 13:50:57 2:45:57 4:29:40 31.0
32 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 15:47:40 4:42:40 4:31:05 32.0
33 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 15:32:56 4:27:56 4:31:57 33.0
34 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços 15:53:07 4:48:07 4:36:18 34.0
35 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 15:51:30 4:46:30 4:38:11 35.0
36 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 16:05:39 5:00:39 4:40:12 36.0
37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais 15:58:53 4:53:53 4:43:01 37.0
38 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 15:58:35 4:53:35 4:45:04 38.0
39 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 14:09:06 3:04:06 4:52:54 39.0
40 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA 16:39:01 5:34:01 5:04:37 40.0
41 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais 15:45:03 4:40:03 5:12:49 41.0
42 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 14:21:02 3:16:02 5:18:33 42.0
43 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town 16:46:27 5:41:27 5:27:27 43.0
44 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado 15:50:13 4:45:13 6:01:56 44.0
45 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa 15:41:40 4:36:40 6:37:51 45.0
46 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNF 48.0
46 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNF 48.0
SES-CAS – NHC Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 15:26:22 4:21:22 4:40:11 1.0
2 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 15:51:06 4:46:06 4:45:15 2.0
3 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 15:29:24 4:24:24 4:45:49 3.0
4 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 15:32:29 4:27:29 4:47:49 4.0
5 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 15:39:40 4:34:40 4:49:46 5.0
6 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 15:35:37 4:30:37 4:49:50 6.0
7 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 14:04:49 2:59:49 4:52:12 7.0
8 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 15:49:55 4:44:55 4:56:19 8.0
9 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 16:07:31 5:02:31 4:57:04 9.0
10 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 15:48:26 4:43:26 4:59:52 10.0
11 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 16:05:52 5:00:52 5:05:23 11.0
12 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 15:02:19 3:57:19 5:09:28 12.0
13 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 14:19:44 3:14:44 5:09:49 13.0
14 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 16:28:04 5:23:04 5:13:42 14.0
15 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 15:41:13 4:36:13 5:14:20 15.5
15 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 16:28:43 5:23:43 5:14:20 15.5
17 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 16:02:08 4:57:08 5:14:22 17.0
18 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 16:20:06 5:15:06 5:19:12 18.0
19 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 16:20:16 5:15:16 5:19:22 19.0
20 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 14:21:53 3:16:53 5:19:56 20.0
21 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 16:32:01 5:27:01 5:20:29 21.0
22 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 16:18:54 5:13:54 5:21:45 22.0
23 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 16:59:52 5:54:52 5:21:52 23.0
24 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 16:15:16 5:10:16 5:33:51 24.0
25 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 16:45:05 5:40:05 5:33:58 25.0
26 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 17:06:15 6:01:15 5:46:26 26.0
27 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 17:07:48 6:02:48 5:49:23 27.0
28 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 17:00:51 5:55:51 5:49:27 28.0
29 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 16:50:40 5:45:40 5:49:49 29.0
30 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 16:51:29 5:46:29 5:50:59 30.0
31 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 17:08:32 6:03:32 5:52:59 31.0
110
Hippocampus
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
32 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 17:30:37 6:25:37 5:53:13 32.0
33 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 17:33:03 6:28:03 6:01:40 33.0
34 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 16:20:03 5:15:03 6:03:15 34.0
35 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 17:39:22 6:34:22 6:21:21 35.0
36 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 17:23:56 6:18:56 6:24:37 36.0
37 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo DNF 48.0
37 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra DNF 48.0
37 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços DNF 48.0
37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais DNF 48.0
37 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA DNF 48.0
37 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais DNC 48.0
37 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town DNF 48.0
37 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado DNF 48.0
37 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa DNF 48.0
37 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNC 48.0
37 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNC 48.0
Combined – NHC Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Rational - German Kitchens GS44 Race NHC NED 7025 Miguel Bunte Graca CNCascais 7:56:39 8:30:58 1.0
2 Malouane Archambault A35 NHC POR34938 Vincent Labedan Club de voile de Vaux sur Seine 8:40:19 8:38:45 2.0
3 Timeriesci Comet 45 NHC POR8550 Afonso Domingos CIMAVilamoura 8:06:43 8:46:08 3.0
4 Cristina A Benneteau First 40 NHC POR25477 Francisco Brito e Abreu CNCascais 8:19:04 8:46:31 4.0
5 Elixir / D-Loft J99 NHC NED9060 Luis Raposo Verissimo MYCAlbufeira 8:57:57 8:48:16 5.0
6 Magicbrisa Benneteau First 44.7 NHC POR2345 Jean-Philippe SAUTHIER CNCascais 8:16:16 8:51:30 6.0
7 Super Acor Xis X 41 NHC POR14 Goncalo Vaz Botelho CNVilaFrancaCampo 8:15:40 8:53:20 7.0
8 Pede Mar Grand Soleil 43 NHC GBR1234X Rui Rijo Ferreira CNAlmada 8:35:55 8:56:33 8.0
9 Vertigo X-Yacths IMX 40 NHC POR6616 Jorge Queiroga CVTejo 8:48:39 8:56:35 9.0
10 KALI Beneteau First 47.7 NHC SUI4777 Benedikt Clauberg Swiss Ocean Racing Club 8:41:50 9:12:06 10.0
11 Syone Benneteau First 34.7 NHC POR347 Nuno Neves CVTejo 9:29:21 9:12:50 11.0
12 Bamak Benneteau First 35 NHC FRA21716 Rodrigo Vargas-Zuniga CNLisboa 9:30:10 9:18:46 12.0
13 Porto Caro Dos Benneteau First 40.7 NHC ESP5015 Carlos Morgado SCAveiro 8:51:03 9:21:51 13.0
14 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 NHC VOR65 Yoann Richomme CNCascais 5:45:46 9:21:52 14.0
15 Giulietta 2 Judel & Vrolijk 56 NHC POR8370 Alexandre Matias Kossack CNCascais 7:14:23 9:26:26 15.0
16 Who’s Next X-35 NHC NED115 Goncalo Saraiva Mendes ANLisboa 9:17:26 9:31:22 16.0
17 Anthea Dufour 40 NHC POR8551 João Pacheco de Castro CVPortugal 9:27:43 9:35:06 17.0
18 Super Acor Dufour 40 NHC POR8 Andre Vasconcelos SADafundo 9:34:09 9:41:37 18.0
19 Akelia Concorde Pogo 30 NHC POR8638 Fredy TAURINES CNCascais 10:42:32 9:42:47 19.0
20 Santa Teresa X 46 NHC POR8339 Joao Pedro Almeida Lopes CNCascais 8:32:50 9:43:36 20.0
21 Breeze Benneteau First 33.7 NHC 1778 Miguel Lopes YCPorto 10:03:03 9:52:12 21.0
22 Tiro Dufour 360 NHC POR8635 Nuno Barreto ANLisboa 10:46:56 9:52:35 22.0
23 Altitudes Dufour 40 NHC POR888 Tiago Matos CNLisboa 9:47:08 9:54:46 23.0
24 Sorcerer Benneteau First 36.7 NHC POR8888 Teresa Gago CNLisboa 9:51:33 9:58:39 24.0
25 Vicky Benneteau First 34.7 NHC POR6969 Augusto Castelo Branco SADafundo 10:17:18 9:59:24 25.0
26 Faraway Jeanneau Sun Odissey 49 Perform 2004 NHC POR 8281 Miguel Barber ANC 9:18:11 10:00:36 26.0
27 Green Eyes Wally 105 NHC ITA5000 Paulo Mirpuri CNCascais 6:18:50 10:02:43 27.0
28 Golfinho M2 Benneteau First 33.7 NHC POR8119 Tomas Rebelo de Andrade CNAlmada 10:20:45 10:09:35 28.0
29 Maximus - Bettertech Archambault 34 NHC NED 69 Diogo Gameiro CMarCoimbra 8:52:16 10:13:42 29.0
30 Django One Benneteau First 31.7 NHC ESP9148 Jorge Alves CVSado 10:40:29 10:16:47 30.0
31 I Utopia Benneteau First 35S5 NHC ESP5892 Isabel Goncalves CVTejo 10:43:55 10:17:31 31.0
32 Alma do Mar Benneteau First 34.7 NHC POR8557 Joao de Paulo Bitoque SADafundo 10:50:02 10:31:11 32.0
33 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 NHC AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 6:32:55 10:38:29 33.0
34 Linha d’ água Dufour 335 NHC POR 8394 Simao Teixeira CNCascais 11:28:42 10:41:52 34.0
35 Groovy Dufour 36 NHC POR8640 Filipe Alfaro ANLisboa 11:13:10 10:50:57 35.0
36 Bikini Benneteau First 10 NHC 311 Paulo Nunes ASClube 10:46:52 10:56:34 36.0
37 Mariana1 Benneteau First 32 NHC POR1345 Jose Nobre SADafundo DNF 48.0
37 Post Scriptum Grand Soleil 43 (199 NHC POR1511 Cesar Medalha Pratas CNSesimbra DNF 48.0
37 Mirage I Benneteau First 35S5 NHC POR1082 Jose Dias CSPedrouços DNF 48.0
37 Ecstasy Benneteau First 31.7 NHC 8056 Carlos Mirpuri CNCascais DNF 48.0
37 Formidavel VAN DE STADT 34 NHC POR1058 Jorge Martins da Cruz CNOCA DNF 48.0
37 Solitude Hanse 540 NHC POR2008 Joao Bleck Vasconcelos e S CNCascais DNC 48.0
37 Monami Dufour 36.5 GL Dufour 36.5GL NHC ---- Howard Godfrey RCYC Cape Town DNF 48.0
37 Jasmim Foutaine Pajot 58 NHC ---- Luis Baioneta CVSado 15:50:13 DNF 48.0
37 Seabar Catana 50 NHC ---- Joao Pedro Gonçalves Gomes ANLisboa DNF 48.0
37 Koala X Yachts 382 NHC POR1382 Jose Saraiva Mendes ANLisboa DNF 48.0
37 Extreme Benneteau First 40.7 NHC POR8560 Carlos Azevedo CNCascais DNF 48.0
Clube Naval de CASCAIS 111
Resultados regatas CNC 2018/2019
MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY
CAS-SES – VOR 65 Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 11:05:00 15:34:06 4:29:06 4:29:06 1.0
2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 11:05:00 16:35:52 5:30:52 5:30:52 2.0
SES-CAS – VOR 65 Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 11:05:00 15:05:00 4:00:00 4:00:00 1.0
2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 11:05:00 15:26:57 4:21:57 4:21:57 2.0
Combined – VOR 65 Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Rat. ORC Start Finish Elapsed Corrected Points
1 Mirpuri Foundation - Racing For The Plan VOR65 VOR 65 VOR65 Yoann Richomme CNCascais 1.625 8:29:06 8:29:06 1.0
2 Sisi - The Austrian Ocean Race Project VOR65 VOR 65 AUT1 Gerwin Jansen Porto Piccolo 1.625 9:52:49 9:52:49 2.0
MIRPURI FOUNDATION SAILING TROPHY
CAS-SES – Classic Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 15:30:14 4:25:14 4:13:16 1.0
2 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 15:33:14 4:28:14 4:20:14 2.0
3 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 15:37:45 4:32:45 4:33:24 3.0
4 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa 16:10:37 5:05:37 4:50:33 4.0
5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais 15:33:29 4:28:29 4:51:20 5.0
6 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 15:51:13 4:46:13 5:01:21 6.0
SES-CAS – Classic Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 15:58:49 4:53:49 4:54:31 1.0
2 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 16:30:45 5:25:45 5:11:04 2.0
3 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 16:44:42 5:39:42 5:29:35 3.0
4 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 16:19:06 5:14:06 5:30:43 4.0
5 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa DNF 7.0
5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais DNC 7.0
Combined – Classic Class
Rank Boat Name Boat Model Class Sail Number Skipper Club Finish Elapsed Corrected Points
1 Puki JCH Clássicos ---- Carlos Bleck CNLisboa 9:50:59 9:24:20 1.0
2 Sea Lion Clássicos POR190 Manuel Carlos de Mello Champalimaud CNCascais 9:26:34 9:27:56 2.0
3 BBM Benneteau Clássicos 1192 Bernardino Moreira ANC 10:07:56 9:49:49 3.0
4 Alma NORTHWIND 58 Clássicos ---- Henrique Perestrello Abreu ANLisboa 10:00:19 10:32:04 4.0
5 Cinana 12.99 metros Clássicos K3202 Luis Filipe Gasparinho Antero da Silva ANLisboa DNF 7.0
5 Dhalaia Friendship 40 Clássicos 40016 Miguel Almeida Henriques CNCascais DNC 7.0
112
Hippocampus
Julho
Campeonato Nacional SB20 2020
Sail No Boat Helm Crew Club Points Place R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9
3800 YTP/ 98.1 Marginal/SailCascais Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo Luís Pinheiro , Rafael Rodrigues CNCascais 26 1 2 1 2 3 9 4 13 3 2
3745 Puss Puss/SailCascais Vasco Serpa Joaquim Moreira, Pedro Costa Alemão CNCascais 28 2 1 3 14 4 6 3 4 1 6
3738 Dom Pedro Hotels José Paulo Ramada Fausto Briosa Neves, António Silva Pereira, Miguel Leal de Faria CNC/CDP 35 3 4 6 1 9 8 11 2 4 1
3505 PATRIS Finance Vasco Passanha Zilas Dunke-Nascimento , Diana P. Neves, Frederico Lacerda CNCascais 42 4 6 2 3 12 2 16 5 2 10
3763 Skin in the Game Edward Russo Gilles Favennec, Mikael Mergui Club Nautique Valeriquais 43 5 3 4 5 7 12 6 1 19 5
3615 Madeira Islands John Tavares Helder Basilio, Tiago Leal ANMadeira 45 6 10 7 6 1 4 2 30 11 4
35 Another Affair Miguel Oliveira Tiago Morais, Francisco Oliveira CVAtlantico 50 7 5 5 8 5 14 5 7 8 7
36 Yess too…enty Francisca Barros João Cunha, Ricardo Schedel, António Matos Rosa CWDSailing 66 8 16 21 11 8 3 9 10 6 3
3581 AM RUSARC Diogo Costa Pedro Costa, Diogo Cayolla YCSP/CNC/CWDS 72 9 7 18 4 18 11 1 8 15 8
366 DRADO / ROFF Manuel Marques Pedro Pinto, Hugo Mastbaum ANLisboa 75 10 11 9 15 6 1 7 12 14 16
22 Ladies First/SailCascais Carolina João Joana Azevedo, Zezi Cardoso, Federica Franchi SADafundo 85 11 12 15 13 10 30 18 3 5 9
3558 Guto Pedro Nieto Francisco Neto, Mariana Freitas, Guilherme Gomes CVAtlantico 97 12 8 14 9 13 22 12 15 13 13
3306 BICASCO António Santos Miguel Benedy , Pedro Vilela CVSado 103 13 18 11 10 15 7 21 21 7 14
3438 NACEX Miguel Graça Diogo Machado Pinto, João Ferreira CNCascais 104 14 29 8 18 16 10 8 11 9 24
3516 CHICAS Mariana Lobato Carolina Campos, Mafalda Pires de Lima, Margarida Lopes CNCascais 110 15 13 30 16 2 20 10 17 21 11
3427 LTX Eduardo Cardoso Duarte Pardal Eduardo Marques CNCascais 118 16 9 12 7 19 17 19 30 18 17
8 Mergulhão 2 Manuel Prieto Lourenço Mateus , João Tomás CNCascais 123 17 14 19 30 20 19 15 9 12 15
3506 Volta Vasco Empis Pedro Rebelo de Andrade, João Vidinha ,Vera Rebelo de Andrade CNCascais 126 18 21 20 22 11 15 30 6 10 21
3652 Bravo Paulo Palha André Gonçalves, António Barros, Rita Leal Faria CVAtlantico 136 19 19 13 20 17 25 30 14 16 12
3616 ROFF/Meritis.org Tomás Barreto Martim Mastbaum, Mafalda Gonçalves, Carmo LeCorolle CNCascais 140 20 15 22 19 14 16 14 23 17 23
3637 Contrabandista Patrick Lindley Luís Vasconcelos Dias, Pedro Simões CNCascais 146 21 20 17 21 21 5 22 20 20 25
3710 NO WORRIES Gastão Brun Peter Kemp Lekszycki, André Lekszycki CNCascais 154 22 22 24 12 30 18 13 22 24 19
3101 Casilda Duarte B. Bello Rodrigo Ouro, Beatriz Gago, José Maria Vozone CNCascais 156 23 17 10 25 23 26 17 16 26 22
3411 Quinta dos Murças Diogo Corrêa Mendes José Bello, Nuno Lopes CNCascais 162 24 24 16 23 22 13 24 18 22 28
363 Mussa Sailing Team Francisco Cruz Manuel Cruz, Pedro Garcia, Gonçalo Barreto CNCascais 177 25 27 23 17 28 23 20 24 25 18
3203 Miúdas Sofia Regojo Ana Champalimaud, Maria Anjos CNCascais 186 26 26 26 27 26 21 25 19 23 20
7 Sargo Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares, Miguel Vidinha CNCascais 200 27 23 30 24 25 24 26 25 27 26
372 Vicky Augusto Castelo Branco João Pires, Martim Ruela Figueiredo SADafundo 213,9 28 28 25 26 27 26,5 26,4 26 29 29
537 Old Spice Filipe Aguilar Machado António Ancêde ,Pedro Borges de Araújo CVAtlantico 214 29 25 30 30 24 27 23 30 28 27
SB20 Summer Regatta 2020
Sail No Boat Helm Crew Club Points Place R1 R2 R3 R4 R5 R6
3738 Dom Pedro Hotels José Paulo Ramada Gonçalo Ribeiro, Miguel Leal Faria, António Pereira CDPedro/CNCascais 6 1 1 2 1 1 6 1
35 Another Affair Tiago Morais Miguel Oliveira, Francisco Oliveira CVAtlântico 12 2 3 4 5 2 1 2
3616 ROFF- Meritis .org Filipe Silva Pedro Pinto, Hugo Mastbaum CNCascais 14 3 2 3 2 4 21 3
3505 Patris Finance Vasco Passanha José Camelo, Zilas Dunke-Nascimento, Manuel CNCascais 25 4 4 6 9 21 2 4
3756 PussPuss/Cascais Vasco Serpa Pedro Costa Alemão, Bernardo Loureiro CNCascais 32 5 5 1 10 21 4 12
3438 NACEX Miguel Graça Diogo Machado Pinto, João Ferreira CNCascais 32 6 6 10 3 5 8 10
3800 Youth Team Portugal Henrique Brites Bernardo Torres Pêgo, Luís Pinheiro, Rafael Rodrigues CNCascais 36 7 21 11 14 3 3 5
3427 LTX Eduardo Cardoso Duarte Pardal, Santiago Sampaio CNCascais 36 8 9 5 8 9 5 11
3652 Bravo Paulo Palha António Barros, André Gonçalves, Piedade Colaço CVAtlântico 38 9 7 9 11 7 7 8
3710 No Worries Gastão Brun André Lekszycki, Pedro Caldas CNCascais 40 10 11 7 4 12 15 6
3558 Guto Pedro Nieto David Aleixo, Guilherme Gomes , Tomás Pires CVAtlântico 47 11 10 12 21 6 12 7
3637 Contrabandista Patrick Lindley Pedro Simões, Luís Vasconcelos Dias CNCascais 54 12 21 16 6 8 10 14
15 WoW /SailCascais Carolina João Federica Franchi, Margarida Lopes, Joana Azevedo SADafundo 54 13 16 8 13 13 11 9
8 Mergulhão 2 André Gray Lourenço Mateus, João Tomás CNCascais 59 14 13 13 15 11 9 13
3521 Santa Maria Luís Rosário Romain Maistre, André Carinhas CNCascais 64 15 8 14 16 10 16 17
7 Sargo Gonçalo Gonçalves Rafael Valladares, Miguel Vidinha CNCascais 73 16 15 15 7 15 21 21
3101 Casilda Duarte B. Bello Rodrigo Ouro, Nuno Dias CNCascais 75 17 12 21 21 14 13 15
310 Miúdas Sofia Regojo Tiago Marcelino, Ana Champalimaud, Maria Anjos CNCascais 85 18 14 17 12 21 21 21
3411 Quinta dos Murças Diogo Corrêa Mendes José Bello, Ana Costa Santos CNCascais 88 19 21 21 21 16 14 16
372 Vicky Augusto Castelo Branco Michael Del Vecchio Carranza, João Pires, Augusto Castelo Branco Jr. SADafundo/CNCascais 98 20 21 18 17 21 21 21
Clube Naval de CASCAIS 113
Agenda regatas CNC 2020
MÊS / Month DATA / Date CLASSE / Class EVENTO / Event
Agosto/August 21-23 Moth Nacional Moth
23 Moth Nacional Moth - Entrega de Prémios / Prize Giving
28-30 Dragão/Dragon 25º H.M. King Juan Carlos Trophy
30 Dragão/Dragon 25º H.M. King Juan Carlos Trophy - Entrega de Prémios / Prize Giving
28-30 SB20 1st SailCascais Trophy
30 SB20 1st SailCascais Trophy - Entrega de prémios / Prize giving
Setembro/September
Outubro/October
Novembro/November
11-13 Dragão/Dragon Campeonato Nacional de Dragão
11-13 Dragão/Dragon Campeonato Nacional de Dragão - Entrega de Prémios / Prize Giving
03-04 Snipe Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels
04 Snipe Troféu Maria Guedes Queiroz / Dom Pedro Hotels - Entrega de prémios / Prize Giving
03-05 Cruzeiros / SB20 Cascais Vela
05 Cruzeiros / SB20 Cascais Vela - Entrega de prémios / Prize giving
09 VA / Para Sailing Encontro Brisa - Brisa Encounter
10 VA / Para Sailing Troféu Brisa - Brisa Trophy
23-25 SB20 WOW - Women on Water
25 SB20 WOW - Women on Water - Entrega de Prémios / Prize Giving
31 SB20 1st SB20 Winter Series 2020/2021
01 SB20 1st SB20 Winter Series 2019/2020 - Entrega de Prémios / Prize Giving
28-29 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta
28-29 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series 2020-2021
29 Optimist, 420, Laser Regata de Natal / Christmas Regatta - Entrega de Prémios / Prize Giving
29 SB20 2nd Cascais SB20 Winter Series 2020-2021 - Entrega de Prémios / Prize Giving
114
Hippocampus
cascais.pt
COVID-19
Quer saber se
esteve exposto
ao SARS-CoV2?
TESTES GRATUITOS
PARA TODOS OS
RESIDENTES
MARQUE O SEU
800 203 186
PROTEJA-SE A SI E AOS OUTROS.